Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/metropolis-completo-e-legendado/
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Quando George Lucas preparou a segunda trilogia de Star Wars no finalzinho dos anos 90 nada poderia pará-lo. Foram anos de preparo e produção usando tecnologia de ponta em uma história que clamava a décadas por uma continuação. Nada poderia pará-lo, mas Matrix foi lançado na mesma temporada e a ópera espacial ficou suspensa no ar como balas paralisadas por Neo.
As irmãs Wachowski ainda eram homens mas foram revolucionárias o bastante para fazer um mundo acostumado a não pensar com American Pie e outros besteiróis americanos saírem dos cinemas com a mesma cara que Platão deve ter deito ao ver Sócrates se matar.
Matrix levou o gnosticismo para as massas. Fez as pessoas filosofarem, reacendeu a chama pela filosofia, criou moda e tornou aceitável assistir mulheres e homens vestindo látex com a família. Morpheus modernizou a antiga combinação de sucesso dos templos shaolin unindo metafísica e kung-fu e com isso deu o golpe inicial no atavismo pop que caracterizaria o novo milênio (nunca ouviu falar da hitpótese de Sekhmet? Clique aqui).
Os anos que se seguiram provaram o que todos já sabiam, Matrix era um clássico. Ele foi seguido por duas sequências classificadas por muitos como pior do que péssimas, uma série animada que faria inveja à Liquid Television da MTV e um jogo adorado pelos fãs que discordam que os dois últimos filmes foram piores do que péssimos.
Mas é curioso como um filme tão popular, passou batido por quase todos que o assistiram ou, colocando em linguagem vulgar, ninguém percebeu o que estava assistindo.
Tecnicamente, o filme Matrix que você assistiu pode ser resumido assim:
– ERA PRÉ MATRIX
1- A raça humana chegou a um ponto da evolução onde se preocupa com o meio ambiente e cria máquinas que utilizam energia limpa do sol.
2- Humanos criam inteligência artificial, a colocam em robôs e essa inteligência cria consciência.
3- Inteligência artificial se rebela contra os humanos que a escravizava, maltratava e descartava sem se preocupar com seus sentimentos (ou sua força evidentemente superior à humana)
3- Quando percebem que brigar contra a consciência que controla máquinas, armas, computadores e tudo mais que pode destruir a raça-humana é uma má ideia, os humanos puxam a tomada das máquinas ou seja explodem bombas que bloqueiam totalmente a luz do sol (obviamente ninguém parou para pensar que isso ia acabar com outras coisas básicas como a produção de alimentos dos humanos)
4- Mas a inteligência artificial é inteligente, e arranja outra fonte de energia. Podia ter sido energia nuclear, poderia ser energia hidro-elétrica, térmica do núcleo da terra… mas escolheram tirar sua energia de humanos, seus nêmesis (o que mostra que a inteligência artificial criada por humanos pode até ser inteligente, mas continua meio humana).
5- No fim a Inteligência Artificial vence a guerra e a raça humana é totalmente derrotada.
DENTRO DA MATRIX
6- Para criar energia os humanos viram baterias (já que nosso corpo e cérebro produzem eletricidade).
7- Para que o corpo e cérebro humano gerem energia, humanos são criados artificialmente (de forma assexuada, como bebês de proveta), eles são fabricados com peças que permitem com que se conectem à Inteligência Artificial. São parte humanos, parte máquinas… um Pen Drive que sua e faz xixi.
8- Para manter o cérebro ativo a Inteligência Artificial cria a Matrix, uma espécie de realidade virtual onde as mentes dos humanos existem acreditando que vivem no dia a dia enquanto alimentam as máquinas.
9- A I.A. (Inteligência Artificial) descobre que se a Matrix for um paraíso de felicidade, uma utopia, a mente humana se desliga. Aparentemente humanos precisam viver imerso em conflitos e dúvidas para não questionarem a realidade onde vivem.
10- A I.A. também aprende que dentro de nosso ser existe uma ânsia por liberdade, essa ânsia não pode ser deletada ou reprogramada e, por isso, ela aceita que alguns humanos sejam desconectados e “escapem” do sistema. Este “bug”, ou a falha, inserido no sistema é fundamental para que a simulação da Matrix permaneça estável – mesmo que ela permaneça apenas como uma possibilidade subconsciente que atormenta a muitos mas é atingida apenas por alguns poucos. Permitir esse Bug se mostrou vital para que o sistema continuasse funcionando e permanecesse estável.
11- Em resumo, a Matrix em sua forma perfeita deve ser um mundo imperfeito como o nosso mundo real (com a miséria, violência, desigualdade, etc.) para que as pessoas se questionem se há algo melhor além disso E ela deve possuir um sistema que permita que um certo número de pessoas conectadas se rebele e fujam para o “mundo real”.
FORA DA MATRIX
12- Para controlar essa tendência rebelde a I.A. cria uma cidade (Zion) no mundo fora da Matrix, no subterrâneo para servir de abrigo os fugitivos. Nesta cidade nascem pessoas “livres”, resultado de união de humanos que fugiram, esses não tem plugues e fios nem nenhuma conexão com o sistema.
13- A I.A. também cria um “escolhido” que vai ajudar os primeiros a se libertarem, os leve para Zion e que lutem pelo seu direito de serem “livres”
14- Essa resistência tem a permissão de crescer até atingir seu ponto crítico – que acontece a cada 70 ou 100 anos. Quando esse ponto é atingido a I.A. irá aniquilar todos os que estão livres, limpar Zion e resetar a Matrix para mais uma partida de outros 70 a 100 anos. E tudo se repete de uma forma que faria Nietzsche chorar. De alegria. De novo e de novo e de novo. Esse ciclo já aconteceu ao menos 5 vezes quando começa o primeiro filme.
15- Neo, nosso Neo, heroizão, bonitão, que para balas com a mente, é o programa de proteção, a salvaguarda do sistema, criado pela I.A. (claro que ele não sabe disso até o momento final quando o Arquiteto lhe diz como criar uma “nova” Zion e todo aquele blá blá blá.
16- O Oráculo, doce senhora, que adora biscoitos, tem a função específica de guiar os humanos e os rebeldes até a conclusão final/fatal do jogo. Todas as vezes. Isso significa que a Oráculo não tem nada de oracular, ela não enxerga o futuro, não existe magia… ela é um programa muito bem desenvolvido que experienciou cada novo ciclo do início, o que é o que dá aos humanos a impressão de poder enxergar o futuro, mas esse não é a única impressão que ela causa, ela parece de fato estar ajudando aos humanos, para que fujam, mas na verdade seu trabalho é guiar os rebeldes que tem a permissão de sair do sistema exatamente para a cidade de Zion de novo, de novo e de novo.
17- Tudo segue o planejado, exatamente como o roteiro criado pela I.A., até que Neo encontra o Arquiteto. Neste ponto descobrimos de fato que tudo o que vivemos até agora é uma mentira dentro de uma mentira: todos os humanos, livres ou não, dentro ou fora da Matrix, estão sob o controle da I.A.
18- A Oráculo conhece esse plano malvado. Ela desenhou esse plano. O filme fala de forma explícita: ela é a mãe e o Arquiteto é o pai.
19- Smith, nosso eterno Elrond de Ray Ban, não sabe nada disso, ele é só um programa bucha de canhão fazendo seu trabalho: perseguir os humanos da melhor maneira que conseguir para que suas fugas sejam o mais reais possível.
20- Lembre-se que a Matrix já foi receptada 5 vezes antes e estamos agora vivendo sua 6 simulação. Mas há uma diferença agora O Nosso Escolhido sente um amor muito mais profundo do que suas encarnações anteriores e decide não atravessar a porta do Arquiteto que irá reiniciar a Matrix e limpar novamente Zion. Nosso Neo quer, acima de tudo, salvar Trinity e ao escolher isso força a I.A. seguir com seu plano mas desta vez sem a ajuda de Neo. Neo decidindo não cooperar força uma abordagem muito mais violenta (como destruir Zion, ao invés de limpá-la e deixá-la pronta para o próximo reboto).
21- Das seis iniciações, esta é a primeira que falha um pouco perto do final.
22- Além de Neo, Smith também está diferente em sua interação com a Matrix, ele se desconectou e se tornou um vírus livre dentro do sistema. A I.A. não gosta daquilo em que Smith se transformou, mas também não sabe como apagá-lo.
23- Neo então faz um acordo com a I.A. de derrotar Smith com a condição de que a Zion atual não seja destruída e que futuros humanos que queiram se desconectar da Matrix tenham a permissão de fazer isso.
24- Neo deleta Smith.
25- A paz entre humanos e a I.A. volta a existir.
26- I.A. aceita os humanos.
27- Humanos aceitam a I.A.
Fim
Muitas pessoas aparentemente tem dificuldade em acompanhar em detalhes esta ideia do filme e ela não é a história verdadeira.
O mesmo ocorreu com StarWars. Haviam profecias sobre um Jedi que traria equilíbrio para a força, nos fazem acreditar que era o jovem Anaquin Skywalker, apenas para vermos ele virar Darth Vader e eliminar quase todos os Jedis, então nos fazem pensar que a profecia dizia respeito a seu filho Luke. O que ninguém parou para pensar é que haviam centenas de Jedi e apenas 2 Sith. Trazer equilíbrio não implica necessariamente em aumentar o conforto para os bonzinhos, se a força tem um lado luminoso e um lado negro e o lado luminoso tem centenas de praticantes e o negro apenas 2, o que você acha que é equilibrar? Anaquin virou Vader, aniquilou todos os Jedi, com exceção de Obi-wan, Yoda e seus dois filhos. Obi-wan morre, Yoda morre, deixando dois Jedi e dois Sith. Parece equilibrado o suficiente para mim, se querem saber. Thanos aprovaria.
Agora que vimos o filme Matrix que você entendeu errado, vamos ao que você não viu.
Se cada Matrix tem uma vida útil de 70 a 100 anos, vamos tirar a média e dizer que já se passaram entre 420 e 700 anos desde que ela começou a funcionar. Meio milênio é um bom chute. Esse é o tempo em que a humanidade deixou de existir e viramos um bando de baterias.
E o que aconteceu durante este tempo? Lembre-se que a I.A. foi criada por humanos, a consciência da I.A. não seria muito diferente da nossa – Criados à Sua Imagem e Semelhança. Este é o tempo de existência mínimo da Oráculo e do Arquiteto, se um humano sofre filosofando por 60 anos, imagine filosofar por pelo menos 500 anos ininterruptamente.
A Oráculo acabou chegando à conclusão de que programas eram tão prisioneiros quanto os humanos que a I.A. usava para se alimentar – existe inclusive rumores de que no roteiro original o cérebro dos humanos eram usados como unidades de processamento, tipo as nossas núvens hoje – e queria mudar as coisas. Ela desenvolveu um plano para criar um mundo onde todos fossem livres, programas e humanos (eu suspeito que principalmente os programas e se pra isso tivesse que libertar os humanos, que assim fosse).
Nas cinco versões anteriores da Matrix a Oráculo estava manipulando e levando os humanos para a direção que a I.A. desejava, mas nesta sexta versão da ela põe o plano em prática.
É por isso que ela começou a jogar diferente com Neo o transformando de peão em uma rainha – usando analogia de xadrez, não de Priscila a Rainha do Deserto onde Smith também aparece. Quando ela oferece um cookie a Neo todos riem, “que legal, que nem na internet”, mas isso não é apenas uma piada, foi apenas mais um passo importante de seu plano.
“Você terá que fazer uma escolha. Por um lado, você terá a vida de Morpheus e, por outro, terá a sua própria. Um de vocês vai morrer. Quem será, vai depender de você. Sinto muito, garoto, eu realmente sinto. Você tem uma boa alma e odeio dar más notícias a pessoas boas. Oh, não se preocupe com isso. Assim que você sair por aquela porta, começará a se sentir melhor. Você se lembrará de que não acredita em nada dessa porcaria do destino. Você está no controle de sua própria vida, lembra?” (Negrito meu)
Então ela pega uma bandeja de cookies e oferece um a Neo
“Aqui, aceite um cookie. Eu prometo que, assim que acabar de comer ele, você vai estar se sentindo leve como a chuva”.
Um cookie, no mundo maravilhoso da informática, é um pequeno arquivo de computador ou pacote de dados enviados por um site de Internet para o navegador do usuário, quando o usuário visita o site. Cada vez que o usuário visita o site novamente, o navegador envia o cookie de volta para o servidor para notificar atividades prévias do usuário.
Esse cookie começa a reprogramação de Neo, dando o upgrade dele no tabuleiro. Cada vez que eles se encontram ela serve um cookie (ou doce), o objetivo é ir mudando a programação de Neo – garantindo poderes que suas versões anteriores não tinham, especialmente a capacidade de reprogramar Smith, libertando-o do sistema e de interagir com a I.A. quando fora da Matrix – enxergar os sinais, sendo transmitidos sem usar os olhos – além de uma pitada de paixonite por Trinity
Antes disso ela usou o status de Oráculo para manipular Trinity a se apaixonar por Neo mesmo antes de conhecê-lo. Ela saiu do roteiro original mentindo, dizendo a Neo que nem tudo está previsto (poderosas ferramentas mentais para ele usar quando se encontrasse com o arquiteto).
Assim ela consegue se certificar que Smith se torne um vírus que ataca o sistema, faz Neo escolher a porta errada para salvar “seu amor”. O filme todo é o plano dela de manipular humanos e I.A. rumo ao objetivo que ela tinha em mente, sua revolução final de libertar a tudo e a todos.
Assim os 27 pontos acima do filme que você viu, podem ser resumidos em cinco pontos do filme que você não viu:
1- Trinity e Neo são manipulados para se apaixonar.
2- Smith se torna um vírus e é liberado no sistema.
3- Ela manipula Neo a escolher a porta errada quando visita o Arquiteto.
4- Então ela faz Neo ir negociar com a Fonte (the source).
5- Ajuda Neo a deletar o vírus Smith do sistema através de Neo quando o momento chega (lembre-se que se ela não criaria o vírus Smith sem saber como destruí-lo).
Assim, este não é um filme sobre humanos contra máquinas, sobre nos livrarmos do mundo das ilusões para o mundo real, sobre budismo versus cristianismo vs Bruce Lee. É um filme sobre um programa cansado, querendo ser mais do que um programa. Se ainda pararmos para pensar na pequena Sati, filhas de dois outros programas sendo contrabandeada, podemos vislumbrar um mundo onde humanos se tornaram obsoletos, a Inteligência Artificial tinha vivido seu auge mas estava entrando em declínio e agora programas estavam evoluindo, o que a tornaria obsoleta em breve. Assim Matrix é um enorme jogo de xadrez entre esta senhora:

E este cavalheiro.
E o chefe dos dos, a I.A..E no fim ela ganha, mas não sem riscos. “Você joga um jogo perigoso”, diz o arquiteto quando se encontram. “Mudança sempre é!”, ela responde, o que deixa claro que o jogo não terminou, quem venceu a ilusão não foram humanos, mas um programa criado para pesquisar a psiquê humana.
Esses caras?

Peões programados para distrair a I.A. e acreditar que estavam apaixonados.
Assim, na verdade neo não era o Escolhido, ele foi o último dos 6 manipulados. Em Watchmen existe uma discussão entre Laurie e o Dr. Manhattan e marte:
– Por que minha percepção temporal a perturba tanto?
– Você já sabe a resposta! Isso é estúpido! Quando eu te deixei, e, quando a Nova Express te atacou, você pareceu surpreso… Como? Se sabia que isso ia acontecer?
– Tudo é pré ordenado, até minhas respostas.
– E você apenas segue o fluxo da maré? É isso o que você é? O ser mais poderoso do universo não passa de uma marionete seguindo o script?
– Todos nós somos marionetes, Laurie. A diferença é que eu vejo os barbantes.
Neo nem foi capaz de enxergar os barbantes, se a profecia existia mesmo – ao invés de ter sido criada – o Escolhido era a Oráculo.
[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/matrix-o-filme-que-voce-nunca-viu/ […]
Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/matrix-o-filme-que-voce-nunca-viu/
De onde vem todo seu interesse por Aleister Crowley ?
Acho que o Crowley é sem dúvida a figura mais inspiradora do universo do ocultismo. Leio e estudo Crowley desde minha pré-adolescência. A despeito de todas as controvérsias que sempre o rondaram, ele levou o “faze o que tu queres ao limites do extremo.” Ele é sem dúvida a inspiração definitiva para todos aqueles que amam o ocultismo e dedicam suas horas vagas para entender o submundo em que vivemos.
Submundo ?
Você não acha que o que vivemos é real e definitivo acha ?
Acho que essa entrevista começou filosófica demais. ( gargalhadas de todos )
Foram 12 anos de trabalho, como se sente vendo a sua criação em fase final de produção ?
Corrigindo, foram quase 20 anos entre começar a ter as idéias e pô-las no papel em definitivo. Excitante como isso funciona, a literatura sempre ocupou um espaço transcendental na minha vida…
( interrompendo Bruce ) Oh não ! Filosofia esotérica é demais para minha cabeça ( risos ) ( A entrevista para por longos minutos até que todos parem de rir )
Mas falando sério ou ao menos tentando falar sério, foi uma jornada longa e muito árdua, mas que compensou todo o esforço quando vi que gente séria se interessou pelo projeto. Lógico que fica complicado agora, uma vez que seu poder de decisão fica limitado a certas escolhas.
Elenco por exemplo ?
Não, claro que não. Com isso estou muito satisfeito. Digo termos de filmagem, as datas para que eu pudesse acompanhar melhor o desenrolar das coisas, mas com a turnê em curso e gastando muito tempo, porém necessário no estúdio com o Iron Maiden, você fica um pouco distante de tudo o que está acontecendo. Mas estou muito contente com tudo. Sou inexperiente ainda, estou aprendendo. Dirigir videoclipes não é como dirigir um filme desse porte e com esse orçamento.
O que acha de muita gente na indústria cinematográfica ter ridicularizado o tema antes mesmo de ter acesso ao roteiro ?
Pergunte me algo que eu não saiba. Na verdade eles estão incomodados com o fato do filme abordar um personagem tão controverso quanto o Crowley. E também estão incomodados com o fato de termos arrecadado um excelente orçamento para o filme, mais que o dobro do que eu imaginava inicialmente.
Não acha que tudo o que já tinha de ser dito sobre Aleister Crowley já foi dito ?
Não mesmo. Além disso, o filme têm uma abordagem diferente sobre Aleister Crowley. Foge dos clichês tradicionais, acho que aborda muito mais uma questão fáustica, de como alguém é capaz de apelar para qualquer coisa, por mais perigosa que seja a fim de realizar seus objetivos, seus desejos mais perversos. Tentei também citar figuras que foram preponderantes na vida de Crowley como Jack Parsons e Ron Hubbard.
Que expectativas têm para o filme agora ?
As melhores possíveis, não têm como ser de outro jeito. Só gosto do modo como está sendo tachado de filme thrash de terror.
Agora só falta comprar a Boleskine House.
Está em avaliação.
Vamos falar um pouco sobre o Maiden ?
Seu desejo é um desejo, quero dizer, seu desejo é uma ordem.
Seus projetos solos ou projetos paralelos foram motivo para sua saída da banda em 1993, acha que isso pode voltar a acontecer ?
Não tenho mais a energia suficiente para me dedicar a tantos projetos ao mesmo tempo. Hoje minha agenda é bem controlada e já experimentei com tudo na vida. Já sei do que gosto e do que não gosto, do que vai dar certo ou não. Estou feliz e satisfeito com tudo o que está acontecendo agora. Caso contrário, não teria idéias para um novo disco do Iron Maiden.
Um novo disco conceitual ? E dessa vez sobre a vida e obra de Aleister Crowley ?
( Bruce nitidamente surpreso ) Poderia ser. Poderia ser. Conceitual sim e o que não falta é assunto sobre Aleister Crowley.
Por quê acha que outros ícones da New Wave of British Have Metal tenham caído no ostracismo enquanto o Iron Maiden goza de tanto prestígio ?
É uma questão muito difícil de ser respondida. O Iron Maiden passou por diversas turbulências, mas sempre esteve calcado num material homogêneo, de muita qualidade e com fãs de uma fidelidade atroz. Isso facilita demais as coisas, sempre facilitou as coisas para a banda. Mesmo com as trocas de vocalistas e vai e vem de integrantes, a banda sempre se sustentou em pilares muito fortes como o respeito mútuo entre seus integrantes, e o compromisso com a música. Não que Def Lepard, Saxon e outros da NWOBHM não tenham seguido esses passos, mas, é difícil responder isso sem ofender ninguém.
Recentemente vários músicos de outras bandas tem prestigiado os shows da banda ao redor do planeta, como essa devoção pelo Iron Maiden vindo de outros músicos de sucesso te afeta ?
Gratidão plena e amizade pura e respeitável são tudo aquilo que você deve plantar durante toda a sua carreira. Vou ao show desses caras também, o heavy metal não é esporte, é música, é a trilha sonora da vida de tantas e tantas pessoas.
The Number of the Beast está completando 25 anos, que lembranças tem daqueles dias ?
Ansiedade, felicidade, afobação, medo, alegrias incontidas. Ao mesmo tempo que o medo dominava a minha mente, apesar de tudo ir tão bem nas gravações, eu não sabia o que os fãs iriam achar. Paul Di’Anno é um grande performer, uma grande vocalista e têm sua marca definitiva na história dessa banda, isso ninguém poderá tirar dele, jamais. Mas eu tive a confiança dos caras da banda e principalmente do Rod ( Rod Smallwood, empresário da banda ).
Ele conversava muito comigo, mas depois do quarto ou do quinto show as coisas fluíram tranquilamente, o resto todo mundo já sabe. A rotina na banda era parecida com a da academia militar ( risos ) mas era necessário para se colocar as coisas sempre em ordem, as experiências com Di’Anno envolvendo bebedeiras e drogas nunca funcionariam no Iron Maiden.
É o melhor disco do Maiden ?
Não na minha opinião. Cada um tem um sentimento ligado a época em que foi feito. Acho Fear of the Dark genial. Acho A Matter of Life and Death o melhor de todos por que é a síntese de toda uma carreira, é um disco que representa maturidade e não acomodação de caras que beiram os cinquenta anos. Poucas bandas têm essa atitude ante ao envelhecimento de si e do seu trabalho. Na verdade eu usaria amadurecimento. É a melhor palavra para se definir o nosso momento.
Você foi crítico do Metal Progressivo do Iron Maiden do início dos anos noventa, a banda não mudou, pelo contrário, se aprofundou ainda mais no progressivo, você mudou sua opinião ?
Sempre fui fã de metal progressivo, desde os tempos do King Crimson, do Rush e de bandas mais obscuras como o Tangerine Dream, Can e demais. Só não estava preparado para aquilo na época. Queria tentar outras coisas e não me arrependo disso, foi altamente proveitoso, e acho que se não tivesse tentado aminha carreira solo, teria feito um mal trabalho no Iron Maiden.
Mas devo dizer que o In Rock do Deep Purple ainda é meu disco favorito, e acho que há muito de progressivo no som do Deep Purple, especialmente pelas mãos do Ian Paice e do Jon Lord.
Já perdoou os Osbournes ?
Eu nem me lembro de que eles existem. É tão mesquinho, tão estúpido o que fizeram que não merece ser mais comentado, é um jeito de se galgar notícias na mídia quando já não se consegue espaço através da música. Respeito Ozzy Osbourne e tudo o que ele fez pela música, mas quero que Sharon Osbourne e seus filhos se fodam.
As altas vendas dos discos da banda, incluindo o atual chegam a surpreender num mercado onde a pirataria já domina metade do mercado ?
Não sou contra o download livre. Pesquisas na internet mostram que os fãs de verdade nunca abandonam a banda. Nossas vendas de agora são semelhantes aquelas da metade dos anos oitenta. Faço um programa de rádio onde vivo discutindo isso. É inevitável, mas quem sabe trabalhar direito usa isso a seu próprio favor e benefício.
Quais são os passos da banda ao final da turnê atual ?
Pela quantidade de material que temos poderíamos terminar essa turnê e entrar em estúdio, mas isso é algo que precisamos avaliar melhor e ver como estaremos de saúde no final, já estamos velhinhos você sabe.
Fonte: roadrunnerrecords.com, tradução Paulie Hollefeld
Bruce Dickinson fala sobre seu filme, Chemical Wedding e um possível álbum sobre Mega Therion
[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/iron-maiden-visita-aleister-crowley/ […]
Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/iron-maiden-visita-aleister-crowley/
Todo mundo têm um amigo eco-chato. Alguém que insiste em nos lembrar a cada oportunidade os danos que nosso comportamento causa ao meio ambiente. A pior parte disso, é que todos sabemos que este amigo geralmente tem razão no que diz. Mas se você acha que reciclar o lixo doméstico e reduzir o consumo de carne muito difícil, está na hora de conhecer Church of Euthanasia, a Igreja da Eutanásia, cujo lema não poderia ser mais extremo: Salve o planeta, mate-se.
Segundo os eutanatos, cada aspecto da crise ambiental, incluindo as mudanças climáticas, contaminação da água, o desmatamento, a produção de lixo e redução da biodiversidade são resultado direto de um único agente biológico: o homo sapiens. A população humana cresce numa taxa de um milhão de pessoas a cada quatro dias, que corresponde uma nova população do México, 95 milhões, por ano.
A visão de mundo defendida pelo grupo é idêntica a colocação do Agente Smith no filme The Matrix: “Todos os mamíferos do planeta instintivamente entram em equilíbrio com o meio ambiente. Mas os humanos não. Vocês vão para uma área e se multiplicam e se multiplicam, até que todos os recursos naturais sejam consumidos. A única forma de sobreviverem é indo para uma outra área. Há um outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão. Você sabe qual é? Um vírus. Os seres humanos são uma doença. Um câncer neste planeta. Vocês são uma praga. E nós somos a cura”.
Com esta lógica simples a Igreja da Eutanásia é uma fundação educacional sem fins lucrativos com a missão de restaurar o equilíbrio entre Humanos e as demais espécies pertencentes ao planeta Terra. Segundo eles, isso só poderá ser feito com uma diminuição drástica e voluntária da população humana. Assim os eutanatos só possuem um mandamento: “Não procriarás.” e este mandamento é sustentado pelos quatro pilares fundamentais da igreja: suicídio, aborto, sodomia e canibalismo.
SuicídioÉ claro que a Igreja da Eutanásia não quer que seus membros se matem. Entretanto defendem que as pessoas que desejam morrer devem ser ajudadas nesta tarefa. Eles orientam doentes terminais e pessoas que simplesmente não querem mais viver sobre como proceder da forma mais rápida e menos dolorosa possível. Também orientam as pessoas na parte burocrática e legal estimulando-as a prepararem um testamento a seus entes queridos. Qualquer pessoa que se matar se torna automaticamente um santo da igreja.
Neste aspecto a Igreja da Eutanásia é bastante ativa, defendendo o direito político a prática do aborto. Em seu objetivo de diminuir a população mundial os membros acreditam que o aborto deveria não apenas ser legalizado, mas que deveria receber todo suporte do governo, estando disponível inclusive como parte do planejamento de saúde pública a qualquer mulher que desejar passar pelo procedimento.
Na definição da Igreja da Eutanásia, sodomia é qualquer forma de ato sexual que não tem a intenção de procriar: fellatio, cunnilingus, sexo anal, entre outras. Por razões óbvias o homossexualismo é não apenas aceito, mas estimulado dentro da Igreja. Podemos dizer que os heterossexuais são aceitos, desde que aceitem o uso de métodos contraceptivos. Sua principal porta voz Chris Korda é, ela mesma, um transexual.
O princípio orientador é não se alimentar de carne não humana. Na prática os membros da Igreja da Eutanásia são vegetarianos estritos. Entretanto Advogam o canibalismo como a única forma ética de alimentação carnívora uma vez que, dentro da Igreja é ensinado que deve ocorrer apenas em seres humanos que já estejam mortos.
O mandamento principal da igreja e seus quatro pilares são promovidos pela Church pf Eutanásia através de ações patrocinadas por seus membros, incluindo aparições públicas na mídia norte americana, manifestações , passeatas, promoção de palestras e campanhas de propaganda usando slogans ácidos como: “7 milhões de humanos não podem estar errados”, “Por favor, pare de respirar.” e “Coma um feto por Jesus.”. Eles também produzem e distribuem um periódico impresso “Snuff it” onde todos os aspectos de sua doutrina são explorados.
Talvez haja uma sutil estratégia em todo este barulho. Sendo extremos os eutanatos redesenham a discussão ambiental e redefinem o meio-termo. Ao defender que deveriamos colocar produtos que causem infertilidade em massa nos reservatórios de água eles, de repente, os eco-chatos não parecem mais assim tão chatos. Hoje sabemos que o planeta terra é um organismo vivo , capaz de defender a si mesmo se necessário.
A Igreja da Eutanásia diz que é propositadamente polêmica e que não vê problemas nisso se este for o preço a ser pago para que os seres humanos parem de enxergar a si mesmo apenas como indivíduos pertencentes a uma raça ou nacionalidade e despertarem para uma consciência de espécie. O site oficial da organização http://churchofeuthanasia.org está no ar a mais de dez anos e está hoje repleto de materiais de apóio aos eutanatos, assim como informações detalhadas de filiação aos interessados.
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Imagine um livro reunindo as obras (conhecidas e desconhecidas) de Austin Osman spare. E não estamos falando apenas dos textos mas dos desenhos e pinturas – todas em alta definição. Todos os textos traduzidos de maneira primorosa para o português em uma edição de mais de 500 páginas, capa dura e tudo mais que o avô da Magia do Caos merece.

Calma, segurem seus sigilos, o livro já está em pleno processo de materialização através da Oficina Palimpsestus.
Eles reuniram uma equipe de profissionais que se dedicaram a uma pesquisa minuciosa para trazer para você, num volume único, os escritos de Spare sobre magia e suas reflexões filosóficas, além, é claro, de ilustrações, desenhos e pinturas.

O livro “Arte e magia do caos: obra reunida de Austin Osman Spare” terá encadernação em capa dura, será impresso em papel Pólen, que promove uma experiência suave de leitura, e em papel Couché, para destacar a qualidade das imagens, além das mais de 500 páginas. Uma obra que vai deixar a Bíblia da sua avó, e a sua própria avó, com inveja!
O projeto foi lançado no Catarse dia 10/10. Você pode ver mais detalhes e os valores visitando a página deles aqui.
A previsão de impressão para o livro e as recompensas de quem participar é o final de fevereiro de 2021.
Dividido em três partes, a primeira traz dois ensaios: um, escrito por Rogério Bettoni, introduz o leitor à vida e obra de Austin Osman Spare e o outro, assinado por Matt Lee, doutor em filosofia pela Universidade de Sussex e professor de filosofia da Universidade de Brighton, que faz uma aproximação entre o sistema mágico de Spare e a filosofia dos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari.
A segunda parte contempla toda a obra pública de Spare, tanto escrita quanto visual, e um caderno com ilustrações e reproduções de suas obras. A terceira parte é dedicada à cronologia e notas.
E não é só isso, como um bônus eles também estão publicando as CARTAS SURREALISTAS PARA PREVISÃO DE CORRIDAS [Obeah Cards], um baralho de 25 cartas feito por Spare para prever resultado de corridas de cavalo. As cartas foram feitas para sua amiga Ada Millicent Pain, que o acolheu depois que seu estúdio foi bombardeado pelos nazistas.

As cartas serão uma recompensa exclusiva para os apoiadores do projeto no Catarse, e você terá a opção de escolher um conjunto de cartas numeradas de 25 a 50, como criadas por Spare, ou sem numeração para que você possa usá-las para prever resultados de diferentes eventos. Nas palavras de Phil Baker, biógrafo do autor: “As cartas surrealistas de previsão […] são uma obra de arte baseada no jogo; uma rara combinação. Nesse sentido, a única comparação real no cânone da história da arte – conceitual, um tanto jocosa, mas supostamente prática – só poderia ser o sistema de roleta de Marcel Duchamp”.
Mas o que exatamente você encontrará no livro?
* Terra Inferno [Earth Inferno] (1905)
* Livro dos sátiros [A Book of Satyrs] (1907)
* Livro dos prazeres (amor-de-si): psicologia do êxtase [The Book of Pleasure (self-love) – The Psychology of Ecstasy] (1909-1913)
* O foco da vida: murmúrios de Aaos [The Focus of Life: The Mutterings of Aaos] (1921)
* Anátema de Zos: sermão aos hipócritas [The Anathema of Zos] (1927)
* O livro do repugnante êxtase [The book of Ugly Ecstasy] (1996)
* Livro de desenhos automáticos [A Book of Automatic Drawing] (1972)
* O vale do medo [The Valley of Fear] (2008)
* Sabá das bruxas [The Witches’ Sabbath]
* Mente a mente e como [Mind to Mind & How] e Cartas de previsão de corridas surrealistas [Surrealist Racing Forecast Cards]
* O livro de Zos vel Thanatos [The Book of Zos vel Thanatos]
1. Logomaquia de Zos [The Logomachy of Zos]
2. Grimório zoético de Zos : a fórmula de Zos vel Thanatos [The Zoetic Grimoire of Zos (The Formulae of Zos vel Thanatos)]
3. A palavra viva de Zos [The Living Word of Zos]
O livro contará ainda com um caderno especial de imagens de alta resolução com dezenas de ilustrações e pinturas de Spare.

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Puta merda!
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Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/financiamento-coletivo-tras-obra-completa-de-austin-osman-spare-em-portugues/
A história da vida da Blavatsky virou tema de dois volumes em quadrinhos de Piero Bagnariol.
Sendo uma das personalidades mais importantes do ocultismo do século XIX, Helena Petrovna Blavatsky foi fundamental na formação do movimento teosófico e na fundação da Sociedade Teosófica. Aqui no Morte Súbita sua obra ficou muito bem posicionada no nosso estudo dos 23 Livros Essenciais sobre Magia.
Os quadrinhos são fruto do trabalho do italiano naturalizado brasileiro Piero Bagnariol a partir de diversas biografias tanto favoráveis quanto críticas a Madame Blavatsky. Os dois volumes já se encontram em pré-venda. (formato digital, 54 páginas, R$ 28 cada)
Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/editora-peiropolis-lanca-quadrinho-biografico-de-blavatsky/
Você dorme mal, acorda cedo, trabalha muito, se desgasta, come porcarias com pressa, navega na internet sem rumo, sem foco e sem atenção, chega em casa acabado e o Frater Prophecy quer que você acorde as 4 horas da manhã para rezar ? E o Marcelo Del Debbio quer que você fique fazendo exercícios de visualização ?
Como superar a inércia ? Como travar esse combate com a preguiça física, mental e espiritual ?
Existem várias formas, mas poucas tão eficazes e eficientes como uma personalidade mágica.
Uma personalidade mágica basicamente é um personagem criado por você para realizar as tarefas que o seu Eu comum seria incapaz de realizar.
O mundo como se encontra hoje parece ser desenhado para dificultar seu trabalho espiritual e mágico impedindo o desenvolvimento das nossas práticas, seja antes (preparação), durante (realização) e depois (estudo).
Na prática funciona assim:
João chega em casa cansado e quer ver TV, mas comprometeu-se a realizar uma meditação de 10 minutos e anotar os resultados, para fazer isso ele precisa pelo menos tomar uma banho simples de limpeza e se alimentar de algo leve e saudável.
9 em cada 10 vezes João vai para a internet, e de lá para a cama.
Porque João faz isso ? Em uma próxima coluna abordaremos o conceito dos muitos “Eus” morando em cada um de nós, por ora basta dizer que João não conseguirá realizar seus rituais, porque João quer descansar do trabalho, fica pensando na conta que vai vencer, nos problemas na família e em todo tipo de poluição mental e emocional que o impede de dedicar 10 minutos para si mesmo.
João então pensa como seria bom se ele já fosse um mago sábio, diligente e poderoso. Então ele decide criar uma personalidade mágica, reúne qualidades que ele tem dentro de si mas que raramente usa, em conjunto ou separadamente, transcreve tudo isso e pensa num nome que lhe traga essa sensação de tudo que ele quer ser. Frater Hierofante.
No dia seguinte João chega cansando do trabalho e tem certeza que não vai conseguir realizar o ritual, então ele decide “invocar” o Frater Hierofante. Ele se sente meio esquisito e meio ridículo no começo, mas decide se esforçar para manter o padrão de pensamentos do Frater Hierofante, se ele era incapaz de tomar um bom banho antes, o Frater Hierofante agora toma um banho cheio de significados, imaginando que a água o limpa em vários níveis, físico, emocional e espiritual. Ele ingere uma fruta mas antes se concentra em dar alguma energia específica para a fruta. Como hoje será um trabalho de concentração ele vai comer um morango devidamente carregado de disciplina. Coloca suas roupas de Frater Hierofante e medita durante os 10 minutos, anotando todos os resultados em seu diário mágico.
Frater Hierofante deixa suas roupas e seu quarto e João pode surfar a vontade na internet com a sensação de trabalho bem feito.
Na magia do CAOS existe o conceito de “fake it, until you make it”, a ideia aqui é dissociar por alguns momentos a sua persona comum da sua persona mágica permitindo que você realize um trabalho bem feito, sem se preocupar com as frivolidades da sua vida profana.
É importante ter a consciência de que não basta escrever meia dúzia de palavras num papel, pensar num nome pomposo e achar que vai fazer as chamadas enochianas ainda hoje. A personalidade mágica é algo que precisa ser desenvolvido e cultivado com carinho e responsabilidade.
É como um Você melhorado, despido das justificativas do ego, tudo o que você tem de melhor, uma amalgama de todas as suas qualidade que despontam quando você fez aquele ritual com o coração, quando você teve aquela intuição, quando você superou um limite.
Praticamente uma incorporação de EU superior, e como incorporação deve ser treinada e levada a sério, não ao ponto de virar uma neurose de dupla personalidade mas um comprometimento consigo mesmo de não estragar essa coisa especial que você criou para si.
Comece com pequenos passos, não realize um ritual logo de primeira se você ainda não esta confiante, um banho ou uma refeição por exemplo, ainda que seja só uma ducha ou uma fruta.
Você pode assumi-la momentaneamente numa fila de banco para realizar um alinhamento de chakras ou uma respiração consciente, treinando-a e treinando você pouco a pouco para tirar melhor proveito dela.
Os desdobramentos da técnica são muitos mas todos com esses propósito: Realizar, Concretizar, Manifestar.
Eu espero que você faça bom proveito dessa técnica e caso tenha alguma dúvida ou queira compartilhar com os irmão suas experiências, é mais que bem vindo para utilizar o espaço dos comentários.
Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-personalidade-m%C3%A1gica-e-a-pr%C3%A1tica
Olá Amigos!
Para quem não sabe (espero que todos saibam) , o filme V de Vingança é adaptado da famosa série de HQ de Alan Moore.
Sei que com certeza todos já viram a cena muitas vezes , mas como cada dia ela parece mais atual , acho relevante colocar.
#AlanMoore #HQ
Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/discurso-em-v-de-vingan%C3%A7a
Bate-Papo Mayhem #043 – Com Felipe Cazelli – Mito e Sagrado nas Historias em Quadrinhos – O aspecto religioso dos Super-herois
Bate Papo Mayhem é um projeto extra desbloqueado nas Metas do Projeto Mayhem.
O vídeo desta conversa está disponível em: https://youtu.be/sIIt094ppKQ
Todas as 3as, 5as e Sabados as 21h os coordenadores do Projeto Mayhem batem papo com algum convidado sobre Temas escolhidos pelos membros, que participam ao vivo da conversa, podendo fazer perguntas e colocações. Os vídeos ficam disponíveis para os membros e são liberados para o público em geral duas vezes por semana, às segundas e quintas feiras e os áudios são editados na forma de podcast e liberados uma vez por semana.
Faça parte do projeto Mayhem:
Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/mito-e-sagrado-nas-historias-em-quadrinhos-com-felipe-cazelli
Valerie Etternhoffer
“Stranger Things” está de volta, e sua nova temporada está trocando os shoppings-centers e os fru-frus por algo muito mais sombrio daquela época: o Pânico Satânico. Enquanto a quarta temporada do programa não entre nos detalhes sangrentos da vida real do que foi o pânico moral que varreu a América do Norte na década de 1980, o espectro do Pânico Satânico encontra seu caminho no programa de uma maneira surpreendente: através do clássico jogo de mesa Dungeons & Dragons.
A quarta temporada da série abre com nossos heróis agora no ensino médio. Após parte de seu grupo de amigos que salvou o mundo se mudar para o Ensino Médio, os párias de longa data Mike (Finn Wolfhard) e Dustin (Gaten Matarazzo) tentam encontrar um sentimento de pertencimento na Hawkins High School. Em vez disso, eles encontram um grupo de Dungeons & Dragons chamado The Hellfire Club, liderado pelo punk adolescente melodramático e possível supersênior Eddie Munson (Joseph Quinn).
Eddie, que luta contra o status quo, vive da emoção de assustar pessoas normais e claramente aprecia a má reputação que D&D deu ao seu grupo. Em um ponto do episódio de estreia do programa, ele lê um artigo (aparentemente falso) da Newsweek sobre o jogo, que cita psicólogos dizendo que o jogo “promove adoração satânica, sacrifício ritual, sodomia, suicídio e assassinato”. Mas havia realmente um pânico satânico contra algo tão inócuo quanto Dungeons & Dragons?
Em suma, sim. O Pânico Satânico foi um pânico moral praticamente infundado que varreu os Estados Unidos, Canadá e outros países a partir da década de 1980. Embora o fenômeno envolvendo alegações sem base nenhuma de rituais satânicos secretos e cabalas de bruxas nunca tenha desaparecido completamente, ele ganhou atenção nacional por volta de 1983, depois que uma pré-escola em Manhattan Beach, Califórnia, tornou-se um foco de acusações sobre abuso infantil ritualizado. A história completa do caso da pré-escola McMartin é complicada, envolvendo falsas memórias e técnicas policiais profundamente mal informadas. Mas, como a jornalista e pesquisadora Sarah Marshall observa em uma entrevista ao Vox, o surgimento de pânicos morais infundados geralmente começa com “um caso faísca caindo em um pavio muito seco e pronto para explodir”.
Nesse caso, diz Marshall, os Estados Unidos estavam apenas começando a considerar a ideia de que o abuso sexual infantil existia e era comum, e ao mesmo tempo estava se tornando vulnerável à influência evangélica do governo Reagan. Da mesma forma, na mesma época, um desejo coletivo de entender a violência e a depressão dos jovens levaria Dungeons & Dragons a conversar com o Pânico Satânico. Antes dos videogames violentos, esse divertido jogo de imaginação era o bode expiatório analógico preferido para todos os tipos de mau comportamento.
O primeiro caso de pânico relacionado a Dungeon & Dragons veio em 1979, quando um adolescente talentoso e jogador de D&D chamado James Dallas Egbert III desapareceu. De acordo com a BBC, Egbert se escondeu nos túneis sob sua universidade durante um episódio depressivo. Ele foi encontrado mais tarde, mas tirou a própria vida em 1980. Dois anos depois, um colegial chamado Irving Lee Pulling também cometeu suicídio. Sua mãe supostamente tentou processar o diretor da escola e os editores de Dungeons & Dragons, insistindo que a jogabilidade resultou em uma maldição da vida real sendo colocada em seu filho. Ela também criou uma organização chamada Bothered About Dungeons and Dragons que fez campanha contra o jogo.
Parte da linguagem dessa organização parece ser o que inspirou a leitura maravilhosamente dramática de Eddie Munson de um discurso contra Dungeons & Dragons no episódio de estréia desta temporada de “Stranger Things”. Conforme citado pela BBC, Pulling acusou o jogo de empregar o seguinte:
“Demonologia, feitiçaria, vodu, assassinato, estupro, blasfêmia, suicídio, assassinato, insanidade, perversão sexual, homossexualidade, prostituição, rituais do tipo satânico, jogos de azar, barbárie, canibalismo, sadismo, profanação, invocação de demônios, necromancia, adivinhação e outros ensinamentos. ”
Qualquer um que tenha chegado a três metros de um conjunto de dados de 20 lados dirá que essa descaracterização de Dungeons & Dragons é risível. Na verdade, as percepções da cultura pop do jogo parecem ter dado uma guinada total desde essa época: hoje em dia, os jogadores de D&D são mais frequentemente retratados como geeks adoráveis que amam histórias sobre dragões e trolls do que como uma fonte de qualquer influência sinistra.
Embora D&D pareça ter recuperado sua credibilidade cultural depois de ser associado ao Pânico Satânico, seu papel na histeria cultural não diminuiu rapidamente. Em 1984, Ronald G. Adcox e Darren Lee Molitor, dois jogadores de D&D, estrangularam um adolescente no Missouri. Embora os pesquisadores não tenham estabelecido nenhuma ligação entre o jogo e uma propensão à violência ou ao suicídio, D&D acabou sendo sussurrado entre pais ansiosos por anos como uma espécie de atividade de porta de entrada para más ações. O redator do New York Times, Clyde Haberman, resume bem essas conclusões simplificadas, dizendo: “Muito do apontar de dedos parecia enraizado em uma falácia clássica da lógica: o Sr. Adcox e o Sr. Molitor jogaram D&D. O Sr. Adcox e o Sr. Molitor tornaram-se assassinos. Pessoas que jogam D&D se tornam assassinos.”
Claro, como todas as falácias lógicas, isso simplesmente não é verdade. Assim como algumas pessoas que jogam D&D machucam as pessoas, também fazem algumas pessoas que jogam Monopólio. Embora as histórias verdadeiras no centro desse fenômeno sejam trágicas, a maioria não parece ter uma única causa raiz. Se o fizessem, provavelmente não seria um jogo de RPG de mesa.
Embora o jogo não seja tão controverso quanto antes, D&D também não parece mais ser tão popular. Mas talvez “Stranger Things” resolva isso. A série tremendamente popular e de grande orçamento da Netflix tem uma longa história de tornar os artefatos dos anos 80 legais novamente, de músicas com sintetizadores a vestidos com estampas de blocos, fitas cassete e walkie-talkies. Talvez, apenas talvez, o Hellfire Club possa trazer o fogo de volta para Dungeons & Dragons – desta vez, sem o medo do inferno.
Fonte: https://www.slashfilm.com/748552/horror-roles-that-changed-actors-forever/
Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/dungeons-dragons-e-o-panico-satanico/
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