Magia e Mistério no Tibete

Os aspectos mágicos são sempre lembrados quando se fala sobre o Tibete. Com a vinda do Dalai Lama ao Brasil, a redação de Bodisatva e o C.E.B. receberam cartas com perguntas que deveriam ser formuladas a Sua Santidade buscando esclarecer estas questões. Temas como reencarnação, identificação de lamas reencarnados, oráculos, o exame do budismo pela ciência, a noção de “vazio” e sua contribuição ao pensamento ocidental, entre outros, são muito relevantes no nosso contexto cultural, sendo áreas de diálogo e superposições.

Em seu livro “Freedom in Exile”*, S.S. dedica um capítulo inteiro a este tema, cuja tradução e resumo Bodisatva aqui apresenta. A importância dessa obra pode ser avaliada pelo fato de S.S. ter ofertado cópias do livro a todas as autoridades com quem trocou presentes e a vários dos colaboradores do programa de sua visita ao Brasil.

Freqüentemente sou perguntado sobre os aspectos assim chamados “mágicos” do budismo tibetano. Muitas pessoas no Ocidente querem saber se os livros sobre o Tibete, escritos por pessoas como Lobsang Rampa e alguns outros, onde se fala em práticas ocultas, são verdadeiros. Também me perguntam se Shambhala (um país legendário referido em certas escrituras e supostamente oculto nas regiões desérticas do norte do Tibete) realmente existe. Há também a carta que eu recebi de um eminente cientista, no início dos anos 60, dizendo que ele havia ouvido que certos lamas são capazes de realizar certos fenômenos sobrenaturais, e perguntando se ele mesmo poderia realizar experimentos para determinar a veracidade disso.

Em reposta à primeira destas questões, usualmente digo que a maioria desses livros são frutos da imaginação e que Shambhala existe sim, mas não em um sentido convencional. Ao mesmo tempo, seria errado negar que algumas práticas tântricas dão origem a fenômenos misteriosos. Por essa razão, escrevendo ao cientista, por um lado disse que o que ele havia ouvido estava correto, mas, por outro lado, tinha que lastimar o fato de que tal pessoa, sobre a qual os experimentos poderiam ser realizados, ainda não havia nascido! De fato, na época, várias razões práticas tornavam impossível colaborar em pesquisas desse tipo.

Desde então, no entanto, vim a concordar com a realização de várias investigações científicas sobre a natureza de certas práticas específicas. O primeiro desses trabalhos foi realizado pelo Dr. Herbert Benson, que é atualmente o chefe do Departamento de Medicina Comportamental de Faculdade de Medicina de Universidade de Harvard, EUA. Quando nos encontramos durante a minha visita de 1979, ele me disse que estava trabalhando na análise do que ele chama de “relaxation response”, um fenômeno fisiológico encontrado quando uma pessoa entra em um estado meditativo. Ele acreditava que poderia ir adiante em seu estudo se pudesse fazer experimentos com praticantes muito avançados de meditação.

Como alguém que crê fortemente no valor da ciência moderna, decidi deixá-lo ir adiante com a idéia, não sem alguma hesitação. Eu sabia que muitos tibetano não gostavam muito dessa idéia, eles sentiam que o acesso a essas práticas deveria ser mantido restrito, uma vez que elas vêm de doutrinas secretas. Por outro lado, argumentei sobre a possibilidade de que os resultados de tal estudo poderiam beneficiar não apenas a ciência, mas também os praticantes de religião, e poderiam, portanto, ser de benefício geral para a humanidade.

No evento, Dr. Benson ficou satisfeito por ter encontrado algo extraordinário. (Suas pesquisas foram publicadas em muitos livros e jornais científicos, entre os quais Nature.) Ele veio à Índia acompanhado de dois assistentes e trazendo sofisticado equipamento científico, tendo conduzido os experimentos com alguns monges em mosteiros próximos de Dharamsala, e ao norte, no Ladakh e Sikkim.

Tais monges eram praticantes de Tum-mo Yoga, excelente para demostrar a eficiência de certas disciplinas tântricas particulares. Meditando com a atenção nos chakras (centros de energia) e nos nadis (canais de energia), o praticante é capaz de controlar e suspender temporariamente a operação dos níveis mais grosseiros da consciência, podendo experienciar níveis mais sutis de consciência. Os mais grosseiros pertencem à percepção ordinária — tato, visão, olfato, e assim por diante — enquanto que os mais sutis são os experienciados no momento da morte. Um dos objetos do Tantra é capacitar o praticante a “experienciar” a morte, pois é aí, então, que surgem as experiências espirituais mais poderosas.

Quando são suprimidos os níveis mais ordinários de consciência, podem ser observados fenômenos fisiológicos colaterais. Nos experimentos do Dr. Benson, esses efeitos incluíram a acentuada elevação da temperatura do corpo (medida internamente por uma termômetro retal e externamente por um termômetro na pele). Esses acréscimos levaram os monges a secarem lençóis mergulhados em água fria e enrolados em vota deles, mesmo em temperaturas externas abaixo de zero. O Dr. Benzon também testemunhou e mediu, de forma semelhante, monges sentados nus sobre a neve. (…)

Sejam quais forem os mecanismos aqui envolvidos, o que mais interessa é a clara visão de que existem coisas que a ciência moderna pode aprender da cultura tibetana. E mais, eu acredito que muitas outras áreas de nossa experiência poderiam ser investigadas proveitosamente. Por exemplo, eu gostaria de organizar algum dia uma experiência sobre os oráculos, que permanecem uma parte importante da vida tibetana.

Antes de falar disso em detalhe, gostaria de enfatizar que o propósito dos oráculos não é, como poderíamos supor, simplesmente antever o futuro. Isto é apenas parte do que eles fazem. Além disso, eles podem ser chamados como protetores ou, em alguns casos, como agentes de cura. Sua principal função, no entanto, é auxiliar os pessoas em sua prática do Darma. Outro ponto a lembrar é que a palavra “oráculo”, ela própria, conduz a enganos, uma vez que traz implícito que existem pessoas que possuem poderes de ser um oráculo. Isto é errado. Na tradição tibetana existem apenas certos homens e mulheres que atuam como médium entre os mundos natural e espiritual e que são chamados de kuten, o que significa, literalmente, “base física”. Também é importante enfatizar que, embora seja de uso corrente falar do oráculo como uma pessoa, isso é feito apenas por conveniência. De modo mais acurado, eles podem ser descritos como “espíritos” que estão associados a coisas particulares (por exemplo, uma estátua), pessoas e lugares. Isso não deve, no entanto, implicar na crença da existência de entidade externas independentes.

Em tempos antigos havia muitas centenas de oráculos por todo o Tibete. Poucos se mantiveram, mas os mais importantes — os usados pelo governo tibetano — ainda existem. Desses, o principal é conhecido como oráculo de Nechung. Através dele se manifesta Dorje Drakden, uma das divindades protetoras do Dalai Lama.

Nechung veio originalmente para o Tibete com um descendente do sábio indiano Dharmapala, estabelecendo-se em um lugar da Ásia Central chamado Bata Hor. Durante o reinado do rei Trisong Dretsen, no oitavo século a.C., ele foi designado pelo mestre tântrico indiano Padmasambhava, supremo guardião espiritual do Tibete, como protetor do mosteiro de Samye. Subseqüentemente, o segundo Dalai Lama desenvolveu uma relação muito próxima com Nechung, que nessa época havia estabelecida uma relação muito próxima com o monastério de Drepung, e após, Dorje Drakden designado com protetor pessoal dos Dalai Lamas que se sucederam.

Por centenas de anos até os dias presentes, tornou-se tradicional, para o Dalai Lama e para o governo tibetano, consultar Nechung durante os festivais de ano novo. Mas além dessas oportunidades, ele poderia ser chamado outras vezes para responder perguntas específicas. Eu mesmo o encontro muitas vezes por ano. Isso pode parecer estranho para os leitores ocidentais do século XX. Mesmo alguns tibetanos, que se consideram “progressistas”, não apreciam o meu uso continuado desse método antigo de buscar a compreensão das coisas. Faço isso pela razão simples de que quando olho para trás e relembro as muitas ocasiões em que formulei perguntas ao oráculo, em cada uma delas o tempo mostrou que sua reposta estava correta. Não que eu me baseie apenas nas respostas do oráculo. Não é assim. Busco sua opinião da mesma forma que busco a opinião do meu Gabinete (o Kashag), e da mesma forma que busco a opinião de minha própria consciência. Considero os deuses como minha “casa de cima”. O Kashag constitui minha “casa de baixo”. Á semelhança de outro líderes, consulto a ambos quando devo tomar uma decisão em assuntos de estado. Além disso, adicionalmente ao conselho de Nechung, também procuro levar em consideração certas profecias. Apesar de nossas funções serem similares, minha relação com Nechung é a do comandante com o ajudante: nunca me inclino a ele, ele é que se inclina ao Dalai Lama. Ainda assim somos muito próximos, quase amigos.

Ainda que possa parecer surpreendente, as respostas do oráculo raramente são vagas. Como no caso de minha fuga de Lhasa, ele é freqüentemente muito específico. Ainda assim, creio que seria difícil que algum tipo de investigação científica pudesse provar conclusivamente a validade de seus pronunciamentos. O mesmo se dá com outras áreas da experiência tibetana, por exemplo, a questão dos tulkus. Ainda assim, espero que, algum dia, possa ser realizado algum tipo de experimento com respeito a esses dois fenômenos.

Na realidade, a tarefa de identificar os tulkus é mais lógica do que pode parecer á primeira vista. Dada a crença budista no renascimento, e considerando que todo o propósito da reencarnação é possibilitar ao ser continuar seus esforços em benefício de todos os seres vivos, é uma conclusão clara que deveria ser possível identificar casos individuais. Isso habilita-os a serem educados e colocados no mundo de tal forma que continuem seu trabalho o mais rápido possível.

Certamente podem ocorrer eventuais erros nesse processo de identificação, mas as vidas da grande maioria dos tulkus (atualmente existem algumas centenas deles reconhecido, sendo que antes da invasão chinesa eram provavelmente milhares os tulkus reconhecidos) são um testemunho de sua eficácia.

Como disse, todo o propósito de reencarnação é facilitar a continuidade do trabalho de um ser. Esse fato tem grandes implicações quando se busca pelo sucessor de uma pessoa em particular. Por exemplo, ainda que meus esforços sejam geralmente dirigidos a auxiliar todos os seres, em particular eles se dirigem a auxiliar os tibetanos. Portanto, se eu morrer antes dos tibetanos readquirirem sua liberdade, seria lógico admitir que eu renasceria fora do Tibete. Naturalmente, poderia ocorrer que meu povo, nessa ocasião, não visse mais utilidade para um Dalai Lama, e nesse caso não se ocuparia de procurar-me. Assim, eu poderia renascer como um inseto, ou como um animal, de tal forma que pudesse ser de maior utilidade ao maior número de seres secientes.

O modo pelo qual o processo de identificação é procedido é também menos misterioso do que se pode parecer. Começa com um simples processo de eliminação. Digamos, por exemplo, que estamos buscando a reencarnação de um certo monge. Primeiro, devemos estabelecer quando e onde o monge morreu. Então, considerando que a nova reencarnação será concebida usualmente em torno de um ano após a morte de seu predecessor — esta duração sabemos por experiência —, fica já estabelecido um referencial temporal. Então, se um lama X morre no ano Y, sua nova encarnação provavelmente nascerá dezoito meses a dois anos após. No ano Y mais cinco, a criança deverá estar com uma idade entre três e quatro anos: o campo de busca já se estreitou consideravelmente.

A seguir, tenta-se estabelecer o lugar da reencarnação. Usualmente isso é muito fácil. Primeiro, ocorrerá dentro do Tibete? Se fora, há um número muito limitado de lugares onde seria provável: as comunidades tibetanas da Índia, Nepal, Suíça, por exemplo. Após, precisaria se decidido em que cidade a criança seria mais provavelmente encontrada. Geralmente isso é feito buscando-se referências na vida prévia.

Tendo reduzido as opções e estabelecido os parâmetros do modo descrito, o próximo passo, usualmente, é organizar o grupo de busca. Isso não significa necessariamente que um grupo de pessoas deverá ser enviado como se estivessem buscando um tesouro. De modo geral, basta perguntar a várias pessoas da comunidade para procurar pelas crianças entre três e quatro anos que poderiam ser candidatos. De modo geral, existem algumas indicações que auxiliam, como fenômenos incomuns ocorridos quando do nascimento, ou a criança pode exibir características peculiares.

Algumas vezes, duas, três ou mais possibilidades emergirão neste estágio. Ocasionalmente tal grupo será inteiramente desnecessário, porque a encarnação anterior deixou informação detalhada, inclusive com o nome de seu sucessor e de seus pais. Mas isso é rara. Outras vezes, os que buscam o monge reencarnado podem ter sonhos claros ou visões sobre onde encontrar seu sucessor. De outro lado, um elevado lama recentemente deu ordens de que sua reencarnação não deveria ser procurada. Ele disse que melhor seria instalar como seu sucessor a quem quer que pareça capaz de servir ao Darma do Buda e a sua comunidade, em lugar de preocupar-se com uma identificação precisa. Não existem regras duras, rígidas.

Se ocorre que muitas crianças surgem como candidatos, é usual que alguém muito próximo à encarnação anterior venha a fazer o exame final. Freqüentemente essa pessoa será reconhecida por uma das crianças, o que é uma forte evidência de prova; outras vezes marcas especiais no corpo são também levadas em consideração.

Algumas vezes o processo de identificação envolve a consulta a oráculos ou a alguém que tenha o poder de ngon shé (clarividência). Um dos métodos que essas pessoas usam é o Ta, através do qual o praticante fixa o olhar em um espelho, no qual ele ou ela podem ver a própria criança, ou uma construção, ou uma palavra escrita. Eu chamo isso de “televisão antiga”. Isto corresponde às visões que as pessoas tiveram no lago Lhamoi Lhatso, onde Reting Rinpoche viu as letras Ah, Ka, e Ma e teve a visão de um mosteiro e de uma casa onde começou a buscar por mim.

Algumas vezes eu mesmo sou chamado para dirigir a busca por uma reencarnação. Nessas circunstâncias, é de minha responsabilidade tomar a decisão final sobre o candidato que deve ser corretamente escolhido. É importante que diga que eu não tenho poderes de clarividência. Não tive nem tempo nem oportunidade de desenvolvê-los, apesar de ter elementos para acreditar que o Décimo Terceiro Dalai Lama tenha tido alguma habilidade nessa esfera.

Como um exemplo de como faço isso, vou relatar a história de Ling Rinpoche, meu antigo tutor. Eu sempre tive o maior respeito por Ling Rinpoche; mesmo quando eu era uma criança, bastava apenas ver seu ajudante para ficar com medo, e tão pronto ouvia seus passos, meu coração paralisava. Com o tempo, vim a valorizá-lo como um de meus maiores e mais próximos amigos. Quando ele morreu, não faz muito tempo, senti que a vida sem ele ao meu lado seria muito difícil. Ele havia se tornado uma rocha sobre a qual eu podia me apoiar.

Estava na Suíça, no verão de 1983, quando pela primeira vez ouvi sobre sua doença: ele havia sofrido um derrame cerebral e ficara paralisado. Essas notícias me perturbaram muito, ainda que, como budista, soubesse que de nada adiantaria a preocupação. Tão pronto pude, retornei a Dharamsala, onde encontrei-o ainda com vida, mas em más condições físicas. Ainda assim, sua mente continuava aguda como sempre, graças a uma vida de constante treinamento mental. Sua condição permaneceu estável por muitos meses antes de subitamente deteriorar. Ele entrou em coma, de onde nunca saiu e morreu em 25 de dezembro de 1983. Mas, como se alguma evidência de ter sido uma pessoa extraordinária ainda fosse necessária, seu corpo não começou a se decompor antes de trinta dias após ter sido declarado morto, apesar do clima quente. Era como se ele ainda habitasse seu corpo, mesmo que clinicamente estivesse sem vida.

Quando olho para trás e vejo o modo pelo qual as coisas ocorreram, fico certo de que a doença de Ling Rinpoche, com sua duração prolongada, foi inteiramente deliberada, para ajudar a que me acostumasse com sua ausência. Isso, no entanto, é apenas a metade da história. Como estamos falando de tibetanos, tudo continua de forma feliz. A reencarnação de Ling Rinpoche já foi encontrada, e ele é atualmente um garoto muito vivo e espontâneo de três anos de idade. Sua descoberta foi um exemplo de quando a criança reconhece claramente um membro do grupo de busca. Apesar de estar com apenas 18 meses de idade, ele chamou pelo nome e se dirigiu sorrindo para esta pessoa. Subseqüentemente ele identificou corretamente muitos dos pertences de seu antecessor.

Quando encontrei o menino pela primeiro vez, não tive dúvida sobre sua identidade. Ele comportou-se de um modo que ficou óbvio que havia me reconhecido. Nessa ocasião eu dei ao pequeno Ling Rinpoche uma grande barra de chocolate. Ele permaneceu impassível segurando-a, braço estendido e cabeça inclinada durante todo o tempo em que esteve na minha presença. Não consigo lembrar de qualquer criança que tenha ficado com algo doce guardado sem abrir e provar, e tenha ficado parado, em pé, tão formalmente. Então, quando recebi o menino em minha residência e ele foi trazido até a porta, comportou-se exatamente como seu predecessor. Era evidente que ele lembrava do caminho. Após, quando entrou na minha sala de trabalho, imediatamente mostrou familiaridade com um dos meus auxiliares que, nessa época, se recuperava de uma perna quebrada. Em primeiro lugar, essa pequenina figura solenemente presenteou-o com um kata, e então, cheio de risadas e brincadeiras de criança, apanhou uma das muletas de Lobsang Gawa e correu em volta, sem parar, como se aquilo fosse um pau de bandeira.

Outra história muito impressionante sobre o menino refere-se ao tempo em que ele foi levado, na idade de dois anos, a Bodh Gaya, onde eu deveria dar ensinamentos. Sem que ninguém indicasse a ele e tendo subido uma escada com suas mãos e joelhos, encontrou minha cama e colocou um kata sobre ela. Hoje Ling Rinpoche já está recitando as escrituras, ainda que esteja para ser visto se ele, após aprender a ler, será como alguns dos jovens Tulkus que memorizam textos com uma velocidade estonteante, como se estivessem apenas pegando novamente o que haviam deixado. Eu conheço muitas crianças que podem declamar, com facilidade, várias páginas de texto.

Há, certamente, um elemento de mistério nesse processo de identificação dos reencarnados. Mas é suficiente dizer que, como budista, não acredito que pessoas como Mao ou Churchill apenas “acontecem”.

Uma outra área da experiência tibetana que eu gostaria muito que fosse examinada cientificamente é o sistema de medicina tibetana. Além de datar de mais de dois mil anos, derivou de várias diferentes fontes, incluindo a antiga Pérsia; hoje os princípios são inteiramente budistas. Ela tem uma abordagem inteiramente diferente da medicina ocidental. Por exemplo, ela afirma que as causas-raiz da doença são a ignorância, o desejo ou o rancor.

De acordo com a medicina tibetana, o corpo é dominado pelos três principais nopa, literalmente “venenos”, mas freqüentemente traduzidos como “humores”. Considera-se que esses nopa estão sempre presentes no organismo. Isto significa que nunca se pode estar completamente livre das doenças, pelo menos de seu potencial, mas contanto que esteja em equilíbrio, o corpo mantém-se saudável. Entretanto, um desbalanço causado por uma das três causas-raiz se manifestará como doença, o que é diagnosticado pelo pulso do paciente ou pelo exame de sua urina. Também existem doze principais lugares nas mãos e punhos onde o pulso é examinado. A urina é similarmente examinada de diferentes maneiras (como cor, cheiro, etc.). Com respeito ao tratamento, o primeiro aspecto é a dieta; os remédios formam a segunda linha; a acupuntura e moxabustão, a terceira; a cirurgia, a quarta. Os próprios medicamentos são feitos de materiais orgânicos, algumas vezes combinados com óxidos de metais e certos minerais (incluindo, por exemplo, diamantes moídos)

Até agora tem havido pouca pesquisa clínica com respeito ao valor do sistema médico tibetano, ainda que o meu médico pessoal anterior, Dr. Yeshe Dhonden, tenha participado de uma série de experimentos de laboratório na Universidade de Virgínea, EUA. Ele teve resultados surpreendentemente bons em curar o câncer em ratos brancos, mas muito mais trabalho será necessário até que se possa chegar a conclusões definitivas. Com respeito a minha experiência própria, vejo os medicamentos tibetanos como muito eficientes. Tomo-os regularmente, não apenas para curar, mas para prevenir-me de adoecer. Percebi que esses remédios promovem um reforço da constituição física do corpo e têm efeitos colaterais desprezíveis. O resultado é que, apesar de meus longos dias e períodos intensivos de meditação, eu quase nunca experimento a sensação de cansaço.

Ainda, uma outra área onde acredito que há uma região de diálogo entre a ciência moderna e a cultura tibetana concerne ao conhecimento teórico e não experiencial. Alguma das mais recentes descobertas da física de partículas parecem apontar para a não-dualidade entre mente e matéria. Por exemplo, foi encontrado que se um vácuo (o que significa o espaço vazio) é comprimido, aparecem partículas onde nada havia antes, o que seria matéria, de alguma maneira, aparentemente inerente. Essas descobertas parecem oferecer uma área de convergência entre a ciência e a teoria budista Madhyamika do vazio. Essencialmente, essa teoria afirma que a mente e a matéria existem separadamente, mas de forma interdependente.

Estou bem consciente, no entanto, do perigo de ligar as crenças espirituais a qualquer sistema científico. Pois, enquanto o budismo continua sendo relevante dois e meio milênios após seu início, os fundamentos absolutos da ciência têm uma vida relativamente muito mais curta. Isto não é para poder afirmar que eu considero que coisas como os oráculos ou a capacidade dos monges de ficarem ao relento durante noites, em condições de congelamento, seja uma evidência de poderes mágicos. Ainda assim não posso concordar com nossos irmãos e irmãs chineses, que sustentam que a aceitação desses fenômenos é uma evidência de nosso atraso e barbárie. Mesmo do mais rigorosos ponto de vista científico, esta não é uma atitude objetiva.

Ao mesmo tempo, mesmo que um princípio seja aceito, isso não significa que tudo que esteja conectado com ele seja válido. Por analogia, seria burlesco seguir escravizadamente e sem qualquer discriminação todas as afirmações de Marx e Lênin, mesmo em face da evidência clara de que o comunismo é um sistema imperfeito. É preciso manter grande vigilância em áreas onde não temos grande experiência. Isso, naturalmente, é onde a ciência pode auxiliar. Enfim, só vemos as coisas como misteriosas quando não as entendemos.

Até agora os resultados das pesquisas que descrevi têm sido benéficos para todas as partes. Compreendo, no entanto, que esses resultados são tão acurados quanto os experimentos que conduziram a eles. Além do mais, estou consciente que se algo não é encontrado isso não significa sua inexistência, isso apenas prova que o experimento foi incapaz de encontrá-lo. Esta é a razão pela qual precisamos ser cuidadosos em nossas pesquisas, especialmente quando lidando em uma área onde a pesquisa científica é pequena. É também importante manter em mente as limitações impostas pela própria natureza. Por exemplo, enquanto a investigação cientifica não pode apreender meus pensamentos, isso não significa que eles sejam inexistentes, nem que algum outro método de pesquisa não possa descobrir algo a respeito deles, e aí é que entra a experiência tibelana. Através do treinamento mental, desenvolvemos técnicas que a ciência atual não pode ainda explicar adequadamente. Isto, então, é a base da suposto “magia e mistério” do budismo tibetano.

Por: Dalai Lama.

#Budismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/magia-e-mist%C3%A9rio-no-tibete

Dalai Lama – Magia e Mistério no Tibete

Os aspectos mágicos são sempre lembrados quando se fala sobre o Tibete. Com a vinda do Dalai Lama ao Brasil, a redação de Bodisatva e o C.E.B. receberam cartas com perguntas que deveriam ser formuladas a Sua Santidade buscando esclarecer estas questões. Temas como reencarnação, identificação de lamas reencarnados, oráculos, o exame do budismo pela ciência, a noção de “vazio” e sua contribuição ao pensamento ocidental, entre outros, são muito relevantes no nosso contexto cultural, sendo áreas de diálogo e superposições.

Em seu livro “Freedom in Exile”*, S.S. dedica um capítulo inteiro a este tema, cuja tradução e resumo Bodisatva aqui apresenta. A importância dessa obra pode ser avaliada pelo fato de S.S. ter ofertado cópias do livro a todas as autoridades com quem trocou presentes e a vários dos colaboradores do programa de sua visita ao Brasil.

Freqüentemente sou perguntado sobre os aspectos assim chamados “mágicos” do budismo tibetano. Muitas pessoas no Ocidente querem saber se os livros sobre o Tibete, escritos por pessoas como Lobsang Rampa e alguns outros, onde se fala em práticas ocultas, são verdadeiros. Também me perguntam se Shambhala (um país legendário referido em certas escrituras e supostamente oculto nas regiões desérticas do norte do Tibete) realmente existe. Há também a carta que eu recebi de um eminente cientista, no início dos anos 60, dizendo que ele havia ouvido que certos lamas são capazes de realizar certos fenômenos sobrenaturais, e perguntando se ele mesmo poderia realizar experimentos para determinar a veracidade disso.

Em reposta à primeira destas questões, usualmente digo que a maioria desses livros são frutos da imaginação e que Shambhala existe sim, mas não em um sentido convencional. Ao mesmo tempo, seria errado negar que algumas práticas tântricas dão origem a fenômenos misteriosos. Por essa razão, escrevendo ao cientista, por um lado disse que o que ele havia ouvido estava correto, mas, por outro lado, tinha que lastimar o fato de que tal pessoa, sobre a qual os experimentos poderiam ser realizados, ainda não havia nascido! De fato, na época, várias razões práticas tornavam impossível colaborar em pesquisas desse tipo.

Desde então, no entanto, vim a concordar com a realização de várias investigações científicas sobre a natureza de certas práticas específicas. O primeiro desses trabalhos foi realizado pelo Dr. Herbert Benson, que é atualmente o chefe do Departamento de Medicina Comportamental de Faculdade de Medicina de Universidade de Harvard, EUA. Quando nos encontramos durante a minha visita de 1979, ele me disse que estava trabalhando na análise do que ele chama de “relaxation response”, um fenômeno fisiológico encontrado quando uma pessoa entra em um estado meditativo. Ele acreditava que poderia ir adiante em seu estudo se pudesse fazer experimentos com praticantes muito avançados de meditação.

Como alguém que crê fortemente no valor da ciência moderna, decidi deixá-lo ir adiante com a idéia, não sem alguma hesitação. Eu sabia que muitos tibetano não gostavam muito dessa idéia, eles sentiam que o acesso a essas práticas deveria ser mantido restrito, uma vez que elas vêm de doutrinas secretas. Por outro lado, argumentei sobre a possibilidade de que os resultados de tal estudo poderiam beneficiar não apenas a ciência, mas também os praticantes de religião, e poderiam, portanto, ser de benefício geral para a humanidade.

No evento, Dr. Benson ficou satisfeito por ter encontrado algo extraordinário. (Suas pesquisas foram publicadas em muitos livros e jornais científicos, entre os quais Nature.) Ele veio à Índia acompanhado de dois assistentes e trazendo sofisticado equipamento científico, tendo conduzido os experimentos com alguns monges em mosteiros próximos de Dharamsala, e ao norte, no Ladakh e Sikkim.

Tais monges eram praticantes de Tum-mo Yoga, excelente para demostrar a eficiência de certas disciplinas tântricas particulares. Meditando com a atenção nos chakras (centros de energia) e nos nadis (canais de energia), o praticante é capaz de controlar e suspender temporariamente a operação dos níveis mais grosseiros da consciência, podendo experienciar níveis mais sutis de consciência. Os mais grosseiros pertencem à percepção ordinária — tato, visão, olfato, e assim por diante — enquanto que os mais sutis são os experienciados no momento da morte. Um dos objetos do Tantra é capacitar o praticante a “experienciar” a morte, pois é aí, então, que surgem as experiências espirituais mais poderosas.

Quando são suprimidos os níveis mais ordinários de consciência, podem ser observados fenômenos fisiológicos colaterais. Nos experimentos do Dr. Benson, esses efeitos incluíram a acentuada elevação da temperatura do corpo (medida internamente por uma termômetro retal e externamente por um termômetro na pele). Esses acréscimos levaram os monges a secarem lençóis mergulhados em água fria e enrolados em vota deles, mesmo em temperaturas externas abaixo de zero. O Dr. Benzon também testemunhou e mediu, de forma semelhante, monges sentados nus sobre a neve. (…)

Sejam quais forem os mecanismos aqui envolvidos, o que mais interessa é a clara visão de que existem coisas que a ciência moderna pode aprender da cultura tibetana. E mais, eu acredito que muitas outras áreas de nossa experiência poderiam ser investigadas proveitosamente. Por exemplo, eu gostaria de organizar algum dia uma experiência sobre os oráculos, que permanecem uma parte importante da vida tibetana.

Antes de falar disso em detalhe, gostaria de enfatizar que o propósito dos oráculos não é, como poderíamos supor, simplesmente antever o futuro. Isto é apenas parte do que eles fazem. Além disso, eles podem ser chamados como protetores ou, em alguns casos, como agentes de cura. Sua principal função, no entanto, é auxiliar os pessoas em sua prática do Darma. Outro ponto a lembrar é que a palavra “oráculo”, ela própria, conduz a enganos, uma vez que traz implícito que existem pessoas que possuem poderes de ser um oráculo. Isto é errado. Na tradição tibetana existem apenas certos homens e mulheres que atuam como médium entre os mundos natural e espiritual e que são chamados de kuten, o que significa, literalmente, “base física”. Também é importante enfatizar que, embora seja de uso corrente falar do oráculo como uma pessoa, isso é feito apenas por conveniência. De modo mais acurado, eles podem ser descritos como “espíritos” que estão associados a coisas particulares (por exemplo, uma estátua), pessoas e lugares. Isso não deve, no entanto, implicar na crença da existência de entidade externas independentes.

Em tempos antigos havia muitas centenas de oráculos por todo o Tibete. Poucos se mantiveram, mas os mais importantes — os usados pelo governo tibetano — ainda existem. Desses, o principal é conhecido como oráculo de Nechung. Através dele se manifesta Dorje Drakden, uma das divindades protetoras do Dalai Lama.

Nechung veio originalmente para o Tibete com um descendente do sábio indiano Dharmapala, estabelecendo-se em um lugar da Ásia Central chamado Bata Hor. Durante o reinado do rei Trisong Dretsen, no oitavo século a.C., ele foi designado pelo mestre tântrico indiano Padmasambhava, supremo guardião espiritual do Tibete, como protetor do mosteiro de Samye. Subseqüentemente, o segundo Dalai Lama desenvolveu uma relação muito próxima com Nechung, que nessa época havia estabelecida uma relação muito próxima com o monastério de Drepung, e após, Dorje Drakden designado com protetor pessoal dos Dalai Lamas que se sucederam.

Por centenas de anos até os dias presentes, tornou-se tradicional, para o Dalai Lama e para o governo tibetano, consultar Nechung durante os festivais de ano novo. Mas além dessas oportunidades, ele poderia ser chamado outras vezes para responder perguntas específicas. Eu mesmo o encontro muitas vezes por ano. Isso pode parecer estranho para os leitores ocidentais do século XX. Mesmo alguns tibetanos, que se consideram “progressistas”, não apreciam o meu uso continuado desse método antigo de buscar a compreensão das coisas. Faço isso pela razão simples de que quando olho para trás e relembro as muitas ocasiões em que formulei perguntas ao oráculo, em cada uma delas o tempo mostrou que sua reposta estava correta. Não que eu me baseie apenas nas respostas do oráculo. Não é assim. Busco sua opinião da mesma forma que busco a opinião do meu Gabinete (o Kashag), e da mesma forma que busco a opinião de minha própria consciência. Considero os deuses como minha “casa de cima”. O Kashag constitui minha “casa de baixo”. Á semelhança de outro líderes, consulto a ambos quando devo tomar uma decisão em assuntos de estado. Além disso, adicionalmente ao conselho de Nechung, também procuro levar em consideração certas profecias. Apesar de nossas funções serem similares, minha relação com Nechung é a do comandante com o ajudante: nunca me inclino a ele, ele é que se inclina ao Dalai Lama. Ainda assim somos muito próximos, quase amigos.

Ainda que possa parecer surpreendente, as respostas do oráculo raramente são vagas. Como no caso de minha fuga de Lhasa, ele é freqüentemente muito específico. Ainda assim, creio que seria difícil que algum tipo de investigação científica pudesse provar conclusivamente a validade de seus pronunciamentos. O mesmo se dá com outras áreas da experiência tibetana, por exemplo, a questão dos tulkus. Ainda assim, espero que, algum dia, possa ser realizado algum tipo de experimento com respeito a esses dois fenômenos.

Na realidade, a tarefa de identificar os tulkus é mais lógica do que pode parecer á primeira vista. Dada a crença budista no renascimento, e considerando que todo o propósito da reencarnação é possibilitar ao ser continuar seus esforços em benefício de todos os seres vivos, é uma conclusão clara que deveria ser possível identificar casos individuais. Isso habilita-os a serem educados e colocados no mundo de tal forma que continuem seu trabalho o mais rápido possível.

Certamente podem ocorrer eventuais erros nesse processo de identificação, mas as vidas da grande maioria dos tulkus (atualmente existem algumas centenas deles reconhecido, sendo que antes da invasão chinesa eram provavelmente milhares os tulkus reconhecidos) são um testemunho de sua eficácia.

Como disse, todo o propósito de reencarnação é facilitar a continuidade do trabalho de um ser. Esse fato tem grandes implicações quando se busca pelo sucessor de uma pessoa em particular. Por exemplo, ainda que meus esforços sejam geralmente dirigidos a auxiliar todos os seres, em particular eles se dirigem a auxiliar os tibetanos. Portanto, se eu morrer antes dos tibetanos readquirirem sua liberdade, seria lógico admitir que eu renasceria fora do Tibete. Naturalmente, poderia ocorrer que meu povo, nessa ocasião, não visse mais utilidade para um Dalai Lama, e nesse caso não se ocuparia de procurar-me. Assim, eu poderia renascer como um inseto, ou como um animal, de tal forma que pudesse ser de maior utilidade ao maior número de seres secientes.

O modo pelo qual o processo de identificação é procedido é também menos misterioso do que se pode parecer. Começa com um simples processo de eliminação. Digamos, por exemplo, que estamos buscando a reencarnação de um certo monge. Primeiro, devemos estabelecer quando e onde o monge morreu. Então, considerando que a nova reencarnação será concebida usualmente em torno de um ano após a morte de seu predecessor — esta duração sabemos por experiência —, fica já estabelecido um referencial temporal. Então, se um lama X morre no ano Y, sua nova encarnação provavelmente nascerá dezoito meses a dois anos após. No ano Y mais cinco, a criança deverá estar com uma idade entre três e quatro anos: o campo de busca já se estreitou consideravelmente.

A seguir, tenta-se estabelecer o lugar da reencarnação. Usualmente isso é muito fácil. Primeiro, ocorrerá dentro do Tibete? Se fora, há um número muito limitado de lugares onde seria provável: as comunidades tibetanas da Índia, Nepal, Suíça, por exemplo. Após, precisaria se decidido em que cidade a criança seria mais provavelmente encontrada. Geralmente isso é feito buscando-se referências na vida prévia.

Tendo reduzido as opções e estabelecido os parâmetros do modo descrito, o próximo passo, usualmente, é organizar o grupo de busca. Isso não significa necessariamente que um grupo de pessoas deverá ser enviado como se estivessem buscando um tesouro. De modo geral, basta perguntar a várias pessoas da comunidade para procurar pelas crianças entre três e quatro anos que poderiam ser candidatos. De modo geral, existem algumas indicações que auxiliam, como fenômenos incomuns ocorridos quando do nascimento, ou a criança pode exibir características peculiares.

Algumas vezes, duas, três ou mais possibilidades emergirão neste estágio. Ocasionalmente tal grupo será inteiramente desnecessário, porque a encarnação anterior deixou informação detalhada, inclusive com o nome de seu sucessor e de seus pais. Mas isso é rara. Outras vezes, os que buscam o monge reencarnado podem ter sonhos claros ou visões sobre onde encontrar seu sucessor. De outro lado, um elevado lama recentemente deu ordens de que sua reencarnação não deveria ser procurada. Ele disse que melhor seria instalar como seu sucessor a quem quer que pareça capaz de servir ao Darma do Buda e a sua comunidade, em lugar de preocupar-se com uma identificação precisa. Não existem regras duras, rígidas.

Se ocorre que muitas crianças surgem como candidatos, é usual que alguém muito próximo à encarnação anterior venha a fazer o exame final. Freqüentemente essa pessoa será reconhecida por uma das crianças, o que é uma forte evidência de prova; outras vezes marcas especiais no corpo são também levadas em consideração.

Algumas vezes o processo de identificação envolve a consulta a oráculos ou a alguém que tenha o poder de ngon shé (clarividência). Um dos métodos que essas pessoas usam é o Ta, através do qual o praticante fixa o olhar em um espelho, no qual ele ou ela podem ver a própria criança, ou uma construção, ou uma palavra escrita. Eu chamo isso de “televisão antiga”. Isto corresponde às visões que as pessoas tiveram no lago Lhamoi Lhatso, onde Reting Rinpoche viu as letras Ah, Ka, e Ma e teve a visão de um mosteiro e de uma casa onde começou a buscar por mim.

Algumas vezes eu mesmo sou chamado para dirigir a busca por uma reencarnação. Nessas circunstâncias, é de minha responsabilidade tomar a decisão final sobre o candidato que deve ser corretamente escolhido. É importante que diga que eu não tenho poderes de clarividência. Não tive nem tempo nem oportunidade de desenvolvê-los, apesar de ter elementos para acreditar que o Décimo Terceiro Dalai Lama tenha tido alguma habilidade nessa esfera.

Como um exemplo de como faço isso, vou relatar a história de Ling Rinpoche, meu antigo tutor. Eu sempre tive o maior respeito por Ling Rinpoche; mesmo quando eu era uma criança, bastava apenas ver seu ajudante para ficar com medo, e tão pronto ouvia seus passos, meu coração paralisava. Com o tempo, vim a valorizá-lo como um de meus maiores e mais próximos amigos. Quando ele morreu, não faz muito tempo, senti que a vida sem ele ao meu lado seria muito difícil. Ele havia se tornado uma rocha sobre a qual eu podia me apoiar.

Estava na Suíça, no verão de 1983, quando pela primeira vez ouvi sobre sua doença: ele havia sofrido um derrame cerebral e ficara paralisado. Essas notícias me perturbaram muito, ainda que, como budista, soubesse que de nada adiantaria a preocupação. Tão pronto pude, retornei a Dharamsala, onde encontrei-o ainda com vida, mas em más condições físicas. Ainda assim, sua mente continuava aguda como sempre, graças a uma vida de constante treinamento mental. Sua condição permaneceu estável por muitos meses antes de subitamente deteriorar. Ele entrou em coma, de onde nunca saiu e morreu em 25 de dezembro de 1983. Mas, como se alguma evidência de ter sido uma pessoa extraordinária ainda fosse necessária, seu corpo não começou a se decompor antes de trinta dias após ter sido declarado morto, apesar do clima quente. Era como se ele ainda habitasse seu corpo, mesmo que clinicamente estivesse sem vida.

Quando olho para trás e vejo o modo pelo qual as coisas ocorreram, fico certo de que a doença de Ling Rinpoche, com sua duração prolongada, foi inteiramente deliberada, para ajudar a que me acostumasse com sua ausência. Isso, no entanto, é apenas a metade da história. Como estamos falando de tibetanos, tudo continua de forma feliz. A reencarnação de Ling Rinpoche já foi encontrada, e ele é atualmente um garoto muito vivo e espontâneo de três anos de idade. Sua descoberta foi um exemplo de quando a criança reconhece claramente um membro do grupo de busca. Apesar de estar com apenas 18 meses de idade, ele chamou pelo nome e se dirigiu sorrindo para esta pessoa. Subseqüentemente ele identificou corretamente muitos dos pertences de seu antecessor.

Quando encontrei o menino pela primeiro vez, não tive dúvida sobre sua identidade. Ele comportou-se de um modo que ficou óbvio que havia me reconhecido. Nessa ocasião eu dei ao pequeno Ling Rinpoche uma grande barra de chocolate. Ele permaneceu impassível segurando-a, braço estendido e cabeça inclinada durante todo o tempo em que esteve na minha presença. Não consigo lembrar de qualquer criança que tenha ficado com algo doce guardado sem abrir e provar, e tenha ficado parado, em pé, tão formalmente. Então, quando recebi o menino em minha residência e ele foi trazido até a porta, comportou-se exatamente como seu predecessor. Era evidente que ele lembrava do caminho. Após, quando entrou na minha sala de trabalho, imediatamente mostrou familiaridade com um dos meus auxiliares que, nessa época, se recuperava de uma perna quebrada. Em primeiro lugar, essa pequenina figura solenemente presenteou-o com um kata, e então, cheio de risadas e brincadeiras de criança, apanhou uma das muletas de Lobsang Gawa e correu em volta, sem parar, como se aquilo fosse um pau de bandeira.

Outra história muito impressionante sobre o menino refere-se ao tempo em que ele foi levado, na idade de dois anos, a Bodh Gaya, onde eu deveria dar ensinamentos. Sem que ninguém indicasse a ele e tendo subido uma escada com suas mãos e joelhos, encontrou minha cama e colocou um kata sobre ela. Hoje Ling Rinpoche já está recitando as escrituras, ainda que esteja para ser visto se ele, após aprender a ler, será como alguns dos jovens Tulkus que memorizam textos com uma velocidade estonteante, como se estivessem apenas pegando novamente o que haviam deixado. Eu conheço muitas crianças que podem declamar, com facilidade, várias páginas de texto.

Há, certamente, um elemento de mistério nesse processo de identificação dos reencarnados. Mas é suficiente dizer que, como budista, não acredito que pessoas como Mao ou Churchill apenas “acontecem”.

Uma outra área da experiência tibetana que eu gostaria muito que fosse examinada cientificamente é o sistema de medicina tibetana. Além de datar de mais de dois mil anos, derivou de várias diferentes fontes, incluindo a antiga Pérsia; hoje os princípios são inteiramente budistas. Ela tem uma abordagem inteiramente diferente da medicina ocidental. Por exemplo, ela afirma que as causas-raiz da doença são a ignorância, o desejo ou o rancor.

De acordo com a medicina tibetana, o corpo é dominado pelos três principais nopa, literalmente “venenos”, mas freqüentemente traduzidos como “humores”. Considera-se que esses nopa estão sempre presentes no organismo. Isto significa que nunca se pode estar completamente livre das doenças, pelo menos de seu potencial, mas contanto que esteja em equilíbrio, o corpo mantém-se saudável. Entretanto, um desbalanço causado por uma das três causas-raiz se manifestará como doença, o que é diagnosticado pelo pulso do paciente ou pelo exame de sua urina. Também existem doze principais lugares nas mãos e punhos onde o pulso é examinado. A urina é similarmente examinada de diferentes maneiras (como cor, cheiro, etc.). Com respeito ao tratamento, o primeiro aspecto é a dieta; os remédios formam a segunda linha; a acupuntura e moxabustão, a terceira; a cirurgia, a quarta. Os próprios medicamentos são feitos de materiais orgânicos, algumas vezes combinados com óxidos de metais e certos minerais (incluindo, por exemplo, diamantes moídos)

Até agora tem havido pouca pesquisa clínica com respeito ao valor do sistema médico tibetano, ainda que o meu médico pessoal anterior, Dr. Yeshe Dhonden, tenha participado de uma série de experimentos de laboratório na Universidade de Virgínea, EUA. Ele teve resultados surpreendentemente bons em curar o câncer em ratos brancos, mas muito mais trabalho será necessário até que se possa chegar a conclusões definitivas. Com respeito a minha experiência própria, vejo os medicamentos tibetanos como muito eficientes. Tomo-os regularmente, não apenas para curar, mas para prevenir-me de adoecer. Percebi que esses remédios promovem um reforço da constituição física do corpo e têm efeitos colaterais desprezíveis. O resultado é que, apesar de meus longos dias e períodos intensivos de meditação, eu quase nunca experimento a sensação de cansaço.

Ainda, uma outra área onde acredito que há uma região de diálogo entre a ciência moderna e a cultura tibetana concerne ao conhecimento teórico e não experiencial. Alguma das mais recentes descobertas da física de partículas parecem apontar para a não-dualidade entre mente e matéria. Por exemplo, foi encontrado que se um vácuo (o que significa o espaço vazio) é comprimido, aparecem partículas onde nada havia antes, o que seria matéria, de alguma maneira, aparentemente inerente. Essas descobertas parecem oferecer uma área de convergência entre a ciência e a teoria budista Madhyamika do vazio. Essencialmente, essa teoria afirma que a mente e a matéria existem separadamente, mas de forma interdependente.

Estou bem consciente, no entanto, do perigo de ligar as crenças espirituais a qualquer sistema científico. Pois, enquanto o budismo continua sendo relevante dois e meio milênios após seu início, os fundamentos absolutos da ciência têm uma vida relativamente muito mais curta. Isto não é para poder afirmar que eu considero que coisas como os oráculos ou a capacidade dos monges de ficarem ao relento durante noites, em condições de congelamento, seja uma evidência de poderes mágicos. Ainda assim não posso concordar com nossos irmãos e irmãs chineses, que sustentam que a aceitação desses fenômenos é uma evidência de nosso atraso e barbárie. Mesmo do mais rigorosos ponto de vista científico, esta não é uma atitude objetiva.

Ao mesmo tempo, mesmo que um princípio seja aceito, isso não significa que tudo que esteja conectado com ele seja válido. Por analogia, seria burlesco seguir escravizadamente e sem qualquer discriminação todas as afirmações de Marx e Lênin, mesmo em face da evidência clara de que o comunismo é um sistema imperfeito. É preciso manter grande vigilância em áreas onde não temos grande experiência. Isso, naturalmente, é onde a ciência pode auxiliar. Enfim, só vemos as coisas como misteriosas quando não as entendemos.

Até agora os resultados das pesquisas que descrevi têm sido benéficos para todas as partes. Compreendo, no entanto, que esses resultados são tão acurados quanto os experimentos que conduziram a eles. Além do mais, estou consciente que se algo não é encontrado isso não significa sua inexistência, isso apenas prova que o experimento foi incapaz de encontrá-lo. Esta é a razão pela qual precisamos ser cuidadosos em nossas pesquisas, especialmente quando lidando em uma área onde a pesquisa científica é pequena. É também importante manter em mente as limitações impostas pela própria natureza. Por exemplo, enquanto a investigação cientifica não pode apreender meus pensamentos, isso não significa que eles sejam inexistentes, nem que algum outro método de pesquisa não possa descobrir algo a respeito deles, e aí é que entra a experiência tibelana. Através do treinamento mental, desenvolvemos técnicas que a ciência atual não pode ainda explicar adequadamente. Isto, então, é a base da suposto “magia e mistério” do budismo tibetano.

Por: Dalai Lama.

#Budismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/dalai-lama-magia-e-mist%C3%A9rio-no-tibete

Os Habitantes do Plano Astral

Este é um texto básico, mas muito importante, escrito por Beraldo Lopes Figueiredo, que eu considero um dos maiores especialistas em Projeção Astral do Brasil. Não é fácil classificar e ordenar os seres astrais, tal sua variedade e complexidade, mas podemos nos esforçar para isso, começando a dividi-los em 3 grandes categorias: Humanos, os não-humanos e os artificiais.

01.2.1 – HUMANOS:

Os cidadãos humanos do mundo astral, separam-se naturalmente em dois grupos: Os vivos e os Mortos.

01.2.1.1 – VIVOS:

01 – Adeptos e seus discípulos: São os humanos evoluídos, instruídos que operam tanto com o corpo mental como astral, mas muito mais com mental, pertencentes as Lojas, escolas orientais e algumas ocidentais.

02 – Indivíduos Psiquicamente adiantados: Esses não estão sob orientação de um Mestre (amparador), em geral são conscientes fora do corpo físico, mas por falta de necessário treino e experiência estão sujeitos a enganos e apreciação do vêem. Sua lucidez é variável , variam de acordo com seu grau de desenvolvimento e em muitos casos quando voltam ao corpo físico não lembram de sua experiência.

03 – A pessoa Vulgar: Não possuem maturidade astral, flutuam perto do corpo físico durante o sono., num estado mais ou menos inconsciente, em alguns casos numa semi-adormecido, vagueia daqui para ali, deitado seguindo algumas correntes astrais passando por toda espécie de aventuras, umas agradáveis outras desagradáveis. Quando menos evoluído for uma pessoa, mal definida será suas formas astrais, sem contornos definidos, devido a alta densidade do seu duplo etérico.

04 – O mago negro e seus discípulos: É semelhante a primeira, porém voltada para o mal. As ordens que lidam com essas forças ocultas poderosas são várias, mas podemos citar: Dügpas Europeus, Vodoo, Obeah, Magia Negra, etc.

01.2.1.2 – MORTOS:

01 – Os Nirmânakáyas: Seres elevados, no entanto por qualquer necessidade de missão que se julgue necessário descem para o plano Astral.

02 – Discípulos a espera de Reencarnação: Esse não é um habitante comum do mundo astral e sim do mundo mental, mas ocasionalmente pode-se encontrar um ocasionamente por isso é uma população muito reduzida.

03 – Os mortos Vulgares: É uma classe cuja população são de milhares e milhares de almas, também complexa limitar sua estadia no mundo astral, varia de algumas horas, dias, semanas, meses, anos e até séculos.

Todos sem exceção tem que passar por todos as subdivisões do plano astral no seu caminho para o mundo-céu, algumas percorrem essas subdivisões inconscientes, para as pessoas evoluídas com várias reencarnações, essa passagem é extremamente rápida.

04 – As Sombras: Quando a extinção de um indivíduo é completa é sinal que acabou sua vida Astral, ele passa para o plano Mental (Plano Devachânico). Mas, assim como ao passar para o plano físico para o Astral há um abandono do corpo físico, assim também na passagem do corpo astral para o mental, o invólucro astral é abandonado e também irá se desintegrar, neste caso o corpo astral abandonado, é um verdadeiro cadáver. Infelizmente o homem vulgar deixa-se dominar por todos os desejos inferiores, que uma parte da mente inferior se funde com o corpo dos desejos, essas partículas da matéria astral possuem vida própria e animam esse cadáver, gerando uma classe chamada: Sombras Essa sombra não é o indivíduo real, mas conserva hábitos, semelhança física, memória mas sua inteligência é limitada, pois é um farrapo de suas piores qualidades. A duração de uma sombra varia segundo a qualidade da mente inferior que a anima, mas apesar desta astúcia que engana alguns médiuns despreparados em sessões espíritas, na medida que o tempo passa ela vai perdendo a vitalidade e se degradando até cair na classe seguinte: Os invólucros (Cascões Astrais).

05 – Os invólucros (Cascões Astrais): São os cadáveres astrais, o corpo astral abandonado e em estado de desintegração, são desprovidos de qualquer espécie de consciência e de inteligência, vagueiam nas correntes astrais como nuvens impelidas por ventos contrários. {b]Não pode ser confundido com o Duplo Etérico que conserva-se a poucos metros post-mortem do cadáver físico, se desintegrando lentamente são vistos nos cemitérios essas formas azuladas com aparência de vapores, flutuando nos túmulos dos cemitérios daqueles que recentemente deixaram o mundo físico, não é um espetáculo agradável de ver. Mas os Cascões Astrais, que vagam, podem ser usados e manipulados por meio de Magia Negra.

06 – Os invólucros vitalizados: Alguns elementais artificiais, as vezes entram dentro destas cascas astrais e dão uma vida aparente a eles. Geralmente o usam de uma forma malévola,

07 – Vitimas de Morte Súbita e os Suicidas: Todo o indivíduo que for arrancado de sua vida terrena repentinamente, em pleno gozo de sua saúde e energias, vai se encontrar no mundo astral numa situação diferenciada dos demais seres que morreram por doença. No caso de suicídio ou de morte por acidente, desastre, não se realizando os preparativos naturais e graduais, compara-se como retirar o caroço de uma fruta quando esta fruta estiver verde, grande quantidade de perietérico (combustível vital), duplo etérico, alta densidade desta matéria é pertubadora para o indivíduo recém morto, esta alta densidade vibratório levará o indivíduo a cair na sétima zona astral conhecido por baixo astral (Umbral). Porém se o indivíduo for de boa índole ficará insconsciente e por pouco tempo neste mundo trevoso. O fato do suicida, é bem mais difícil, porque interromperam sua vida através do livre arbítrio, embora cada caso tem suas variantes e nem todos os suicídios são consideráveis condenáveis, como o caso de Sócrates.

08 – Vampiros e Lobisomens: É a entidade mais cruel e repelente, mas felizmente muito raras são essa criaturas, essas relíquias horrorosas de um tempo em que o ser humano era mais animalesco, são considerados fábulas da Idade Média, pertenciam a Quarta Raça da terra, como na Rússia e Hungria, apesar das lendas exageradas, no fundo tem uma verdade inquestionável. Essas criaturas apegadas ao extremo a vida terrena usavam seu corpo astral para manter íntegro seu corpo físico, roubando sangue dos vivos com seu corpo astral semi materializado, existindo casos registrados na Europa Central de aberturas de caixão encontrava-se o corpo fresco e sadio, muitas vezes mergulhado num sangue fétido.

Já os lobisomens, também de extrema raridade, nos dias de hoje, eram de uma raça extremamente carnívora que se alimentava de animais vivos, numa extrema violência, quando mortos esses indivíduos semi materializados numa espécie de Lobo e Homem atacavam nas matas outros animais.

Portanto aos estudiosos de Viagens Astrais, não se preocupem pois esses tipos são de extrema raridade nos dias de hoje e geralmente os que existem ainda, agem próximos ao seu corpo físico.

09 – Magos Negros e seus Discípulos: Pertencem ao outro extremo da escala, são espíritos desencarnados, tendem a manter-se o maior tempo possível neste plano, renegando o plano mental, são criaturas extremamente hábeis com os poderes do mundo astral, violam a lei natural da evolução , pois mantém-se no mundo astral pela manipulação de artes mágicas: MAGIA NEGRA. Deve-se frisar que para se conseguir isso, é a custa de outras vidas, roubando de outrem o tempo de vida legítimo.

01.2.2 – NÃO HUMANOS:

01 – Corpos Astrais dos Animais: Apesar de extraordinariamente numerosa, esta classe ocupa um lugar subalterno no plano astral, visto ser muito curta a permanência neste plano dos membros que a compõem. Os animais em sua grande maioria ainda não adquiriram ainda uma individualização permanente e quando morrem a essência monádica que os animava volta ao stratum especial donde vieram. Geralmente essa existência não passa de uma espécie de sonho inconsciente impregnado, ao que parece de uma perfeita felicidade. Quanto aos animais domésticos que já atingiram a individualidade, o caso de alguns gatos e alguns cachorros, esses tem uma vida astral mais longa e mais ativa, mas caindo por fim num estado passivo subjetivo que dura pouco. Dos animais selvagens os que já atingiram a individualização encontra-se os Macacos Antropóides, que forma uma classe interessante, visto que se aproximam de reencarnarem como seres humanos.

02 – Os espíritos Naturais: Compreende-se esta classe subdivisão tão numerosa e tão variada que pode-se dizer não serem totalmente conhecidas em sua integralidade. Classificadas por alguns escritores como ELEMENTAIS, são espíritos da natureza, tendo os da terra, do ar, da água e fogo. São entidades astrais dotadas de inteligência, definidas, que habitam e funcionam cada um desses meios. Na linguagem popular tem uma grande variedade de nomes: Fadas, pixies, brownies, salamandras, duendes, trolls, sátiros, faunos, sacis, etc. São em forma reduzida ou de baixa estatura.

Em geral são invisíveis para a visão física mas alguns possuem a propriedade de se materializarem quando lhes convém.

Em sua maioria evitam os seres humanos, visto não gostarem das emanações fluídicas humanas, os vícios e desejos desordenados põem em ação correntes astrais que os pertubam. Os períodos de vida desses seres variam muito, alguns muito curtos, outros maiores que as nossas vidas.

03 – Os Devas: O mais alto sistema de evolução que tem relação com a terra, são seres que os hindus chamam de Devas, no Ocidente Anjos, “Filhos de Deus”, amparadores, são considerados um reino acima do humano, assim como os animais irracionais um reino inferior aos humanos, chamados também de Regentes da Terra, Anjos Celestiais, são eles agentes do Karma do ser humano. Poucas vezes se manifestam no mundo astral, estão mais presentes no mundo mental, mas quando o fazem são notáveis pela beleza e luz que irradiam, parecendo possuírem asas tal beleza de suas auras, parecem possuir uma aureola tal é a luz do seu chakra coronário.

01.2.3 – ARTIFICIAIS:

01 – Elementais criados inconscientemente: A essência elemental nos rodeia por todos os lados. É flagrante o efeito produzido por um pensamento que quando apodera-se da matéria plástica astral, ele molda instantaneamente um ser vivo, ser que uma vez criado não fica de forma nenhuma sob a influência do seu criador , mas adquire o instinto básico de qualquer réstia de vida que o INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA. A duração de um elemental (Formas-Pensamento) varia muito sendo proporcional a intensidade dos pensamentos de quem o gerou. Alguns minutos, horas, mas o pensamento forte, repetitivo, convicto pode durar alguns dias. Os elementais ficam em volta do seu criador em suspensão, circulando, tendem a provocar a repetição da idéia buscando se fortificar para viver mais tempo. Crianças criam companheiros astrais. Tem como tendência prolongar suas curtas vidas reagindo sobre o seu criador, provocando a renovação do pensamento que o originou. Existem casos de criações encontrarem energias paralelas e se alimentarem de várias ao mesmo tempo, o que prolongaria sua vida por um tempo bem considerável, alguns deixam seus criadores , encontrando essa energia no próprio astral se transformam em demônios errantes. Casos de mães devotas criando para seus filhos anjos da guarda, visto por muitos clarividentes, acompanhando algumas crianças.

02 – Elementais Criados Conscientemente: Tantos os adeptos e ocultistas da Magia Branca e Magia Negra se servem freqüentemente de elementais artificiais nos seus trabalhos, neste caso essas criaturas são como escravas, poucas são as tarefas que não possam ser realizadas por essas criaturas quando cientificamente preparadas e habilmente dirigidas. Não tem sido pouco o mal que essas criaturas espalham pelo mundo. Os elementais formados conscientemente são dotados de uma inteligência superior aos formados inconscientemente, além da duração de suas vidas, serem bem maiores, por isso são mais perigosos. Da mesma forma são mais astutas para prolongar a vida, quer alimentando-se como Vampiros da vitalidade de seres humanos, quer influenciando que façam oferendas, matando animais, cuja vitalidade é direcionada e absorvida pelo elemental. Podem prolongar suas vidas por anos a fio, tem casos que são séculos. Tem um caso na índia que uma entidade protetora das lavouras, quando não lhes era ofertada as oferendas, alimentos, focos de fogos espontâneos rebentavam simultaneamente entre as cabanas, apareciam do nada.

03 – Artificiais Humanos: apesar de ser pouco numerosa esta entidade existe, guardiões de Lojas Brancas, Demônios da Idade Média, líderes que já reencarnaram, mas seu ser artificial ainda continuam vivo no mundo astral e são vistos por clarividentes.

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Charles Webster Leadbeater (Londres, Inglaterra, 16 de fevereiro de 1847 – Perth, Austrália, 1º de março de 1934), foi sacerdote da Igreja Anglicana e Bispo da Igreja Católica Liberal, clarividente, escritor, orador, maçom e uma das mais influentes personalidades da Sociedade Teosófica.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/os-habitantes-do-plano-astral

Física Quântica, Chakras,Plano Astral 1 ½

chikung

Acho que tem gente que precisava ler primeiro a coluna do Mori sobre argumentar a respeito de algo que não leu. De onde vocês tiraram que o post anterior tinha alguma coisa a ver com religião? Vocês estão confundindo Religiosidade (o ato de “religare”, de se unir ao seu Eu divino e interior), com Religião, o ópio do povo. É claro que a religião quer tomar para si estas duas palavras como se fossem sinônimos, mas elas NÃO são sinônimos de maneira nenhuma!

Planos vibratórios invisíveis, plano astral, mental, reencarnação… isso são leis naturais que regem nosso universo causal e acausal e não faz a menor diferença se você acredita nelas ou não para que elas funcionem e atuem sobre você. É como a lei da gravidade. Não acreditar ou não ter conhecimento dela não vai fazer com que você saia por ai voando…

Religiosidade implica em buscar o seu EU superior, em buscar conceitos éticos, morais e íntegros para si mesmo e aplicá-los na sua vida… implica em se conectar com sua própria divindade, este ser superior que habita dentro de você mesmo, implica em buscar o autoconhecimento. Não tem nada a ver com rezar ou acender velinhas.

Posso dar como exemplo um amigo cético e blogueiro chamado Douglas Donin, que é ateu até a raiz dos cabelos. Sempre que eu viajo pra Porto Alegre a gente conversa e eu nunca consegui convencê-lo de um “a” sobre deuses, astrologia ou o que quer que fosse, mas ele é uma das pessoas mais íntegras, honradas e éticas que eu conheço, que está sempre buscando o autoconhecimento, da maneira dele, que é diferente da minha. Neste ponto, ele é MUITO mais religioso do que qualquer crente que acha que rezando dez Ave Marias vai comprar sua passagem para os céus…

Meneghetti, Tácio Zemel, abc, deathbotelho, Terugo – Sobre freqüências musicais e subir as oitavas. Bem, eu falarei sobre a relação da música com os chakras na próxima coluna, mas basicamente, você acertou. Como dissemos na coluna anterior, as freqüências se harmonizam de acordo com o seu estado de consciência. Cada tipo de tom e cada tipo de batida produzem vibrações que ressoam com as vibrações dos estados de consciência emocional e mental de cada pessoa (vou dar exemplos na coluna também).

Desta forma, pode-se perceber claramente que o nível de evolução espiritual de uma pessoa ou grupo está ligado diretamente ao tipo de música que escuta e se “sente bem”. Eu poderia dar exemplos mas acho que o povo politicamente correto não iria gostar, então cada leitor que use da sua imaginação e suas experiências pessoais para fazer as associações que desejar.

A diferença de opiniões sobre se a mediunidade era um dom ou se poderia ser despertada foi uma das maiores razões da separação do prof. Waldo Vieira do Chico Xavier. Waldo acreditava em uma espiritualidade laica, dissociada de qualquer princípio religioso, e que as pessoas poderiam aprender e treinar, ao contrário de Chico que acreditava em uma conexão de espiritualidade com religiosidade e dons (no sentido que eu expliquei acima).

Existem muitos exercícios práticos para despertar a consciência neste SITE. O Wagner Borges foi um dos alunos do Waldo Vieira e é um dos estudiosos mais sérios dentro deste campo aqui no Brasil.

Zatraz, Alex, Cristian, PH – Sobre o “não fornecer provas”. Cerca de dezenas de milhares de experimentos realizados e documentados em todo o mundo pelos kardecistas, espiritualistas, os 40 anos de documentação do IIPC e do IIPB não contam, porque não interessam? Desde que Kardec começou a examinar os fenômenos de comunicação interdimensionais em 1857 (e antes dele Blavatsky, e antes dela muitos outros, recuando até a comunicação dos xamãs com seus “espíritos ancestrais”). Provas e demonstrações existem… toneladas delas.

Aliás, isso me lembrou justamente uma conversa que eu estava tendo com o oitobits ontem. Ele sugeriu de chamar o Kentaro Mori, parceiro colunista do S&H, para assistir uma demonstração de chi-kung para “provar” que chakras existem e que a manipulação de energias através da mente é capaz de canalizar estas freqüências de outras dimensões mais sutis para o plano material, a ponto de entortar uma lança ou barras de aço. Eu imagino que o Kentaro até deva ser interessado nestas demonstrações, porque já colocou uma delas no CETICISMO ABERTO… então seria legal ir com ele e deixa-lo comprar as barras de aço no lugar que ele quiser, deixá-lo preparar quantas câmeras quisesse no ângulo que quisesse, escolher o local da demonstração, apalpar minha garganta para ver que o ponto da garganta escolhido é bem “molinho” (aquele ponto três dedos abaixo do pomo de adão, onde os médicos gostam de fazer traqueostomia justamente porque é o mais fino possível), posso fazer a demonstração sem camisa e na frente de quantas testemunhas ele quisesse. E se não estivesse satisfeito, conheço pelo menos 6 outros atletas que fazem coisas até mais impressionantes do que eu.

Pois bem… para mim seria fácil, já que, ao contrário do Ademar Gevaerd, eu não dependo de homenzinhos verdes para provar meus pontos.. mas… e daí? O que eu conseguiria com isso? Ele colocaria no site do ceticismo algo assim: “impressionante, mas inexplicável. Sorry”. E ainda apareceria um ignorante lá pra falar “muito provável que o cabo de suspensão esteja na sua mão esquerda”.

E mesmo que ele ficasse completamente convencido e escrevesse mil maravilhas no site, em cinco minutos apareceria outro cético falando: “Kentaro Mori não é otoridade para definir o que é entortar barras de aço na garganta ou não”. Ou seja, todo o trabalho teria sido uma completa perda de tempo e não tenho como “vencer” ou “provar” nada… exceto, talvez, para o próprio Mori (embora ele me pareça gente-boa… eu faria uma demonstração numa boa, sem nenhum clima de “desafio”). Só que eu teria aberto os olhos de UMA pessoa e para UM aspecto do ocultismo… O mesmo teria de ser feito para tarot, astrologia, projeção astral, telepatia, levitação, clarividência, etc etc etc… teria de entrar em contato com as pessoas que fazem as coisas “sobrenaturais”, convencê-las a fazer uma demonstração e teria de pegar pela mãozinha cada cético que me aparecer para “provar” alguma coisa pra ele… HAUAHAUAH fala sério, né?

Como eu disse no primeiro post da coluna… cada leitor é livre para acreditar no que quiser dos textos e não acreditar no que não quiser… fiquem à vontade.

Lucas – sobre não ser capaz de enxergar estes outros planos me lembra dos NEUTRINOS. Até este ano, elas são partículas consideradas “sem massa” porque os equipamentos dos cientistas não são capazes de medir esta grandeza. O que não significa que eles não existam. Eles foram matematicamente teorizados em 1930, mas demoraram outros 26 anos até conseguirem inventar um equipamento capaz de detectá-los e até hoje não conseguiram pesá-lo.

Matematicamente, os cientistas ortodoxos já calcularam a existência de múltiplas dimensões… quem sabe daqui 26 anos exista uma máquina capaz de detectar estas freqüências?

Igor Pereira – Não… infelizmente nunca li nada que considerasse sério a respeito. O povo não acredita nem nas pirâmides da Terra, você quer que eu fale sobre as de Marte?

X, Danilo – Sim, são. Boa parte dos livros que eu recomendo nas colunas foram traduzidos para o português por eles. O site deles é este AQUI. Aliás, aproveitando a deixa, muita gente pergunta sobre Maçonaria. Saiu um livro editado pelo Grande Secretário de Cultura Maçônica, Wagner Veneziani, chamado MAÇONARIA – ESCOLA DE MISTÉRIOS. Ele aprofunda MUITO do que eu escrevo e escreverei nesta coluna a respeito das ligações das ordens templárias com os ritos egípcios e gregos.

Fabiano, Santiago – 2012? Já está logo ai… pra que ficar especulando? É só esperar mais um pouco que vocês descobrem. Apesar de ter lido muito sobre isso, não me convenci ainda de nada do que já li, então não devo falar sobre isso nesta coluna. A menos que encontre alguma fonte que considere realmente confiável no futuro (antes de 2012, claro!)

Matheus – Cara, não conheço não. Dei uma olhada no google e cheguei nestes dois sites: Um sobre o Hendrik Casimir e outro sobre o Efeito Casimir. Talvez alguns dos físicos de plantão possa falar alguma coisa sobre ele. Dependendo como for, conseguimos até a ficha criminal dele pra você.

Owl, Cristian, Pedro Marques, Luis Fernando – Sobre o I-dozer e drogas “destruindo” nosso cérebro. Cara… eu experimentei vários dos sons e os dois únicos que achei que valeram a pena foram o “alpha” e o “lucid dream”. Elas realmente ajudaram a entrar nestes estados de relaxamento. O “marijuana” é relaxante também, mas bem meia-boca. Quanto às outras… bem… não chegam nem aos pés dos produtos originais (e este é um assunto que foi tão deturpado e tem tanta mentira contada pelas otoridades que eu nem quero começar uma polêmica hoje… mas pode ter certeza que um dia conversaremos sobre porque as DROGAS são ilegais).

Guilherme – Por causa das Oitavas. Uma pessoa com Mercúrio em Touro possui uma maneira de pensar voltada para o “acumular bens”. Ele pode ser tanto um grande administrador quanto um pão-duro miserável (ou ambos). O “como” ele vai desenvolver esta energia depende do seu grau evolutivo e do livre arbítrio de cada um. Agora se você multiplicar estas possibilidades de oitavas pelos planetas, ascendente e meio-do-céu, vai ver que é normal gêmeos serem diferentes em vários aspectos (e parecidos em outros) dentro do mesmo mapa astral.

Teddy – Eu concordo com você… acho que um Vidente Jucelino, um Walter Mercado, um João Bidu, uma Mãe Dinah e um John Edwards causam mais estragos aos ocultistas do que quinhentos pastores evangélicos e quinhentos céticos juntos.

Ahoyhoy – Cara, o gado dificilmente chegaria a uma coluna como a minha no Sedentário… ia fugir só de ler o título da coluna… “Astral? Que baboseira… isso não existe!”. Só se caísse sem querer procurando pelas coisas realmente importantes da vida deles, como fotos de mulheres peladas, mp3 de funk ou pagode, ficha de inscrição para algum programa de auditório, resultado de partida de futebol, sinopse dos próximos capítulos da novela ou fofocas de celebridades.

Lucas Leite – sensacional o texto. Vou falar disso esta semana, mas vale a pena dar uma adiantada e ler este texto sobre MÚSICA e “mensagens subliminares”.

a.com – Sim, o livro “O segredo” trata de Leis físicas reais muito usadas na magia, embora eu não tenha curtido o clima de “autoajuda” do filme, e acabou ficando muito voltado pra parte material da vida. Estas leis da afinidade normalmente são usadas para coisas mais nobres. Gandhi dizia “O Mundo pode prover para a necessidade de todos, mas não para a ganância de todos”. Do jeito que ficou, induz a pessoa a pedir ao cósmico muito mais do que necessita realmente e, com isso, certamente não será atendida. Mas se você usar a lei de atração para coisas realmente importantes e éticas, pode ter certeza absoluta que funcionará.

Rafael – desatualização dos signos? Não achei essa pergunta. Posta de novo, please.

Bruno Ferreira, Joanero, Eder Surek – Sonhos e o Astral. O maior problema para quem não tem a mente treinada é ter a lembrança do que ocorreu com o corpo mental/astral durante o sono. Por exemplo, você pode ter trabalhado no astral em um projeto X no período de sono durante uma semana inteira e não se lembrar de nada todas as noites, mas no último dia suas sinapses “conectam” e então você tem um “sonho” onde se recorda que fez um projeto X (como se o trabalho que realizou durante toda a semana fosse apenas UM sonho de uma noite).

O que você LEMBRA do sonho não é exatamente o que você fez enquanto estava fora do corpo (se você não tiver treinamento e disciplina mental), é apenas a conexão que o seu corpo físico acompanhou quando você fez a “reentrada” no corpo material.

Por esta razão, é possível “sonhar” com pessoas que estejam acordadas no período em que você está dormindo. Quando for falar de egrégoras fica mais fácil de explicar como funciona o “sonhei com fulano e ele sonhou comigo também no mesmo dia”. Isto ocorre com muito mais freqüência em iniciados trabalhando no astral sob uma egrégora de proteção do que com “pessoas comuns”.

Tarcizo – Claro que vou falar de xamanismo… não tem como falar de druidismo e celtas sem explicar Xamanismo primeiro… hehehe. É um dos problemas da coluna… o mundo está TODO interligado… história, artes, religiões, ordens ocultas… é impossível falar de uma ciência oculta sem englobar todos os demais aspectos e explicar alguma coisa “inexplicável”.

Rodrigo – Dante Aliguieri é um dos meus poetas favoritos. Aquele local chama-se “Baixo Umbral” e é algo bem real (eu disse REAL, não MATERIAL e nem FÌSICO). Mas para comentar sobre isto seria necessário explicar muita coisa sobre freqüências altas e baixas, padrões de vibração semelhantes, planos mais densos e outras, senão abro brecha para aparecer algum cético imbecil pra falar “o DD acredita que o Inferno é de verdade, que absurdo!” ou piadinhas sobre “alto astral e baixo astral” como esses termos que os profanos sem conhecimento usam por aí e não fazem a menor idéia do que significa.

Claro que há uma segunda maneira. Os grandes artistas e Mestres ocultistas sempre deixam “pistas” para quem sabe interpretá-las. Claro que eu não posso comentar nada sobre isso, mas eu tenho uma maneira de explicar para vocês como isto funciona sem revelar nada. Vamos imaginar, por alegoria, que os fãs de Star Wars fossem uma ordem secreta nos moldes dos Templários e que todos os gestos, emblemas e insígnias, frases e nomes dos filmes fossem secretos. E se alguém da inquisição pegasse um fã do Star Wars o mandaria para a fogueira.

Agora vamos supor que você encontrasse um quadro chamado “Et in Arcadia Ego” e ele tivesse quatro pastores e dois destes pastores estivessem pintados com a cara do Han Solo e da princesa Leia (com o Han solo fazendo o sinal dos vulcanos com os dedos só pra mostrar que o pintor também conhecia a Ordem Star Trek), um símbolo da Rebelião escondido nas árvores e as palavras na lápide formassem um anagrama pra “Han shoot first”, como por exemplo “Starfish oh not” e usassem como símbolo um cálice… ops… um peixe com uma estrela (starfish) para indicar esta verdade que foi escondida 2000 anos atrás quando a Grande Igreja de George Lucas determinou em sua versão “remixada” que o Greedo era uma prostituta que atirou primeiro.

E se este quadro contivesse instruções em código para localizar o esconderijo onde estariam escondidos rolos de filmes com a versão original de Star Wars, provando que Han Solo atirou primeiro?

Se daqui 100 anos todas as cópias da versão original da Trilogia Sagrada forem queimadas e só sobrassem as versões remixadas, a verdade vai ficar escondida dentro das Ordens Secretas, e o quadro “Et in Arcádia Ego” pode ficar pendurado no Louvre debaixo dos narizes dos profanos que eles não vão saber a verdade… mas um iniciado em Star Wars que olhe para o quadro vai reconhecer na hora o símbolo da Rebelião… e um iniciado nas DUAS ordens vai reconhecer o sinal vulcano e entender as chaves que conduzem ao local onde o filme está escondido.

“First, they ignore.

Then they laugh at you.

Then they fight you.

Then you win.”

– Mahatma Gandhi

#Pessoal

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/f%C3%ADsica-qu%C3%A2ntica-chakras-plano-astral-1

Linhas de Ley 1 ½ – respondendo dúvidas

Na medida do possível, eu vou procurar, se acumularem muitas dúvidas, organizar uma coluna intermediária para tentar sanar as questões mais pertinentes antes de continuarmos. Estou retomando a partir do post das pirâmides, as dúvidas que ficaram de lá, ok?

Elvis, Bananeira – Eu coloquei “próximos” porque a terra não é uma esfera, mas achatada nos pólos, e descobrimos isso porque pelo mapa no papel os pontos ficam perfeitamente alinhados, mas um colega conspiratório fez um programa pra jogar estas linhas no Google Earth e acabou que elas precisam ser “esticadas” um pouco na proporção para ajustar ao achatamento da Terra. Mas estas (as linhas base) são as realmente poderosas. O restante é, como alguém mencionou, um fractal, de intensidade BEM menor. Imagina por analogia que são como “veias” em um ser humano… você tem as principais artérias, mas tem também os capilares. Putz… não queria fazer outro post só sobre Linhas de Ley… vou tentar acrescentar esses conceitos do feng shui na próxima coluna, ok?

Julien, Nascimento, Tarcizo Ferreira, André, Psycoberto, Dimmm, Lázaro, João, Jean Carlos, Fernando Fenero, eu não vou começar um blog porque eu já tenho um blog… chama-se “Sedentário e Hiperativo”. Aqui eu escrevo os textos, junto as imagens e dou pro eightbits se virar de postar… se eu tivesse de fazer esta parte técnica, o blog não iria durar uma semana porque eu não tenho paciência e nem tempo para diagramar um blog. Se alguém quiser copiar os textos e imagens pra qualquer blog ou orkut ou fórum, fique à vontade, o importante é difundir a informação.

Carlos Magno, ah sim… Grande Apolônio de Tyana!!! falarei mais sobre ele mais para frente, com os outros alquimistas.

Tarcio Zemel – Um próximo do pólo norte e o outro no Cabo da Boa Esperança (ex- Cabo das Tormentas).

CaYo – 33.

Bananeira – sim, há, em menor ou maior intensidade… a maioria é sutil demais para influenciar, mas existem lugares onde determinado tipo de energia se acumula, e isso pode ser equilibrado com elementos opostos ou complementares. É o princípio do feng shui tradicional.

Sherer – pedras de Ica… procura um livro do JJ Benitez chamado “Meus enigmas favoritos”. Vamos falar sobre elas também, afinal, são a prova viva que os Flintstones realmente existiram (e não estou brincando – homens e dinossauros já conviveram juntos no planeta, esta biblioteca de 11.000 pedras esculpidas mostram isto). Procurem “Javier Cabrera darquea” ou “pedras de ica” no google e divirtam-se.

Arumik, normalmente ministro palestras sobre astrologia hermética, ritualística dentro da maçonaria, templarismo, mitologia básica, simbolismo na mitologia grega, esoterismo em templos antigos (gregos, egípcios), história da arte, história das cruzadas, história da maçonaria, rosacrucianismo, martinismo, história da Igreja Católica, Vida mística de Jesus, Linhas de Ley, ritualística dentro do rosacrucianismo, golden dawn, ocultismo no século XIX, tarot, oráculos, sociedades secretas, origens do nazismo, entre outras. Depende do convite que fizerem.

A maioria é fechada para o público “profano” (não se ofendam com isso, é apenas um termo técnico para designar quem não é iniciado) mas geralmente quando tem algum evento de RPG ou Anime o pessoal pede também palestras sobre alguma coisa diferente. De qualquer forma, eu aviso aqui no Sedentário.

Thaty, Rose, Kojak – vai ter um post só sobre estas pirâmides na Amazônia… tudo a seu tempo… e quanto a deixar vocês curiosos, faz parte da brincadeira para ver se vocês tomam a iniciativa de fuçar no google pra ver se descobrem algo sozinhos também. Para aguçar a curiosidade, comecem pelos círculos de pedra amazonenses.

Marcelo – eu não escrevo só RPGs (risos)… suponha que você seja um Mestre Iluminatti daqueles bem poderosos e ricos. E você queira construir sua casa de praia ou mansão cheia de simbolismos e ritualística de acordo com o seu grau, com detalhes de decoração de arquitetura sagrada, ou simbolismo egípcio, grego, celta… ou colocar um pentagrama disfarçado no seu jardim de inverno… que tipo de arquiteto você contrataria? Quantas pessoas capacitadas para atender a este tipo de demanda você acha que existem no Brasil?

Isto é só uma suposição, ok? Todo mundo sabe que os Iluminatti não existem…

Otávio, Bolívar, Victorius, Arthur, Único – esta coluna vai trabalhar justamente com o que as otoridades não reconhecem como ciência, porque lhes falta visão ou simplesmente porque não tem interesse em apoiar. Quer um exemplo? Tenho um amigo pessoal que trabalhou no Egito e lá a coisa funciona da seguinte maneira: o governo egípcio controla TODAS as escavações e fornece autorizações para você escavar e catalogar os achados, e vigia o seu trabalho com “equipes de supervisão”. Qualquer objeto ou descoberta eu você faça que contradiga minimamente o status quo das otoridades resulta na suspensão da sua autorização com uma desculpa esfarrapada e substituição da sua equipe por outra do governo, que “toma as providências necessárias”. E se você decidir brigar, sua carreira como arqueólogo/pesquisador acaba ali mesmo. É este tipo de coisa que me inspirou para escrever esta coluna. Saco cheio de “cientistas” que não tem capacidade nem para estudar e aceitar o fenômeno do mundo espiritual, por exemplo, que já é dominado pelas ordens ocultistas há séculos.

Mesmo os 40 anos de trabalho laboratorial nos melhores padrões técnicos do prof. Waldo Vieira são boicotados pelas otoridades que mantém seus narizes enfiados na areia recitando a sua “bíblia científica” sagrada e morrendo de medo que o seu mundinho ateu/agnóstico caia sobre suas cabeças se passarem a aceitar o mundo extrafísico como realidade.

Thibas – fantástica a entrevista com o Amit Goswami. Recomendo a todos que leiam.

Feliz, Clevanei, Neiz Lune, Pedrof, Vimerson, Fellipe – sim, é claro que falarei sobre a maçonaria e ordem demolay. Mas para entender como ela surgiu e sua importância, preciso começar pelo Egito e caminhar através dos tempos… ainda teremos pitagóricos, PHI, kabbalah, chakras, essênios, ordens hindus e orientais, tantra, Jesus Cristo e sua esposa e filhos, cátaros, criação da Igreja Católica, perseguição aos hereges, Santo Graal e rei arthur, bruxas e wiccans, satanismo e demonização das religiões, templários, catedrais européias, cruzadas, Jacques demolay, Leonardo Davinci e o Priorado do Sião, Rosacruzes e alquimistas, Guildas de construtores, rito escocês, Rosslin e o grande incêndio de 1666 em Londres antes de chegar as origens da Maçonaria, em 1717. Ainda vai demorar um pouco, mas vale a pena esperar.

Pikib – por falar em coisas harmônicas (e desarmônicas) com a natureza, você sabia que existe uma massa de resíduos plásticos flutuando no Oceano Pacífico com duas vezes o tamanho do Texas? A situação de nossos oceanos é muito pior do que as “otoridades” dizem nos noticiários… A destruição que os “sábios” do nosso tempo estão causando já é muito maior do que eles querem que vocês imaginem. Leia esta matéria AQUI e tenta não embrulhar o estômago com a foto da tartaruga.

Camila e Sérgio – eu tento manter os textos curtos e escritos de uma forma simples, como uma “conclusão”. Os posts PARECEM incompletos porque, na verdade, estou colocando apenas as bases para explicar a origem de algumas coisas importantes mais para a frente e explicar o que representam e preciso que vocês saibam de onde vieram estas referências. Citando o exemplo que você colocou (e eu vou estragar uma surpresa, ok?), o ato de imergir o corpo do candidato dentro de um rio ou banheira com água em uma iniciação (“Baptizem” em grego) representa simbolicamente que, apesar das águas terem coberto toda a civilização antiga e destruído tudo, sempre haverá alguém – o iniciado – para guardar e proteger estes segredos. Além disto, está ligado intimamente aos ritos de morte e renascimento (as doutrinas da reencarnação) de Osíris, o deus sol e outras funções ritualísticas e mágicas que envolvem o astral (a água é um grande condutor de energias astrais, mas que não vem ao caso agora)… mas a importância de se citar este ato simbólico de iniciação egípcia será necessário, por exemplo, quando estivermos demonstrando que Jesus, o Cristo, pertencia à Ordem dos Essênios e, como tal, era guardião das tradições egípcias e um mago iniciado, além de Rabino. E que sua iniciação com o Baptizem foi feita por João Batista (São João, padroeiro adivinhem de que ordem secreta?) seguindo a ritualística dos cultos egípcios (e que mais tarde seriam macaqueados pela igreja católica em sua colcha de retalhos religiosa).

Na medida do possível, vou passar links e livros para vocês consultarem também.

Felipedecoy – Não, nenhuma relação.

Leandro – sim, existem. Exatamente da maneira como você descreveu, com cristais ou agulhas. Os pontos principais de energia que passam por nosso corpo chama-se Chakras estas “rodas” energéticas que podem ser estimuladas com exercícios de respiração e meditação ou cristais para equilibrar as energias e também para desenvolver habilidades “sobrenaturais” (vai no youtube e digita meu nome, depois me conta o que você achou).

Vimerson – as três linhas que você citou já são sérias (Giovani Maciocia, Ysao Yamamura [auricular especialmente!], Auteroche), quem as deturpa são os ocidentais picaretas que fazem cursos de final de semana e se autointitulam “médicos” e saem por ai atendendo. Como você sabe, demora pelo menos 6 meses para se ter um domínio suficiente para começar a se aventurar como acupunturista. Pergunta quem é que respeita isso? Mas acupuntura nem é o maior estupro. Acho que os cursos de final de semana de Reiki – módulo I a IV são os piores… Já vi casos que um fulano fez o curso em uma semana e, um mês depois, estava ministrando cursos… é esse tipo de absurdo que me refiro.

Peço desculpas ao pessoal que não lê inglês, mas não existe quase nada a respeito destes temas em português, infelizmente. A maioria destes livros podem ser encontrados na Amazon.

– Study in Pyramidology , 263p., 1986 by E. Raymond Capt, ISBN 0-934666-21-0

– Back in time to the great pyramids – Sócrates G Taseo, (ISBN ISBN 0-9626053-0-1)

– The Orion Mystery: Unlocking the Secrets of the Pyramids , 325 p., 1994 by Robert Bauval and Adrian Gilbert, Crown Publishers, ISBN 0-684-16171-0

– Symbolic Prophecy of the Great Pyramid , H. Spencer Lewis (acho que este tem em Português, pela AMORC)

– The Giza Power Plant , de Christopher Dunn

– The Complete Pyramid , by Mark Lehner (este tem mais de 600 ilustrações).

– The Great Pyramid Speaks : An Adventure in Mathematical Archaeology , by Joseph B. Gill

– Propehcies of Melchi-Zedek in the Great Pyramid and the Seven Temples , by Brown Landone

– Pyramid Prophecies , 368p., 1988 by Max Toth, Destiny Books, VT, ISBN 0-89281-203-6

– The Rape of the Nile , 399p., 1975 by Brian M. Fagan, ISBN 0-684-15058-1

– Qualquer livro do Graham Hancock

http://www.leyman.demon.co.uk/Book,_Safe_As_Houses.html – sobre influências eletromagnéticas no ser humano

– Ley Lines and Earth Energies – por David Cowan

– Ley Lines, a compreensive guide to alighnments, de D.P.Sullivan

– The old straight path – Alfred Watkins

– The Atlantis Mystery – Eleanor Van Zandt

– Gravitational Mystery spots – Doug Vougt (contém relatórios de trocentas experiências com linhas de Ley)

– The world Grid – David Hatcher

– Earth Star Globe – Bethe Hagens (este tem até um globo para montar incluído)

Mapas de Piri Reis

http://serqueira.com.br/mapas/pirireis.htm

Marcelo Del Debbio

#Astrologia #LinhasdeLey #Pirâmides

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/linhas-de-ley-1

22 Toques Conscienciais

1. Tudo tem um duplo! (A energia é a base de todas as coisas).

2. Emoções estagnadas bloqueiam a circulação sadia das energias. (Má resolução afetiva = Bloqueios energéticos e Chacra cardíaco esmaecido).

3. As energias seguem os pensamentos. (Cada um é o que pensa!)

4. Se a mágoa prende as energias, o oposto também é verdadeiro; o perdão libera as energias e faz o coração virar um sol. (A compreensão enche a aura de luz).

5. Fios energéticos interligam as pessoas. Às vezes, espíritos densos se agarram nesses fios e interagem com as energias, conectando-se psiquicamente com aqueles que estão interligados. Muitas vezes, através dos acoplamentos áuricos negativos entre pessoas, espíritos densos interligam-se a elas e fazem um verdadeiro trampolim energético, pulando de uma para outra. O objetivo desse pessoal pesado é sempre o vampirismo psíquico e o rebaixamento espiritual de todos. (Por isso o sábio Jesus ensinava que é preciso “orar e vigiar!”).

6. De que adianta uma vestimenta luxuosa, se, por dentro, o coração está miserável? (A verdadeira roupa do Ser é sua aura, que reflete bem o que cada um pensa, sente e quer da vida e dos outros. Por isso, é essencial encher a aura de luz, diariamente, e lembrar-se da própria natureza espiritual).

7. Da mesma forma que é necessária e vital a higiene diária do corpo físico, assim também é em relação aos corpos sutis. (Preces, meditações, mantras, contatos com a natureza, e estudos e práticas espirituais sadias renovam as energias dos corpos sutis e tornam a aura uma verdadeira “vestimenta de luz”).

8. Espíritos assediadores não ligam a mínima para a formação acadêmica de ninguém. Eles entram nas energias das pessoas por sintonia com o que elas pensam, sentem e fazem na vida. Não lhes interessa o diploma ou a cultura da vítima de seu vampirismo, pois sempre procuram nela o clima psíquico interno adequado para suas atividades nefandas.(Esse é um paradoxo curioso: espíritos infelizes, sem formação alguma, conseguem infligir grandes danos psíquicos em técnicos e doutores de várias áreas humanas, simplesmente explorando neles o mais básico: suas emoções mal-resolvidas e seus pensamentos estranhos).

9. Outros paradoxos estranhos: médiuns com medo de espíritos desencarnados; iogues que trabalham com práticas respiratórias, mas que são escravos do fumo; doutrinadores de sessões de desobsessão, que sequer doutrinaram a si mesmos e jamais fazem o que dizem aos espíritos, principalmente perdoar a alguém; passistas, curadores prânicos e reikianos andando no mundo com os chacras das mãos apagados; projetores extrafísicos com medo das saídas do corpo; e espiritualistas variados que sempre falam de vida após a morte, mas não deixam de chorar e visitar tumbas no cemitério no dia de finados. (E, mais um paradoxo, que nunca consegui entender: estudantes espirituais, de várias linhas, que estudam sobre carma e reencarnação, mas ainda padecem da doença do racismo e do preconceito em seus corações).

10. Ninguém é dono da verdade, mas tem gente que acha que sabe tudo! E isso só revela o seguinte: dentro da magnitude da vida, em todos os níveis, planos e dimensões, quanto mais se estuda, mais dúvidas aparecem, pois se percebe, claramente, que o que se sabe é bem pouco diante do infinito. Logo, quem estuda a sério e com discernimento das coisas, descobre o óbvio: nunca saberá o bastante, nem em mil vidas… Em contrapartida, pode descobrir a si mesmo e admirar-se com a grandeza da vida, e isso é mais importante do que os segredos do universo. (Conhecer a si mesmo é o grande desafio do ser humano).

11. Alguém pode comprar o amor verdadeiro de outro? E que coisa da Terra poderá preencher o vazio existencial do coração? (Nem bebida nem drogas são capazes de dar o que o próprio coração não descobriu: a arte de ser feliz).

12. Nenhum ser no universo pode dar discernimento a outro. Isso é tarefa íntima e intransferível. É fruto da própria experiência de ousar raciocinar e se erguer para além dos limites sensoriais e dos convencionalismos humanos. Não há nenhuma técnica de despertar da consciência que seja baseada na preguiça e no comodismo. (Seres de luz podem dar toques conscienciais profundos, mas não podem viver a vida por ninguém).

13. A morte não muda ninguém, só joga a consciência definitivamente para fora do corpo físico, do jeitinho que ela é mesmo, com todas as suas qualidades e defeitos. (Não, não é a morte que muda a consciência. É a vida. E quem já descobriu isso, não espera a morte chegar para pensar, pois valoriza o tempo de seu viver para aprender o que for possível).

14. A cor da pele dos corpos humanos pode ser amarela, negra, branca ou vermelha, mas a raça do espírito é da luz. (Qual seria o povo escolhido de Deus, senão todos os seres vivos?).

15. Mais do que ocidental ou oriental, cada ser humano é filho das estrelas. (Ninguém é estranho. Todo ser vivo é cidadão do universo!).

16. Dizem que “Deus escreve certo por linhas tortas”. Isso é verdade. Ele é muito criativo. Mas bem que o próprio homem poderia escrever melhor nas páginas de sua vida… (Também dizem por aí que “pau que nasce torto, vive e morre torto”. Isso não é verdade. Uma das grandezas do homem é poder mudar as coisas e transcender os seus parâmetros limitados. Muitas pessoas mudam de vida e se erguem das cinzas de si mesmas, desentortando a própria consciência e melhorando suas jornadas de vida).

17. Amar não é só fantasiar, mas construir e realizar. (Igual a uma plantinha, um relacionamento precisa ser regado com amor e atenção, senão seca e morre).

18. Envelhecer não é um problema, faz parte do jogo de viver na Terra. É natural. Porém ver o tempo passar e somente ganhar rugas na cara, sem amadurecer, isso sim é encrenca! (Há pessoas de idade com expressões joviais no rosto e cheias de vida e de interesse por coisas novas. Em contrapartida, há jovens com expressões envelhecidas e sem tesão de viver. Então, qual é a idade real de alguém? Aquela que se conta no corpo? Ou aquela outra, bem mais linda, que não se conta nas rugas ou nos cabelos brancos, mas no interesse pela vida e no sorriso franco, como a aurora iluminando a cara? Ah, tem tanta gente de idade que parece criança arteira e, por isso, não parece ter idade alguma, a não ser aquela que sua consciência feliz diz. E tem tanta gente, supostamente jovem, mais parecendo “fim de feira”, chupada e jogada de lado, sem sonhos e sem vida, só ganhando rugas e sem aurora na cara. Quem é o velho? Quem é o novo? Ou, melhor dizendo, quem tem brilho na cara?).

19. A melhor fogueira é a do discernimento, que queima as tolices de dentro do próprio coração. (Talvez, por isso, Jesus tenha ensinado o seguinte: “De que vale a uma pessoa ganhar o mundo, se ela perder sua alma?”).

20. Séculos antes de Buda e Jesus, Krishna já ensinava que “o espírito é eterno, não nasce e nem morre, só entra e sai dos corpos perecíveis”. (Será por isso que, toda vez que passo em frente a um cemitério e olho os grandes mausoléus, começo a rir e a lembrar-me de Krishna tocando sua flauta, namorando as gopis e dizendo para Arjuna, o seu discípulo-arqueiro?: “O espírito é imperecível! O fogo não pode queimá-lo; a água não pode molhá-lo; e que arma feita pelo homem poderia destruir o princípio imperecível, que veio da Luz do Infinito?”

21. A missão de todo homem é uma só: viver! E, se puder, fazer o melhor possível. (Talvez, por isso, o grande sábio chinês Lao-Tzé ensinou o seguinte: “O sábio pode até andar vestido em andrajos, mas ele carrega uma jóia dentro do seu coração”).

FONTE: Wagner Borges – São Paulo, 13 de janeiro de 2009.

#Filosofia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/22-toques-conscienciais

O Misticismo Taoista

Por Gilberto Antônio Silva

Semana passada eu assisti ao filme do Dr. Estranho. Era um personagem que há muito eu deseja ver nas telas. Achei o filme muito interessante e que não deixou muito a desejar. Mas eu esperava um pouco mais de filosofia, de conhecimento místico de verdade (não importa a ramificação). Houve apenas uma cena em que isso aconteceu e o restante do filme se desenrolou na base da fantasia, ficção científica e efeitos especiais. Uma pena.
Em suma, um bom filme no Universo Marvel, mais adulto e complexo, com uma pitada de espiritualidade. Mas o motivo desses comentários é que saí do cinema pensando em quanto as pessoas desconhecem a amplidão do Taoismo. Parece um poço sem fundo de conhecimentos onde mesmo depois de décadas de estudo perseverante não divisamos nele nenhuma pista sobre um final. É o caso do misticismo taoista, muito pouco conhecido.

Todos sabem que o Taoismo (Daojia) é uma filosofia antiga e muito sólida cujos alicerces remontam ao Yi Jing (I Ching), há 3.000 anos. A partir do ano 142 de nossa Era ele começa a virar religião (Daojiao) através do trabalho do Mestre Zhang Daoling. Mestre Zhang era um estudioso taoista que teve visões de Laozi lhe passando informações e a missão de difundir esses ensinamentos. O Taoismo, então, começa a crescer como religião e a absorver a antiga religião ancestral chinesa (Shendao).

O Shendao é tão antigo que ninguém sabe quando começou ou quem o iniciou. É um conjunto de crenças, ritos e técnicas que remontam à idade neolítica e aos primeiros habitantes da China, dezenas de milhares de anos atrás. Ele possui profundas raízes xamânicas e está mergulhado no antigo misticismo das estepes mongóis. Um conhecimento tão antigo quanto a mais antiga das tradições de magia que conhecemos no Egito ou Europa. Algo que está permanentemente entranhado nos arquétipos humanos, por mais que a moderna (e superficial) ciência nos diga que não existe.

A maior parte de seu conhecimento era transmitida oralmente e praticado segundo nuances e características próprias de cada região da China, apesar de vários pontos de convergência. O poder que emana do Céu (Tian), o culto aos antepassados, o respeito pelas forças da Natureza, a existência de divindades, seres elementais e demônios de todos os tipos eram ideias em comum que permeavam essa prática.

Ao se fundirem, o Daojia e o Shendao se tornaram ainda mais poderosos. O Shendao ganhou uma filosofia sólida, que não apenas explicava muito bem sua metafísica como servia para incrementar seus rituais, que se tornaram mais complexos e formais. Dessa forma pôde enfrentar o Budismo que cresceu muito a partir do século IV. O Taoismo, por outro lado, ganhou espaço junto à população mais simples que não era muito afeita aos rigorosos treinamentos e pesada filosofia, mas apreciavam os rituais e as práticas que eram muito próximas do que era feito tradicionalmente dentro de suas famílias. Também ganhou um lado místico que estava praticamente ausente nos seus primórdios.

Embora sempre estivesse com um olho no Absoluto, em busca do Tao e do mergulho no universo latente representado pelo Wuji (vazio primordial), o Taoismo não lidava ainda com algumas forças do mundo invisível. A partir do crescimento do Daojiao os taoistas passaram também a lidar com demônios, seres celestiais, mundos paralelos, encantamentos, invocações e tudo aquilo que já é bem conhecido dos iniciados. Hoje esse conhecimento está restrito a algumas linhagens enquanto a maioria se preocupa ainda com a obtenção da imortalidade, a alquimia interna e a busca pelo Tao.
Algumas práticas místicas taoistas são bastante similares em objetivo às de outras tradições, embora se manifeste através de mecanismos diferentes. Os talismãs, por exemplo, são recursos adotados pelos taoistas desde o início dos tempos. Consistem basicamente em uma mistura de ideogramas convencionais, escrita arcaica, selos e carimbos, e desenhos diversos. A origem documentada dentro da tradição se encontra em algumas escrituras taoistas, como representações de sinais do Céu para trazer sua energia para a Terra.

Existem muitas formas de se fazer um talismã e muitas maneiras de empregá-lo. Em geral se utiliza tinta preta e vermelha sobre um papel amarelo. O talismã pode ser utilizado em uma cerimônia e queimado em seguida; pregado na parede para proteger o local ou expulsar espíritos nefastos; carregado pela pessoa para garantir proteção ou usado por um doente para recuperar a saúde. Também podem ser queimados e suas cinzas misturadas com água e depois bebidas, especialmente para fins terapêuticos.

A possessão é outro fenômeno largamente trabalhado pelos taoistas, que volta e meia eram chamados para resolver esse tipo de problema. Pela concepção taoista, nós possuímos duas almas: Hun (Alma Etérea) e Po (Alma Corpórea). Po é ligado à Terra, ao Ego, às coisas corpóreas e materiais, e Hun às coisas sutis, celestiais e espirituais. Quando uma pessoa se perde nos vícios, sexo desregrado, excesso de bebidas alcoólicas, drogas, músicas turbulentas, o equilíbrio interno fica comprometido. Tudo isso corrompe Po e deprime Hun. Quando o Hun fica muito deprimido e retraído, abre-se espaço para a entrada de seres malignos ou energias perversas, ocorrendo o que se denomina de influência maligna ou “possessão.

Na prática isso não implica necessariamente que depois desse processo de corrupção de Po e depressão de Hun a pessoa será tomada pelo capeta (embora algo assim possa eventualmente acontecer). O mais comum é que esse modo de vida leve ao contágio com energias nefastas bem conhecidas da Medicina Chinesa e do Feng Shui, pois isso abre um buraco no sistema energético da pessoa, facilitando o ingresso de forças nefastas exteriores.

Alguma entidade nefasta pode vir a assumir o controle da pessoa, pois o fato de freqüentar ambientes de baixa qualidade energética já o coloca em contato com tudo o que existe de pior na esfera espiritual. Depois basta uma porta aberta. Quando esse tipo de coisa se manifestava um taoista era chamado para efetuar o exorcismo, uma prática complicada e trabalhosa, que não raramente terminava com a morte do exorcista ao menor descuido. Poucos taoistas se especializavam nessa prática, geralmente gente soturna e de poucas palavras.

O mundo espiritual também possui uma grande quantidade de fantasmas. Um fantasma se forma quando o falecido possui grande apego às coisas materiais e não consegue ser naturalmente levado pela corrente da transmigração (reencarnação) e nem acabar nas prisões infernais, nos subterrâneos de Fengdu. Eles vagam pela Terra, desejando satisfazer seus apetites de coisas materiais ou vingança. Lidar com esses seres era tarefa dos taoistas, assim como caçar entidades maléficas e demônios. A técnica geralmente consistia em utilizar encantamentos, fórmulas e mantras para prender a entidade maligna em uma cabaça ou vaso de cerâmica (modernamente se utilizam até mesmo garrafas de vidro). Existiam mosteiros taoistas famosos por serem caçadores destas entidades. Um deles, que colecionava centenas de vasos contendo demônios, fruto de centenas de anos de combate a estas forças, foi “visitado” pelo Exército Vermelho na Revolução Comunista de 1950, que quebrou grande número destes vasos. Acredita-se que estes seres, agora libertos, se espalharam pelo mundo gerando diversos problemas de guerra, violência e doenças que sentimos ainda hoje.
As invocações também estão no repertório místico dos taoistas. Pode-se invocar uma entidade celestial ou um demônio. Neste último caso, ele pode se tornar um servo do mago. Mas para isso dar certo (e não acabar na morte do mago “vacilação”) é necessário executar muito bem o ritual adequado e saber o nome correto do demônio, coisa que era grafada em vários livros de algumas linhagens. Alguns deles traziam centenas de nomes.

Manipulação da natureza também era uma habilidade muito exercida. Conjurar uma nevasca ou granizo contra inimigos era uma tarefa muito requisitada por reinos em guerra. Da mesma forma, fazer chover em uma seca prolongada era muito útil. Existem vários encantamentos de clima que poderiam ser utilizados.

O exposto é uma pequena parte da tendência mística taoista. O Taoísmo é uma fonte inesgotável de conhecimento que merece ser investigada em sua essência e extensão. E os taoistas, em geral tão cordiais e espiritualistas, vejam só, podem ser barra pesada se necessário.

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Gilberto Antônio Silva é Parapsicólogo, Terapeuta e Jornalista. Como Taoista, atua amplamente na pesquisa e divulgação desta fantástica cultura chinesa através de cursos, palestras e artigos. É autor de 14 livros, a maioria sobre cultura oriental e Taoismo, incluindo o grande sucesso “Os Caminhos do Taoismo”. Sites: www.taoismo.org e www.laoshan.com.br

#Tao #taoísmo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-misticismo-taoista

A Santa Ceia e os Símbolos Astrológicos

O que chamamos de “signo” nada mais é do que a posição do SOL no céu, no momento de nascimento de cada pessoa, mas para termos uma idéia das energias que estão presentes (e que precisam ser desenvolvidas ou utilizadas) na encarnação de cada um, precisamos observar também os planetas (lua, mercúrio, vênus, marte, júpiter, saturno, urano, netuno e plutão), bem como em qual casa astrológica estas energias se encontram. O princípio básico sobre o qual tudo isto está edificado chama-se SINCRONICIDADE ou ACAUSAL (voltarei a falar sobre isso em próximas colunas) mas, por enquanto, para vocês viajarem até a semana que vem, fica o seguinte pensamento:

Se acreditarmos que todos os planetas seguem órbitas perfeitamente mensuráveis, com ciclos matematicamente ordenados e previsíveis (ou seja, você pode prever com exatidão onde cada planeta estará posicionado no céu em qualquer data e em qualquer local da superfície da terra);
Se acreditarmos que existe reencarnação e que, pela lei da afinidade, grupos de pessoas precisam desenvolver e trabalhar suas essências de acordo com determinadas energias;
Podemos assumir, por absurdo, que os seres responsáveis por organizar estas encarnações (os chamados “Engenheiros de Karma”) precisariam de um sistema que fosse ao mesmo tempo preciso e confiável o suficiente para posicionar o nascimento de cada espírito em determinado lugar em determinado dia/mês/ano. Por que não utilizar um “computador celeste” que já funciona com precisão absoluta?
Supondo-se que esta estrutura exista, hackeando este computador, obtém-se a astrologia.

Sem mais delongas, vamos à Santa Ceia:

“E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus. E quando já era dia, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze deles a quem também deu o nome de apóstolos: Simão, ao qual também chamou Pedro, e André seu irmão; Tiago (menor) e João, Filipe e Bartolomeu; e Mateus e Tomé, Tiago (maior) filho de Alfeu e Simão chamado o Zelador e Judas (Tadeu) filho de Tiago e Judas Iscariotes, que foi o traidor”. LC:6 12-16

Para compreender melhor, colocamos Aqui uma reprodução da imagem.
Os apóstolos devem ser observados da direita para a esquerda.

Quem está na cabeceira da mesa é São Simão, que corresponde ao signo de Áries (Signo de fogo e de ação). Simão indica com as mãos a direção a tomar. Áries rege a cabeça na anatomia astrológica, e a testa de Simão é bem realçada na pintura. Sua prontidão ariana também é mostrada pelas mãos desembaraçadas, para agirem conforme a vontade e coragem dos arianos.

Ao seu lado direito, Judas Tadeu, representando Touro. Seu semblante é sereno enquanto escuta Simão (Áries) e vai digerindo lentamente suas impressões, suas mãos na postura de quem recebe algo, caracterizando a possessividade de Touro (que é terra/receptivo, o signo que acumula). No corpo humano, Touro rege o pescoço e a garganta, e o de Judas Tadeu está bem destacado.

Mateus vem em seguida, correspondendo à Gêmeos, signo duplo que rege a interação com as pessoas e a habilidade de colher informações. Mateus tem as mãos dispostas para um lado e o rosto para o outro, revelando o hábito geminiano de falar e ouvir à todos ao mesmo tempo. Mateus era escriba e historiador da vida de Jesus (escreveu um dos 4 livros aceitos como verdadeiros pela Igreja Católica) e Gêmeos rege a casa III, setor de comunicação e conhecimento.

Logo após está São Filipe, representando Câncer. Suas mãos em direção ao peito mostram a tendência canceriana para acolher, proteger e cuidar das coisas. Regido pela Lua, Câncer trabalha com o sentir. Filipe está inclinado, retratado como se estivesse se oferecendo para realizar alguma tarefa.

Ao seu lado está Tiago Menor, o Leonino, de braços abertos, revelando nesse gesto largo o poder de irradiar amor (Leão rege o coração e o chacra cardíaco), ele se impõe nesse gesto confiante, centralizando atenções.

Atrás dele, quase que escondido, está São Tomé, o Virginiano, o famoso “ver para crer”, que, apesar de modesto, não deixa de expressar o lado crítico e inquisitivo de Virgem – com o dedo em riste ele contesta diante de Cristo.

Libra é simbolizado por Maria Madalena, esposa de Jesus. Com as mãos entrelaçadas, ela pondera e considera todas as opiniões antes de tomar posições – Libra rege a casa VII, é o setor do casamento e parcerias, deixado também como mais uma evidência de que os templários possuíam conhecimento sobre o casamento de Jesus e seus descendentes.

Ao seu lado, está Judas Iscariotes, guarda-costas de Jesus, representando Escorpião. Com uma das mãos ele segura um saco de dinheiro (Escorpião rege a casa VIII, que trata dos bens e valores dos outros) e com a outra mão ele bate na mesa, protestando.

Em seguida, Pedro, o Pescador de Almas, representando o alegre Sagitário. Foi ele quem fez o dogma e instituiu a lei da Igreja – Sagitário rege a casa IX, setor das leis, religiões e filosofia. Seu dedo aponta para Jesus – a meta de Sagitário é espiritual. Ele se coloca entre Maria e Judas, trazendo esclarecimentos (luz) à discussão (Sagitário é o “alto-astral” do zodíaco).

Ao seu lado está Santo André, Capricórnio. O signo mais responsável do zodíaco, que com seu gesto restritivo, impõe limites. Seu rosto magro e ossos salientes revelam o biotipo capricorniano. Seus cabelos e barbas brancas e seu semblante sério mostram a relação de Capricórnio com o tempo e a sabedoria.

Ao lado, Tiago Maior, Aquariano, que debruça uma de suas mãos sobre seus ombros, num gesto amigável, enquanto a outra se estende aos demais. Ele visualiza o conjunto, percebendo ali o trabalho em grupo liderado por Jesus. Aquário rege a casa XI, que é o setor dos grupos, amigos e esperanças.

Finalmente, sentado à esquerda, temos São Bartolomeu, o viajante, representando Peixes. Seus pés estão em destaque (que são regidos por Peixes na anatomia astrológica). Ele parece absorvido pelo que acontece à mesa e, com as mãos apoiadas, quase debruçado, revela devoção envolvido pelo clima desse encontro.

Como já disse anteriormente, os iniciados possuem diversas maneiras de passar mensagens uns para os outros bem debaixo das barbas dos profanos. Como disse o Mestre, “quem tiver ouvidos que ouça”.

Até a próxima semana, crianças,
Votos de paz profunda.

Marcelo Del Debbio

#Astrologia #Conspirações

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-santa-ceia-e-os-s%C3%ADmbolos-astrol%C3%B3gicos

Teoria da Magia – II – Sistemas Mágicos

SISTEMA DA GOLDEN DAWN (AURORA DOURADA):

É uma fusão rígida da Cabala prática com a Magia Greco-Egípcia. Seu sistema complexo de Magia Ritual é firmemente baseado na tradição medieval Européia. Há uma grande ênfase na Magia dos Números. Os paramentos rituais são de uma impressionante riqueza simbólica, bem como os rituais são bastante variados de acordo com a finalidade e o grau mágico dos participantes. Suas iniciações são por graus, começando pelo Neófito (0=0), indo até os graus secretos (6=5 e 7=4), alcançados, e conhecidos, por poucos; até a bem pouco tempo, fora da Ordem pensava-se ser o 5=6 o grau máximo da Aurora Dourada. Curioso que na Golden Dawn não se praticava (nem se aceitava) a Magia Sexual.

Deste Sistema propagou-se o uso de Sigilos e Pantáculos, bem como ressurgiu o interesse pela Cabala, Numerologia, Astrologia e Geomancia. Além disso, sua interpretação e simplificação do Sistema-dos-Tattwas do livro “As Forças Sutis da Natureza” de autoria de Rama Prasad, permitiu uma grande abertura. Uma das mais importantes adições ao ocultismo ocidental, dada pela Golden Dawn, foi através de seu método de “Criação de Imagens Telesmáticas” (sobre o assunto, ver o texto relativo ao mesmo).

SISTEMA THELÊMICO (THELEMA, ALEISTER CROWLEY):

Criado acidentalmente (foi a partir da visita de uma Entidade que Aleister Crowley tomou o direcionamento que o faria criar este sistema), este Sistema original é, atualmente, um dos mais comentados e pouco conhecidos. Tendo como ponto de partida o “LIBER AL VEL LEGIS” (O LIVRO DA LEI), ditado por uma Entidade não-humana (o Deus Egípcio HÓRUS, Deus da Guerra), o sistema Thelêmico ampliou suas fronteiras, fazendo uma revisão na Magia Ritual, na Magia Sexual e nas Artes Divinatórias. Faz uso, a “Corrente 93”, das Correntes Draconiana, Ofidioniana e Tifoniana.

Thelema, em grego, significa vontade.

Os Thelemitas reconhecem como equivalente numerológico cabalístico o número 93. Os Thelemitas chamam aos ensinamentos contidos no “LIVRO DA LEI”(THE BOOK OF THE LAW) de “Corrente 93”. As duas frases mágicas dos Thelemitas são “FAZ O QUE TU QUERES POIS É TUDO DA LEI” (“DO WHAT THOU WILT SHALL BE THE WHOLE OF THE LAW”) e “AMOR É A LEI, AMOR SOB VONTADE” (“LOVE IS THE LAW, LOVE UNDER WILL”), que dizem respeito aos mais sublimes segredos do “LIVRO DA LEI”. As músicas “A LEI” e “SOCIEDADE ALTERNATIVA”, de autoria de Raul Seixas, definem bem a filosofia Thelemita, que não tem nada a ver com as bobagens que andam dizendo por aí. Rituais importantes são realizados nos dois solstícios e nos dois equinócios, o que demonstra uma influência da Bruxaria.

Aleister Crowley foi iniciado na Golden Dawn; associou-se, após abandonar a mesma, com a A.:A.: (ARGENTUM ASTRUM, ESTRELA DE PRATA), também chamada de GRANDE FRATERNIDADE BRANCA, e com a O.T.O. (ORDO TEMPLI ORIENTIS, ORDEM DOS TEMPLOS DO ORIENTE), as quais ele moldou de acordo com suas crenças e convicções pessoais. Muitos confundiram Thelema com Satanismo, o que é um imenso engano. Há muitas Ordens Thelêmicas, como a O.R.M (Ordo Rosae Misticae), por exemplo, que seguem a filosofia básica, mas com ditames próprios – como utilizar uma “Árvore da Vida” com doze “esferas” (fora Daath), o que resulta num Tarot com 24 Arcanos Maiores.

Há, porém, uma cisão da O.T.O, a O.T.O.A. (Ordo Templi Orientis Antigua, Ordem dos Templos do Oriente Antiga), ocorrida quando Aleister Crowley assumiu a “direção” da O.T.O. mundial; a O.T.O.A. mantém-se fiel à tradição pré-crowleyana, contendo em seu cabedal muitos ensinamentos do VUDÚ Haitiano. A O.T.O.A. é dirigida por Michael Bertiaux, cuja formação mágica é Franco-Haitiana. Foi ele, aliás, quem introduziu os ensinamentos de Crowley na O.T.O.A., tornando-a, assim, uma das Ordens Mágicas com maior quantidade de ensinamentos a dar. A O.T.O.A., além das Correntes citadas acima (Draconiana, Ofidioniana e Tifoniana), também faz uso da Corrente Aracnidoniana. O sistema da O.T.O. também funciona por graus, indo desde o grau Iº até o VIIº, com muita teoria; daí, vem os graus realmente operativos, o VIIIº (Auto-Magia Sexual), o IXº (Magia Heteroerótica) e o XIº (Magia Homoerótica); existe ainda o grau Xº, que não é porém um grau mágico, mas político-administrativo, sendo seu portador eleito pelos outros portadores dos graus IXº e XIº (o candidato a grau X deverá ser um deles), tornando-se o líder nacional da Ordem. Aleister Crowley era portador do grau-mágico XIº da O.T.O..

SISTEMA AURUM SOLIS:

Uma variação do Sistema da Golden Dawn, bastante completo, tendo como principal adição ao Sistema mencionado, o uso de práticas de Magia Sexual – muito embora seus métodos dessa forma de Magia não pareçam ser muito potentes. Mas contém no seu bojo todo o material técnico da Golden Dawn, exceto ter realizado uma simplificação na simbologia dos paramentos. Este grupo é liderado pelos renomados ocultistas Melita Denning e Osborne Phillips.

SISTEMA SALOMÔNICO (de SALOMÃO):

Basicamente consiste no uso de Sigilos e Pantáculos de Inteligências Planetárias, que serão Evocadas, ou Invocadas sobre Talismãs e Pantáculos.

É um sistema importante que foi aproveitado por quase todas as Ordens Ocultas hoje em atividade.

SISTEMA DA MAGIA PLANETÁRIA:

Criado pelo grupo “Aurum Solis”; baseia-se em rituais destinados a Evocar ou Invocar os “Espíritos Olímpicos”, Entidades Planetárias (Inteligências), ou Arquétipos (dos Arcanos do Tarot, Seres ou Deuses/Deusas Mitológicos, entre outros). É um sistema prático, completo, eficiente, de poucos riscos e fácil de colocar em prática.

SISTEMA SANGREAL:

Criado pelo famoso ocultista William G. Gray, é um Sistema que busca fundir a Tradição Ocidental em suas principais manifestações: a Cabala e a Magia. Na verdade, a Cabala aqui abordada é a teórica, que aliás é utilizada em todas as Escolas de Ocultismo, exceto aquelas que abraçam o Sistema de Cabala Prática de Franz Bardon, do Sistema Hermético. Apesar disso, é um Sistema bastante completo e racional, que tem fascinado os mais experientes e competentes ocultistas da atualidade. A obra de W.G.Gray é extensa mas não excessiva, o que contribui para facilitar o estudo deste Sistema.

Sua principal característica é a de “criar” (dentro de cada praticante) um “sistema solar em miniatura”. A partir daí, cada iniciado trabalha em seu Microcosmos e no Macrocosmos de forma idêntica.

SISTEMA DOS TATTWAS:

É um método de utilização dos símbolos gráficos orientais representantes dos cinco elementos (Éter/Akasha, Fogo, Água, Ar, Terra). Usa-se o desenho pertinente como forma de meditação e expansão da mente – transformando-se, mentalmente, o desenho em um “portal”, daí penetrando nesse “portal”, indo dar, mentalmente, em outras dimensões. É um eficiente método de auto-iniciação.

SISTEMA DE PATHWORKING:

Idêntico em tudo ao Sistema dos Tattwas, exceto que utiliza-se desenhos relativos às Esferas e Caminhos (“Paths”, daí o nome) da Árvore-de-Vida, que é um hieróglifo cabalístico. Pode-se, alternativamente, utilizar-se de Sigilos de diversas Entidades (visando “viajar” para as paragens habitadas por aquelas), ou até mesmo Vévés (Sigilos do Vudú), com a mesma finalidade – a auto-iniciação.

SISTEMA SATANÍSTICO (SATANISMO):

É um fenômeno cristão; só existe por causa do Cristianismo. Baseia-se no dualismo Deus-Diabo, presente em tantas culturas; no dualismo Bem-Mal, presente no inconsciente coletivo. Historicamente, o Satanismo como culto organizado nunca existiu, até a criação da Igreja de Satã, fundada em 30 de Abril de 1966, por Anton Szandor La Vey, na Califórnia, Estados Unidos. A partir de então, o Satanismo passou a contar com rituais específicos, buscando criar versões próprias da Magia Ritual e da Magia Sexual, além de ter sua própria versão da Missa Católica, chamada MISSA NEGRA. Basicamente, tudo como convencionou-se chamar de Magia Negra (submeter os outros a nossa vontade, causar enfermidades, provocar acidentes ou desgraças e até a mesmo a morte dos outros, obter vantagens em questões legais, em assuntos ilegais ou imorais, corromper a mente alheia, etc.), tem lugar entre os Satanistas. Na corrente da Igreja de Satã, não se prega o sacrifício animal, substituído pelo orgasmo sexual; o sacrifício humano inexiste, ao menos com a pretensa vítima “ao vivo” – é aceitável realizar um ritual visando a morte de outrem, que, então, será uma “vítima sacrificial”, embora não seja imolada num altar, á lá alguns Satanistas que praticam a imolação de pessoas. Portanto, os Satanistas modernos podem vir a realizar sacrifícios humanos, desde que sejam apenas na forma de rituais representados de forma teatral. Isto é, o sacrifício é de forma simbólica apenas.

Os ensinamentos de La Vey baseiam-se nos de Aleister Crowley, Austin Osman Spare, O.T.O. e F.S. (Fraternitas Saturni), além de fazer extenso uso das “Chamadas Enoquianas”.

O Satanismo de La Vey é um culto organizado, nada tendo a ver com os Satanistas que, volta e meia, são manchete dos noticiários.

Basicamente, a crença do Satanista dividi-se em três pontos:

1) O Diabo é mais poderoso que Deus;

2) aqueles que praticam o mal pelo mal, estão realizando o trabalho de Satã, sendo, portanto, seus servidores;

3) Satã recompensa seus servidores com poderes pessoais e facilita-lhes satisfazer e realizar seus desejos.

Satanistas verdadeiros são raros, a grande maioria dos que se dizem tal são simplesmente pessoas possuídas por forças desconhecidas que invocaram – e seu destino será a cadeia, o manicômio ou a tumba, depois do suicídio.

Satanismo não é Luciferianismo. Ver mais abaixo “Luciferianismo”.

SISTEMA DA MAGIA SAGRADA DE ABRAMELIM (OS QUADRADOS MÁGICOS):

Um tipo de Magia Ritual cujo alvo principal é a conversação com o próprio Anjo da Guarda; depois, se fará uso de uma série de Quadrados Mágicos que evocam energias diversas. É um sistema poderoso e perigoso, no qual muitos experimentadores se “deram mal”, aliás, muito mal.

As instruções dadas no famoso livro que ensina este Sistema não devem ser levadas a cabo “ao pé da letra”, de forma irrefletida; deve-se, porém, ter total atenção aos ensinamentos, antes de colocar os mesmos em prática. Como em todos os textos antigos, aqui também muita coisa está cifrada ou velada.

Deste poderoso Sistema apareceram inúmeras práticas com “quadrados mágicos” que nada têm a ver com o Sistema ensinado nesta obra.

SISTEMA ENOQUIANO (MAGIA ENOQUIANA, ENOCHIAN MAGIC):

É um sistema simbolicamente complexo, que consiste na Evocação de Energias ou Entidades de trinta esferas de poder em torno da Terra. É um sistema poderoso e perigoso, mas já existem diversos guias prático no mercado, que permitem uma condução relativamente segura. Este Sistema foi descoberto por John Dee e Edward Kelley; posteriormente, foi aperfeiçoado pela Golden Dawn, por Aleister Crowley e seus muitos seguidores, entre eles vale destacar Gerald Schueler. Os “nomes bárbaros” a que se referem muitos textos de ocultismo são os “nomes de poder” utilizados neste Sistema Mágico. Aqui, trabalha-se num universo próprio, distinto daquele conhecido no Hermetismo e na Astrologia. Busca-se contato com Elementais, Anjos, Demônios e com o próprio Anjo da Guarda. Dizem alguns entendidos que a famosa “Arca da União” é o “Tablete da União”, peça fundamental deste Sistema. Esse “Tablete da União” encontra-se a disposição de qualquer Mago que cruze o “Grande Abismo Exterior”, após a passagem pelo sub-plano de ZAX, no Plano Akashico, Etérico ou “do Espírito”, local aonde estão situados os sub-planos LIL, ARN, ZOM, PAZ, LIT, MAZ, DEO, ZID e ZIP, os últimos entre os 30 Aethyrs ou sub-planos. Essa região é logo anterior ao último “anel pelo qual nada passa”, tudo isso dentro do conceito do Universo pela física enoquiana.

Para encerrar nossa abordagem sobre a Magia Enoquiana, um aviso:

Muito cuidado ao pronunciar qualquer palavra no idioma enoquiano, pois as mesmas tem muita força, podendo provocar manifestações nos planos sutis mesmo que as “chamadas” tenham sido feitas de forma inconsciente ou inconsequente.

SISTEMA DA BRUXARIA (WITCHCRAFT):

Até virem à luz os trabalhos de Gerald Gardner, Raymond Buckland e Scott Cuningham, não se podia considerar a Bruxaria um sistema mágico. As bruxas e os bruxos se reúnem nos “covens”, que por sua vez encontram-se nos “sabbats”, as oito grandes festividades definidas pelos solstícios, pelos equinócios, e pelos dias eqüidistantes entre esses. Os últimos são considerados mais importantes.

A Bruxaria é um misto de métodos de Magia clássica (Ritual, Sexual, etc.), com práticas de Magia Natural (uso de velas, incensos, ervas, banhos, poções, etc.), cultuando Entidade Pagãs em geral. Nada tem a ver com o Satanismo. Bons exemplos do que podemos chamar de Bruxaria, em língua portuguesa, estão no livro “BRIDA”, de autoria de Paulo Coelho. Aquilo lá descrito mostra bem o Sistema da Bruxaria, menos nítido, mas também presente nas suas outras obras. Pena a insistência de algumas pessoas em condenar a bruxaria a um lugar inferior entre os Sistemas Mágicos.

SISTEMA DRUIDA (DRUIDISMO):

Há muito em comum entre o Druidismo moderno e a Wicca (nome dado nos países de língua inglesa à Bruxaria). As principais diferenças residem na mitologia utilizada nos seus rituais (a Celta), além dos locais de culto (entre árvores de carvalho ou círculos de pedras). O Druidismo pode ser rezumido como um culto à Mãe Natureza em todas as suas manifestações rituais.

SISTEMA SHAMÂNICO (SHAMANISMO):

O Shamanismo é a raiz de toda forma de Magia. Floresceu pelo mundo todo, nas mais diversas formas, dando origem a diversos cultos e religiões. Sua origem remonta a Idade da Pedra, com inúmeras evidências disso em cavernas habitadas nessa era. O Shamanismo moderno está ainda embrionário, embora suas raízes sejam profundas e fortes. O Shaman é uma espécie de curandeiro, com poderes especiais nos planos sutis. O Shamanismo caracteríza-se pela habilidade do Shaman entrar em transe com grande facilidade, e sempre que desejado.

SISTEMA DEMONÍACO (GOETIA, GOÉCIA):

Consiste na Evocação das Entidades Demoníacas, Demônios, de habitantes da “Zona Mauva” ou das Qliphás. É uma variação unilateral da Magia Evocativa do Sistema Hermético. Obviamente é um Sistema muito perigoso.

SISTEMA SOLAR:

Aonde se busca, única e exclusivamente, o conhecimento e a conversação com o Anjo da Guarda.

SISTEMA BON-PO (BON-PA):

É um Sistema de Magia originário do Tibete. É uma seita de Magia Negra, com estreitas ligações com as Lojas da FOGC (Ordem Franco-Massônica da Centúria Dourada), sediadas em Munich, Alemanha, desde 1825, com outras 98 Lojas espalhadas por todo o mundo. Na O.T.O.A. faz-se uso de práticas mágicas Bon-Pa. Membros da seita Bon-Pa estiveram envolvidos com organizações sinistras, como a “Mão Negra”, responsável para Arquiduque Ferdinando da Áustria, o que precipitou o mundo na Primeira Guerra Mundial. Durante a era Nazista na Alemanha, membros da seita Bon-pa eram vistos frequentando a cúpula do poder. Outro nome pelo qual a seita Bon-Pa ou Bon-Po é conhecida é “A Fraternidade Negra”. Muitos chefes de Estado, artistas famosos e pessoas de destaque na sociedade, foram ou são vinculados à Bon-Pa ou à FOGC – através de “pactos” feitos com as Forças das Trevas. Vale notar que, na Alemanha Nazista, todas as Ordens Herméticas foram perseguidas e proscritas – exceto a FOGC. E, na China, após a tomada do poder por Mao Tse Tung, todas as seitas foram perseguidas e proscritas – exceto a Bon-Pa. Seriam Hitler e Mao Tse Tung membros das mesmas, assim como seus principais asseclas? Vale a pena ler a obra “FRABATO”, de autoria de Franz Bardon, e a edição do mês de Agosto de 1993 da revista “PLANETA” (Editora Três). Em ambas, muita coisa é revelada sobre a história dessas seitas – inclusive sobre suas práticas nefastas.

SISTEMA ZOS-KIA-CULTUS:

Criado por Austin Osman Spare, o redescobridor do Culto de Priapo. É a primeira manifestação organizada de Magia Pragmática. Baseia-se na fusão da Magia Sexual com a Sigilização Mágica. A obra “Practical Sigil Magic”, de Frater U.: D.: revela seus segredos. É um Sistema eficiente, mas não serve para qualquer pessoa, somente para aquelas de mente aberta e sem preconceitos. O motivo é simples: seu método de Magia Sexual é o conhecido como “Grau VIIIº”, na O.T.O., ou seja, a Auto-Magia Sexual.

SISTEMA RÚNICO (MAGIA DE RUNAS, RUNE MAGICK, RUNES):

Runas são letras-símbolos, cada qual com significados variados e distintos. Tem uso em Divinação, em Magia Pantacular e em Meditação.

Infelizmente, a Cabala das Runas perdeu-se para sempre na noite dos tempos. As Runas tem origem totalmente Teutônica. As Runas tem se tornado um dos mais importantes alfabetos mágicos, talvez devido a seu poder como elementos emissores de ondas-de-forma, talvez devido à facilidade de sua escrita.

SISTEMA ICÔNICO ou ICONOGRÁFICO (antigo Sistema Hebraísta):

Desenvolvido por JEAN-GASTON BARDET, com a colaboração de JEAN DE LA FOYE, é um sistema tecnicamente complexo, que consiste em utilizar as letras de fôrma hebráicas como fonte de emissões-de-ondas-de-forma. Hoje, com o Sistema aprimorado por António Rodrigues, utiliza-se dessas letras, além de outros símbolos ou ícones, para a detecção e criação de “estados esotéricos”, bem como para neutralizar ou alterar energias sutis diversas. É um dos mais potentes que existe, dentro da visão de emissores e detectores de ondas-de-forma. Rodrigues introduziu muitas “palavras de conteúdo mágico” nesse Sistema, muitas das quais oriundas da obra “777”, de Aleister Crowley. Se for utilizado como forma de meditação, ou conjuntamente à Cabala Simbólica (a que faz uso do hieróglifo da Árvore-da-Vida), é eficiente para a prática do “Pathworking”.

SISTEMA DO VUDÚ (VOUDOUN, VOODOO):

Apesar de ser tido como uma religião primitiva, o VUDÚ é, na realidade, um sistema de Magia, aliás bastante completo.

Nele encontramos Invocação, Evocação, Divinação, Encantamento e Iluminação. Práticas não encontradas nos outros Cultos Afro (Candomblé, Lucumí, Santeria), como por exemplo a Magia Sexual, presente no VUDÚ, embora de forma não muito aprimorada, exceto dentro do VOUDON GNÓSTICO e do HOODOO.

As possessões que ocorrem no VUDÚ (como no Candomblé, Lucumí e Santeria), são reais, fruto da Invocação Mágica dos Deuses, Deusas e demais Entidades. Não se trata de uma exteriorização de algum tipo de dupla-personalidade, nem de uma possessão por Elementares ou por Cascarões Avivados (como normalmente ocorre em religiões que fazem uso das mesmas práticas). A possessão no VUDÚ é um fenômeno completo e real. O Deus “monta” o indivíduo da mesma forma que um ser humano monta num cavalo. As Entidades “sobem” do solo para o corpo do indivíduo, penetrando inicialmente pelos seus pés, daí “subindo”, e isso é uma sensação única, que só pode ser descrita por quem já teve tal experiência. Cada LOA (Deus ou Deusa) do VUDÚ tem sua personalidade distinta, poderes específicos, regiões de autoridade, além de insígnias ou emblemas – vevés e ferramentas. Creio firmemente que uma fusão dos Cultos Afro só trará benefícios a todos os praticantes da Ciência Sagrada.

Os avanços do VUDÚ foram tantos, especialmente do VUDÚ GNÓSTICO, do VUDÚ ESOTÉRICO e do VUDÚ DO NOVO AEON, que entre suas práticas encontra-se até mesmo um Sistema Radiônico-Psicotrônico, que faz uso de Máquinas Radiônicas com as finalidades Radiônicas convencionais (Magia de saúde, de prosperidade, de sucesso, de harmonia, combate às Forças das trevas e às Forças Psíquicas Assassinas, combate aos Implantes Mágicos, etc.), além de favorecer as “viagens” mentais e astrais – as viagens no tempo! Esse Sistema foi batizado, por seus praticantes, de VUDUTRÔNICA.

O VUDÚ é, guardadas as devidas proporções, uma “Religião Thelêmica”, posto que a “verdade individual” que se busca no Sistema Thelêmico, culmina aqui com a descoberta do Deus individual, o que resulta numa “Religião Individual”, isto é, a Divindade e toda a religião de um indivíduo é totalmente distinta do que seja para qualquer outra pessoa. E isso é Thelêmico, ao menos em seu sentido mais amplo. As Entidades do Vudú são “assentadas” (fixadas) em receptáculos diversos, que vão desde vasos contendo diversos elementos orgânicos misturados (os Assentamentos), até garrafas com tampa, passando pelas Atuas – caixinhas de madeira pintadas com os Sigilos (Vévés) dos Loas, com tampa, altamente atrativas para os Espíritos. Mas as práticas utilizando elementos da Magia Natural, como ervas, banhos, defumações, comidas oferecidas às Entidades, são todas práticas adicionadas posteriormente ao VUDÚ, não parte integrante desde seu início. No Vudú se faz uso, além da Egrégora do próprio culto, das Correntes Aracdoniana, Insectoniana e Ofidiana.

SISTEMA DE MAGIA DO CAOS (CHAOS MAGIC, KAOS MAGICK, CIRCLE OF CHAOS, CÍRCULO DO CAOS, I.O.T. – Illuminates of Thanateros, Iluminados de Thanateros):

A Magia do Caos tem origem nos trabalhos de Austin Osman Spare, redescobridor do Culto de Priapo. A Magia do Caos é atualmente bastante divulgada por seu organizador Peter James Carroll, além de Adrian Savage.

Os praticantes da Magia do Caos consideram-se herdeiros mágicos de Aleister Crowley (e da O.T.O.) e de Austin Osman Spare (e da ZOS-KIA CULTUS).

Seu sistema procura englobar tudo quanto seja válido e prático em Magia, descartando tudo quanto for mais complexo que o necessário. Caracteriza-se por não ter preconceitos contra nenhuma forma de Magia, desde que funcione!

Está se tornando o mais influente Sistema de Magia entre os intelectuais da modernidade. Entre suas práticas mais importantes vale ressaltar o uso da Magia Sexual, em especial dos métodos “de mão esquerda”.

Seus graus mágicos são cinco, em ordem decrescente: 4º, 3º, 2º, 1º e 0º.

SISTEMA DE MAGIA NATURAL:

Consiste na utilização de elementos físicos, na forma de realizar atos de Magia Mumíaca (éfiges de pessoas, representando-as, tornando-se receptáculos dos atos mágicos destinados àquelas), bem como no uso de banhos energéticos, defumações, pós, ungüentos, etc., visando obter resultados mágicos pela “via do menor esforço”.

SISTEMA NECRONOMICÔNICO (DO NECRONOMICON):

Uma variação da Magia Ritual, que baseia-se na mitologia presente nos contos de horror do autor HOWARD PHILLIPS LOVECRAFT, em especial no Deus Cthulhu, e no livro mágico O Necronomicon (citado com frequência pelo autor). Atualmente, diversos grupos fazem uso deste Sistema na prática, entre eles valendo destacar a I.O.T., a O.R.M. e a Igreja de Satã. Frank G. Ripel, ocultista italiano que lidera a O.R.M., pode ser considerado o mais importante divulgador deste Sistema de Magia, além de ser o renovador do Sistema Thelêmico; mas o grupo I.O.T. tem sido o responsável pela modernização (e explicação racional) deste poderoso Sistema. Aliás, poderoso e perigoso, por isso mesmo atraente. Tão atraente que foi criada uma coleção de RPG’s versando sobre o culto de Cthulhu, o Necronomicon e outras idéias de H.P.Lovecraft.

SISTEMA LUCIFERIANO (LUCIFERIANISMO, FRATERNITAS SATURNI):

Muito parecido com o sistema de Magia da O.T.O. (Thelêmico), centralizando suas práticas na Magia Sexual (em especial nas práticas de Mão Esquerda), na Magia Ritual e na Magia Eletrônica, conta, porém, com uma distinção fundamental do sistema pregado por Aleister Crowley: enquanto na O.T.O busca-se a fusão com a Energia Criadora, através da dissolução do ego, na Fraternitas Saturni (FS) busca-se elevar o espírito humano a uma condição de Divindade, alcançando o mesmo estado que o da Divindade cultuada: LÚCIFER, a oitava superior de SATURNO, cuja região central é o DEMIURGO, e cuja oitava inferior é SATÃ, SATAN, SHATAN ou SATANÁS (e sua contra-parte feminina, SATANA). Portanto, Lúcifer e Satã são entidades distintas.

Na F.S., há 33 graus, alguns mágicos, outros administrativos.

SISTEMA HERMÉTICO (HERMETISMO, FRANZ BARDON):

Sistema amplamente explicado (na teoria e na prática) nas obras de Franz Bardon, reencarnação de Hermes Trismegistos (conforme sua auto-biografia intitulada “FRABATO, THE MAGICIAN”). O sistema Hermético prega um desenvolvimento gradativo das Energias no ser humano, partindo de simples exercícios de respiração e concentração mental, até o domínio dos elementos, daí à Evocação Mágica, e até à Cabala, aonde aprende-se o misticismo das letras e o uso mágico de palavras e sentenças, algumas das quais foram utilizadas para realizar todos os milagres descritos na Bíblia e em outros textos sagrados. Considero este o mais completo e perfeito Sistema de Magia. É o único Sistema totalmente racional e científico.

SISTEMA CABALÍSTICO (QUABBALAH, KABALAH, TANTRA, FÓRMULAS MÁGICAS):

Conforme dito acima, é a prática do misticismo das letras (isto é, do conhecimento das côres, notas musicais, elementos naturais e suas respectivas qualidades, regiões do corpo em que cada letra atua, etc.), daí das palavras e de sentenças; o uso de mais de uma letra, cabalisticamente, tem o nome de Fórmula Cabalística. E Tantra? Tantra no Oriente, Cabala no Ocidente. Há muitas escolas de Tantra, outras tantas de Cabala, mas a que mais me agrada é a de Franz Bardon. Parece-me a mais completa e precisa.

Muitas Escolas de Ocultismo, que utilizam a Cabala como parte de seus ensinamentos, o fazem utilizando a chamada Cabala Teórica, que baseia-se no hieróglifo da Árvore da Vida e suas atribuições. Poucas Escolas utilizam a Cabala Prática, como ensinada por Franz Bardon. As diferenças entre a Cabala Prática e a Teórica são muitas, mas, como principal distinção, na Cabala Teórica o enriquecimento pessoal é apenas a nível teórico, isto é, intelectual, enquanto que na Prática se aprende, se compreende, se vive a realidade do Misticismo das Letras. O mesmo conhecimento que foi utilizado para criar tudo quanto existe no Universo. É simultâneamente Dogmático e Pragmático.

MAGIA ELETRÔNICA:

É uma forma “acessória” da Magia Ritual, utilizando-se de paramentos do tipo “Bobina Tesla” ou “Gerador Van De Graff”, para gerar poderosas energias visando potencializar os rituais.

SISTEMA PSICOTRÔNICO (PSICOTRÔNICA):

É uma forma de Magia Pragmática, pois utiliza do simbolismo próprio do Mago (uma vez que será este a determinar quais os números a serem utilizados, qual o tempo de exposição ao poder do equipamento utilizado, ou ainda uma série enorme de “coisas” passíveis de emissão psicotrônica, detectadas ou determinadas por meios radiestésicos ou intuitivos), aliado à eletricidade e à eletrônica, para produzir seus efeitos. Apesar de utilizar-se de aparato muitas das vezes sofisticado, tem o mesmo tipo de ação que outras variedades de Magia Ritual, isto é, depende inteiramente (ou quase) das qualidades mágicas do operador.

SISTEMA DE EMISSÕES DE ONDAS-DEVIDAS-ÀS-FORMAS (SISTEMA DE ONDAS-DE-FORMA):

É uma forma de Magia Dogmática, posto que faz uso de paramentos e símbolos sem paralelo no sub-consciente do Mago; exceção se aplica aos gráficos que dependem de uma seleção radiestésica de seu design, como, por exemplo, no sistema Alpha-Omega (aonde se seleciona os algarismos numéricos e a quantidade de círculos em torne daqueles, para se construir o gráfico). Neste, este sistema Pragmático. Para exemplificar o uso prático, se utiliza equipamentos bidimensionais ou tridimensionais; os primeiros são os gráficos emissôres, compensadores e moduladores de Ondas-de-Forma, enquanto os outros são os aparelhos tipo pirâmides, esferas ôcas, meias-esferas, arranjos espaciais que parecem móbiles, etc. Neste Sistema, na sua parte tridimensional, é que se utiliza os pêndulos, as forquilhas e demais instrumentos radiestésicos, rabdomânticos e geo-biológicos.

SISTEMA RADIôNICO (RADIôNICA):

É a única modalidade de Magia que, apesar de totalmente encaixada no sistema de Magia Ritual, e herdeira única do sistema Psicotrônico, reúne em si, simultaneamente, as características de Dogmatismo e Pragmatismo.

Os métodos utilizados para a detecção das energias são nitidamente Pragmáticos, uma vez que fazem uso de pêndulos (radiestesia) ou das placas-de-fricção (sistemas sujeitos à Lei das Sincronicidades, de Carl Gustav Jung).

O “coração” do sistema Radiônico, porém, não é seu método de detecção (uma vez que há aparelhos sem nenhum sistema de detecção, como a Peggotty Board, ou Tábua de Cravilhas), mas seu sistema de índices.

Esses índices são em geral descobertos ou criados pelos pesquisadores do sistema em questão, e passados adiante para os outros usuários do sistema, que não são necessariamente pesquisadores.

Assim, quando se utiliza índices desenvolvidos por outras pessoas, se está operando no sistema Dogmático, apesar de que os números presentes nos índices são sempre comuns à mente de qualquer operador – mas as seqüências em que eles aparecem, que formam os índices, o fazem de forma desconhecida ao sub-consciente do operador, portanto de forma Dogmática.

Quando, porém, fazemos uso de índices que sejam fruto de nossas próprias pesquisas ou experiências, trabalhamos, então, de forma Pragmática.

Portanto, em se tratando de Radiônica, somente nossas próprias pesquisas permitem um trabalho totalmente Pragmático.

SISTEMA DO CANDOMBLÉ:

Muito parecido com o Sistema do Vudú, mas simplificado. Na verdade, o Candomblé é um culto aos Deuses e Deusas do panteão Nagô, aonde predomina a Magia Natural, com grande ênfase nos sacrifícios animais, na criação de Elementares Artificiais e em outras tantas práticas mágicas – como os banhos de ervas, o uso de pós mágicos, etc. – , além de Evocações e Invocações das Divindades cultuadas. É um Sistema de grande potencial, infelizmente tornado, ao longo dos anos, inferior ao Vudú, do ponto de vista iniciático.

SISTEMA DA UMBANDA:

Consiste na Invocação de Entidades de um panteão próprio e extremamente complexo, visando obter os favores das Entidades “incorporadas”; também existe a Evocação quando se faz “oferendas” de coisas diversas para as Entidades. É basicamente um culto de “Magia Branca”.

SISTEMA DA QUIMBANDA:

Muito parecido com o Sistema da Umbanda, somente que aquí se trabalha com Entidades demoníacas; é basicamente um culto de “Magia Negra”.

SISTEMA DA WICCA:

Um aprimoramento do Sistema de Feitiçaria, a Wicca é uma religião muito bem organizada e sistematizada, sendo que nela se aboliu a prática de sacrifícios animais, que era frequente na Feitiçaria. Há um ramo mais elitizado da Wicca, a Seax-Wicca, dos seguidores de Gerald Gardner, que busca aprimorar a Wicca, transformando-a num culto menos dogmatizado que a Wicca tradicional.

SISTEMA DE MAGIA SEXUAL:

Temos aquí uma abertura para sete sub-sistemas, quais sejam:

– SISTEMA DA O.T.O.:

Basicamente um método de Magia Sexual que busca a elevação espiritual através do sexo. Tem três graus de aptidão mágica sexual – o VIII, o IX e o XI. Pode ser considerado o Tantra ocidental. Veja “Sistema Thelêmico”.

– SISTEMA DA O.T.O.A.:

É muito parecido com o da O.T.O., porém faz uso não apenas da Magia Sexual praticada físicamente, mas também de práticas astrais desse tipo de Magia.

– SISTEMA MAATIANO:

Criado por dissidentes da O.T.O., tem uma visão mais moderna da Magia Sexual. Sua visão sobre o grau XIº é particularmente distinta.

– SISTEMA DA FRATERNITAS SATURNI (F.S.):

É derivado da O.T.O., mas abertamente Luciferiano. Veja “Sistema Luciferiano”.

– SISTEMA ANSARIÉTICO:

Criado pelos Ansariehs ou Aluítas da velha Síria, é o primeiro dos modernos métodos de Magia Sexual.

– SISTEMA DE EULIS:

Criado por Pascal Beverly Randolph, um iniciado entre os Aluítas, é um método científico de Magia Sexual ocidental, muito poderoso e perigoso. Seu criador era médico, e cometeu suicídio após muitos problemas na vida – era mulato, político liberal, libertino, residente nos Estados Unidos. No século XIX!

– SISTEMA ZOS-KIA:

Criado por Austin Osman Spare, consiste no uso mágico da “Auto- Magia Sexual” ou “Auto-Amor”. É também um Sistema muito potente e perigoso. Seu criador, talentoso artista plástico, morreu esquecido e quase na miséria. Veja em verbete próprio.

– SISTEMA PALLADIUM:

Criado por Robert North, estudioso de Franz Bardon, P.B.Randolph, Aleister Crowley, além de outros mestres do ocultismo. Tem sua doutrina, os Palladianos, no conceito do ser humano pré-adâmico, isto é, no ser humano bisexuado, para o qual o relacionamento sexual era desnecessário para a procriação. Esses seres eram os “Elohim”, “Filhos de Deus”, que criaram o “pecado” relacionando-se sexualmente uns com os outros – o que era desnecessário – , provocando a “queda” da humanidade. Com o “pecado”, veio a “punição”: Deus dividiu o sexo dos seres humanos, o que provocou a expulsão deles do “Édem”, sua “Expulsão do Paraíso”. Baseando-se nessa crença, além de buscar decifrar os ensinamentos ocultos de todos os Mestres, e interpretar o significado oculto da literatura, os Palladianos buscam trazer luz aos conceito tão mal compreendido da Magia Sexual.

E, para concluir, quem cunhou os termos “Magia Dogmática” e “Magia Pragmática”?

Eliphas Lévi introduziu o termo vinculado à Magia, com sua obra “Dogma e Ritual de Alta Magia”. Frater U.:D.:, nos seus “Secret of the German Sex Magicians” e, particularmente, no “Practical Sigil Magic”, introduziu o termo “Magia Pragmática”.

Retirado de:

http://www.mortesubita.org/

#MagiaPrática

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/teoria-da-magia-ii-sistemas-m%C3%A1gicos

Santo Daime e Ayahuasca

Por Acid Zero.

Antes de mais nada, “Santo Daime” é o nome de uma doutrina da linha do Mestre Irineu que, segundo eles, faz “uso ritual das plantas expansoras de consciências dentro de um contexto apropriado”. Foi a doutrina que se tornou mais popular no Brasil, e por isso a bebida que eles fazem uso (Ayahuasca), rebatizada por eles de Santo Daime, acabou se tornando sinônimo de Ayahuasca para a maioria leiga (eu incluso), assim como Gillette se tornou sinônimo de lâmina de barbear. Mas chamar a bebida de “Santo Daime” dentro de outras doutrinas que fazem uso da Ayahuasca é como visitar a fábrica da Assolan e chamar de Bombril as esponjas de aço deles… Entretanto, o título do post continua, por uma questão de melhor identificação pra quem busca informações.

INTRODUÇÃO

Certa vez fui convidado a assistir a uma palestra da União do Vegetal (UDV), para escolher se tomaria ou não a Ayahuasca. Foi uma explanação interessante, onde era dito que o chá não criava dependência, não era droga, buscava a evolução espiritual, e tal… Saí de lá confuso, afinal, qualquer coisa que eu tome para deliberadamente alterar minha consciência pra mim é droga. Seja um sonífero, aspirina ou cocaína, estarei brincando perigosamente com meu cérebro.

Resolvi decidir só após consultar Oráculo. Ela não disse pra eu ir ou não ir, mas foi taxativa: aquilo é droga, assim como maconha. Falou pra eu estudar sobre os princípios ativos, e que a maioria das experiências que as pessoas têm lá são alucinações.

Acabei não indo, afinal não tenho a MENOR curiosidade em experimentar drogas alucinógenas. Alguns parentes foram, tiveram experiências boas, outras ruins, e logo deixaram de freqüentar. Pra mim não é através de experiências alucinógenas que uma pessoa alcança a iluminação. Jesus, pelo que se sabe, não usou drogas (e muito menos recomendou-as). Buda também não. Gandhi e Sócrates também não… Ao contrário, participaram ativamente de sua REALIDADE, procurando modificá-la através do Amor, do bom-senso, da responsabilidade para com o mundo e com as pessoas, e principalmente das AÇÕES.

A BEBIDA

A Ayahuasca (Vegetal, Uasca ou Santo Daime) é uma mistura de duas plantas (Cipó Mariri e Chacrona) que, após cozidas, resultam num chá de gosto amargo e alucinógeno, que normalmente evoca visões e imagens religiosas (a chamada “miração”), costumando por vezes provocar vômitos ou diarréia em quem toma (por isso os locais onde a beberagem é consumida são equipados de algum tipo de “vomitório”, e recomenda-se comer pouco nos 3 dias anteriores).

O RITUAL

O Santo Daime preserva o caráter sagrado da festa e da dança, oriundo do catolicismo popular. Convivem no seu panteão mítico Deus, Jesus, a Virgem Maria, os santos católicos, entidades originárias do universo afro-brasileiro e seres da natureza. Também são louvadas as figuras do Mestre Irineu, identificado com Jesus Cristo, e do Padrinho Sebastião, “encarnação de São João Batista” — de onde são derivadas algumas concepções messiânicas e apocalípticas. Do espiritismo kardecista são reelaboradas noções como as de karma e reencarnação. Os indivíduos possuem dentro de si elementos de uma “memória divina”; ao mesmo tempo, podem, através do próprio comportamento, alterar seu karma, “evoluindo espiritualmente” em direção a sua “salvação”. Em consonância com os sistemas xamânicos, verifica-se a existência de uma “guerra mística” entre os homens e os seres espirituais. Os daimistas são concebidos como os “soldados do Exército de Juramidam”, empenhados numa “batalha astral para doutrinar os espíritos sem luz”. Todo o ritual está permeado por um espírito militar com ênfase na ordem, na disciplina.

Na união do Vegetal (UDV) a cerimônia costuma ter a duração de quatro horas e são dirigidas ou pelo Mestre ou por quem tenha ele designado. A presença do Mestre ou do seu delegado é imprescindível para garantir a necessária concentração e o alto nível do ritual. Após terem bebido a Oaska, os participantes da sessão permanecem sentados até o fim da cerimônia. O Mestre faz então as “chamadas” (cantos iniciáticos) de abertura e inicia a doutrinação espiritual, na qual se pode intercalar alguma peça musical, para criar um clima propício a ter boas “mirações”. Nessa ocasião os discípulos têm a oportunidade de ouvir aquilo que eles mais precisam de ouvir, pois o Mestre atua como canal de ligação com a “Força Superior”, da qual provêm todos os ensinamentos espirituais. Encerrada a doutrinação, os participantes têm a oportunidade de se expressar e fazer perguntas ao Mestre. Chegada a hora de encerramento, o Mestre entoa as “chamadas” finais e dá por finda a sessão.

Já no Daime eles acrescentam a isso trabalhos espirituais de concentração (com períodos de meditação) ou bailado (execução de uma coreografia simples), podendo chegar a produzir um verdadeiro êxtase coletivo. Há também trabalhos de missa (para os mortos) e rituais de fardamento (momento em que o indivíduo adere oficialmente ao grupo, passando a usar suas vestimentas). Recentemente, vem ganhando força alguns ritos onde ocorre incorporação de espíritos, produto das influências crescentes da umbanda nesta instituição.

OS EFEITOS

O efeito alucinógeno do chá, embalado pelo ritual e egrégora do local, produzem as “mirações”, imagens contempladas durante a “burracheira” (efeito da bebida) que podem se manifestar de formas variadas: ora são duradouras, ora fugazes; ora nítidas, ora dotadas de tênues contornos; ora de aparência assustadora, ora de grande beleza. Muitas vezes as mirações revelam fatos do passado, às vezes de um passado anterior à atual encarnação. E, segundo eles, até mesmo o futuro pode ser revelado. Na verdade, as mirações constituem recursos de ilustração utilizados pela burracheira para revelar ensinamentos e o estado de espírito de cada um. Em todas é possível encontrar um significado; todas pedem uma decifração. Mas a forma pela qual elas revelam seus conteúdos é também extremamente variável: às vezes são bastante claras e diretas; outras vezes são enigmáticas e oraculares. Por este motivo, os discípulos podem precisar do auxílio do Mestre para conseguir compreender o seu significado.

Algumas vezes pode ocorrer, associada a limpeza (vômitos), uma experiência de intenso sofrimento, que os daimistas chamam de “peia”, ou “surra do Daime”. A peia está associada também a outros processos fisiológicos incômodos ou aparece, ainda, sob forma de pensamentos ou sensações. Apesar de extremamente desagradável — incluindo visões aterradoras de monstros, vermes, trevas, sensação de morte ou medo intenso, enfim, toda classe de tormentos conhecidos ou não — a peia produziria efeitos benéficos, didáticos e transformadores.

Os defensores da planta dizem que ela provoca uma limpeza física ou energética do canal ou instrumento que a usa, “pois luz não habita em templo sujo”. Então, se você estiver com problemas, numa baixa vibração, ou tiver ingerido carne ou comida pesada, vai vomitar copiosamente, ter diarréia de se acabar, ficar enjoado, etc. Só que qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento de biologia sabe porque o organismo expulsa e rejeita certas substâncias estranhas, quando ingeridas…

Existem denúncias de que o uso deste chá faz mal, a longo prazo, tendo como um dos efeitos adversos o eventual retorno da “miração” nas horas mais inadequadas, e os mais puristas até alegam que o chá apresenta riscos para a tela búdica dos usuários, ou seja, poderia fazer mal até nas próximas encarnações. Nada disso, entretanto, está confirmado, assim como não se dispõe de estudos científicos sobre os efeitos à longo prazo da ingestão do Daime.

O chá contém dois alcalóides potentes: a harmalina, no cipó, e a dimetiltriptamina (DMT), que vem da chacrona. O DMT é uma substância controlada e foi proscrita para uso humano pelo Escritório Internacional de Controle de Narcóticos, órgão da ONU encarregado de estudar substâncias químicas e aconselhar os países membros quanto à sua regulamentação. O governo dos EUA afirma que seu uso é perigoso mesmo sob supervisão médica, e seu uso é proibido em países que possuem legislação anti-drogas, mas recentemente os EUA liberaram o uso APENAS para uma pequena seita brasileira em território americano, enquanto no Brasil ele é liberado para uso religioso. Advogados da União do Vegetal (UDV) dizem que especialistas atestaram que o chá é inofensivo, mas o CONAD (Conselho Nacional Antidrogas) em seu parecer não fala nada sobre ser inofensivo, e libera apenas seu uso terapêutico, em caráter experimental, e que o “controle administrativo e social do uso religioso da ayahuasca somente poderá se estruturar, adequadamente, com o concurso do saber detido pelos grupos de usuários”. Lembrando que o LSD também já foi permitido legalmente, e que no Canadá a maconha é liberada para uso terapêutico também… o problema não são as drogas, mas o uso que se faz delas…

No site do IPPB, vemos no artigo do Dr. Luiz Otávio Zahar que explica que “a DMT (dimetiltriptamina) é naturalmente excretada pela glândula pineal, e que desempenha um papel no processo de sonhar e possivelmente nas experiências próximas à morte e em outros estados místicos. A mistura das duas plantas potencializa a ação das substâncias ativas, pois o DMT é oxidado pela enzima Monoaminoxidase (MAO), a qual está inibida pela harmina, acarretando um aumento nos níveis de serotonina, o que causa impulsão motora para o sistema límbico no sentido de aumentar a sensação de bem-estar do indivíduo, criando condições de felicidade, contentamento, bom apetite, impulso sexual, equilíbrio psicomotor e alucinações.”

Ou seja, você está ingerindo uma dose cavalar de uma substância que deveria ser naturalmente produzida pelo corpo, afetando uma parte importantíssima como o cérebro.

Lázaro Freire, da lista exotérica Voadores, explica o processo:
Há uma aceleração vibracional desordenada, onde cada chakra entra num estado vibracional de freqüência diferente. Não sei se isso é bom ou mal, se vale a pena ou não (essa resposta depende de cada um, e do que conseguirá com o processo), mas me parece um método estranho que, alterando as freqüências vibracionais / conscienciais das (áreas) corpóreas e cerebrais, só pode mesmo levar a uma saída (expulsão) do corpo físico. Além do mais, encontrei exatamente o que imaginava encontrar, do lado de lá; com detalhes de controle, e influências tanto projetivas reais quanto oníricas aceleradas pelo uso do FORTÍSSIMO alucinógeno.

A ORIGEM

A ingestão ritual de Ayahuasca por parcelas da população urbana inicia-se no Brasil, na década de 30, em Rio Branco, Acre, com o culto ao Santo Daime, sistematizado por Raimundo Irineu Serra, que atribuiu à Ayahuasca a denominação “Santo Daime” e fundou o “Centro de Iluminação Cristã Luz Universal – CICLU Alto Santo”. No final da década de 60, em Porto Velho, Rondônia, José Gabriel da Costa organizou outro grupo ayahuasquero, denominando-o “União do Vegetal” (UDV), visto que nele a Ayahuasca é chamada de “Vegetal”. O processo de divergências e de desdobramentos dos núcleos originais propiciaram a expansão das religiões ayahuasqueras por grande parte do território nacional e mesmo pelo exterior.

As religiões ayahuasqueras estão atualmente divididas em três “linhas”:
Uma, a do Mestre Irineu, fundador da seita. Não admitem incorporação, praticando estritamente o xamanismo, e não aderem e nem mesmo toleram o uso de outros psicoativos que não a Ayahuasca.
Outra, do Mestre Gabriel (União do Vegetal).
Outra ainda, a do Padrinho Sebastião Mota, do CEFLURIS (dissidência do CICLU). Esse grupo atraiu acadêmicos, jornalistas, artistas, estudantes e diferentes categorias de profissionais liberais empenhados em torná-lo objeto de estudo, notícia ou modo de vida. Algumas conseqüências decorreram dessa aliança, entre elas a adoção (não endossada pelo CEFLURIS) de muitos dos costumes e crenças dos jovens urbanos, a exemplo do controvertido uso “ritual” da Cannabis sativa (Maconha, que é chamada por esses usuários de “Santa Maria”) e Cocaína (conhecida por “Santa Clara”). Emiliano Dias Linhares, conhecido como “Gideon Lakota” (do CICLU), fez denúncias graves contra o CEFLURIS neste vídeo, em que acusa a seita de ser ponto de distribuição de drogas ilícitas.

Entretanto, é enorme o número de depoimentos de pessoas que faziam uso de álcool e drogas pesadas, foram atraídas a um desses grupos e ficaram curadas. Mas não sabemos o número de pessoas que continuam dependentes, por isso fica aqui o alerta aos pais: se seu filho(a) enveredar em qualquer um desses grupos, procure ir com ele, mesmo que não beba o chá. Procure conhecer as práticas, e principalmente os freqüentadores destes locais. Um grupo que se reúne regularmente pra tomar alucinógenos, mesmo que em uso ritual e por motivos nobres, por melhor que seja a orientação espiritual da casa, pode acabar atraindo pessoas interessadas APENAS na bebida e seus efeitos, sem nenhum comprometimento espiritual nem interesse em desenvolver-se no autoconhecimento. Pra ilustrar o que estou falando, entre no Orkut e digite “Ayahuasca”. A primeira comunidade que aparece, com o maior número de pessoas, é “Ayahuasca sem dogmas” que, pelas opiniões expostas, procura deslocar a bebida de seu contexto religioso (o que agride frontalmente a liberação do CONAD, baseada no relatório final do GMT), com pessoas oferecendo o chá a quem quiser. O problema não é a doutrina, são as pessoas que se acercam da doutrina com interesses outros, SEM PREPARO, SEM SUPERVISÃO, verdadeiros irresponsáveis que podem acabar influenciando pessoas para o uso de drogas mais pesadas. Tanto isso é verdade que, mesmo na linha de Irineu, que é rígida e não permite quaisquer outras drogas, soube-se que já teve membros presos no exterior por tráfico de drogas.

Lázaro explica os perigos:

No contexto xamânico de vários povos as ervas são usadas em eventos com conotação espiritual, visando uma determinada iniciação dentro daquele nível. Já no contexto urbano, pode ser usado como fuga da realidade. Conheço vários casos assim: as pessoas usavam porque não aguentavam conviver com um nível de realidade duro como a vida física na Terra. A substância acelera o acesso ao inconsciente, com tudo de bom ou de doentio que estiver ali. Pode ser interessante para alguns, sagrado para outros. Mas como tudo que tira a consciência do normal, e/ou altera abruptamente os estados cerebrais, tem seus preços. Neurológicos e, principalmente, psicológicos.
A mente tende sempre à compensação. O uso excessivo de Prozac, por exemplo, leva a pessoa à depressão. Café demais excita, e quando passa o efeito você se sente cansado. Cocaína deixa a pessoa entusiasmada, mas a compensação disso a faz insegura quando não usa a substância. TUDO na mente humana é assim, e o preço do acesso “espiritual” do daime é CARÍSSIMO, em termos psicológicos posteriores. A não ser, claro, que a pessoa tome mais, para ter de novo o acesso e miração, e assim sucessivamente. Dependência psicológica. E depois, sem o “espiritual” miraculoso, a vida “comum” passa a ser mais e mais vulgar. E começa tudo outra vez. Com o agravante de que até mesmo as formas de contato espiritual parecerão fúteis, afinal, como comparar com o barato do Daime? Então, essa é uma droga que rouba do dependente até mesmo o seu direito à conexão espiritual…

#ayahuasca #santodaime

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/santo-daime-e-ayahuasca