As Linhas de Vampirismo no Mundo Moderno

Este Texto tem o propósito de desmitificar e deixar claro as linhas de pensamento, de varias ordens vampíricas atuais.Não aludindo ou subjugando qualquer uma porém classificando-as de acordo com suas próprias crenças, de um ponto de vista cético.
Apesar de ser Thelemita, procuro manter uma visão imparcial das ordens supracitadas, levando em conta que, algumas são mais fáceis de engolir que outras.

 

Tudo se iniciou com Aleister Crowley afiando seus dentes e mordendo pulsos de bailarinas, com teu infame Beijo da Serpente. Dali em diante um novo movimento iria surgir, e restituir o Vampirismo. Após obras claras de alusão ao Vampirismo, como o De Arte Magica e o Liber Stellae Rubrae, aonde Crowley afirma no ritual;

 “48. Eu sou Apep, Ó tu Sacrificado. Tu te sacrificarás sobre o meu altar: Eu beberei teu sangue. 

   49. Pois Eu sou um poderoso vampiro, e minhas crianças sorverão o vinho da terra, que é sangue. 

   50. Tu reabastecerás tuas veias pelo cálice do céu”

O Nono Grau da OTO aludia ainda que discretamente a pratica de vampirismo, como um método para substituir o ‘Entusiasmo Energizado’ do Crowley.

Isso tudo, alguns boas décadas atrás.Michael Aquino sai da Church Of Satan e resolve fundar seu Templo. O Templo de Set, nos EUA, foi a primeira organização vampírica vindo a publico no fim dos anos 60.No inicio dos anos 70, surge a House Sahjaza que traz o vampirismo de volta, com direito a ankhs, fangs e rituais pagãos. Dela em diante surgiu uma série de ‘Houses’ vampíricas nos EUA, cada uma incorporando a pratica do vampirismo a sua forma, até que uma, em especifico, resolveu vir a público nos anos 90;

A Temple of The Vampire, como é conhecida em publico, ou a Hekal Tiamat, alegava ser tão velha quanto o tempo, e permanecer escondida nos véus dele. Ela veio a publico nos anos 90, junto com a Michelle Bellanger e sua House Kheperu, que trazia agora um novo conceito, os otherkins. A ToV como ficou conhecida veio aparecer com a Bíblia do Vampiro, e dentre sua coleção de textos num livro particularmente pequeno, ela trazia uma nova forma de ver o vampirismo. Ele era muito mais que drenar e ‘des-drenar’, ou brincar com esferas de energia. Haviam espíritos, Deuses Vampiros, que haviam atingido a imortalidade através dessa pratica; eles buscavam maestria dentro da projeção astral e domínio sobre o que chamavam de 9 leis da Magia.

As 9 Leis da Magia, segundo a TOV, era uma forma de trabalhar encima da realidade. Eles vinham com um conceito inovador na época, que hoje em dia está sendo discutido pela física quântica – o conceito de que, a Realidade Física, é um Sonho. As 9 leis da Magia era uma forma de alterar a realidade diretamente; os vampiros da TOV, não buscavam apenas magia para amor, dinheiro ou destruição; não havias rituais exceto a comunhão, não acendiam velas, nem usavam psicodrama;

-Eles tratavam objetos físicos como pessoas, e esses objetos respondiam suas ordens,

-Eles tratavam situações e coisas intangíveis como gente, e o ‘transito’, a ‘chuva’, o ‘sinal de internet’ respondia suas ordens

-Eles acreditavam que não existia espaço nem tempo para a mente deles, e por isso, poderiam falar com uma pessoa a distancia; dar ordens ao subconsciente dela para responder, ou enviar pensamentos e sentimentos

-Eles percebiam que tudo que existe, é feito de força vital, de Sangue. E que se eles reunissem no seu corpo muito sangue, eles poderiam canalizar aquilo para um desejo. Pouco importaria a natureza daquele desejo, visto que a força vital é manipulada a bel prazer. Ela é leite e veneno.

-Eles usavam o subconsciente das pessoas ao seu redor para realizar desejos; eles implantavam suas vontades na cabeça das pessoas, para que as pessoas criassem uma egregora sobre aquilo que desejavam.

-E acima de tudo, eles tratavam a realidade física como se fosse um sonho. E segundo eles, ela respondia da mesma forma.

A força da TOV logo se alastrou pelo mundo, suas 5 bíblias ficaram conhecidas e podem ser pegas em qualquer lugar da internet. Elas são Segredos Abertos, como diz a linhagem. Abertos porque quase ninguém as entenderá, ou irá praticar. Elas permanecerão indignas de crença e logo, de uso pela maioria. Isso era tudo que a ordem precisava; de uma maioria para servir de alimento a uma minoria. Era isso que ensinava a tradição da Hekal Tiamat. Alimentar-se do Contingente Humano.

Junto com a TOV, a Michelle Bellanger veio a publico com a House Kheperu – uma ordem com forte influencia egípcia, que crê, na existência de pessoas que são ‘Otherkins’. O conceito Otherkin logo se espalhou e vários outros tipos de otherkin vieram a publico. Mas o que é Otherkin ? Otherkin seriam pessoas que nascem com almas não humanas. Eles creem que são vampiros, fadas, dragões, anjos, anjos caídos, demônios… em corpos humanos. E que num dado momento de sua vida, eles ‘despertam’.  Pode ser um conceito até bizarro, mas tem gente que crê nisso. E a Bellanger acreditava que era do tipo, vampiro, ‘vampiro psíquico’, e que num dado momento em sua vida, ela ‘acordou’ para a sua ‘verdadeira essência’. Um grupo vampírico aqui no Brasil, chamado Comunidade Awake, acredita nisso, e na existência de Otherkins.

Os Otherkins logo começaram a falar sobre quem é ‘vampiro de verdade’ e ‘vampiro de mentira’. Quem tinha a essência e quem não tinha. Uma discussão bizarra que, por vezes ainda se propaga em algumas comunidades vampíricas, junto com pessoas que se denominam ‘sanguíneas’. Sim, eles não sugam energia vital. Eles bebem sangue mesmo. É incrível ver como a imaginação humana consegue chegar a pontos bizarros, de dizer que precisa de pelo menos uma colher de sangue humano por semana, do contrario não conseguiria viver. Esses Otherkins Vampiros Sanguíneos, mantinham sua dieta de ‘doadores’, pessoas que gentilmente ofereciam seu sangue á esses otherkins.

Em Portugal, logo após a TOV, sai uma nova ‘bíblia’ e uma nova ordem. A Aset Ka; seguindo a mesma linha de pensamento da Kheperu com o Kemetismo, a Hopuse of Aset Ka, segue a linha otherkin, ainda que mesclando com o livro dos mortos egípcio e algumas passagens do livro da lei. Eles acreditavam fielmente em reencarnação, trabalhando com o paganismo egípcio com vampirismo, seu chefe e escritor da sua Bíblia era Louis Marques.

Junto com esse conceito se espalhou a manipulação energética, as psyballs, escudos e tudo mais que a manipulação de energia trazia consigo. A Kheperu, trazia uma perspectiva nova sobre a força psíquica do ser humano.A Michelle Bellanger, por fora de suas crenças pessoais, desenvolvia um trabalho maravilhoso com o desenvolvimento do poder psíquico humano.

Unindo Lovecraft, ToV e rituais com Deuses Negros, nasceu a Tempel of Azagthot. Uma ordem que seguia a mesma linha de raciocínio da TOV, crendo na evolução do ser humano como algo principal. O Ser humano tinha um potencial de se Tornar Vampiro. A ToA, desenvolveu uma série de rituais, pelo seu líder, o Emperor Norduk, e foi uma das primeiras ordens ‘satânico-vampíricas’, ao qual a Black Order Of Dragon, do Michael W. Ford viria satisfazer o publico então. Essas ordens, descendendo da TOV e dos ensinamentos dela, claramente plagiaram. Mas tudo pelo seu dinheiro, bom leitor. Tudo pelo dinheiro.

Até que vem adiante, a Ordo Strigoi Vii, feita pelo Father Sebaastian. Sim, Father, não Frater. Seb, como ele é gentilmente chamado incorporou tudo dentro da sua nova ordem; misturou a vontade de se fantasiar em vampiro, com bruxaria, com os ensinamentos da TOV, e criou um novo mundo, com novas nomenclaturas; era um muno dele, aonde ele ganharia o planeta, divulgando esse mundo. Através de festas promovidas por ele, seu carisma incomparável, ele acabou conquistando adeptos pelo mundo, pessoas que tinham duas vertentes; os fashionistas, pessoas que gostavam de viver no estilo ‘vampírico’ e os vampiros reais, pessoas que realmente se afundavam nos mistérios do vampirismo da OSV. O Seb não discriminava nada nem ninguém. Todos eram bem vindos e aceitos, sejam vampiros ou não, ele criou seu mundo, um mundo de festas imensas com a temática vampírica.

Algumas ordens começaram a usar o termo ‘vampyro’ para diferenciar entre um praticante e a lenda do vampiro. É uma forma de diferenciar, particularmente das houses americanas e da Ordo Strigoi Vii. Alguns indo mais adiante, começaram a usar o termo ‘Wamphyro’ para mostrar seus magos negros. Cada um com sua forma de diferenciar, ganhar uma personalidade, uma busca por identidade própria que poderia ser resolvida com a nomenclatura.

Hoje em dia, estão a dispor, ainda que sem muito conteúdo para oferecer, um cardapio variado de Houses Vampiricas. Grande parte, além, de plagiar descaradamente as maiores, fantasiam demais o tema, fazendo assim, o buscador ‘perder o tesão’ devido a tanta fantasia envolvido no tema. Lembrando que, a maior parte das pessoas envolvidas com vampirismo, estão ligadas ao fashionismo, a arte, do que a pratica em si. Apenas gostam da literatura, musica e todo tipo de arte relacionado ao lado vampiresco.

Longe da propaganda, mas ainda sim realizando-a, deixo claro que para aqueles que buscam vampirismo real, sem todas aquelas fantasias da maior parte das ordens, recomendo que seja lido material de ordens como Temple of The Vampire (a principal e mais ‘pé no chão’), da Tempel of Azagthot, Black Order of Dragon e Strigoi Vii (a mais ‘artística’). Deixando claro que quando ler, verá que todas essas ordens derivaram do material da TOV, e criaram suas próprias linhas.

Para aqueles que seu pecado for a Thelema, ordens do Kenneth Grant, desenvolveram esse trabalho do Crowley com Vampirismo. Deixo claro que o tema, ‘Qliphot’ será absurdamente enquadrado nessa linha de raciocínio.

Já os que acreditam que não pertencem a raça humana, e que nasceram vampiros, ordens como a House of Kheperu, House of Quinotaur, Sanguinarium,  Comunidade Awake, irão agradar seu paladar.

 

Eu particularmente ligado a Thelema, finalizo esse texto com uma máxima do Liber Al, “Todo número é infinito; não há diferença”, alertando que, cada um deve retirar da senda, aquilo que mais agrada, descartando tudo aquilo que não for bom aos olhos; todas elas, por mais psicodélicas que possam ser suas crenças, podem acrescentar e tem um potencial imenso em si. O maior tesouro, é o buscador, não a ordem. É o buscador que tem o poder infinito, não há ordem. A ordem é um instrumento pra evolução pessoal, não um fim em si. Alguns praticantes mesclam suas próprias crenças pessoais em uma crença coletiva, de alguma ordem. Outros remodelam a seu bel prazer. Já mais avançados fundem crenças totalmente discordantes, num termo só.

O Mundo é regido pelo CHAOS, o nosso pai, criador da Vida. Não tente adulterar o casamento dele com a Nossa Senhora Babilônia, criando regras e restrições. É somente quando eles se unem por Vontade e Amor, que seu coito gera todas as Abominações da Terra.

 

Desconexus

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/as-linhas-de-vampirismo-no-mundo-moderno/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/as-linhas-de-vampirismo-no-mundo-moderno/

A erva do diabo

“A erva-do-diabo é para aqueles que querem o poder.  O fumo é para aqueles que desejam contemplar e ver. ”

–   (CASTANEDA, 1967 – p 35)

 

Nenhum estudo sobre a obra de Carlos Castaneda seria completo sem mencionar as plantas/ “aliados” ou “de poder” experimentadas pelo autor ao longo de seu aprendizado com o o mestre xamã Don Juan.

Porém, antes de abordar esse tema, é preciso deixar claro que esse estágio da aprendizagem  tem uma importância mínima dentro do universo de conhecimentos adquiridos e estados de consciência perceptiva alterados vivenciados por Castaneda.

Os rituais relacionados ao cultivo e preparo, especialmente no que se refere à chamada Erva do Diabo, não serão reproduzidos aqui como citações na íntegra. O leitor que estiver interessado nas minúcias não terá dificuldade de acessar diretamente o livro onde esses procedimentos são descritos mas este articulista não acredita que alguém tenha a “pachorra” (paciência, saco mesmo) de seguir passo a passo os procedimentos prescritos por Don Juan.

A Datura estramônio é classificada pelos botânicos e químicos farmaceuticos, sem maiores rodeios, como uma planta venenosa. O adjetivo é justo porque se, eventualmente, qualquer leigo queira desfrutar de seus efeitos psicotrópicos, um pequeno erro na dosagem, no processo de preparação e/ou consumo/uso do destilado ou da pasta (ou unguento) de Datura pode, facilmente, resutar na morte do usuário.

Os mamíferos herbívoros, ruminantes ou não, bovinos, assininos, equinos, caprinos, ovinos, rejeitam essa planta; jamais a consomem, talvez por um instinto de sobrevivência alertado pelo característico odor desagradável dessa planta.

Em português é popularmente conhecida por nomes tais como: trombeta, figueira-do-demo, figueira-do-diabo, figueira-do-inferno, figueira brava, zabumba entre outros.

Embora adapte-se melhor temperaturas quentes, a datura desenvolve-se em quase todos os continentes do mundo, adaptando-se a diferentes tipos de solo com a condição de estar próxima de correntes de água, de superfície ou subterrâneas.

De tal forma, a Datura, utilizada nas Américas pelos xamãs indígenas para produzir alterações da percepção era bem conhecida em suas variações, igualmente tóxicas, no Leste Europeu, na Ásia e na Europa ocidental e muito especialmente, foi o ingrediente esssencial do ungüento que as feiticeiras passavam no corpo antes de suas mágicas participações nos festins chamados Sabás.

Por isso, muitos pesquisadores e mestres ocultistas afirmam que as excentricidades dos daqueles Sabás, desde a locomoção ao locais onde seriam realizados, voando com ou sem vassouras, às práticas sexuais promíscuas, as relações íntimas com seres fantásticos que depois eram descritos como sendo demônios ou o próprio diabo, eram, em grande parte, apenas alucinações provocadas pelos efeitos da Datura.

On Witchcraft [La Démonomanie des Sorciers] — livro de 1580, Jean Bodin escreveu: Preparando-se para ir ao Sabá, a bruxa ou bruxo deitava-se em sua cama completamente despido (a) e untava o corpo com o famoso “ungüento das feiticeiras”… (RIGHT, 1865)

(Giambattista della) Porta  (italiano -? 1535-1615)… dá, em sua Magia Natural, a pretensa receita do unguento das feiticeiras, por meio do qual se fazem transportar ao Sabbat. Ele o compõe com gordura de criança, de acônito fervido em folhas de álamos e algumas outras drogas… Pensamos que as composições opiáceas, a medula de cânhamo verde, a datura stramonium, o loureiro-amêndoa entrariam com não menos sucesso em semelhantes composições. (LEVI, 1983 – p 340)

Torna-se muito claro que o uso da Datura para produzir estados alterados de consciência perceptiva não é exclusividade do xamanismo meso-americano pré-hispânico.

A forma de Don Juan utiizar a Datura, no entanto requer, nada menos que um período de um ano de preparações, começando pela exigência de que os exemplares da planta, macho e fêmea, sejam cultivados pelo próprio usuário ou seu mestre. No caso de Castaneda, em sua primeira experiência com a Datura a planta utilizada era, supostamente, pertencente a Don Juan.

O xamã explica que todas as partes da Datura são utilizadas e cada uma delas tem poderes ou virtudes/venenos – princípios ativos – que destinados a produzir diferentes efeitos. Essas partes são: raiz, caule e folhas, flores (extremamente perigosas, mortais) e sementes.

A erva-do-diabo tem quatro cabeças; a raiz, a haste e as folhas, as flores e as sementes. Cada qual é diferente, e quem a tornar sua aliada tem de aprender a respeito delas nessa ordem.

A cabeça mais importante está nas raízes. O poder da erva-do-diabo é conquistado por meio de suas raízes. A  haste e as folhas são a cabeça que cura as moléstias; usada direito, essa cabeça é uma dádiva para a humanidade. A terceira cabeça fica nas flores e é usada para tornar as pessoas malucas ou para fazê-las obedientes, ou para matá-las.

O homem que tem a erva por aliada nunca absorve as flores, nem meio a haste e as folhas, a não ser no caso de ele mesmo estar doente; mas as raízes e as sementes são sempre absorvidas; especialmente as sementes, que são a quarta cabeça da erva-do-diabo e a mais poderosa das quatro. (CASTANEDA, 1967 – p 28)

Para colher as partes das plantas Don Juan observa uma sequência quase ritual de manuseio da Datura. Para extrair um bom pedaço das raizes, dos exemplares macho e fêmea, ele escava em torno do exemplar com extremo cuidado, com as próprias mãos, para não “ferir” a “entidade”.

Para facilitar o trabalho utiliza unicamente galhos de uma determinada árvore, a palo verde (Parkinsonia aculeata) porque …a erva-do-diabo tem muito poucos amigos, e o palo verde nessa região é a única árvore que se dá com ela… (Idem, p 29).

Ligia Cabus

Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-erva-do-diabo/

Anatole France

Jacques Anatole François Thibault adotou o pseudônimo de Anatole France porque seu pai, um livreiro em Paris, chamava sua loja de “Librarie de France”. Desde muito jovem, Anatole foi um leitor insaciável. Sua primeira coleção de poemas, “Poemas Dourados”, foi publicada em 1873.

Por 20 anos France ocupou diversos cargos, mas sempre com tempo para seus escritos, especialmente durante o período em que trabalhou como bibliotecário no Senado, de 1876 a 1890. Sua obra literária é vasta, embora seja conhecido principalmente como romancista e contista.

Em 1875 France escreveu uma série de artigos de critica literária para o jornal “Le Temps”. Começou sua coluna semanal no ano seguinte. Esses textos foram publicados de 1889 a 1892 em quatro volumes, como “Vie Literarie”.

Influenciado pelo racionalismo radical de inspiração humanista, France condenava as formas de dogmatismo e especulação filosófica. Seu estilo apresenta um tom de ceticismo urbano e hedonismo. Essa visão da vida aparece explicitamente em “O Jardim de Epicuro” (1895). Seu primeiro grande sucesso foi “O crime de Silvestre Bonnard” (1881), premiado pela Academia Francesa, da qual France tornou-se membro em 1896.

France se casou com Valérie Guérin de Sauville em 1877. A união terminou em divórcio em 1893, devido a sua ligação com Mme Arman de Caillavet (Leontine Lippmann), o grande amor de sua vida e promotora dos seus livros através de suas amplas relações sociais.

Em 1888 France publicou “O livro do meu amigo” um tipo de romance autobiográfico, que continua com “Pierre Nozière” (1899), “Le Petit Pierre” (1918) e “La Vie en Fleur” (1922).

France foi de encontro ao naturalismo de Zola. O período da transição do paganismo ao cristianismo era um de seus temas favoritos. Em 1889 lançou “Baltasar” e, no ano seguinte, “Thais”, a história da conversão de uma cortesã de Alexandria durante o início da era cristã.

Em 1893 France publicou “A Rotisseria da Rainha Pédauque”, um retrato da vida no século 18. A figura central da novela, Abbé Coignard, reaparece em “As opiniões de Jérôme Coignard” (1893) e na coleção de histórias “O Poço de Santa Clara” (1895). Com “O Lírio Vermelho” (1894), uma história trágica de amor, France retornou a um assunto contemporâneo.

Com o tempo France tornou-se cada vez mais interessado em questões sociais. Apoiou Émile Zola no caso Dreyfus; no dia seguinte à publicação do “J’accuse”, assinou a petição que pedia a revisão do processo. Devolveu sua Legião de Honra quando foi retirada a de Zola. Participou na fundação da Liga dos Direitos do Homem.

Anatole France filiou-se ao Partido Comunista no início dos anos 1920. Foi laureado em 1921 com o Prêmio Nobel de literatura pelo conjunto da obra. No ano seguinte a Igreja católica pôs sua obra no “Índex” por criticar a sociedade e a Igreja. Os trabalhos reunidos de Anatole France foram publicados em 25 volumes entre 1925 e 1935.

Seus trabalhos incluem a biografia “Vida de Joana d?Arc”, “Os Deuses têm Sede”, “A Rebelião dos Anjos”, “A Ilha dos Pingüins”, “O Artista”, “Axis Mundi”, “O Cristo do Mar”; “Marguerite” e “Missa dos Mortos”, entre outros.

Frases de Anatole France:

A religião prestou ao amor um grande serviço, fazendo dele um pecado.

Duvidemos até mesmo da própria dúvida.

Com que direito os deuses imortais rebaixariam um homem virtuoso ao ponto de o recompensar?

O mal é necessário. Da mesma forma que o bem, tem a sua nascente profunda na natureza, e um não poderia exaurir-se sem o outro.

Em matéria de propriedade, o direito do primeiro ocupante é incerto e pouco seguro. O direito de conquista, pelo contrário, assenta em fundamentos sólidos. Ele é respeitável porque é o único que se faz respeitar.

Definem-nos o milagre: uma derrogação das leis da natureza. Não as conhecemos; como saberíamos que um fato as derroga?

As mulheres e os médicos sabem bem como a mentira é necessária aos homens.

O trabalho convém ao homem, (…) evita que ele olhe para esse outro que é ele e que lhe torna a solidão horrível.

Os homens animados por uma fé comum nada têm feito mais depressa senão exterminar aqueles que pensam de modo diferente, sobretudo quando a diferença é muito pequena.

O que os homens chamam de civilização é o estado atual dos seus costumes e o que chamam de barbárie são os estados anteriores. Os costumes presentes serão chamados bárbaros quando forem costumes passados.

Chamamos perigosos àqueles cujo espírito é diferente do nosso e imorais aos que não têm a nossa moral.

Nada estraga tanto uma confissão como o arrependimento.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/biografias/anatole-france/

A Deusa Mãe

Para entendermos corretamente quem é esta Divindade, temos que voltar até os primeiros povos da Terra.

Quando os povos primitivos identificaram a mulher com a Terra e associaram a existência da Terra a poderes divinos, consideraram que o poder que conspirou para que o Universo fosse criado era feminino. Como só as mulheres têm o poder de dar a vida a outros seres, nossos ancestrais começaram a acreditar que tudo tinha sido gerado por uma Deusa.

Os povos de neolítico e do paleolítico não conheciam Deuses masculinos. O conceito do ato sexual como fator de fecundação inexistia, pois eles acreditavam que as mulheres engravidavam deitadas ao luar, através do poder da Grande Deusa manifestada como a Lua.

Em diversas partes do mundo a Grande Deusa Mãe é associada à Lua, já que existia um poder maior que agia entre a mulher e a Lua.

Todas as religiões primais viam no poder feminino a chave para o Mito da Criação e assim o Universo era identificado como uma Grande Deusa, criadora de tudo aquilo que existia e que existiu. Nada mais lógico para uma sociedade em processo de evolução, pois não é do ventre da mulher que todos nós saímos? O culto a Grande Deusa remonta a Era de Touro. Nesta época o respeito ao feminino e o culto aos mistérios da procriação eram muitos difundidos. Nas culturas primitivas a mulher era tida como a única fonte da vida, tanto que os lugares onde ocorriam os partos eram considerados sagrados e foram nestes lugares que surgiram diversos templos de veneração à Deusa.

Com o avanço da agricultura, a importância do sólo passou a ser primordial e a Grande Mãe Terra(a Deusa) se tornou o centro de culto das tribos primitvas. As mulheres eram consideradas responsáveis pela fartura das colheitas, pois eram elas que conheciam os mistérios da criação.

As várias estatuetas femininas como as Vênus de Willendorf, de Menton e Lespugne, representam a sacralidade feminina e os poderes mágicos e religiosos atribuídos à Deusa nas época do Paleolítico e Neolítico.

Ela esteve presente em todas as partes do mundo sob diversos nomes e aspectos: Kali na India, Ishtar na Mesopotâmia, Pallas na Grécia, Sekhmet no Egito, Bellona em Roma e assim sucessivamente. As Grandes Deusas da Antiguidade exerciam o domínio tanto sobre o amor como sobre a guerra.

O símboloda Grande Deusa é o caldeirão, que representa o mundo que ela criou e carrega em seu ventre. Este objeto é associado à Deusa porque a criaçºao se parece com oque se pode realizar no interior do mesmo. O mundo é uma maravilhosa obra alquímica que a Deusa criou e comanda através das manobras e poções realizadas em seu caldeirão, o lugar onde nasce a vida.

A Deusa é a energia Geradora do Universo, é associada aos poderes noturnos,a Lua, a intuição, aos lado inconsciente , à tudo aquilo que deve ser desvendado, daí o mito da eterna Ísis com o véu que jamais deve ser desvelado.

A Lua jamais morre, mas muda de fase à cada 7 dias, representando os mistérios da eternidade e mutação. Por isso a Deusa é chamada de a “DEUSA TRÍPLICE DO CÍRCULO DO RENASCIMENTO”, pois também muda de face, assim como a Lua, e se mostra aos homens de três diferentes formas como: A VIRGEM, A MÃE e A ANCIÃ. Isso não difícil de se entender, pois dentro de Wicca todos os vários Deuses e as multiplas faces e aspectos da Deusa, nada mais são do que a personificação e atributos da Grande Divindade Universal.

A Grande Deusa desempenha inúmeros papéis e funções e para isso usa nomes e atributos diferentes, oque os seres humanos para simplificar chamaram de Deuses. Para a Bruxaria todos os Deuses Antigos são a Grande Deusa Mãe multipersonificada. Quando você invoca o nome de um determinado Deus, libera um tipo de energia específica que não consegue ser liberada quando se invoca outra Divindade que desempenha papéis e funções diferentes.

Na Tradição o aspecto Jovem da Deusa recebe o nome de RHIANON. ela está associada à adivinhação, aos rios mágicos, à clarividência e aos encantamentos. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Crescente. Sua cor é o brancoe por isso rece o título de ALBEDO(Senhora da Alvorada). Rhianon é a caçadora, segura em suas mãos a trompa de vaca ou touro em forma de meia lua. É a deusa da fartura e é ela a quem devemos reverenciar quando queremos garantir êxito no trabalho. Seus poderes são os da compaixão, sabedoria e compreensão.

O aspecto de Mãe recebe o nome de BRIGIT, a antiga Deusa Celta do fogo.Ela esta associada a fertilidade, sexualidade e ao parto. Seus rituais e invocações são realizados na Lua Cheia. Sua cor é o vermelho e por isso recebe o título de RUBEDO(Senhora do entardecer ou do rubi). Brigit é a mãe que o possui no ventre o poder de dar a luz uma nova vida. É a rainha da colheita, a mãe do milho e derrama sua abundância por toda a terra. Segura em suas mãos um recipiente com labaredas de fogo, o qual tem o poder de realizar os desejos daqueles que a cultuam. É a Deusa do amor e seus poderes são os da paixão, agilidade e rapidez.

O aspecto de Anciã recebe o nome de CERIDWEN, a Grande Deusa Mãe que conhece todos os segredos do Universo. Ela está relacionada ao renascimento e a ligação com os outros mundo. Seus rituais de invocação são realizados na Lua Minguante, que é o seu símbolo. Sua cor é o negro e por isso recebe o título de NIGREDO(Senhora da noite). Ceridwen é a mãe que conserva todos os poderes da sabedoria e conhecimento. É ao mesmo tempo Deusa parteira e dos mortos, pois o poder que leva as almas para a morte e o mesmo que traz a vida. Do seu ventre parte toda a vida e da vida provém a morte. Segura em suas mãos um caldeirão e das misturas feitas em seu interior ela comanda a sincronicidade de todo o Universo e intervém nos assuntos humanos para auxiliar seus seguidores. Devido ao aspecto de velha é esta a personificação que representa o conhecimento de todos os mistérios que só a experiência pode proporcionar. É a Deusa da sabedoria do bem e do mal. É ela a quem devemos recorrer e reverenciar nos momentos de dificuldades e anulação de qualquer tipo de malefício. Ela é a Deusa da paz e do caos. Da harmonia e da desarmonia. Ceridwen já passou pela jovialidade de Rhianon, pela maturidade e entusiasmo de Brigit.Acumulou toda a experiência, que só o tempo pode proporcionar, e distribui a sabedoria por todo o mundo.

A Deusa já foi reverenciada em todas as partes do mundo sobre diferentes nomes e aspectos. Seu nome varia, mas sempre foi venerada como o princípio feminino eterno e estático que está presente em tudo e incluso no nada. Ela é o poder do feminino que dá vida ao mundoe fertiliza a terra.

A Deusa não está ligada somente às manifestaçõesda terra, pois ela representa as forças celestes. Ela é a dona do céu noturno , guardiã dos sentimentos, do interior da alma humana e do destino do homem. Ela é uma presençacontínua que está além do tempo e do espaço.

Por Maria Cristina

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-deusa-mae/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-deusa-mae/

Abramelin vs. os Grimórios: A Magia Sagrada substituirá todos os outros sistemas?

 Aaron Leitch

“Todos os livros que tratam de caracteres, figuras extravagantes, círculos, convocações, conjurações, invocações, e outros assuntos semelhantes, mesmo que qualquer pessoa possa ver algum efeito por meio deles, devem ser rejeitados, sendo obras repletas de invenções diabólicas; e vós deveis saber que o demônio faz uso de uma infinidade de métodos para prender e enganar a humanidade. Isto eu mesmo provei, porque quando operei com a verdadeira sabedoria, todos os outros encantamentos que eu havia aprendido cessaram, e eu não podia mais operar com eles…” [Livro a Sagrada Magia de Abramelin o Mago, Livro II, Capítulo 4: “Que o maior número de livros de magia são falsos e vãos”].

A citação acima do Livro de Abramelin levou alguns estudantes a questionar como a Operação se relaciona com outros sistemas de magia, especialmente os grimórios salomônicos. Não pode haver dúvidas de que Abraão, o judeu, está repudiando esses mesmos grimórios em sua diatribe acima – o que com todos os seus personagens e círculos e conjugações. É claro que, como indiquei em meu último blog, não é raro que um grimório se declare imaculado enquanto decodifica todos os outros textos (em grande parte similares) como falsos e diabólicos. Entretanto, o que torna a declaração de Abraão acima única é que ele afirma que a Magia Verdadeira e Sagrada fará com que todos esses outros sistemas deixem de funcionar para você. Isso é verdade?

Na maioria dos casos em que Abraão acrescentou seu próprio comentário à Operação de Abramelin, eu achei necessário levar sua opinião com cautela. As realidades de trabalhar com seu Sagrado Anjo Guardião (SAG) não são muitas vezes tão negras e brancas (ou dualistas) como ele gostaria que fossem. O mesmo é verdade neste caso: a relação entre Abramelin e seu outro trabalho mágico é um pouco mais complexa do que a simples dispensa proferida na citação acima.

Antes de executar (a Operação de) Abramelin, eu havia passado muitos anos aprendendo magia por conta própria. Eu havia passado pelas lições (do livro Modern Magick) de Don(ald Michael) Kraig (eram apenas onze na época) e devorei cada pedaço de material da Golden Dawn em que pude deitar minhas mãos, sem mencionar minha experiência no Neopaganismo/Wicca. Eu tinha, até aquele momento, construído meu próprio sistema pessoal de ocultismo que funcionava muito bem para mim. Então empreendi Abramelin e, com certeza, esse sistema pessoal deixou de ter qualquer relevância para mim. Agora ele está consagrado em meus antigos livros de sombra, reunindo poeira em uma prateleira.

Entretanto, foi depois de Abramelin, e sob a tutela de meu Sagrado Anjo Guardião, que fui levado a estudar outros sistemas. Mais do que qualquer outra coisa, fui levado ao Gnosticismo, ao Xamanismo e a algumas partes do Budismo – tudo o que me foi dito representa (em partes) a verdadeira religião da humanidade. Foi também durante este período que finalmente compreendi os grimórios e os coloquei em uso – novamente com a ajuda de meu SAG. No final, acredito que Abraão estava indo longe demais ao fazer uma declaração tão genérica. Talvez tudo mais tenha parado de trabalhar para ele, mas fui ativamente levado a outros sistemas e áreas de estudo.

No que diz respeito a este assunto, os estudantes também trazem muitos conceitos errados sobre Abramelin e os grimórios salomônicos para a mesa. Onde os grimórios são infames para os procedimentos complexos que se deve seguir para estabelecer contato com os anjos e os espíritos, pensa-se que Abramelin seja muito simplificado. Por exemplo, o Livro de Abramelin instrui a pessoa a fazer uma série de talismãs mágicos, que podem ser mostrados aos espíritos a qualquer momento para (sem palavras) ordená-los a realizar uma tarefa específica. Na verdade, chega ao ponto de dizer que os talismãs não são necessários, e você pode dar instruções aos espíritos através de algumas palavras inteligentemente codificadas durante as conversas com outras pessoas:

“Você deve então compreender que uma vez que aquele que opera tem o poder, não é necessário (em todos os casos) usar símbolos escritos, mas pode ser suficiente nomear em voz alta o nome do espírito, e a forma na qual você deseja que ele apareça visivelmente; porque uma vez que eles tenham prestado juramento, isto é suficiente. Estes símbolos, portanto, devem ser feitos para que você os utilize quando estiver na companhia de outras pessoas; também deve tê-los sobre você, para que ao tocá-los ou manuseá-los simplesmente, eles possam representar seu desejo. Imediatamente, aquele a quem o símbolo pertence lhe servirá pontualmente; mas se você desejar algo especial que não esteja de forma alguma ligado ou nomeado no símbolo, será necessário significar o mesmo, pelo menos mostrando seu desejo por duas ou três palavras. E aqui é bom observar que, se você usar de prudência, muitas vezes poderá raciocinar com aquelas pessoas que estão com você de tal forma que os espíritos, tendo sido previamente invocados por você, entenderão o que eles devem fazer”. [Livro da Sagrada Magia de Abramelin, o Mago, Livro II, Capítulo 20: “Como as Operações devem ser realizadas”].

Com base nestas afirmações, muitos assumem que o método de Abramelin de trabalhar com os espíritos é simples em comparação com os textos salomônicos. Parece não haver conjurações ou procedimentos ritualizados – basta mostrar ao espírito o talismã e dizer uma ou duas palavras.

Entretanto, esta não é uma imagem completa de Abramelin, e que leva os estudantes a assumir que é muito mais simples do que realmente é. Muitos parecem perder uma frase chave na citação acima, onde os espíritos devem ter sido “…invocados de antemão por você”. E caso você pense que isso é simplesmente uma referência à sua invocação original desses espíritos durante a própria Operação, vamos ler o próximo parágrafo do livro:

“Mas quando se trata de um assunto grave e importante, você deve se retirar para um lugar secreto à parte… Lá, dê-lhes sua comissão a respeito do que você deseja que eles executem, o que eles executarão então ou nos dias seguintes”.

Aí você a tem. Ao trabalhar com os espíritos de Abramelin, você tem que encontrar um local privado onde realizar um ritual formal de evocação para chamar os espíritos e dizer-lhes o que você deseja. Só então você pode levar o talismã deles para o mundo e exibi-lo quando você quiser que eles ajam. Eles não ficam ao seu redor 24 horas por dia, 7 dias por semana, na chance de você tirar o talismã deles e acená-lo para o ar.

De fato, o Livro de Abramelin tem muito mais em comum com os textos salomônicos do que se vê pela primeira vez. Em ambos os casos, você recebe métodos elaborados para estabelecer o primeiro contato com os espíritos. Depois que esse contato é feito, fazer mais trabalho com os mesmos espíritos torna-se muito mais fácil (ou seja, o ritual elaborado torna-se desnecessário). O que você vê, por exemplo, na Chave de Salomão não é o procedimento que você usa toda vez que quer falar com esses espíritos.

Eles também são semelhantes, pois se concentram quase inteiramente nesse procedimento de primeiro contato, mas dizem ou pouco (como em Abramelin) ou nada (como na maioria dos textos salomônicos) sobre como trabalhar com os espíritos depois. Em ambos os casos, assume-se corretamente que os anjos ou espíritos estarão lhe ensinando esses detalhes. Assim, o trabalho ritual com os espíritos não está ausente em Abramelin, é apenas que Abraão assume que seu SAG lhe ensinará como fazê-lo, e assim não fornece o ritual em si.

No entanto, ele nos dá muitos procedimentos a serem seguidos. (Se você não tem uma cópia de The Holy Guardian Angel (O Sagrado Anjo Guardião) da Nephilim Press, recomendo fortemente que o faça – especialmente para meu ensaio “After Abramelin (Depois de Abramelin)…”) Há um ritual a seguir se você quiser novos espíritos/talismãs de seu Anjo, e um a seguir se você os quiser dos espíritos menores. As instruções são generalizadas, mas seu Anjo preencherá quaisquer lacunas.

Quanto ao meu uso dos grimórios salomônicos, meu Anjo Guardião também desempenha um papel direto nisso. Ela me ensinou muito do que torna os grimórios utilizáveis. Além disso, sempre que executo qualquer trabalho salomônico, começo abrindo meu Altar de Abramelin e invocando meu SAG antes de tudo. Ela é meu espírito intermediário, que não só me dá permissão para realizar qualquer operação mágica, mas também a facilita e a torna possível. Ah, e Abraão à parte, Ela nunca teve problemas com o meu uso de sigilos e caracteres.

E sim, os espíritos listados em Abramelin são os mesmos que os mesmos espíritos listados em outros grimórios. E, não, o processo de contato e trabalho com eles não é essencialmente diferente dos outros grimórios. A diferença é que outros grimórios lhe dão instruções passo a passo, enquanto o Livro de Abramelin deixa os detalhes para o SAG ensinar-lhe, diretamente ou conduzindo-o a fontes de conhecimento já existentes.

Em minha experiência, meu Anjo Guardião nunca tratou meu trabalho com Ela[1] como se ele existisse dentro de algum tipo de vácuo Abramelin. Ela me levou a muitas fontes de sabedoria não-Abrameliniana. Afinal, é a Verdadeira e Sagrada Sabedoria que Ela está ensinando, e que existe espalhada pelas perseguições espirituais da humanidade. Como na maioria dos grimórios, o Livro de Abramelin só se preocupa em fazer você passar pela porta para iniciar uma jornada muito maior.

Tenha uma boa viagem, Aspirante!

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Nota:

[1] Aaron Leitch identifica o seu Sagrado Anjo Guardião (SAG) como sendo feminino, de modo que no original em inglês ele se refere ao SAG pelo pronome inglês “She”, que em português significa “Ela”, como na seguinte frase do texto: “In my experience, my Guardian Angel has never treated my work with Her (Ela) as if it existed within some kind of Abramelin vacuum. She (Ela) has led me to many founts of non-Abramelin wisdom. After all, it is the True and Sacred Wisdom that She (Ela) is teaching, and that exists scattered throughout mankind’s spiritual pursuits. As with most grimoires, the Book of Abramelin is only concerned with getting you through the doorway to begin a much larger journey.”

Tradução: “Em minha experiência, meu Anjo Guardião nunca tratou meu trabalho com Ela como se ele existisse dentro de algum tipo de vácuo Abramelin. Ela me levou a muitas fontes de sabedoria não-Abrameliniana. Afinal, é a Verdadeira e Sagrada Sabedoria que Ela está ensinando, e que existe espalhada pelas perseguições espirituais da humanidade. Como na maioria dos grimórios, o Livro de Abramelin só se preocupa em fazer você passar pela porta para iniciar uma jornada muito maior.”

Não traduzi o SAG (HGA) de Aaron Leitch  como Sagrada Anja Guardiã, devido ao fato de que, no Brasil, o SAG é amplamente conhecido como Sagrado (ou Santo) Anjo Guardião.

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Por Aaron Leitch, autor de vários livros, incluindo Secrets of the Magickal Grimoires (Segredos dos Grimórios Mágicos), The Angelical Language Volume I and Volume II (A Linguagem Angélica Volume I e Volume II), e o Essential Enochian Grimoire (Grimório Enoquiano Essencial).

Fonte: https://www.llewellyn.com/blog/2015/8/abramelin-vs-the-grimoires-will-the-sacred-magic-replace-all-other-systems/

COPYRIGHT (2015) Llewellyn Worldwide, Ltd. All rights reserved.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/abramelin-vs-os-grimorios-a-magia-sagrada-substituira-todos-os-outros-sistemas/

A Dedicação das Crianças

Ritual de bruxaria correspondente ao batismo cristão

“Os cristãos, quando batizam seus filhos, o fazem em geral com a intenção de compromissá-los com o cristianismo, de preferência perpetuamente – e ao próprio ramo particular de cristianismo dos pais. Espera-se via de regra que os filhos endossarão tal compromisso, ratificando-o quando tiverem idade suficiente para aquiescer conscientemente (embora sem maturidade para discernir). Para sermos justos, esses pais – quando não estão meramente acatando uma convenção social – amiúde assim agem porque sinceramente acreditam que isso é essencial para a segurança das almas de seus filhos. Foram ensinados a crer nisso e freqüentemente mediante o medo.

Essa crença segundo a qual existe apenas um tipo de ingresso para o céu e que um bebê precisa recebê-lo com toda a rapidez para sua própria segurança é, evidentemente, estranha a Wicca. A crença de bruxas e bruxos na reencarnação a nega em todos os casos. Mas, independentemente disto, feiticeiras e feiticeiros sustentam o ponto de vista que era virtualmente universal antes da era do monoteísmo patriarcal, a saber, que todas as religiões são diferentes sendas de expressão das mesmas verdades e que a validade delas para qualquer indivíduo depende da natureza e das necessidades deste.

Uma cerimônia Wiccaning para a criança de uma família de bruxos não compromete, portanto, a criança com nenhuma senda em particular, mesmo uma pertencente a Wicca. É similar a um batizado no sentido em que invoca a proteção divina para a criança e ritualmente afirma o amor e o cuidado com os quais a família e os amigos desejam cercar o recém-chegado. Difere de um batizado no fato de especificamente reconhecer que, à medida que a criança se transforma num adulto, decidirá, e realmente terá que decidir, sobre sua própria senda.

Wicca é, acima de tudo, uma RELIGIÃO NATURAL – de modo que pais-bruxos tentarão naturalmente comunicar a seus filhos a alegria e realização que sua religião lhes proporciona, a família toda partilhando inevitavelmente do modo de vida vinculado a essa religião. Partilhar é uma coisa, impor ou ditar é outra, e longe de assegurar a “salvação” de uma criança, pode muito bem retardá-la – isto se, tal como as feiticeiras, você encarar a salvação não como uma espécie de transação instantânea, mas como um desenvolvimento ao longo de muitas existências.

Compomos nosso ritual de Wiccaning dentro desse espírito e achamos que a maioria das bruxas e bruxos concordarão com tal postura.

Sabíamos que a idéia de Ter padrinhos – amigos adultos que manterão um interesse pessoal no desenvolvimento da criança – era uma idéia justificadamente popular e sentimos que uma cerimônia de Wiccaning deveria adotá-la também. A princípio chamamos esses amigos adultos de “Patrocinadores”, a fim de evitar uma confusão com respeito à prática cristã. Mas reconsiderando o assunto posteriormente, percebemos que “patrocinador era uma palavra fria e que não havia motivo algum para que “padrinho” e “madrinha” (desde que god abarcasse goddess/ Padrinho em inglês é GODfather e madrinha GODmother) não servissem a bruxas e bruxos tanto como servem os cristãos. Afinal de contas, consideradas as diferenças de crença (e Deus sabe quanto os cristãos diferem entre si), inclusive a diferença de postura que já mencionamos, a função é a mesma.

Os padrinhos não têm de ser eles mesmos necessariamente bruxos, o que cabe aos pais decidir. Mas precisam, ao menos, simpatizar com a intenção do ritual e tê-lo lido integralmente de antemão, para assegurar que possam fazer as necessárias promessas com toda sinceridade (o mesmo se aplica, afinal, a bruxos e bruxas convidados por amigos cristãos para serem padrinhos num batismo cristão).

Se a Grã Sacerdotisa e/ou o Grão Sacerdote se prestam eles próprios a serem padrinhos, farão as promessas um ao outro nos momentos apropriados, durante o ritual.

Preparação

Se os membros do coven normalmente atuarem despidos, a decisão se assim participarão do ritual ou se farão vestidos caberá aos pais da criança. Num caso ou noutro, a Grã Sacerdotisa usará símbolos da Lua, e o Grã Sacerdote símbolos do Sol.

O círculo é marcado com flores e folhas verdes e o caldeirão colocado no centro, preenchido com as mesmas flores e folhas e talvez também de frutos. Coloca-se à disposição, no altar, óleo de consagração. Somente incenso leve deve ser usado – preferivelmente sob forma de bastão. Os presentes para a criança são postos ao lado do altar, bem como o alimento e as bebidas para uma pequena festa no círculo, depois do ritual.

Os pais devem escolher antecipadamente um “nome oculto” para a criança (isto é, em grade parte, para o próprio benefício da criança; crescendo numa família de bruxos, ele ou ela quase certamente apreciará ter um nome de bruxo ou bruxa particular tal como têm mamãe e papai – e se não for o caso, poderá ser discretamente esquecido até que e a menos que seu detentor queira usá-lo novamente).

O Ritual Para uma Menina

O Ritual de Abertura é realizado normalmente até o fim da invocação do “Grande Deus Cernunnos”, exceto pelo fato de que todos, inclusive os pais e a criança, se colocam no círculo antes do traçado, sentamos num semicírculo próximos do caldeirão e olhando para o altar – cedendo lugar à Grã Sacerdotisa, para que esta trace o círculo em torno deles. Somente a Grã Sacerdotisa e o Grão Sacerdote ficam em pé para conduzir o Ritual de Abertura.

Para reduzir movimento excessivo, que poderia amedrontar a criança, a Grã Sacerdotisa traça o círculo com seu athame, e não com a espada, e ninguém se move com ela, ou imita seus gestos quando ela invoca os Senhores das Atalaias. Ela e o Grão Sacerdote carregam os elementos em torno.

Após a invocação do Grande Cernunnos, a Grã Sacerdotisa e o Grão Sacerdote consagram o vinho. Não o experimental, mas colocam o cálice no altar.

O Grão Sacerdote, em seguida, posta-se diante do altar, encarando o caldeirão. A Grã Sacerdotisa fica pronta para entregar-lhe o óleo, o vinho e a água.

O Grão Sacerdote diz:

“Estamos reunidos neste círculo para pedir a benção do poderoso deus e da gentil deusa para ______________ (nome da menina), a filha de ______________ e ______________, de modo que ela possa crescer em beleza e força, em alegria e sabedoria. há muitas sendas, e cada um tem de encontrar a sua, e portando não buscamos ligar ______________ (nome da menina) à nenhuma senda, enquanto ela é ainda demasiadamente jovem para escolher.
Preferimos pedir ao deus e a deusa, que conhecem todas as senda e aos quais todas as senda conduzem, para abençoá-la, protegê-la e prepará-la ao longo dos anos de sua infância, de sorte que, quando finalmente for verdadeiramente adulta, saiba ela sem alimentar dúvidas ou medo qual sua senda e passe a trilhá-la com contentamento.

______________, mãe de ______________ (nome da menina), adianta-se com ela para que possa ser abençoada.”

O pai ajuda a mãe a se levantar e ambos levam a criança ao Grão Sacerdote, que a toma em seus braços. ele pergunta:

______________ , mãe de ______________ (nome da menina),possui esta tua criança também um nome oculto?

A mãe responde:

Seu nome oculto é ______________

O Grão Sacerdote, então, unta a criança na testa com óleo, fazendo a marca de um pentagrama e dizendo:

Eu unto a ti, ______________ (dizer o nome comum), com óleo e te dou o nome oculto de ______________.

Ele repete a ação com o vinho, dizendo:

Eu unto a ti, ______________ (dizer nome oculto), com vinho em nome do poderoso deus cernunnos.

Repete a ação com a água dizendo:

Eu unto a ti, ______________ (dizer nome oculto), com água em nome da gentil deusa aradia.

O grão sacerdote devolve a criança à sua mãe e, então conduz os pais e a criança a cada uma das atalaias, dizendo:

Vós senhores das atalaias leste (sul, oeste, norte), com efeito apresentamos a vós ______________ (nome comum), cujo nome oculto é ______________ (dizer nome oculto) e que foi devidamente ungida dentro do círculo de wicca. escutai, portanto, que ela se acha sob a proteção de cernunnos e aradia.

O Grão Sacerdote e a Grã Sacerdotisa tomam seus lugares voltados para o altar, com os pais e a criança entre eles. erguem seus braços e invocam cada um por sua vez:

Grão Sacerdote: poderoso Cernunnos, concede a esta criança o dom da força;

Grã Sacerdotisa: gentil Aradia, concede a esta criança o dom da beleza;

Grão Sacerdote: poderoso Cernunnos, concede a esta criança o dom da sabedoria;

Grã Sacerdotisa: gentil Aradia, concede a esta criança o dom do amor;

O Grão Sacerdote, a Grã Sacerdotisa e os pais se voltam para encarar o centro do círculo, e o grão sacerdote então pergunta:

Há duas pessoas no círculo que se apresentariam como padrinhos de ______________ ?

(obs.: se o sacerdote e a sacerdotisa estão se apresentando como padrinhos, ele perguntará, em lugar disso: há alguém no círculo que se apresentará comigo, como padrinhos de______________? e a sacerdotisa responderá: eu me juntarei a vós. em seguida eles olharão um para o outro e trocarão as perguntas e promessas).

Os padrinhos deverão se adiantar e ficar de pé, a madrinha encarando o sacerdote e o padrinho encarando a sacerdotisa.

O sacerdote pergunta para a madrinha:

Tu, ______________ prometes ser uma amiga de ______________ ao longo de sua infância, no sentido de ajudá-la e guiá-la da maneira que ela necessitar; e de acordo com seus pais por ela zelar e amá-la como se fosse de teu próprio sangue até que pela graça de cernunnos e aradia ela esteja pronta para escolher sua própria senda?

A madrinha responde:

Eu, ______________ assim prometo.

A Grã Sacerdotisa pergunta ao padrinho:

Tu, ______________ prometes ser uma amiga de ______________ ao longo de sua infância, no sentido de ajudá-la e guiá-la da maneira que ela necessitar; e de acordo com seus pais por ela zelar e amá-la como se fosse de teu próprio sangue até que pela graça de cernunnos e aradia ela esteja pronta para escolher sua própria senda?

O padrinho responde:

Eu, ______________ assim prometo.

O Grão Sacerdote diz:

O deus e a deusa a abençoaram;
Os senhores das atalaias a reconheceram;
Nós seus amigos lhe demos as boas vinda;
Portanto, ó círculo das estrelas;
Brilha em paz sobre ______________
Cujo nome oculto é ______________
Que assim seja.

Todos dizem: que assim seja!

O Grão Sacerdote diz:

Que todos se sentem dentro do círculo

Todos se sentam, exceto o sacerdote e a sacerdotisa, que experimentam e passam por todos o vinha já consagrado da maneira usual e então consagram e passam a todos os bolos da maneira usual.

A seguir, buscam os presentes, o alimento e as bebidas da festa e se sentam com os outros, daqui em diante passando-se para o informal.

O Ritual Para um Menino

A diferença básica caso a criança seja um menino é que o Grão Sacerdote e a Grã Sacerdotisa trocam suas funções. Ela realiza o enunciado de abertura e executa a unção, o Grão Sacerdote lhe entrega o óleo, o vinho e a água. Ela representa a criança às Atalaias.

A invocação a Deusa e ao deus por seus dons de força, beleza, sabedoria e amor, entretanto, é feita exatamente como a feita para a menina, e na mesma ordem.

A Grã Sacerdotisa convoca os padrinhos para que se apresentem e toma a promessa do padrinho; o Sacerdote toma então a promessa da madrinha.

A Grã Sacerdotisa pronuncia a bênção final.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-dedicacao-das-criancas/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-dedicacao-das-criancas/

As raízes judaicas da Magia Sexual

Excerto de “Modern Sex Magick” de Donald Michael Kraig

Para aqueles que não estão familiarizados, a história da magia sexual começa com os Cavaleiros Templários. Fundado em 1118 EC, o propósito declarado dos Templários era proteger os peregrinos que iam para o Oriente Médio durante a Segunda Cruzada. A história dos Templários é bastante fascinante, mas para nossos propósitos basta dizer que eles foram suprimidos em 1312 por autoridades religiosas e temporais que tinham inveja de seu poder e riqueza. Vários dos seus membros foram presos ou mortos. Seu líder, Jacques DeMolay, foi queimado vivo. Os Templários, como outros acusados ​​de heresia, feitiçaria e prática de magia, foram acusados ​​de uma litania de crimes. Essas acusações provavelmente foram apenas um ardil perpetuado pela igreja e pelo estado para obter a imensa riqueza e amplas propriedades que os Templários possuíam. A história aceita é que os templários aprenderam magia sexual com os sufis do Oriente Médio, que a aprenderam com os tântricos da Índia. Os alquimistas medievais receberam esta informação dos Templários e a codificaram em alguns ensinamentos em suas obras. Eventualmente, Aleister Crowley, que aprendeu sobre magia sexual em suas viagens à Índia e à África, começou a experimentar tanto as técnicas tradicionais quanto as suas próprias técnicas recém-criadas.

Enquanto isso, um homem chamado Pascal Beverly Randolph havia descoberto os segredos da magia sexual ou inventado algumas novas técnicas também. Nascido em 1815, era filho de um médico e de uma dançarina de salão. Tornou-se grumete e aprendeu o ofício de marinheiro, tornando-se em seguida mestre de embarcação. Ser marinheiro permitiu-lhe viajar muito. Aos vinte e cinco anos, foi iniciado na Irmandade Hermética de Luxor. Em 1868 (depois de várias viagens à França), fundou a Irmandade de Eulis, que acabou tendo muitos seguidores. Ele publicou um livro (Magia Sexual) que postulava um tipo de bissexualidade espiritual junto com a ideia de que o orgasmo era mágico e sagrado. Randolph influenciou as pessoas que recriaram os Cavaleiros Templários na forma da Ordo Templi Orientis (OTO). Crowley se juntou a esta Ordem e, eventualmente, após uma batalha divisória, tornou-se seu chefe. Hoje, assim como a maioria dos ensinamentos sobre magia cerimonial foi filtrada pelas lentes dos membros da Golden Dawn, também a maioria dos ensinamentos sobre magia sexual foi filtrada através da lente de Aleister Crowley e da OTO.

A história acima é precisa, mas representa apenas uma parte da corrente. É uma versão um tanto quanto limitada da história da magia sexual ocidental – uma visão de túnel que ignora a realidade mais ampla e falha em duas áreas:  Primeiro, não identifica onde e como a magia sexual se desenvolveu originalmente. Em segundo lugar, implica que a magia sexual permaneceu relativamente inalterada ao longo do tempo (especialmente no último século) e simplesmente transportada para o presente. De fato, há ampla evidência de que a magia sexual tem uma história muito mais ampla do que é comumente reconhecida. Para entender essa história mais profunda, no entanto, devemos primeiro examinar a natureza da Cabala.

Nos últimos anos, tive a sorte de dar palestras em todos os EUA, da Flórida a São Francisco e de San Diego a Nova York. Uma das coisas que faço agora perto do início de cada palestra, não importa o assunto, é escrever as seguintes letras no quadro-negro: T F Y Q A

As letras representam as palavras em inglês para “Pense por si mesmo. Questione a autoridade”. Continuo explicando que simplesmente porque eu ou qualquer outra “autoridade” ou autor escreve ou diz algo não o torna verdadeiro. Eu sempre peço aos meus alunos que ouçam o que eu tenho a dizer, mas depois que verifiquem. Encorajo as pessoas a confiar em si mesmas em vez de acreditar em um líder ou professor, mesmo quando esse professor seja eu.

Muitos de vocês, sem dúvida, estão familiarizados com a Cabala. São os fundamentos místicos do judaísmo, do cristianismo e até, até certo ponto, do islamismo. Aqueles de vocês familiarizados com a Cabala usada em grupos ocultistas conhecem suas teorias sobre a Árvore da Vida com suas correspondências, bem como os sistemas numerológicos como a gematria. Na minha biblioteca, tenho bem mais de 1.000 livros especificamente relacionados à Cabala ou associados a ela. A maioria deles são semelhantes em conteúdo, simplesmente expressando as mesmas coisas de maneiras diferentes. Todos eles alegam explicar as bases do que é a “A” Kabalah.

Todos eles estão errados.

Para aqueles de vocês que foram estudantes da Cabala, eu lhes peço que reflitam sobre estas questões: Não é possível que a Cabala seja muito mais do que gematria, notarikon, temurah e a Árvore da Vida e suas correspondências? Se sim, então por que tão pouco se sabe de outros aspectos da Cabala? Para responder isso temos que olhar um pouco de história.

Nos anos 1700, um grupo de judeus ortodoxos e piedosos se formou na Europa Oriental. A palavra para “piedoso” em hebraico é Hasid (pronuncia-se: “RASSID”). Assim, essas pessoas ficaram conhecidas como os “Piedosos” ou os Hasidim.

Anteriormente, o judaísmo místico incluía muitas maneiras de desenvolver poder sobre o ambiente: o que hoje chamaríamos de magia. Mas os hassidim não queriam nada disso. Eles buscavam a exaltação espiritual, não a capacidade de mudar o mundo. Eles queriam aumentar o poder de suas orações, não o poder sobre as coisas ao seu redor. Como resultado, eles se concentraram nos aspectos mentais da Cabala, incluindo correspondências sobre a Árvore da Vida, meditação sobre como Deus criou o mundo e as manipulações de letras e números, uma versão moderna (para a época) de formas místicas mais antigas do que é chamado de “magia das letras”.

Como essa informação era mística, era inevitável que ela chegasse ao mundo oculto local (alemão), onde se tornou parte da tradição maçônica daquele país. Esses ensinamentos foram posteriormente traduzidos para as línguas românicas e acabaram se tornando, para muitas pessoas, os ensinamentos centrais da Cabala.

Mesmo depois dessa história, muitas pessoas vão duvidar do que estou dizendo sobre a Cabala. Peço-lhe, então, que olhe para o único trabalho publicado que é aceito como talvez o texto cabalístico mais importante – o Zohar. Há muito pouco lá sobre tal numerologia. O mesmo ocorre no pequeno mas importante livro cabalístico primitivo, o Sepher Yetzirah.

Para resumir, a versão da Cabala que é mais amplamente aceita entre os ocultistas hoje é basicamente nada mais do que parte dos ensinamentos místicos dos hassidim alemães. Isso não torna tais estudos de forma alguma “ruins” ou “errados” ou mesmo incompletos. Em vez disso, simplesmente indica que tais estudos são apenas uma abordagem em um tipo ou escola da Cabala,  e não na coisa toda.

Quando comecei a estudar a Cabala, ou melhor, o que é comumente conhecido entre os ocultistas ocidentais por esse nome, eu era como um cachorro faminto na loja de um açougueiro de bom coração. Eu queria provar e experimentar tudo.

Para quem não conhece a gematria, sua ideia básica é simples. Cada letra hebraica está associada a um número. Soma-se os números das letras de uma palavra e, se forem iguais ou tiverem relação com os números de outra palavra, há uma relação entre as duas palavras. Em Magia Moderna dei o famoso exemplo que mostrava como, em hebraico, a enumeração da palavra “amor” era igual ao valor numérico da palavra “unidade” e como, quando suas numerações são somadas, o total é igual a o valor numérico de uma palavra hebraica para “Deus”. É um sistema numerológico simples que, neste caso, indica que Deus é uma unidade e que Deus é amor.

Muitas noites eu ficava acordado até as primeiras horas da manhã seguinte me debruçando sobre cálculos para tentar provar alguma coisa. Analisei meu nome mágico de três letras escolhido em um papel que tinha várias páginas. Da mesma forma, tenho visto pessoas analisando seções das obras de Aleister Crowley, rituais da famosa Ordem Hermética da Golden Dawn, seções da Bíblia, etc., por mais páginas do que gostaria de lembrar.

Mas um dia percebi que faltava algo. Fiquei com a pergunta atormentadora que Peggy Lee fez em sua música: “Isso é tudo o que existe?” Depois de anos de manipulação numerológica cabalística, cheguei à conclusão de que – para mim, pelo menos – uma exploração mais aprofundada já não provava nada de importante. Percebi que havia se tornado uma estrada falsa, como um falso vidente que parece dar muitas informações, mas na verdade fala pouco.

Claro, eu poderia passar horas provando que as palavras estavam relacionadas. Esse tipo de trabalho ainda é feito hoje (veja, por exemplo, os livros de Kenneth Grant) e pode ser de grande valia para pessoas que sentem que precisam desse tipo de prova. Para eles, esse trabalho é importante e valioso. Eu também precisei disso no passado e recebi isto muitas recompensas e insights espirituais.

Mas para mim, os ensinamentos comumente considerados o núcleo da Cabala agora pareciam nada mais do que uma forma de masturbação mental. Para o exemplo de “amor mais unidade é igual a Deus”, eu disse: “E daí? Isso já não é aceito por muitos (inclusive eu)?” Eu já sabia disso. Eu não precisava “provar” isso para mim ou para qualquer outra pessoa. Sei que a Declaração da Independência foi assinada em 1776. Não preciso passar horas tentando provar que esse evento aconteceu. Não preciso ler centenas de livros para saber que esse evento ocorreu em um determinado ano. Fazer tal estudo neste momento da minha vida seria chato e uma perda de tempo. Um dos tipos de pessoas que encontramos no caminho oculto é o “mago de poltrona” que fará alguma magia assim que “acabar com mais um livro” ou “construir mais uma ferramenta mágica”. Ele não consegue nada prático porque nunca faz mágica. Sim, ele ganha conhecimento, o que certamente é um objetivo digno em si. Mas o conhecimento por si só não é o objetivo de um mago praticante. Para todos os efeitos práticos, ele está fazendo o mesmo trabalho que os do místico hassídico do século XVIII. Isso não era o suficiente para mim. Um mágico de poltrona não era alguém que eu queria ser. Esta foi uma grande crise. Eu estava prestes a perder completamente meu interesse pela Cabala – algo que havia me transformado e tinha sido o maior interesse da minha vida por mais de vinte anos. Eu hibernei, fiz leituras de tarô para mim mesmo e meditava. Então, um dia, ficou claro.

Experiência! Era isso que faltava em todas as manipulações numerológicas. Cheguei à conclusão de que pensar em algo não era suficiente para mim. Eu sou ação. E embora muitas das técnicas cabalísticas que usam a numerologia cabalística para fazer talismãs bem-sucedidos, por exemplo, proporcionassem uma gratificação tardia quando o talismã atingia seu objetivo, eu queria algo mais imediato. Eu conhecia apenas uma técnica que forneceu a aventura, ação e experiência que eu desejava: Pathworking cabalístico.

Devido a muitos trabalhos publicados, o termo pathworking perdeu seu significado original. Hoje, pathworking significa qualquer tipo de meditação guiada em que se faz uma viagem mental ou astral visualizada ou algum tipo de viagem. Eu uso a expressão “pathwork cabalístico para representar o significado original da palavra pathworking: andar na Árvore da Vida cabalística enquanto estiver no plano astral. A chave aqui é ser capaz de separar a consciência do corpo e viajar no plano astral. Em outras palavras, esta técnica cabalística requer que você alcance um estado alterado de consciência. Exceto pelos métodos fornecidos em fontes como The Golden Dawn de Regardie e as várias versões dessas instruções que foram publicadas, pouca informação apareceu de um antigo ponto de vista cabalístico. Se o pathworking cabalístico requerer acesso ao plano astral através de um estado alterado de consciência, segue-se que deve haver métodos cabalísticos tradicionais para alcançar tal estado.

Um método que descobri nas obras de Aryeh Kapi era simplesmente colocar a cabeça entre os joelhos. Isso muda o fluxo de sangue para o cérebro, resultando em um estado alterado. No entanto, ao investigar mais, descobri outro método para alcançar um estado alterado, uma técnica que Marsha Schuchard chama de transe sexual. Este método faz parte da teoria cabalística, embora tenha sido ignorado pela maioria dos pesquisadores e praticantes, pois não era uma parte publicada do movimento hassídico alemão. E enquanto esta chave cabalística para o mistério tem estado no subsolo por mais de 2.500 anos, ela vazou ou foi redescoberta de tempos em tempos e formou a base da magia sexual ocidental, em todas as suas formas, como existe hoje. Eu precisava daquilo.

Se você ler a Bíblia como um tipo de história, verá que os profetas de todas as gerações criticaram os hebreus por não adorarem os deuses e deusas de outras culturas. A implicação disso é que os hebreus não eram monoteístas desde a época de Abraão, mas eram tão politeístas quanto suas culturas vizinhas. De fato, em The Hebrew Goddess, o respeitado antropólogo Raphael Patai mostra que os hebreus adoravam uma deusa tanto em suas casas quanto no templo sagrado em Jerusalém até a destruição do segundo templo em 70 EC, você encontrará frequentemente nos artigos sobre as práticas religiosas dos primeiros hebreus, práticas que incluíam a adoração tanto de um Deus quanto de uma Deusa.

Na maioria dos templos judaicos de hoje, o local onde reside a Torá – os primeiros cinco livros da Bíblia em forma de pergaminho – está localizado em uma plataforma elevada. Essa plataforma geralmente tem a forma de um tipo de palco onde o Rabino (o líder das orações) e o Cantor (o líder dos cantos ) também têm suas posições rituais. Esta área é conhecida como bimah (pronuncia-se: bee-mah). A palavra “bimah” significa uma plataforma ou palco. No entanto, a origem da palavra é bamah (bah-mah) que se refere à ideia de um “lugar alto”. No Oriente Médio, uma área elevada era comumente onde várias divindades, não apenas o Deus judeu, eram adoradas. Outros resquícios de tempos pagãos anteriores – incluindo a adoração da Lua como uma forma da Deusa Lunar Levanah (que agora é o próprio nome da Lua em hebraico) – também são encontrados em várias tradições folclóricas judaicas.

As primeiras formas de paganismo tinham vários propósitos, talvez o mais importante fosse a fertilidade. Os primeiros pagãos praticavam ritos para garantir a fertilidade das colheitas, rebanhos e pessoas. Freqüentemente, esses ritos incluíam comportamento sexual. Por exemplo, em algumas culturas, os pagãos teriam ritualizado a relação sexual em cima de colheitas recém-plantadas. Acreditava-se que a energia levantada durante seu rito, através da imitação de sua magia sexual elementar, ajudaria as plantações a crescer.

Existe alguma evidência de que os primeiros hebreus, como seus vizinhos politeístas, tinham ritos e mistérios sexuais? A resposta é sim. Na verdade, alguns desses ritos têm até versões modernas.

Um exemplo é a prática da circuncisão. Antes que essa prática fosse fixada no judaísmo para oito dias após o nascimento de um menino, provavelmente fazia parte dos ritos da puberdade. Em outras palavras, era realizada quando um menino atingia a maioridade como sinal de maturidade sexual. Os ritos de puberdade para meninos e meninas são comuns nas culturas pagãs. Em algumas culturas, os ritos de circuncisão masculina na puberdade ainda são praticados como parte dos “Mistérios Masculinos”. No judaísmo, os meninos ainda têm um tipo de tal rito (embora sem a circuncisão) quando passam pelo ritual de entrada na idade adulta conhecido como Bar Mitzvah. Mais recentemente, as meninas foram adicionadas a essa tradição quando passam por um Bat Mitzvah semelhante.

Na Torá, a circuncisão é um sinal de um pacto entre Deus e os judeus. Nisto se insinua a ligação entre sexualidade e espiritualidade. Outras vezes, você lerá sobre situações em que colocar a mão na “coxa” é sinal de acordo, geralmente entre um humano e o Divino. “Coxa” é um eufemismo para “pênis” (assim como a Bíblia usa o verbo “conhecer” para significar “coito”). Essa ideia foi adotada ou emprestada de outras culturas onde um homem juraria colocando a mão sobre os testículos do outro. De fato, nossa palavra “testemunhar” (derivada, é claro, da palavra “testes”) vem dessa prática.

Há mais evidências de ritos sexuais no antigo judaísmo. O livro de Raphael Patai, “The Hebrew Goddess “, mostra claramente que não havia apenas um forte componente sexual no misticismo judaico mais antigo, mas que era algo muito importante.

Desde a realização do filme Caçadores da Arca Perdida, muitas pessoas se familiarizaram com a forma da Arca da Aliança. Em cima dela estavam dois Querubins. De acordo com Patai, há uma tradição talmúdica de que “… enquanto Israel cumpriu a vontade de Deus, os rostos dos querubins estavam voltados um para o outro: no entanto, quando Israel pecou, ​​eles viraram os rostos um do outro. ” O que isso pode significar?

A Arca da Aliança foi mantida no “Santo dos Santos”, a parte mais privada e sagrada do templo em Jerusalém. Já o famoso historiador primitivo dos judeus, Flávio Josefo (37 D.C.–100 D.C.), escreveu que não havia nada no Santo dos Santos. Por quê? É bem aceito que ele queria representar o judaísmo como “anti-icônico”, uma religião livre da adoração de ídolos ou ícones. Mas haveria algo mais? Algo que Josefo poderia até ter vergonha de mencionar?

A resposta vem de um historiador ainda mais antigo, Filo (30 A.C-45 D.C ). Ele escreveu que na parte mais interna do templo, na parte mais sagrada do local judaico mais sagrado, havia as estátuas dos Querubins. E esses Querubins estavam “entrelaçados como marido e mulher”. Ou seja, eles foram mostrados tendo relações sexuais.

Isso foi verificado mais tarde pelo relato de um talmudista conhecido como Rabi Qetina, que afirmou que nos dias santos, quando as pessoas iam em peregrinação para ir ao templo, os sacerdotes realmente mostravam os Querubins a eles e diziam: “Vejam! o amor diante de Deus é como o amor do homem e da mulher”. Várias centenas de anos depois, o famoso Rashi escreveu: “Os Querubins estavam unidos, agarrados e abraçados, como um macho que abraça uma fêmea”.
Em outras palavras, o segredo final do Santo dos Santos não era que ele continha a Arca da Aliança, a Torá ou as tábuas dos Dez Mandamentos. Em vez disso, era a natureza espiritual do sexo. A tradição talmúdica mencionada anteriormente implicaria que os querubins estariam envolvidos em relações sexuais constantes enquanto Israel cumprisse a vontade de Deus, mas eles se separariam de seu abraço se Israel pecasse. Além disso, acreditava-se que Deus “falava” entre os Querubins.

Lembre-se, de acordo com a Torá e a Cabala, Deus cria através da fala: “E o Senhor disse: “Haja luz.” E eis que havia luz.” Esta, então, é a revelação do segredo cabalístico da magia sexual: profecia, adivinhação e invocação que podem resultar do sexo espiritualizado.  De fontes talmúdicas também sabemos que um dos maiores feriados para os antigos judeus ocorreu cerca de duas semanas após o Ano Novo Hebraico. Os peregrinos vinham ao templo em Jerusalém de todas as partes para este feriado que era considerado uma festa alegre. No entanto, ao final dos sete dias desta festa, que era celebrada tanto por homens como por mulheres, as festividades se tornariam tão intensas que homens e mulheres se misturariam e cometeriam atos que eufemisticamente chamavam de “vertigem”. Em termos modernos, a multidão corria sexualmente desenfreada. Este comportamento terminou algo entre cerca de 100 AEC. e 70 d.C.

Outra fonte que indica que o judaísmo primitivo tinha ritos sexuais é encontrada no livro O Cântico dos Cânticos, de Carlo Suares, que é sua interpretação desse pequeno texto bíblico (conhecido também por seu título mal traduzido, Cantares de Salomão). Na introdução, Suares descreve brevemente o honrado Rabi Akivah (também conhecido como Akiba), que nasceu em 40 D.C e foi executado no ano 135.
D.C. depois de passar muitos anos na prisão por ser um apoiador da guerra judaica contra Roma. Hoje, Rabi Akivah é homenageado por judeus em todo o mundo. Poemas e orações atribuídos a ele são recitados por judeus fiéis. Ainda me lembro da bela e ritmada oração cantada que começa com “Amar Rabi Akivah…” (assim falou Rabi Akiba…). Ele é considerado o pai da versão escrita das leis orais judaicas conhecidas como Mishná. Ele também é considerado por muitos como o pai da Cabala.

Assim como as principais seitas cristãs têm divisões entre si, também houve divisões no judaísmo. No primeiro século EC, o rabino Ismael assumiu uma posição semelhante à de alguns cristãos fundamentalistas modernos de hoje. Ele e seus apoiadores sustentavam que os escritos sagrados judaicos foram escritos em uma linguagem que falava diretamente aos homens e deveriam ser aceitos literalmente. Rabi Akivah discordou e sustentou que as palavras eram apenas a forma da mensagem. O verdadeiro significado da Torá deveria ser encontrado em sua interpretação mística, sua essência interior. Assim, quando uma discussão sobre quais livros deveriam ser considerados parte da Bíblia judaica estava ocorrendo entre os principais Rabinos, a maioria deles queria excluir o aparentemente profano poema de amor que é o Cântico dos Cânticos. Afinal, como poderia um judeu hoje em dia ter frases como “beije-me com os beijos de sua boca” e “seus seios são como dois filhotes” em seu livro sagrado?

Rabi Akivah foi um dos rabinos mais honrados de seu tempo e assim permanece até os dias atuais. Em seu tempo, ele foi mantido em grande respeito e era considerado uma autoridade poderosa no judaísmo. Akivah exerceu sua reputação e autoridade para mudar a atitude dos outros rabinos. “O universo inteiro não vale o dia em que aquele livro… [foi] dado a Israel”, disse ele, “porque todas as escrituras são sagradas, mas o Cântico dos Cânticos é o mais sagrado”.

Quando li pela primeira vez esta citação, fiquei fascinado e intrigado. Não é estranho que um dos rabinos mais importantes da história judaica tenha defendido a canção de amor não apenas como um bom livro, não (como alguns diriam) porque é Deus dizendo como Ele ama Israel (ou vice-versa), mas porque é a “santíssima” de todas as escrituras?

Lembre-se, Akivah é considerado o pai da Cabala. Não poderia a razão para a defesa do livro de Akivah ser que ele retinha o segredo sagrado do judaísmo, o segredo da magia sexual? Este segredo teria então sido passado para seus seguidores e de lá para muitas das escolas da Cabala.

Mesmo o bastante enfadonho e pedante AE Waite, em The Holy Kabbalah, refere-se ao fato de que os judeus místicos consideravam o casamento um sacramento e que praticavam um “ensino em caminhos pouco freqüentados, algo herdado do passado … [dos quais ] há algum vestígio de ensino no Oriente.” Isso aparece na seção do livro de Waite intitulada “O Mistério do Sexo”, e indica que entre os cabalistas havia um ensinamento de magia sexual que era de certa forma semelhante aos ensinamentos sexuais dos taoístas e tântricos. Em uma nota de rodapé ele diz que os magos sexuais cabalísticos:

… tinham um ideal interior, espiritual e divino, no qual eles habitavam, e pelo qual eles parecem ter realizado transmutações abaixo. Isto é, sua magia sexual (que era tanto um ato físico quanto espiritual) e produzia mudanças – magia – no plano físico.

Como nota final para esta seção, eu acrescentaria que entre os judeus devotos de hoje é uma mitsvá (uma palavra que significa tanto um mandamento de Deus quanto uma bênção) fazer sexo com seu cônjuge no sábado. Isso porque Deus é considerado um andrógino Divino e ao fazer sexo, unindo homem e mulher, eles estão simulando Deus. Uma interpretação alternativa é que eles estão imitando Deus em união com sua consorte, a Shekhina (semelhante à noção pagã ocidental do Deus unido à Deusa ou à noção hindu de Shiva unida a Shakti).

A Disseminação da Cabala Após a destruição do Segundo Templo no ano 70 d.C., os judeus foram dispersos por toda a Ásia e Europa. Muitos judeus consideravam isso um castigo de Deus sobre eles por não seguirem as tradições do judaísmo. Especificamente, eles não estavam seguindo as muitas leis judaicas e estavam adorando outros deuses e deusas. Mas os cabalistas alegaram que, ao dispersar os judeus, a sabedoria da Cabala se espalhou por todo o mundo. Deste ponto de vista, a diáspora não era uma maldição para os judeus, mas uma bênção para o resto do mundo. E essa bênção, a Cabala, consistia, pelo menos em parte, nos segredos da magia sexual. À medida que os judeus se moviam pela Europa, formavam pequenas comunidades. Em alguns deles havia escolas de cabalistas. A separação entre as comunidades acrescentou diversidade, e muitos dos ensinamentos cabalísticos, incluindo aqueles relativos à magia sexual, devem ter mudado e evoluído. Mas como os ensinamentos foram além das escolas do judaísmo místico? A resposta, acredito, vem da própria natureza do judaísmo e sua longa tradição de judeus sendo o povo do livro. À medida que a Igreja Católica se fortaleceu, a educação secular (incluindo leitura, escrita e matemática) dos fiéis foi desaprovada e limitada à realeza, aos ricos, escribas da Igreja e certos membros das forças armadas. Mas porque muitos judeus sabiam ler, escrever e sabiam matemática, agiam como mensageiros viajantes ou como cobradores de impostos para os ricos. Com alguns deles veio junto Cabala e a magia sexual.

Eles se comunicavam com outros que viajavam, incluindo os músicos errantes conhecidos por nomes como trovadores, menestreis, bardose os posteriores minicantores e meistersingers que vagavam por partes da Europa ocidental nos séculos XII e XIII d.C.  Não eram apenas homens como como registrado por historiadores do sexo masculino que, durante séculos, subestimaram a importância das mulheres na história, algumas mulheres também atuavam assim.

No século XIII, um livro pouco conhecido chamado Iggeret Ha Kodesh (A Carta Sagrada) foi difundido entre os judeus na Espanha. Foi por muitos anos atribuído ao famoso rabino chamado Nachmanides, mas os estudiosos hoje concordam que o rabino provavelmente não foi o autor. O livro era tão popular que três manuscritos variados deste livro são conhecidos. Foi dito que todos os livros verdadeiramente sagrados podem ser lidos em três níveis: físico, espiritual e místico. No nível físico, este livro parece ser um manual de casamento judaico. Em um nível espiritual, este livro é visto como uma “obra cabalística que descreve o relacionamento de Deus” com os judeus. Mas em um nível místico revela virtualmente todos os mistérios e técnicas de magia sexual que estão em uso até hoje. É minha opinião que os menestréis errantes medievais tinham alguma familiaridade com este livro ou com aqueles que usaram suas técnicas e ajudaram a difundir o conhecimento.

Até então, os casamentos não eram muito conhecidos. As pessoas viveriam juntas e se chamariam de marido e mulher. Eles eram considerados casados ​​mesmo sem um ritual de casamento. Nas Ilhas Britânicas, as regras para proteger as mulheres tornaram-se parte do que era conhecido como “lei comum [principalmente não escrita]”. Assim, após um certo período de tempo de convivência e alegando ser marido e mulher (e aceito como tal pela comunidade), uma mulher seria legalmente reconhecida como esposa de direito comum de um homem. Daquele ponto em diante, ele não poderia simplesmente jogá-la na rua quando estivesse cansado dela. Ela tinha direitos sob as leis do divórcio, embora eles não tivessem passado por uma cerimônia formal de casamento. O direito comum é inda hoje uma das bases do sistema jurídico americano.

Geralmente, na sociedade ocidental, controlada pelos cristãos, eram apenas os ricos e a realeza que se casavam. O objetivo dessa exibição pública era mostrar a todos que apenas os filhos dessa mulher seriam os herdeiros legítimos de um determinado homem. Na verdade, o casamento era mais um contrato legal do que um desejo de se unir por amor. Às vezes, pinturas eram feitas para mostrar a cena do casamento para provar que um casamento havia sido realizado.

Governantes e homens ricos queriam saber que seus filhos, na verdade, eram seus filhos de sangue. Acreditava-se que o sangue tinha qualidades mágicas inatas. Existe até uma crença hoje entre alguns bretões no “Toque do Rei” – que o próprio toque de um rei (que também foi aprovado pelo Deus cristão, ou então como ele poderia ser rei?) poderia curar várias doenças. Para garantir uma linhagem contínua, a monogamia tornou-se a regra para as esposas dos ricos e da realeza. Mesmo assim, há ampla evidência de que tanto as esposas quanto os maridos costumavam fazer sexo fora do casamento.

Eventualmente, a ideia de amor tornou-se um acessório do casamento. Foi uma conseqüência da noção de “amor cortês” que foi difundida pelos bardos viajantes. Eles até tinham regras para o amor cortês, algumas das quais escondiam os segredos da magia sexual. Por exemplo, a regra 30, de acordo com Andreas Capellanus cerca de 1.500 anos atrás, diz: “Um verdadeiro amante é continuamente é ininterruptamente obcecado pela imagem de sua amada”.

Dentro dessas palavras está um segredo de magia sexual que alguns dizem ter sido “descoberto” por A. O. Spare neste século. Como pode ser visto, este aspecto da magia sexual antecedeu Spare em mais de um milênio!

Outro grupo de viajantes eram os comerciantes, artesãos capazes de muitas habilidades valiosas. Eles vieram desde os primeiros tempos (quando cada ofício também estava associado a uma divindade) e continuaram no Renascimento. Na Roma antiga, essas guildas eram conhecidas como collegia (a fonte de nossa palavra “faculdade”). Eles tinham seus próprios edifícios onde eles compartilhariam os segredos de sua guilda. Os membros realizavam festas conhecidas como ágape, provavelmente a fonte das festas ágape cristãs do primeiro século. Para identificar outros membros ou permitir entrada nos limites das casas de guildas, eles tinham sinais de mão, gestos e toques especiais, incluindo beijos especiais e ritualísticos. Dessa forma, eles eram os elos entre as antigas escolas de mistérios e as modernas lojas ocultistas. De fato, os collegia foram influenciados pelos gregos, que, por sua vez, foram influenciados por uma variedade de culturas do Oriente Médio, incluindo os ensinamentos dos egípcios, dos sírios e dos antigos Hebreus.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-sexual/as-raizes-judaicas-da-magia-sexual/

A Crença das Bruxas

Gerald Gardner

Acho difícil dizer exatamente no que crêem as bruxa de nossos dias. Conheço uma que vai à Igreja de vez em quando, embora seja apenas uma conformista ocasional. Acredita firmemente em reencarnação, assim como muitos cristãos. Não sei como ela ou eles reconciliam isso com os ensinamentos da Igreja. Mas, para começar, a crença em muitos paraísos diferentes, cada um com seu deus diferente, não é incomum. O deus do culto é o deus do próximo mundo, da morte e da ressurreição, ou da reencarnação, o consolador, o confortador. Após a vida, você vai alegremente a seu reino para o descanso e o alívio, tornando-se jovem e forte, esperando a época de renascer na terra de novo, e você pede a ele que mande de volta os espíritos de seus mortos queridos para que se regozijem com você em suas festas.

Torna-se claro que elas acreditam em algo desse tipo, por causa do mito da deusa que forma a parte central de um de seus rituais. É um tipo de espiritualismo primitivo.

Bruxas não têm livros de teologia, então para mim é difícil descobrir em que elas realmente acreditam. Com todos os milhares de livros escritos sobre a cristandade, ainda acho difícil definir as crenças cristãs. Transubstanciação, por exemplo. Por outro lado, é fácil fornecer a idéia central ou mito, que em minha opinião pode-se definir como uma história que afeta as ações das pessoas. Estritamente falando, nesse sentido o mito da cristandade está na crucifixão e na ressurreição, e poucos cristãos discordam disso. O mito da bruxaria parece ser a história da deusa aqui citada. Estou proibido de fornecer seu nome, então vou chamá-la G.

G. nunca amou, mas ela resolve todos os mistérios, mesmo o mistério da Morte, e assim ela viajou às terras baixas. Os guardiões dos portais a desafiaram. “Despe teus trajes, tira tuas jóias, pois nada disso podes trazer contigo em nossa terra. “Assim, ela pôs de lado seus trajes e suas jóias e foi amarrada como o eram todos os que entravam nos reinos da Morte, a poderosa.

Tal era a sua beleza que a própria Morte se ajoelhou e beijou seus pés, dizendo: ”Abençoados sejam esses pés que te trouxeram por estes caminhos. Permanece comigo, mas deixa-me pôr minha mão fria sobre teu coração “. E ela respondeu: “Eu não te amo. Por que fazes com que todas as coisas que eu amo e que me alegram se apaguem e morram? ” “Dama, ” respondeu a Morte, “isto é a idade e o destino, contra os quais não sou de nenhuma ajuda. A idade faz com que todas as coisas feneçam; mas, quando o homem morre ao fim de seu tempo, eu lhe dou descanso e paz e força para que ele possa retornar. Mas tu és adorável. Não retornes; permanece comigo. ” Mas ela respondeu: “Eu não te amo “. Então a Morte disse: “Como não recebes minha mão em teu coração, receberás o açoite da Morte”. “Esse é o destino, que seja cumprido, ” disse ela, ajoelhando-se. A Morte açoitou-a e ela gritou: “Conheço os sofrimentos do amor “. E a Morte disse: “Abençoada sejas ” e lhe deu o beijo quíntuplo, dizendo: “Que possas atingir a felicidade e o conhecimento”.

E ela lhe contou todos os mistérios e eles se amaram e se tornaram um; e ela lhe ensinou todas as magias. Por isso, há três grandes eventos na vida do homem – amor, morte e ressurreição no novo corpo – e a magia os controla a todos. Para realizar o amor, você deve retornar na mesma época e lugar que os entes amados e deve lembrar-se e amá-lo ou amá-la novamente. Mas, para renascer, você deve morrer e ficar pronto para um novo corpo; para morrer, você deve ter nascido; sem amor você não pode nascer e eis toda a magia. Esse mito sobre os quais os membros baseiam suas ações é a idéia central do culto. Talvez seja trabalhoso explicar idéias e rituais já concebidos e explicar por que o deus mais sábio, mais velho e poderoso deveria dar seu poder à deusa por intermédio da magia.

Havia um costume céltico de amarrar cadáveres; a corda com a qual um deles fora amarrado era de grande valia na obtenção da segunda visão. Mas no Mundo Antigo parece ter sido difundida a idéia de que uma pessoa viva deve ser amarrada para chegar à presença dos Senhores da Morte. Tácito, em Germânia XXIX, fala de bosques sagrados onde homens se juntam para obter augúrios ancestrais, para entrar nesses domínios sagrado dos Senhores da Morte. “Todos são atados com correntes para mostrar que estão em poder da Divindade e, se lhes acontecesse cair, não tinham ajuda para levantar. Deitados como estão, devem rolar pelo caminho da melhor forma possível. ” Isso mostra que eles eram amarrados bem forte, de forma que não podiam erguer-se; logo, é claro que não era uma amarração “simbólica”.

Luciano, em sua obra Vera Historia, que, embora seja um romance, trata de crenças populares, fala de pessoas vivas desembarcando na Ilha dos Abençoados, sendo instantaneamente atados com correntes e levados à presença do Rei dos Mortos.

A idéia de pessoas vivas, ou recém-mortos, sendo amarrados com correntes logo que chegam à terra dos mortos pode ser, em minha opinião, a origem da idéia de fantasmas arrastando correntes; mesmo no Limbo eles permaneceriam amarrados. apenas a história de Ishtar descendo aos infernos, mas o ponto principal da história é outro. Pode-se dizer também que é simplesmente Shiva, o deus da Morte e da Ressurreição; mas novamente a história é diferente. É bastante possível que as histórias de Ishtar e Shiva tenham influenciado o mito, mas acho que sua origem é mais provavelmente céltica. Nas lendas célticas, os Senhores do Submundo preparavam a pessoa para o renascimento; dizia-se que muitos vivos haviam entrado em suas regiões, formado alianças com eles e retornado em segurança, mas era preciso grande coragem; apenas um herói ou um semideus se arriscaria desse modo. Os mistérios célticos certamente continham rituais de morte e ressurreição e possivelmente visitas ao submundo com um retorno em segurança. Acho que o purgatório de São Patrício em Lough Derg é uma versão cristianizada dessa lenda.

O homem primitivo temia a idéia de renascer em outra tribo, entre estranhos, de forma que rezava e realizava ritos para se assegurar de que nasceria novamente na mesma época e no mesmo lugar que seus amados, que o conheceriam e o amariam em sua nova vida. A deusa do culto das bruxas é obviamente a Grande Mãe, a que dá a vida, o amor encarnado. Ela comanda a primavera, o prazer, a festa e todos os deleites. Mais tarde, ela foi identificada com outras deusas e tinha uma especial afinidade com a lua.

Antes de uma iniciação, lê-se uma declaração que começa assim:

Ouça as palavras da Grande Mãe, que antigamente foi chamada pelos homens de Artemis, Astartéia, Diana, Melusina, Afrodite e muitos outros nomes. Em meus altares a juventude da Lacedemônia fez o devido sacrifício. Uma vez por mês, de preferência quando a lua está cheia, encontrem-se em algum lugar secreto e me adorem. Pois sou a rainha de todas as magias… Pois sou uma deusa graciosa, dou alegria à terra, certamente, não a fé, durante a vida; e após a morte, a paz inexprimível, o descanso e o êxtase da deusa. Nada peço em sacrifício…

Essa declaração vem, eu acho, da época em que romanos ou estrangeiros chegaram; isso explicaria o que nem todos sabiam em épocas passadas e identifica a deusa com deusas de outras terras. Imagino que uma declaração similar era uma característica nos antigos mistérios.

Estou proibido de revelar algo mais; mas, se você aceitar a regra dela, tem a promessa de vários benefícios e é admitido no círculo, apresentado à Morte Poderosa e aos membros do culto.

Há também um pequeno “susto”, uma “prova” e um “juramento”; mostram-lhe algumas coisas e lhe dão alguma instrução. Tudo é muito simples e direto.

Entre as declarações mais comuns contra as bruxas está a de que elas repudiam ou negam a religião cristã. Tudo o que posso dizer é que eu e meus amigos jamais ouvimos algo sobre tais negações e repúdios. Minha opinião é de que em tempos primitivos todos pertenciam à velha crença e adoravam regularmente os antigos deuses antes de serem iniciados. Para as pessoas como os romanos e romano-bretões, eles estariam apenas adorando seus próprios deuses, identificados com os célticos; logo, nada haveria para ser repudiado.

Possivelmente, durante a perseguição, se pessoas desconhecidas apareciam em um encontro religioso, seriam questionadas para se descobrir se eram espiões; provavelmente lhes pediam para negar o cristianismo, como uma espécie de teste. Eles nunca iniciariam alguém, não o trariam ao círculo, a menos que soubessem com certeza que era pertencente à velha crença. Quando a perseguição aumentou, o culto escondeu-se e praticamente só as crianças nascidas e criadas no culto eram iniciadas. Acredito que algumas vezes, quando alguém que não fosse do sangue desejasse ingressar, ele era questionado; mas daria na mesma pedir ao postulante médio que negasse o cristianismo ou que negasse uma crença em Fidlers Green, sobre o qual os velhos marinheiros costumavam falar: o paraíso para onde os velhos marinheiros iam, que ficava bem longe do Inferno.

Logo, penso que, embora houvesse casos de pessoas que negavam o cristianismo, estas foram bem poucas. Dizer que isso é “provado” porque muitas bruxas foram torturadas para admitir que repudiavam o cristianismo é a mesma coisa que dizer que tal testemunho prova que elas voavam em vassouras. Meu grande problema para descobrir quais foram suas crenças reside no fato de elas terem esquecido praticamente tudo sobre seu deus; tudo o que posso saber é por meio dos ritos e orações dirigidos a ele.

As bruxas não conhecem a origem de seu culto. Minha própria teoria é, como já disse, que é um culto da Idade da Pedra, dos tempos matriarcais, quando a mulher era líder; mais tarde, o deus homem se tornou dominante, mas o culto das mulheres, por causa de seus segredos mágicos, continuou como uma ordem distinta. O grande sacerdote do deus homem às vezes compareceria aos encontros delas e os lideraria; quando estivesse ausente, a grande sacerdotisa era sua representante.

Deve-se notar também que há certos ritos em que um homem deve liderar, mas, se um homem do grau requisitado não está disponível, uma sacerdotisa chefe veste uma espada e é vista como um homem para a ocasião. Mas embora a mulher possa ocasionalmente tomar o lugar do homem, o homem nunca pode tomar o lugar da mulher. Isso deve vir da época da associação das Druidesas, que os romanos tratavam de bruxas. Se eram druidesas verdadeiras, eu não sei. Essa parece ter sido uma organização religiosa separada, possivelmente sob o comando do druida líder, da mesma forma que havia um sacerdote ou alguém que num encontro de bruxas era reconhecido chefe. Ele era chamado “o Diabo” na época medieval.

 

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-crenca-das-bruxas/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-crenca-das-bruxas/

Bruce Dickinson e Aleister Crowley

Por Adriano Camargo.

Todos sabem que o mago inglês Aleister Crowley (1875-1947) tem influenciado o mundo do rock (e as artes em geral). E todos sabem também que o cantor inglês Bruce Dickinson é um cara multitalentoso e uma das personalidades mais inteligentes do heavy metal. Mas é possível que nem todos saibam que Bruce Dickinson sempre teve um grande interesse por história da magia, ocultismo e… Aleister Crowley!

E, ao contrário do que a maioria pensa, Crowley não era satanista, mas sim um filósofo e ocultista praticante assíduo envolvido em diversos ramos da magia (magick) e da filosofia oculta, desde a bruxaria europeia e o paganismo até a cabala, alquimia, magia sexual, hinduísmo, budismo, etc. Contudo, Crowley ficou muito conhecido e mal-afamado devido ao seu comportamento “inadequado” e “chocante” para a época (a Era Vitoriana) e às difamações de fundamentalistas religiosos; nos dias de hoje provavelmente ele não chamaria tanta atenção…

Por outro lado, nos dias de hoje, certamente que Bruce Dickinson chama muita atenção devido ao seu trabalho artístico e suas outras habilidades, interesses e inteligência. Como músico e letrista, o trabalho de Bruce é repleto de referências ao mago inglês e a diversas áreas da filosofia oculta, desde as letras de sua carreira solo e do Iron Maiden até o seu filme Chemical Wedding (2008).

Do álbum solo de Bruce Dickinson Accident of Birth, a música Man of Sorrows fala do próprio Crowley quando menino, profetizando o seu futuro quando iria então estabelecer a vinda de um Novo Mundo, de uma Nova Era. Em Man of Sorrows, podemos encontrar também a frase “do what thou wilt”, que significa “faze o que tu queres”, uma referência mais direta e explícita a Crowley e à sua Lei de Thelema. Entretanto, tal lema thelêmico tem uma origem anterior a Crowley, remontando à obra Gargântua e Pantagruel, do escritor francês François Rabelais (1494-1553), na qual uma abadia fictícia chamada Abadia de Thelema apresenta esse lema como uma de suas “leis”. Esse famoso lema posteriormente também foi adotado por um dos clubes ingleses pseudo-satanistas do século XVIII chamados de Hellfire Club (“Clube do Fogo do Inferno”), no qual se reuniam os aristocratas para praticar orgias, bebedeiras, comilanças, jogatinas e discutir arte e literatura. Porém, na filosofia de Crowley, e de acordo com a letra de Man of Sorrows, “faze o que tu queres” se refere à Vontade do Eu Superior de cada indivíduo e não a meros desejos descontrolados. Esse Eu (ou a Individualidade, o Logos individual, o SAG, o Daimon socrático, etc.), de acordo com a letra da música, supostamente sofre por estar preso em um corpo carnal e por não se fazer conhecido pelo indivíduo que também sofre perdido, desorientado na vida, sem conhecer a Si mesmo e seu verdadeiro destino.

The Chemical Wedding, seguinte álbum de Bruce, é em parte baseado na obra literária e artística do poeta inglês William Blake (1757- 1827), que por sua vez também influenciou a filosofia de Crowley a ponto deste acreditar ser uma reencarnação daquele. Contudo, o título do álbum se refere à outra obra, um manifesto rosacruz intitulado The Chemical Wedding of Christian Rosenkreutz (“O Casamento Alquímico de Christian Rosenkreutz”) publicado em 1616 e que narra o casamento alquímico de um rei e uma rainha. Esse “casamento” é basicamente uma alegoria para a união sexual do masculino com o feminino (Sol e Lua; Fogo e Água; Espada e Cálice) por meio da magia sexual devidamente ritualizada a fim de expandir a consciência, assim como a união das duas partes da alma (psique) conhecidas na psicologia junguiana como animus (masculino) e anima (feminino); a magia sexual era uma prática central na filosofia thelêmica de Aleister Crowley.

Na letra de The Chemical Wedding encontramos no refrão:

“We lay in the same grave/ Our chemical wedding day”

(Nós nos deitamos no mesmo túmulo/Nosso dia do casamento alquímico”).

O túmulo é uma representação para o caldeirão na alquimia, no qual a matéria-prima densa é putrefata, desintegrada, ou seja, transformada, para em seguida dar surgimento a algo novo; ou seja, o casamento do homem e da mulher (os alquimistas) que “morrem” no êxtase alquímico-sexual para dar surgimento a uma nova consciência, expandida, cheia de alegria e livre no infinito.

The Tower, também do álbum The Chemical Wedding, é uma das letras do álbum mais ricas em referências alquímico-sexuais e relativamente crowleyanas. Sendo assim, vamos analisar alguns pontos. A música fala especialmente sobre as imagens alquímicas do tarô e do zodíaco (ambos de suma importância no sistema de Crowley). O próprio título da música se refere a uma das cartas mais “sinistras” do tarô: A Torre, que é referida no Livro da Lei (Liber AL), de Crowley. Na letra da música os versos “There are twelve commandments/ There are twelve divisions” (“Há doze mandamentos/ Há doze divisões”) aludem aos doze signos astrológicos dispostos divididos em casas de 30º no cinturão (imaginário) do zodíaco com seus “mandamentos”. A frase “The pilgrim is searching for blood” (“O peregrino está à procura de sangue”) diz que o alquimista buscador, em sua senda solitária está buscando sua iluminação; o sangue é uma referência à fase “vermelha” da alquimia chamada rubedo. Nessa última fase alquímica a Pedra Filosofal é “encontrada” e o alquimista (ou qualquer iniciado) se torna um sábio “imortal” autoconsciente, realizando sua própria Vontade livre, uma referência direta à Lei de Thelema e que está presente no seguinte verso da letra: “To look for his own free Will” (“Buscar por sua própria Vontade livre”).

E no refrão temos os versos:

“Lovers in the tower/ The moon and sun divided/ the hanged man smiles/ Let the fool decide/the priestess kneels/ the magician laughs”

(“Amantes na Torre/ A Lua e o Sol divididos/ o Enforcado sorri/ Deixe o Louco decidir/ a Sacerdotisa se ajoelha/ o Mago dá risada”),

nos quais podemos encontrar referências diretas a várias cartas do tarô: The Lovers (Os Amantes), The Tower (A Torre), The Moon (A Lua), The Sun (O Sol), The Hanged Man (O Enforcado), The Fool (O Louco), The Priestess (A Sacerdotisa) e The Magician (O Mago). Para não nos alongarmos demais na letra de The Tower, podemos dizer que ela contém alguns segredos alquímico-ritualísticos de magia sexual.

Há outras músicas interessantes em The Chemical Wedding, incluindo aquelas inspiradas diretamente por William Blake: Book of Thel, Gates of Urizen e Jerusalem. Do álbum Tyranny of Souls, podemos destacar alguns versos. O título da música Navigate the Seas of the Sun significa a libertação de restrições e a expansão da consciência, já que o Sol é um símbolo da cabeça humana, da inteligência e da consciência. Nessa letra, encontramos “Our children will GO on and on to navigate the seas of the sun” (“Nossas crianças continuarão a navegar os mares do sol”), que na filosofia thelêmica diz respeito ao arcano d’O Sol no qual duas crianças gêmeas, inocentes e livres “navegam” os raios solares, representando a humanidade em mais uma fase evolutiva, com seus aspectos masculinos e femininos assimilados e harmonizados pelo Eu.

Na música-título A Tyranny of Souls, encontramos os versos

“Who rips the child out from the womb?/ Who raise the dagger, who plays the tune?/At the crack of doom on judgment day”

(Quem arranca a criança do útero?/ Quem ergue a adaga, quem toca a música?/ À beira da condenação no dia do julgamento”).

É uma descrição do Aeon (Era, Idade, Tempo) de Crowley, retratado no arcano O Aeon (no tarô comum é conhecido como O Julgamento). Esse Aeon é marcado pela destruição do velho Aeon de Osíris e pelo nascimento do novo Aeon de Hórus. A criança arrancada do útero, conforme a letra da música, é Hórus, filho de Osíris e Ísis; a adaga erguida significa a morte do Aeon passado, o Aeon de Osíris ou Era de Peixes, considerado tirano, repressor, restritivo e opressor; a música referida nos versos é tocada por meio de uma trombeta tradicionalmente por um ser angélico que anuncia a Nova Era, o Novo Aeon, com o julgamento e condenação do velho. Mas no Novo Aeon, Hórus mantém silêncio para representar a “perfeição” do Novo Tempo. Com relação ao Iron Maiden, Bruce Dickinson tem colaborado razoavelmente nos processos de composição. Do álbum Piece of Mind, a letra de Revelations apresenta alguns “mistérios”. O verso “Just a babe in a Black abyss” (“Apenas um bebê em um abismo negro”) é um referência ao conceito crowleyano de “bebê do abismo”, um termo para designar aquele que mergulha e atravessa o Vazio. Trata-se de um abismo metafísico e psíquico entre o universo real e o universo ilusório, entre a “insana” dimensão do espírito e a igualmente insana (e aparentemente segura) dimensão da matéria; o magista ou iniciado que fracassa em cruzar o Abismo (e em assimilar o conhecimento nele contido) geralmente enlouquece. O verso

“No reason for a place like this”

(“Nenhuma razão para um lugar como este”)

mostra que, uma vez no Abismo, a razão humana como se conhece é completamente abolida.

Do álbum Powerslave a música-título fala sobre um faraó, tido como um deus, que não quer morrer, mas continuar governando no mundo material. Na filosofia thelêmica de Crowley, Osíris representa a Era decadente que insiste em continuar, mas que deve ser destruída para dar lugar ao Aeon de Hórus (filho de Osíris). Por outro lado, o faraó é uma representação de todo mago que fracassa em cruzar o Abismo, tornando-se assim um “escravo do poder da morte” (como diz a letra), psicoespiritualmente. Isso pode ser visto especialmente nos versos

“Into the abyss I’ll fall – the eye of Horus/ Into the eyes of the night – watching me go”

(“no abismo eu cairei – o olho de Hórus/ Nos olhos da noite – olhando-me ir”).

E no verso

“Shell of a man god preserved”

(“A casca de um homem-deus preservado”)

o faraó/deus/magoestá morto fisicamente, com seu cadáver mumificado ou não, ao mesmo tempo em que ele se torna um ser vazio e insano, sem conexão com o seu Eu, ou seja, uma “casca” no mundo qliphótico (do hebraico “qlipha”, que significa “casca”, “concha”) cujos portais estão no próprio Abismo, segundo outro verso: “But open the gates of my hell” (“Mas abra os portais de meu inferno”).

Moonchild, do álbum Seventh Son of a Seventh Son, é uma referência direta a uma das obras de Crowley de mesmo nome. A letra da música fala sobre a união de dois magistas (homem e mulher) e o nascimento de um ser supra-humano (entendido também como uma supraconsciência). Na letra, o homem é representado por Lúcifer, o Portador da Luz, o não-nascido, e a mulher é a Prostituta Escarlate, Babalon (nome derivado de Babylon), como aparece nos versos “The fallen angel watching you/ Babylon, the Scarlet whore” (“O anjo caído observando você/ Babilônia, a prostituta escarlate”).

Os nomes Babalon e Mulher Escarlate, apesar de derivados da Bíblia, são próprios do sistema mágico thelêmico de Crowley e equivalentes à deusa Lilith (mesopotâmica), Hécate (grega), Kali (hindu), entre outras, representando ainda os aspectos femininos da Natureza e a Grande Mãe do universo, livre dos dogmáticos conceitos morais sobre bem e mal. O álbum Seventh Son of a Seventh Son é todo “profético”, com colaborações de outros membros da banda em torno de temas como magia, alquimia, ocultismo, bem e mal, etc.

Por fim, vamos falar sobre alguns trechos do último álbum do Iron Maiden, The Final Frontier, que novamente traz alguns temas sobre alquimia, magia crowleyana e expansão da consciência. Na música Starblind, podemos ler o verso “Let the elders to their parley meant to satisfy our lust” (“deixar os anciãos às suas barganhas significa satisfazer nosso desejo”). Lust é o título de uma das cartas do tarô de Crowley, que se refere, entre outras coisas, a tudo o que é dos sentidos e que provoca êxtase, pois, nas palavras de Crowley, “não tema que deus algum lhe negue isso.” Os anciãos representam a religião dogmática e repressora do Aeon passado, que oferecem “liberdades de carcereiros” e que “parlamentam” aquilo que lhes traz vantagens ilícitas.

Enquanto eles falam e negociam e ficam no passado, os desejos (lust) do novo Aeon, ou seja, a Vontade livre e o desejo pela vida são satisfeitos naqueles que se libertaram do dogmatismo e que estão sem “o dispositivo cruel da religião”, conforme o verso “Religion’s cruel device is gone”. A frase “You are free to choose a life to live” (“Você é livre para escolher uma vida para viver”) é outra referência à Lei de Thelema, ao cumprimento da Vontade. Ainda do álbum The Final Frontier, a letra da música The Alchemist pode parecer óbvia, mas ela fala sobre algo mais do que um mero alquimista. O trecho “My dreams of empire from my frozen queen will come to pass” (“Os sonhos de império da minha rainha congelada irão passar”) refere-se à rainha inglesa Elizabeth, que protegia o também multitalentoso, suposto espião e mago John Dee (1527-1608), citado no verso “Know me, the Magus I am Dr. Dee” (“Conheça-me, o Mago Dr. Dee sou eu”). John Dee é conhecido especialmente por seu trabalho sobre magia enochiana e por sua associação com o alquimista e clarividente Edward Kelley (1555-1597), com quem “criou” esse poderoso sistema de magia, posteriormente praticado por Crowley (que acreditava ser também a reencarnação de Edward Kelley).

A letra da música de modo geral descreve as práticas de John Dee e Edward Kelley com a magia enochiana, considerada um sistema angélico, descrevendo também os contatos com os anjos, isto é, os “demônios”. Enquanto Edward Kelley se comunicava com os seres enochianos, conforme o verso da letra “Know you speak with demons” (“Sei que você fala com demônios”), John Dee ia anotando todo o sistema. O termo “angélico” aqui, entretanto, não diz respeito às imagens populares de anjinhos rechonchudos ou anjos esbeltos e delicados, mas a seres considerados alienígenas terríveis e demoníacos (no sentido original da palavra grega “daimonos”, quer dizer, “espírito”, “gênio”), conhecidos popularmente como “anjos caídos”, os supostos instrutores e doadores do conhecimento nos primórdios da espécie humana. Tais anjos enochianos foram contactados por Crowley, que fez as invocações pelas chaves enochianas, resultando em sua obra chamada Liber 418 – A Visão e a Voz. As invocações enochianas de Dee/Kelley e Crowley são referidas no seguinte verso de Bruce: “Hear the master summon up the spirits by their names” (“Ouça o mestre chamar os espíritos por seus nomes”)…

O Iron Maiden sempre carregou uma forte aura de intelectualismo, profetismo e mistério, contando muitas vezes com as inteligentes e valiosas contribuições de Bruce Dickinson. Por afinidades intelectuais e de interesses, independentemente do tempo cronológico, Crowley sempre esteve presente, ou apenas “pairando”, no trabalho de Bruce. E diferentemente do trabalho de Ozzy Osbourne, cuja letra da música Mr.Crowley é um tanto sarcástica e superficial, Bruce Dickinson tem se interessado muito mais seriamente pelas questões que envolvem a magia de Aleister Crowley. Ambos, Bruce e Crowley, sempre buscaram ir mais além, demonstrando que é possível chegar à “última fronteira” entre a consciência e a supraconsciência…

#LHP

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/bruce-dickinson-e-aleister-crowley

A Cozinha da bruxa

Biscoitos Encantados de Vênus

Faça-os quando quiser despertar sua energia sedutora.

½ xícara (chá) de manteiga

½ xícara (chá) de açúcar branco

½ xícara (chá) de açúcar mascavo

4 gemas

1 colher (chá) de água

2 xícaras (chá) de farinha de trigo

1 colher (chá) de fermento em pó

½ colher (chá) de bicarbonato de sódio

1 ½ xícara (chá) de chocolate meio amargo em pedacinhos

1 colher (chá) de essência de hortelã

Misture muito bem a manteiga, os açúcares, as gemas, a água e a essência de hortelã até formar um creme. Adicione os outros ingredientes e faça uma massa bem homogênea. Modele os biscoitos e coloque em fôrma untada. Asse em forno quente por 25 minutos. Ofereça também a quem você quer seduzir. Consagre o feitiço a Hécate.

Espaguete de Eros

Este é um poderoso condutor da sexualidade e possui grande poder de sedução.

300g de espaguete

¼ xícara (chá) de queijo parmesão ralado

¼ xícara (chá) de queijo ementhal ralado

¼ xícara (chá) de queijo cheddar ralado

¼ xícara (chá) de queijo gouda ralado

½ xícara (chá) de creme de leite fresco

1 colher (sobremesa) de manteiga sal pimenta do reino

1 colher (sobremesa) de manjericão

Cozinhe a massa e escorra bem. Misture os queijos, o creme de leite e a manteiga numa panela de cerâmica e leve ao fogo baixo até ferver, mexendo sempre com uma colher de pau.

Adicione o sal e a pimenta a gosto e o manjericão. Jogue a massa suavemente na mistura e mexa.

Consagre o feitiço a Vênus e Eros.

Maçãs Encantadas

Para quem costuma ter pesadelos.

6 maçãs cortadas

½ xícara (chá) de aveia

½ xícara (chá) de farinha integra

l ½ xícara (chá) de gergelim

½ xícara (chá) de castanhas

¼ xícara (chá) de óleo de girassol

½ colher (chá) de sal

½ xícara (chá) de água

½ colher (chá) de canela

Misture as farinhas, o gergelim, a castanha, o óleo, o sal e os demais ingredientes até obter uma mistura crocante. Coloque as maçãs numa fôrma refratária untada, despeje sobre elas e cubra com tampa ou papel alumínio. Asse por 45 minutos. Retire a tampa e deixe no forno até dourar.

Consagre o feitiço aos duendes e peça para acabar com os pesadelos.

Pão de Alecrim

Para invocar bons fluídos para o futuro.

2 colheres (sopa) rasas de água morna

15g de fermento biológico

1 xícara (chá) de leite morno

1 colher (sopa) de margarina

¼ xícara (chá) de mel 1 colher (chá) de sal

3 xícaras (chá) de farinha de trigo

½ colher (sopa) de alecrim seco

Numa tigela, coloque o fermento, a água, o sal e o mel e deixe descansar por 15 minutos. Acrescente o leite morno, a farinha e a margarina e misture até formar uma massa que desgrude das mãos (se necessário, acrescente mais farinha). Ponha o alecrim e amasse novamente. Deixe descansar até dobrar de tamanho, coloque em fôrmas para pão e asse em forno pré aquecido até dourar.

Pão do Amor

Deve ser feito especialmente para quem se ama.

500g de farinha de trigo

30g de fermento biológico

1 colher rasa (sobremesa) de açúcar sal a gosto

½ xícara (chá) de azeite gengibre

alcaparra

tomate seco

ervas (manjerona, tomilho, orégano, manjericão)

Misture o fermento e o açúcar, até dissolver. Junte o sal, o azeite, a farinha e amasse bem, pensando em seu amor. Junte à massa o gengibre ralado, as alcaparras e tomates secos picados e as ervas. Deixe a massa descansar por 30 minutos. Enrole o pão em forma de meia lua ou de coração, pincele com ovo batido e asse em forno pré aquecido. Faça o feitiço às sextas feiras, de preferência na Lua Crescente ou Cheia.

Consagre o feitiço a Vênus.

Pão da Felicidade

Prepare-o quando estiver em busca de alegria e felicidade.

1 xícara (chá) de manteiga

½ xícara (chá) de leite adoçado

½ xícara (chá) de mel

1 colher (sobremesa) de fermento em pó

½ xícara (chá) de germe de trigo

2 xícaras (chá) de farinha de trigo integral

½ colher (chá) de sal 1 xícara (chá) de passas

Misture todos os ingredientes e mexa com uma colher de pau. Coloque numa fôrma de pão untada e asse em forno quente por 1 hora.

Consague o feitiço a Júpiter.

Pão de Passas

Consagrado a Marte, indicado para quando se precisa de iniciativa e criatividade para cumprir metas.

2 colheres (sopa) rasas de água morna

15g de fermento biológico

1 xícara (chá) de leite morno

1 colher (sopa) de margarina

¼ xícara (chá) de mel

1 colher (chá) de sal

3 xícaras (chá) de farinha de trigo

1 punhado de uva passa

Misture o fermento, a água, o sal e o mel e deixe descansar por 15 minutos. Em seguida, acrescente leite morno, farinha e margarina, mexendo até formar uma massa que desgrude das mãos (se necessário, acrescente mais farinha). Junte as pasas, coloque em fôrma de pão untada e deixe crescer até dobrar de tamanho. Asse em forno pré aquecido. Sirva com suco de beterraba (½ copo de suco de laranja, ¼ copo de água gelada, 1 colher (sopa) açúcar, 1 pedaço pequeno de beterraba crua. Bata tudo no liquidificador e coe.).

Consagre o feitiço a Marte.

Sopa de Pã

Indicada para afastar a melancolia.

½ xícara (chá) de uva passa

3 xícaras (chá) de iogurte natural

½ xícara (chá) de creme de leite fresco

1 ovo cozido picado 6 cubos de gelo

1 pepino picado

¼ xícara (chá) de cebolinha picada sal e pimenta do reino

1 colher (sopa) de salsa picada

1 colher (chá) de dill

Deixe as uvas passas de molho em água fria durante 5 minutos. Coloque o iogurte numa tigela grande e adicione o creme de leite, o ovo, os cubos de gelo, o pepino, a cebolinha, o sal e a pimenta do reino. Escorra a uva passa e acrescente à mistura. Junte a essa mistura 1 xícara de água fria e misture bem. Leve à geladeira por 2 ou 3 horas. Sirva enfeitada com salsa e dill picados.

Consagre o feitiço a Pã.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-cozinha-da-bruxa/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-cozinha-da-bruxa/