As Chaves Maiores e as Clavículas de Salomão

por Eliphas Levi Zahed

EDIÇÃO, ORGANIZAÇÃO, COMENTARIOS E TRADUÇÃO por Robson Belli

Creio ser de fundamental importância a tradução comentada deste material, por trazer uma visão magística diferenciada de um de seus grandes autores contemporâneos, Eliphas Levi um dos mais importantes autores da alta magia, e a sua visão de um dos principais grimórios medievais, as “Clavículas de Salomão”.

O fato desta obra ainda não ter uma tradução para o português em pleno ano de 2022, nos mostra o pouco ou nenhum interesse do nosso mercado editorial de nos servir com obras ótimas, e com as diferentes visões do mesmo tomo, estamos exaustos de ver traduções das clavículas traduzidas por Samuel Lidel “McGregor” Mathers, que apesar de ser um ótimo trabalho, expõe apenas uma visão embasada em algumas poucas fontes dos manuscritos das conhecidas Clavículas de Salomão que juntos somam mais do que 144 tomos manuscritos diferentes, só considerando os tomos das chaves maiores, tendo uma miríade muito maior quando consideramos as chaves menores.

Portanto não espere encontrar aqui os tradicionais pantáculos, este livro não é mais do mesmo, e justamente por isso vem a ser a minha primeira clavícula traduzida e publicada, a fim de quebrar os paradigmas impostos a esse tomo.

Muitos talismãs para invocação das forças celestiais estão descritos aqui, contudo é importante mencionar, que além de invocar estes poderes, nos sagrados e poderosos 72 nomes de Deus, esta clavícula nos ensina trabalhar também repelindo as forças malignas de nossas vidas, sendo, portanto, uma das mais puras clavículas no sentido de chamar para si a atenção do divino e do sagrado, afastando de si as forças negativas.

Este não é em definitivo, um tomo para membros do caminho da mão esquerda, este livro é para aqueles que entendendo que devem se ligar aos poderes elevados e aos nomes divinos, o fazem para expurgar de si os poderes das trevas, que apenas atrasam seu desenvolvimento enquanto ser humano e magista.

Este livro não pede sua aceitação ou concordância, ele apenas o é como deveria ser, peço apenas ao leitor a compreensão de obras como “Dogma e ritual da alta magia” e o livro “O grande arcano”, ambos de Levi, para entender melhor que este aqui é o livro referenciado na obra citada e não, as obras que Eliphas Levi considerava espúrias e impuras que visam chamar demônios para si, profanando assim o ideal Cabalístico de evolução do ser.

Esta é na opinião de Levi, a clavícula de Salomão retificada a sua gloria original, dentro de uma proposta muito mais próxima a ideia da cabala, e mesmo que tenha símbolos nos amuletos, a força deles provem na realidade dos nomes divinos e dos números gravados nos mesmos, sendo não um livro de evocação e dialogo com estas forças, este é um livro de magia talismanica, tal qual as Chaves Maiores de Salomão mais conhecidos do grande público, contudo faz uso dos 72 anjos ou 72 nomes divinos para atrair para si estes poderes benignos e afastar de si os 72 demônios, uma clara contra posição ao “Ars Goétia” do “Lemegeton” que Eliphas provavelmente considerou impuro e pagão, um livro corrompido.

Visão que pode ser bem compreendida por aqueles que adentram ao estudo da Cabala judaica, mesmo em seus níveis mais superficiais, creio ter bem referenciado o porquê desta obra ser o que é, e por que Eliphas Levi tentou retificar a tradição Salomônica escrevendo este livro.

Infelizmente este livro não se popularizou tanto quanto suas outras obras, mas finalmente chega agora ao leitor brasileiro que, espero sinceramente faça um maravilhoso uso desta obra a tanto tempo deixada de lado.

~Robson Bélli

23 de maio de 2022.

ADVERTENCIA

Este livro é uma reprodução fiel do manuscrito escrito e desenhado por Eliphas Levi para seu discípulo e amigo, Barão Spedalieri, que, de acordo com o desejo do Mestre, foi posteriormente entregue a J. Charrot, que o entregou a L. Chamuel para ser editado. A primeira edição apareceu em 1895; que está esgotado e raro.

Hoje, o número crescente de discípulos póstumos de Eliphas Levi nos obriga a reimprimi-lo.

As Clavículas de Salomão são um retorno da Doutrina Cabalística em sua pureza primitiva; baseado no Grande Nome Incomunicável, descrevendo com precisão e simplicidade setenta e dois ramos. Eles incluem as figuras de trinta e seis talismãs e os trinta e dois Caminhos da Sabedoria (os dez números e vinte e duas letras hebraicas); finalmente, o ritual é completado com instruções teúrgicas, profecias e um cânone para o uso das Clavículas.

Estas Clavículas são explicadas e discutidas através da correspondência do Mestre com o Barão Spedalieri.

Esta edição foi revisada e atualizada de acordo com o manuscrito original.

~P. Chacornac.

A COMPOSIÇÃO E O USO DESSAS CLAVÍCULAS

Estas clavículas, reestabelecidas em sua pureza original, e desenhadas pela primeira vez por mim, Eliphas Lévi, em 1860, se realizam em sua pureza e sem mescla de símbolos samaritanos ou egípcios, só com ajuda das cifras, dos símbolos hieroglíficos e dos números.

Os hebreus tinham horror ao uso de figuras em imagens sagradas, e é por este motivo que as imagens do Zohar são em sua maioria, quase todas traçadas apenas com letras.

O complemento perfeito deste livro é o jogo de Tarô italiano, cujos talismãs de Salomão explicam e resumem os símbolos.

Os talismãs podem, cada um em particular, servir de instrumento (magico) magnético e representar uma vontade análoga ao nome divino cuja explicação se encontra sob cada talismã.

É preciso observar que as dezenas que se encontram no tarô não são desenhadas nos talismãs porque, sendo a dezena a síntese da unidade, está contida virtualmente na unidade de cada número.

As imagens dos talismãs podem ser gravadas em sete metais ou desenhadas em pergaminho virgem, depois consagradas e magnetizadas segundo uma intenção muito precisa.

Desta forma, serão criados focos de luz astral, perfumados com os perfumes do ritual e mantidos em seda ou em recipientes de vidro para que não percam sua força.

Eles não devem ser emprestados ou dados, a menos que tenham sido feitos em nome de outra pessoa e de acordo com ela.

Servem para afastar ilusões e miragens de luz. Os espíritos errantes estremecem diante deles porque são símbolos fixos, personagens do verbo que é por si mesmo e que comanda vitoriosamente todos os espíritos.

Mas, para usar essas chaves corretamente, é necessário manter uma grande lucidez de espírito e uma grande pureza de coração. Caso contrário, eles se tornariam os instrumentos de uma maldição da qual o operador imprudente ou culpado seria a primeira vítima.

AS CHAVES MAIORES E CLAVÍCULAS

A TAU SAGRADA OU CHAVE UNIVERSAL.

COMENTARIO A RESPEITO DA CHAVE UNIVERSAL

Este símbolo de Levi vem aqui expor algumas questões importantes que podem ajudar ao leitor elucidar algumas ideias que Levi tinha a respeito das clavículas, em seu nível simbólico direto vemos as letras Yod, He, Vav, He, do tetragrama divino expostas cada uma em uma direção, com elementos mágicos bem conhecidos do público atual tanto pelo taro quando pela magia cerimonial.

Yod acima e ao lado da Baqueta representação do fogo e da autoridade divina do comando, o mundo de Aziluth ou ainda o mundo dos arquétipos, e graças a Taça que representa o elemento agua, sabemos que a ponta direita é a sequência e representa o mundo de Briah do mundo formativo ou da criação,  a próxima letra na sequência é Vav ao lado da espada que é um naipe e ferramenta mágica do ar, que também representa o mundo de Yetzirah, o mundo formativo e por fim nos temos ultimo He ao lado da moeda ou Pantáculo que são relacionados ao elemento terra, a realização material, ou ainda o muito material.

A cruz tau para Eliphas Levi estava associada ao Universo, sendo o seu criador (através do seu nome impronunciável) e principio e o universo o fim ou a sua manifestação material, Alfa e Ômega, sendo o magista então uma representação do próprio Deus que o criou sua imagem e semelhança, para dominar todas as coisas, por conta da representação dos quatro elementos que são todas estas coisas.

A seguir e a esquerda vemos um símbolo que parece uma cruz com um P e do seu lado na parte inferior a letra Alfa e Ômega, este símbolo chama-se Tau Rho que é um dos dois monogramas de cristo, sendo o Tau Rho a imagem de Moises com seus braços estendidos e o alfa e o ômega a representação do cristo ajudando o homem, vemos ao mesmo tempo um X pontilhado dando a ideia da transformação do estaurograma (sacrifício) no  cristograma (redenção) também conhecido por Chi Rho, que é o símbolo mais conhecido como monograma do Cristo.

Do lado direito da cruz Tau vemos o símbolo geomantico de conjunctio e dentro dele escrito Bara-Taish ( ) que é uma expressão cabalística que alude a baphometh ou o iniciado, o desperto e conhecedor dos mistérios ou ainda Bereshit ( ) que alude as primeira palavras do início do livro de gênesis “No princípio”, mas essa expressão aos judeus, que por sua vez alude ao bode que foi levado para ser sacrificado pelo patriarca Abraão e está ligada a uma ideia de lascívia (luxuria) divina em sua criação.

O SHEM HA MEPHORASH[1]

Toda a ciência está numa palavra e toda a força num nome.

A inteligência deste nome é a ciência de Salomão e a luz de Abraão.

Ninguém conhece Deus em sua essência, a não ser ele mesmo.

Mas a Ciência absoluta está no conhecimento dos nomes divinos que são todos formados a partir de um único nome.

Esta ciência é o que ela chama, o Shem Há Mephorasch ou nome explicado.

O Esquema ou nome incomunicável é composto de quatro letras.

  • Todo o poder (força) está em um, Yod.
  • Seu reflexo está em outro, He.
  • É explicado pelo terceiro. Vav.
  • É fertilizado pelo quarto. He

É formado com vinte e quatro pontos que são as vinte e quatro alegorias antigas de São João.

  • Cada ponto tem três linhas.
  • Há então sessenta e dois traços.

Sessenta e dois nomes são formados, que são escritos dois a dois em trinta e seis talismãs.

OS TRINTA E SEIS TALISMÃS

Estude cuidadosamente os hieróglifos e as letras sagradas dos trinta e seis talismãs e escreva ao redor de cada um deles um versículo bíblico de sua escolha, aquele que melhor expressa para você[2] a virtude das letras e dos nomes (números).

Esses talismãs fixam o espírito, fortalecem o pensamento e servem de sacramento à (verdadeira) vontade.

Os espíritos de todas as hierarquias estão em comunhão com aquele que entende e usa corretamente esses sinais.

TALISMÃ 01 – O PRIMEIRO PRINCIPIO

01 VEHUIAH/ 04 ELEMIAH [3]

[4]

TALISMÃ 02 – AJUDA DO SALVADOR

02 JELIEL / 05 MAHASIAH

TALISMÃ 03 – ESPERANÇA DIVINA

03 SITAEL / 06 LELAHEL

TALISMÃ 04 – QUATRO VEZES PAI

07 ACHAIAH / 10 ALADIAH

TALISMÃ 05 – RAZÃO DE CULTO

08 CAHETEL / 11 LAOVIAH[5]

TALISMÃ 06 – CONSOLO DIVINO

09 HAZIEL / 12 HAHAIAH

TALISMÃ 07 – BASE DE TODA A GRANDEZA

13 YESALEL[6] / 16 HEKAMIAH[7]

TALISMÃ 08 – PROVIDENCIA

14 MEBAHEL/ 17 LAUVIAH[8]

TALISMÃ 09 – CONSOLADOR

15 HARIEL / 18 CALIEL

TALISMÃ 10 – O AMOR

19 LEUVIAH[9]/ 22 IEIAIEL[10]

TALISMÃ 11 – A SALVAÇÃO

20 PAHALIAH / 23 MELAHEL

TALISMÃ 12 – A BONDADE

21 NELCHAEL / 24 HAHEUIAH[11]

TALISMÃ 13 – A FORÇA DO BEM

25 NITH-HAIAH[12] / 28 SEHEIAH

TALISMÃ 14 – O ARCANO DO AMOR

26 HAAIAH / 29 REYEL[13]

TALISMÃ 15 – PACIENCIA

27 IERATHEL[14] / 30 OMAEL

TALISMÃ 16 – CIENCIA DO AMOR

31 LECABEL / 34 LEHAHIAH

TALISMÃ 17 – AMOR DO JUSTO

32 VASAHIAH[15] / 35 CHAVAKIAH

TALISMÃ 18 – HIERARQUIA DO AMOR

33 IEHUIAH[16] / 36 MENADEL

TALISMÃ 19 – FORÇA QUE FECUNDA

37 ANIEL / 40 IEIAZEL[17]

TALISMÃ 20 – EQUILIBRIO POLITICO

38 HAAMIAH / 41 HAHAHEL[18]

TALISMÃ 21 – PAZ UNIVERSAL

39 REHAEL / 42 MIKAEL[19]

TALISMÃ 22 – IMPERIO DO VERBO

43 VEULIAH[20] / 46 ARIEL[21]

TALISMÃ 23 – A NOVA JERUSALEM

44 YELAIAH[22] / 47 ASALIAH[23]

TALISMÃ 24 – HARMONIA

45 SEALIAH[24] / 48 MIHAEL[25]

TALISMÃ 25 – VITORIA

49 VEHUEL / 52 IMAMAIAH[26]

A PARTIR DESTE PONTO O LIVRO PÁSSA A SER UMA RECONSTRUÇÃO, POIS ESTA PARTE É AUSENTE NO ORIGINAL OS SIGILOS SÃO OS MESMOS USADOS NO LIVRO “the kabbalistic and occult tarot of eliphas levi” E EM “The Science of the Kabbalah” de Lazare Lenain

TALISMÃ 26 – O SEGREDO DO VEICULO

50 DANIEL / 53 NANAEL

TALISMÃ 27 – O SEGEDO DA CRIAÇÃO

51 HAHASIAH / 54 NITHAEL

TALISMÃ 28 – O MAIS SAGRADO

55 MEBAHIAH / 58 IEIALEL

TALISMÃ 29 – OS ANEIS DA ALIANÇA

56 POIEL / 59 HAHAEL

TALISMÃ 30 – OS TRES ANEIS LUMINOSOS

57 NEMAMIAH / 60 MITZRAEL

TALISMÃ 31 – VONTADE

61 UMABEL / 64 MEHIEL

TALISMÃ 32 – SABER

62 IAH-HEL / 65 DAMABIAH

TALISMÃ 33 – OCULTISMO

63 ANAUEL / 66 MANAKEL

TALISMÃ 34 – REALIZAÇÃO

67 AYEL / 70 YABAMIAH

 

TALISMÃ 35 – EQUILIBRIO

68 HABUHIAH / 71 HAIAIEL

TALISMÃ 36 – FORÇA CONTRA OS TERRORES DA MORTE

69 ROCHEL / 72 MUMIAH

A partir deste ponto o este livro volta a ser uma tradução fiel ao original.

AS LETRAS SAGRADAS

Correspondem as figuras simples do Tarô

(O rei de paus, o Pai)

(O rei de copas, o esposo da mãe)

(O rei de espadas, O principe do amor)

(O rei de ouros, o pai de criação)

(A rainha de paus, a esposa de seu pai)

(A rainha de copas, a mulher que é dona de si mesma)

(A rainha de espadas, A princesa do amor)

(A Rainha de ouros, a mãe dos seus filhos)

(O cavaleiro de paus, Conquistador de poder)

(O cavaleiro de Copas, o conquistador da felicidade)

(O cavaleiro de espadas, o conquistador do amor)

(O cavaleiro de ouros,  o conquistador de obras)

(O valete de paus, escravo do homem)

(O valete de copas, o escravo da mulher)

(O valete de espadas, escravo do amor)

(O valete de ouros, o escravo das crianças)

OS NÚMEROS SAGRADOS

Comentário: Eliphas Levi coloca algumas atribuições que para nós estudantes atuais de cabala são completamente estranhas, tal como o Sol e Kether, Chockmah a esquerda sendo a Lua, e Binah a direita sendo Vênus, e isso pode nos causar tamanha estranheza, contudo é exatamente o que está descrito aqui.

AS LETRAS SAGRADAS OU AS CHAVES MAIORES

Os dez nomes e as vinte e duas letras formam trinta e dois caminhos da ciência universal.

A LETRA ALEPH

(Hieróglifo- o menestrel)

(O PENTACULO DO EDEN, PROTOTIPO DAS LETRAS SAGRADAS)

A LETRA BEITH
(A alta sacerdotisa)

(o binário é o primeiro número, é a unidade somada a ela mesma[27])

A LETRA GUIMEL
(O Terciário —  a mãe (gravida) — a geração)

(O primeiro grande número sagrado.

O triangulo de Jeová.
O mercúrio dos sábios.)

A LETRA DALETH

(O quaternario – a quadratura)

(O número do ciclo perfeito.
A cruz filosófica.
O fogo Elemental dos sábios.)

A LETRA HE
(Número cinco das letras e quinze dos caminhos)

(O número da ciência do bem e do mal.
A letra da mulher da religião.
O pentagrama angelico ou diabolico.)

A LETRA VAV
LINGHAM
(A flecha do amor — O lingham[28])

(O número do antagonismo e da liberdade. A união. O trabalho. Semana da criação)

A LETRA ZAÏN
(O septenio sagrado)

(O número completo da cabala. O espirito e a Forma. As três potencias do Ternário e suas quatro relações)

A LETRA HETH
(O equilíbrio universal)

(O tetragrama com seu reflexo. A estaca dupla. O quaternário multiplicado pelo binário)

A LETRA TETH
(O número da hierarquia)

(Nove

O número do iniciado.
o grande número magico.)

A LETRA JOD

(O número da criação do reino)

(Malkuth. O reino de Deus. O universo visível. O princípio natural das coisas sobrenaturais)

A LETRA KAPH
(O número da força)

(A unidade sintética
o homem feito.
A virilidade.
A idade da razão.)

A LETRA LAMED
(O número do ciclo perfeito)

(A realização.
O sacrifício
A consumação.
A crucificação.
O espirito que se desprende da matéria.)

A LETRA MEM
(O número treze, a morte)

(O renascimento
A imortalidade pela mudança.
A transmutação.)

A LETRA NUN
(Os afetos — As misturas)

Fig112

(Formas temperadas pelo equilíbrio.
A harmonia das misturas.)

A LETRA SAMEKH

(O número quinze — a serpente astral)

(A vida física e mortal.
O movimento continuo. O grande agente magico.)

A LETRA GNAYN
(O número dezesseis, o grande equilíbrio)

(Destruição pelo antagonismo.
Equilíbrio dos grandes poderes.)

A LETRA PHE
(O número dezessete)

(A natureza imortal e uma em sua diversidade.
A fecundidade eterna.)

A LETRA TSADE
(O número dezoito)

(Distribuição hierárquica da luz.
O ocultismo.
O dogma.
Os misterios.
O esoterismo.)

A LETRA COPH

(O numero dezenove)

(A verdadeira luz.
A verdade.
A cidade santa.
O ouro filosófico.)

A LETRA RESCH
(O número vinte)

(O reconhecimento de todo o grande arcano da vida eterna.)

A LETRA SCHIN
(nenhum número)

(A fatalidade. A cegueira o louco. A matéria abandonada a si mesma)

A LETRA TAV
(O número vinte um)

(tres vezes o sete, o absoluto, o resumo de toda a ciencia universal.)

OS ESPIRITOS E AS CONJURAÇÕES

OS ESPÍRITOS

Os espíritos são as inteligências secundarias, ou seja, criadas. Eles são de três tipos, fixos, errantes e mistos. Os fixos são puros espíritos libertos das leis que regem a matéria. Os andarilhos são os que flutuam na luz astral. Os mistos são os andarilhos que trabalham e conseguem se fixar em parte. Entre os fixos, pode-se distinguir os muito puros, os mais puros e os mais puros.

Entre os mistos: os dominantes, os militantes e os dominados. Entre os andarilhos: os motoristas, os inconstantes e os animados.

Os fixos são os anjos.

Os mistos” são os homens inteligentes.

Os andarilhos são os homens brutos.

Os espíritos se atraem e se governam hierarquicamente.

Eles estão ligados por correntes e círculos. Entrar em um círculo é jurar com os espíritos do círculo. Ao conjurar espíritos superiores, você não os atrai para você, você se eleva até eles. A conjuração por evocações só pode ser exercida em relação a espíritos inferiores. Para conjurar os espíritos superiores é preciso dar-se a eles, para conjurar os espíritos inferiores por evocação, é preciso constrangê-lo. Para nos dar.

Os Espíritos superiores são evocados fazendo-lhes sacrifícios, ou melhor, comprometendo-se assim a nos evocar. Os espíritos inferiores são evocados ao lisonjear suas avidezes ou suas atrações. As palavras nada mais são do que fórmulas que servem para fixar à vontade.

Os espíritos inferiores ao homem são os elementais e os andarilhos de última ordem. Os antigos teurgistas os chamavam de demônios. Esses demônios são mortais e tentam viver às nossas custas, procuram o esperma e as efusões de sangue, o vapor da carne e temem a ponta e o fio das espadas.

A hierarquia dos espíritos é infinita. Rila começa em Deus que não tem começo em nada – ou seja, ela não começa. As estrelas têm almas astrais, os sóis têm almas solares, e os universos são governados pelos Elohim vivos, os deuses que estão em Deus. A vida dos espíritos é uma contínua ascensão e mutação, sobem e descem na grande escala simbólica de Jacó.

Os anjos, governantes espirituais das estrelas, ascendem ao governo dos sóis e são substituídos pelo chefe das almas.

As cabeças das almas são os sucessivos reis da humanidade. O chefe das almas da terra leva o nome de Métatron Sarpanim, que significa príncipe das luzes. O chefe das almas não morre, ele sobe vivo para o rio. Enoque foi, em tempos após a criação de Moisés, o primeiro elevado ao posto de Metatron Sarpanim.

Depois de Enoque, reinou Moisés.

Depois de Moisés, Elias.

Depois de Elias, Jesus.

Todos os Metatrons devem ter dois reinados, eles retornam à terra depois de passar por todas as esferas do nosso sistema solar. É por isso que o retorno de Enoque e Elias precederá a segunda vinda de Jesus.

Em seu primeiro advento, Jesus se revelou como sumo sacerdote. Em seu segundo advento, ele se revelará como Rei.

Ele era o Cristo.

Ele deve ser o Messias que os judeus têm razão para esperar. Foi Enoque quem, no Sinai, deu a lei divina a Moisés. Moisés e Elias, no Tabor, ensinaram a Jesus os grandes mistérios da revelação cristã. Jesus transmitiu a iniciação a São João Evangelista e é por isso que este apóstolo deve permanecer até o segundo advento de seu mestre. Em tempos de decomposição, os espíritos inferiores se manifestam como vermes em cadáveres.

Eles são evocados pela corrupção e sendo devorados por eles. Estes são os vampiros de almas insalubres. Essas decomposições sempre precedem e anunciam a chegada à terra de um espírito regenerador na pessoa do Metatron Solar. As mesas falantes e os espíritos se debatendo anunciaram o retorno de Enoque. Ele virá quando o papado perder sua autoridade no mundo e os cabalistas brilharem. O advento de Elias seguirá de perto o de Enoque e então Jesus, o Salvador do mundo, virá à terra pela segunda vez.

Ele será precedido pelo Anticristo, cuja missão será preparar o grande império temporal do revelador do Evangelho.

A luz astral formiga nos espíritos elementais, pois uma nova criação está sendo preparada. As chaves de Salomão são encontradas e os mistérios da alta Maçonaria são explicados.

Uma escola, cujos primórdios são ainda mais obscuros e quase invisíveis, será formada no império eslavo, na Alemanha e na França. Em um século, esta escola terá sete mil seguidores e seu último Grão-Mestre será Enoque.

Enoque aparecerá no ano dois mil do mundo cristão. Depois e! O messianismo fiel que ele será o precursor, florescerá na terra por mil anos. Essas previsões são o resumo de todas as profecias e de todos os cálculos cabalísticos… elas devem ser mantidas em segredo para não expor as mais respeitáveis ​​obras do gênio humano e da ciência divina às profanações da ignorância.

Terminou no dia quinze de novembro, o décimo sétimo das calendas de dezembro, o último mês do ano sagrado.

ELIPHAS LEVI

Paris, 1860.

 Notas

Copiado para uso exclusivo e pessoal do Sr. Barão de Spedalieri, em outubro e novembro de 1861.

[1] Eliphas Levi aqui comente um erro estranho a alguém tão letrado em cabala e diz que o shem do inicio do shem há mephorash significa esquema (schem).

[2] Foram usados os versículos originais dos salmos que compõe os nomes dos 72 nomes divinos em cada um dos talismãs, o significado e uso de cada um dos 36 talismas esta no apêndice no final do livro.

[3] Eliphas levi escreve este nome como Chalamiah

[4] Todos os amuletos devem ser feitos dupla face, e são para serem usados no pescoço, são talismãs e não sigilos evocatórios.

[5] Eliphas levi grafa este nome de maneira errada como:

[6] EZALEL segundo Levi

[7] HACKAMIAH segundo Levi

[8] LOVIAH segundo levi

[9] LEVIVIAH segundo Levi

[10] JEJAHEL segundo Levi

[11] HAHUIAH segundo Levi

[12] NITHAIAH segundo Levi

[13] REJAJEL segundo Levi

[14] JERATHEL segundo Levi

[15] VASARIAH segundo Levi

[16] JEHUJAH segundo Levi

[17] JEJAZEL segundo Levi

[18] HAHAEL segundo Levi

[19] MICHAEL segundo Levi

[20] VAVALIAH segundo Levi

[21] NGARIEL segundo Levi

[22] JELAIAH segundo Levi

[23] AZALIAH segundo Levi

[24] SEATHIAH segundo Levi

[25] MEHIEL segundo Levi

[26] IMAMIAH segundo Levi

[27] Em francês falava-se sobre multiplicação, mas no desenho vemos uma adição.

[28] Não encontrei o significado dessa palavra


Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

As Chaves Maiores e as Claviculas de Salomão (pdf)

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/as-chaves-maiores-e-as-claviculas-de-salomao/

As Oito Cores da Magia

Peter J. Carroll, Liber Kaos

Nosso aparato perceptivo e conceitual cria uma divisão quádrupla da matéria em uma tautologia de espaço, tempo, massa e energia. Da mesma forma, nossos impulsos instintivos criam uma divisão óctupla da magia. As oito formas de magia são convenientemente denotadas por cores com significado emocional e podem ser atribuídas aos sete “planetas” clássicos [Amarelo/Sol, Púrpura/Lua, Laranja/Mercúrio, Verde/Vênus, Vermelho/Marte, Azul/Júpiter e Preto/Saturno], mais Urano para a cor Octarina. No entanto, na causa de expandir os parâmetros do que pode ser tentado com cada uma dessas formas de magia, tal atribuição será aqui evitada. As oito formas de magia serão consideradas cada uma por sua vez.

Magia Octarina

Seguindo as hipóteses de Pratchett , oitava cor do espectro que é a percepção pessoal do magista da “cor da magia” pode ser chamada de octarina. Para mim, ela é uma tonalidade particular do rosa-púrpura elétrico. Minhas visões mais significativas têm ocorrido, todas nesta cor, e visualizo-a para colorir muitos de meus encantamentos e sigilos mais importantes no Astral. Antes que eu navegasse num barco feito à mão pelo Mar da Arábia, fui induzido por um feiticeiro indiano a aceitar uma imensa estrela de rubi, de valor incalculável. Ela era de um matiz, exatamente, octarino. Durante o mais violento tufão que jamais experimentei, encontrei-me agarrado aos gurupés, gritando minhas conjurações para Thor e Poseidon ao mesmo tempo que enormes ondas atiravam-se contra o barco e luminosos raios octarinos quebravam no mar por toda a volta. Olhando para o passado, parece um milagre que eu e minha tripulação tenhamos sobrevivido. Mantenho a pedra octarina comigo, incerto se ela me foi passada como uma maldição, uma bênção, um teste ou todas estas coisas reunidas.

Outros magos percebem a octarina de diferentes modos. Minha percepção pessoal da octarina provavelmente reflete minhas formas mais eficientes de gnoses: o sexo (púrpura) e a raiva (vermelho). Cada um deve buscar uma cor da magia (octarina) para si. O poder octarino é o nosso impulso instintivo para a magia. Impulso este que, ao permitirmos aflorar, cria o ‘eu-mágico’, ou personalidade na psique, e uma afinidade com várias formas de deus mágicas. O ‘eu-mágico’ varia entre os magos, porém possui as características gerais de antinomianismo e desvio (desencaminho) com uma predileção pela manipulação e pelo bizarro. O antinomianismo do “eu-mágico” surge, até certo grau, pela alienação geral da cultura vigente provocada pela magia. Assim, o “eu-mágico” tende a se interessar por tudo aquilo que não existe, ou que não deveria existir segundo o senso comum.. Para o “eu-mágico” nada é antinatural, uma declaração com ilimitados significados. O desvio do “eu-mágico” é uma conseqüência natural da “destreza da mente”, técnica requerida para manipular aquilo que não pode ser visto. As formas de deus do poder octarino são aquelas que correspondem mais estreitamente às características do “eu-mágico” e são, normalmente, as formas de possessão mais importantes para o mago que busca inspiração de natureza puramente mágica. Baphomet, Pan, Odin, Loki, Tiamat, Ptah, Eris, Hekate, Babalon, Lilith e Ishtar são exemplos de formas de deus que podem ser usadas para este propósito. Como alternativa, o mago pode desejar formular uma forma de deus em uma base unicamente idiossincrática onde, para tal, o planeta Urano e o simbolismo da serpente provaram ser pontos de partida muito úteis.

O mago pode invocar tais formas de deus para a iluminação de vários aspectos do “eu-mágico” e para inúmeros trabalhos de magia pura, preferivelmente à aplicada. A categoria de magia pura inclui atividades como: o desenvolvimento de teorias e filosofias mágicas, o desenvolvimento de programas de treinamento mágico, o planejamento de sistemas simbólicos para uso na adivinhação, o desenvolvimento de encantamentos e a criação de linguagens mágicas com objetivos similares. É valido assinalar aqui que as linguagens da Magia Caótica são, normalmente, escritas em V-primo, antes da transliteração para a forma bárbara mágica. V-primo, ou Vernacular primo, é simplesmente a sua língua nativa na qual são omitidos todos os usos de quaisquer tempos do verbo ser, de acordo com a metafísica quântica. Toda a falta de sentido do transcedentalismo desaparece muito naturalmente uma vez adotada esta tática. Não há ser, tudo é fazer.

Invoca-se o poder octarino para inspirar o “eu-mágico” e para alargar o arcano fundamental do mago. O arcano fundamental do mago consiste nos símbolos pessoais básicos com os quais você interpreta e influencia magicamente a realidade (tudo o que pode acontecer na percepção). Estes símbolos podem ser teorias ou kabbalas, obsessões, armas mágicas, astrais ou físicas, ou de fato, qualquer coisa que diga respeito à prática da magia de forma geral – qualquer coisa que não seja destinada, especificamente, para algum dos outros poderes da magia aplicada. Os símbolos desta última formam o arcano secundário de magia.

Da situação privilegiada que é a gnoses octarina, o “eu-mágico” é capaz de compreender os eus dos outros sete poderes e a sua inter-relação dentro de um organismo global. Portanto, o poder octarino traz alguma habilidade em psiquiatria, cuja função é o ajustamento da relação entre os eus em um organismo. A diferença básica entre um mago e um indivíduo comum é que neste último o poder octarino já é vestígio ou ainda incipiente. O repouso normal ou o modo indiferente de uma pessoa comum corresponde a uma leve expressão do poder amarelo. Este poder é considerado como sendo a personalidade normal ou o ego. O “eu-mágico” entretanto, é totalmente consciente de que este poder amarelo é somente uma das oito principais ferramentas que o organismo possui. Assim, num certo sentido, a personalidade normal do mago é uma ferramenta do “eu-mágico” ( e vice-versa ). Este entendimento dá a ele alguma vantagem sobre as pessoas comuns. Entretanto, o “eu-mágico” em desenvolvimento logo perceberá que não é superior, em si mesmo, aos outros eus pois há muitas coisas que estes podem fazer que ele não pode. O desenvolvimento do poder octarino através da filosofia e prática da magia, tende a prover o mago de um segundo centro principal entre os eus. Este segundo centro irá complementar o ego do poder amarelo. O despertar do poder octarino é, algumas vezes, conhecido como “ser mordido pela serpente”. Aqueles que passam por isto se reconhecem mutuamente tão instantaneamente quanto, por exemplo, dois sobreviventes de um bote salva-vidas.

Talvez um dos maiores artifícios da “destreza da mente” seja permitir que o “eu-mágico” e o ego dancem juntos dentro da psique sem conflitos excessivos. O mago que é incapaz de fingir ser uma pessoa comum ou que é incapaz de agir de forma independente de seu próprio ego, não é mago totalmente.

Por outro lado, o crescimento do octarino ou oitavo poder do eu, a descoberta do tipo de mago que a pessoa quer ser e a identificação ou síntese de uma forma-deus para representar este ideal, tendem a criar algo como um ser mutante que avançou na direção de um paradigma do qual muito poucos estão cientes. Não é fácil voltar atrás uma vez iniciada a viagem, embora alguns tenham tentado abortá-la com narcóticos, inclusive misticismo. É uma peregrinação para um destino desconhecido onde a pessoa desperta com êxito de um pesadelo para entrar em outro. Alguns deles parecem muito interessantes em determinados momentos. Há mundos dentre nós; os abismos são somente as iniciações entre eles.

A evocação de um servidor octarino pode criar uma inestimável ferramenta para aqueles que estão engajados em pesquisa mágica. As principais funções de tais entidades são, normalmente, ajudar na descoberta de informações úteis e contatos. Não podemos ignorar aqui os resultados negativos. Por exemplo: o completo fracasso de um servidor bem preparado em recuperar informações a respeito do hipotético Big-Bang cósmico foi um fator que contribuiu no desenvolvimento da teoria Fiat Nox.

Magia Negra 

Os programas de morte construídos dentro de nossa estrutura emocional e comportamental, ambas genéticas e hereditárias, são o preço que pagamos pela capacidade de reprodução sexuada, a única que permite mudanças evolutivas. Somente são imortais aqueles organismos que se reproduzem assexuadamente, reproduzindo inúmeras cópias idênticas de suas próprias formas, extremamente simples. Duas conjurações com o poder negro são de particular interesse para o mago: lançamento de encantos de destruição e o ato de se evitar uma morte prematura.

Os assim chamados ritos “Chod” são um ensaio ritual da morte, onde o “eu-morte” é invocado para manifestar seu conhecimento e sabedoria. Tradicionalmente concebido como uma figura de um esqueleto vestido em uma túnica negra e armado com uma foice, o “eu-morte” é responsável pelos mistérios do envelhecimento, senilidade, morbidez, necrose, entropia e decadência. Ele também possui um senso de humor pervertido e que denota enfado em relação ao mundo.

Cercado por todos os símbolos e parafernália da morte, o mago invoca o “eu-morte” em um rito “Chod” para um dos dois propósitos mencionados anteriormente. Primeiramente a experiência do “eu-morte” e a gnoses negra trazem o conhecimento do que se sente no momento que se começa a morrer. Isto prepara o mago para resistir às manifestações de uma morte prematura real, por conhecimento do inimigo. Um demônio é somente um deus agindo fora de sua vez ( fora do momento certo ). No curso de vários ritos “Chod” o mago pode, convenientemente, experimentar praticar o banimento, em estilo xamânico, de entidades e símbolos visualizados e invocados que são associados a várias doenças. Portanto, o “eu-morte” tem algumas utilidades em diagnose médica e adivinhação.

Em segundo lugar, o “eu-morte” pode ser invocado como uma condição privilegiada para lançar encantos de destruição. Neste caso, a invocação toma a mesma forma geral, porém a conjuração é normalmente chamada de Rito de Entropia. Deve-se sempre procurar alguma alternativa possível para o exercício da magia destrutiva, pois ser forçado a uma posição de ter que usá-la é uma demonstração de fraqueza. Em cada caso, o mago deve estabelecer um mecanismo no subconsciente pelo qual o alvo possa ir à ruína e, então, projetá-lo com a ajuda de um sigilo ou, talvez, de um servidor invocado. Magia Entrópica funciona mandando ao alvo informações que estimulam o comportamento auto-destrutivo. Magia Entrópica difere da magia de combate da gnoses vermelha em muitos aspectos importantes. Magia Entrópica é sempre realizada com completa discrição, na fúria fria da gnoses saturnina negra. O objetivo é um golpe cruel e cirúrgico sobre o qual o alvo não tem nenhum aviso. O mago não está interessado em uma luta mas, sim, numa morte rápida e eficiente. A grande vantagem de tais ataques é que, raramente, eles são percebidos como tais pelos alvos. Desta forma, o alvo, sem saber o que está acontecendo, terá pouca chance de se queixar pelos desastres que lhe sucederão. Uma desvantagem, entretanto é que é muito difícil apresentar orçamentos a clientes por efeitos que aparentam ser devidos a causas naturais.

Formas de deus do poder negro são Legião; se a forma de um simples esqueleto de manto com uma foice não simboliza adequadamente o “eu-morte”, então formas como Charon, Thanatos, Saturno, Chronos, a bruxa Hécate, irmã negra Atropos, Anúbis, Yama e Kali podem servir.

Raramente são estabelecidos servidores do poder negro para uso geral a longo prazo. Isto ocorre, em parte, porque seu uso é apropriado para ser esporádico e, por outro lado, porque eles podem ser perigosos para o seu possuidor. Assim, a tendência é que eles sejam feitos e enviados para um trabalho específico.

Magia Azul

Não se deve medir riquezas em termos de propriedades mas, sim, em termos de controle sobre pessoas e materiais. Portanto, em última instância, deve-se medi-la em termos de sua própria experiência. Dinheiro é um conceito abstrato usado para quantificar atividade econômica. Portanto, riqueza é uma medida de quão bem você controla suas experiências com o dinheiro. Assumindo que experiências variadas, excitantes, incomuns e estimulantes são preferíveis àquelas que são estúpidas e monótonas e que elas tendem a ser caras, o principal problema para muitas pessoas é encontrar uma forma altamente eficiente de entrada de dinheiro que possua as qualidades agradáveis acima.

O objetivo da magia da riqueza é estabelecer um grande movimento de dinheiro que permita experiências agradáveis em ambos os estágios: de entrada e de saída. Isto requer aquilo que é conhecido como “consciência do dinheiro”.

O dinheiro adquiriu todas as características de um ser espiritual; ele é invisível e intangível. Moedas, notas e números eletrônicos não são dinheiro. Eles são somente representações ou talismãs de algo que os economistas não podem definir de forma coerente. Além disso, embora seja ele próprio intangível e invisível, pode criar efeitos poderosos na nossa realidade.

O dinheiro tem suas próprias preferências e personalidade. Ele evita aqueles que o blasfemam e flui em direção àqueles que o tratam da maneira que ele gosta. Num ambiente apropriado, ele irá, até mesmo, reproduzir-se. a natureza do espírito do dinheiro é movimento; o dinheiro gosta de se mover. Se ele for armazenado e não usado, lentamente morrerá. Assim, o dinheiro prefere manifestar-se como uma propriedade mutável a se manifestar como uma propriedade inexplorada, inutilizada. Excedentes de capital para prazer imediato devem ser reinvestidos como uma evocação adicional, porém aqueles que possuem realmente a “consciência do dinheiro” descobrem que até mesmo seus prazeres fazem dinheiro para si. A “consciência do dinheiro” paga para divertir-se. Aqueles que possuem esta consciência são generosos naturalmente. Ofereça a eles um investimento interessante e eles lhe oferecerão fortunas. Apenas não peça migalhas. A obtenção da “consciência do dinheiro” e a invocação do “eu-riqueza” consiste na aquisição de um conhecimento completo sobre as preferências do espírito do dinheiro e na exploração completa dos desejos pessoais. Quando ambos os fatores forem compreendidos, uma verdadeira riqueza manifestar-se-á sem esforço.

Tais invocações devem ser realizadas com cuidado. A gnosis azul da riqueza e do desejo cria demônios tão facilmente quanto cria deuses. Muitos seminários contemporâneos sobre sucesso e treinamento de verdade concentram-se em criar um desejo histérico por dinheiro associado a um igualmente hipertrofiado desejo pelos meros símbolos de riqueza ao invés do desejo pelas experiências que o jogadores realmente querem. Trabalhar como um maníaco possuído o dia inteiro pelo questionável prazer de beber a si próprio, num estado quase que de esquecimento , numa champanhe de vindima todas as noites, é ter perdido completamente o ponto e ter entrado na condição de anti-riqueza.

Por outro lado, a maioria das pessoas que são pobres em sociedades relativamente livres onde outros são ricos deve a sua pobreza ou à falta de entendimento de como o dinheiro se comporta ou a sentimentos negativos que tendem a repeli-lo. Não são necessários grandes níveis de inteligência ou de capital para se tornar rico. A popularidade dos contos sobre a miséria e o infortúnio do rico é o testemunho do mito ridículo vigente entre os pobres de que o rico é infeliz. Antes de começar a trabalhar com a magia azul, é essencial examinar com seriedade todos os sentimentos e pensamentos negativos sobre dinheiro e tratar de exorcisá-los. Muitas das pessoas pobres que ganham loterias ( e somente o pobre entra regularmente nelas ) orientam suas vidas de tal forma a não terem mais nada poucos anos depois. É como se alguma força subconsciente, de alguma forma, se livrasse de algo que eles sentem que, na verdade, não merecem ou não querem.

As pessoas tendem a ter o grau de riqueza que profundamente acreditam que devem ter. Magia azul é a modificação desta crença através da determinação de crenças alternativas. Rituais de magia azul devem envolver necessariamente exorcismos de atitudes negativas em relação à riqueza, explorações divinatórias sobre quais são os seus desejos mais profundos e invocações do “eu-riqueza” e do espírito do dinheiro durante os quais o nível subconsciente de riqueza é ajustado pela expressão ritual de um novo valor. Durante esses rituais também são feitas afirmações sobre novos projetos para o investimento dos recursos e dos esforços. Podem ser recitados hinos e encantamentos ao dinheiro. Cheques de somas surpreendentes podem ser escritos para você mesmo e pode-se proclamar e visualizar os desejos. Várias formas de deus tradicionais com um aspecto próspero tais como Júpiter, Zeus, o mítico Midas e Croesus podem expressar o “eu-riqueza”.

Raramente são usados encantamentos simples para dinheiro na magia azul moderna. Hoje em dia a tendência é lançar encantamentos desenvolvidos para aumentar o valor dos esquemas projetados para fazer dinheiro. Se você falhou em providenciar um mecanismo através do qual o dinheiro possa se manifestar, nada ocorrerá ou o encantamento irá encarnar-se por meios estranhos como, por exemplo, a herança devida a morte prematura de um parente muito amado. Nunca se tenta a magia azul séria em formas tradicionais de jogo. O jogo tradicional é uma maneira cara de comprar experiências o qual não tem nada a ver com aumentar riqueza. Magia azul é uma matéria de investimentos cuidadosamente calculados. Qualquer um que não seja um idiota deve ser capaz de imaginar um investimento que ofereça maiores vantagens que as formas tradicionais de jogo.

Magia Vermelha

Tão logo a humanidade desenvolveu a sociedade e a tecnologia de armas para derrotar seus principais predadores e competidores naturais, parece ter aplicado um feroz mecanismo de seleção para si mesma na forma de combates sanguinários. Muitas das qualidades que consideramos como marcas de nosso sucesso evolutivo, tais como os polegares em oposição e a conseqüente habilidade de manipulação de ferramentas, nossa capacidade de comunicação por sons, nossa postura ereta e nossa capacidade de dar e receber comandos e disciplina foram quase certamente selecionados para manter milênios de conflitos armados organizados entre grupos humanos. Nossa moralidade reflete nossa história sangrenta pois enquanto é tabu atacar membros de nossa própria tribo, ainda é dever atacar estrangeiros. O único debate é sobre quem constitui nossa própria tribo. Quando o entusiasmo pela guerra é limitado, inventamos esportes e jogos nos quais expressamos nossa agressividade. Por todo o caráter e terminologia do esporte fica claro que o esporte é somente uma guerra com regras extras.

Entretanto, não se deve supor que a guerra seja completamente desapercebida de regras. As guerras são realizadas para aumentar a nossa posição de barganha; na guerra, o grupo inimigo é uma riqueza sobre a qual desejamos ganhar alguma medida de controle. As guerras são realizadas para intimidar os adversários, não para exterminá-los. Genocídio não é guerra.

A estrutura e conduta da guerra refletem o programa de “luta ou fuga” construído em nosso sistema nervoso simpático. Na batalha, o objetivo é intimidar o inimigo para fora do modo de luta e para dentro do modo de fuga. Assim, assumindo que há suficiente paridade de foças para fazer a luta parecer vantajosa para ambas as partes, o estado de ânimo é o fator decisivo em virtualmente todos os encontros competitivos, esportivos ou militares entre seres humanos.

A magia vermelha tem dois aspectos: o primeiro é a invocação de vitalidade, agressão e estado de ânimo para nos manter em qualquer conflito da vida; o segundo é a realização de um combate mágico real. Existe uma variedade de formas de deus onde o “eu-guerra” pode ser expressado, embora formas híbridas ou puramente idiossincráticas funcionem tão bem quanto as anteriores. Ares, Ishtar, Ogoum, Thor, Marte, Mithras e Horus, em particular, são usados freqüentemente. Não devemos negligenciar o simbolismo contemporâneo. Armas de fogo e explosivos são tão bem vindas para a gnose vermelha quanto espadas e lanças. Tambores são indispensáveis. Sigilos desenhados por líquidos inflamáveis ou, ainda, círculos flamejantes completos nos quais se fazem invocações devem ser considerados.

O combate mágico é normalmente praticado abertamente com o adversário sendo publicamente ameaçado e amaldiçoado ou quando ele acha o recipiente de um talismã, encantamento ou runa com um aspecto desagradável. Os objetivos são a intimidação e o controle do adversário que deve se tornar tão paranóico quanto possível e informado da origem do ataque. Por outro lado, a magia de combate toma as mesmas formas gerais das usadas em magia entrópica, com os sigilos e os servidores controlando informações auto-destrutivas para o alvo, agora, contudo, com intenções sub-letais.

Entretanto, a habilidade real da magia vermelha é ser capaz de apresentar tão irresistível glamour de vitalidade pessoal, estado de ânimo e potencial de agressão que o exercício da magia de combate não seja nunca necessária.

Magia Amarela

Muitos dos textos existentes sobre o que se chama tradicionalmente de “magia solar” contradizem-se mutuamente ou sofrem de confusões internas. Os comentários astrológicos a respeito dos supostos poderes do sol estão entre os mais idiotas e sem sentido que a disciplina pode produzir. Isto ocorre porque o poder amarelo possui quatro formas distintas, porém relacionadas, dentro da psique. Esta divisão quádrupla tem induzido a imensos problemas em psicologia, onde várias escolas de pensamento escolhem enfatizar um aspecto em particular e ignorar aqueles aos quais as outras escolas tem se dedicado. Os quatro aspectos podem ser caracterizados como se segue. Primeiro, o ego – ou auto-imagem: que é, simplesmente, o modelo que a mente tem da personalidade em geral. Desta definição excluem-se muitos dos padrões de comportamento extremados dos quais os eus são capazes. Segundo, o carisma que é o grau de autoconfiança que a pessoa projeta para as outras. Terceiro, algo para o qual não há uma palavra específica em inglês ou português: talvez possa ser chamado de criatividade da risada. Quarto, a ânsia de afirmação e domínio. Todas essas coisas são manifestações do mesmo poder amarelo, embora suas ênfases relativas variem enormemente entre os indivíduos.

O sucesso em muitas sociedades humanas normalmente resulta de uma hábil expressão do poder amarelo. A força do poder amarelo em um indivíduo parece manter uma relação direta com os níveis do hormônio sexual testosterona em ambos os sexos, embora sua expressão dependa da psicologia pessoal. Existe uma influência mútua complexa entre os níveis de testosterona, auto-imagem, criatividade, status quo e necessidades sexuais, mesmo que não estejam manifestos. Em termos esotéricos, a Lua é o poder secreto por trás do Sol, como muitas magas percebem instintivamente e muitos magos descobrem mais cedo ou mais tarde. O ego se forma gradualmente através dos acidentes da infância e da adolescência e, na ausência de poderosas experiências posteriores, permanece razoavelmente constante, mesmo que contenha elementos totalmente inadaptáveis. Qualquer tipo de invocação poderia fazer diferença para o ego, porém um trabalho direto com ele pode fazer muito mais. Estão envolvidos muitos truques neste processo. O próprio reconhecimento do ego implica que a mudança é possível. Somente aqueles que percebem que tem uma personalidade ao invés de consistirem de uma personalidade podem mudá-la. Para muitas pessoas, a preparação de um inventário detalhado de suas próprias personalidades é uma atividade muito difícil e transtornante. Porém, uma vez realizada, é normalmente muito fácil decidir que mudanças são desejáveis. Mudanças no ego, na auto-imagem ou na personalidade através da magia são classificadas como trabalhos de iluminação e são, principalmente, realizadas por encantamentos retroativos e invocações. Encantamento retroativo, neste caso, consiste em rescrever a nossa história pessoal. Como nossa história define amplamente o nosso futuro, podemos mudar o nosso futuro redefinindo nosso passado. Todas as pessoas possuem certa capacidade para reinterpretar as coisas que deram errado no passado sob uma luz mais favorável, porém muitas falham em perseguir o processo até o final. Nós não podemos eliminar as memórias limitantes e incapacitantes, porém, por um esforço de visualização e imaginação, podemos escrever em paralelo memórias edificantes e capacitantes do que também poderia ter acontecido. Isso irá neutralizar as originais. Nós podemos também, quando possível, modificar alguma evidência física remanescente que favoreça a memória limitante.

As invocações para modificar o ego são encantamentos e personificações rituais das novas qualidades desejadas. Deve-se dar atenção às modificações planejadas no vestuário, tons de fala, gestos, maneirismos e na postura do corpo que irão melhor corresponder ao novo ego. Um artifício muito usado em magia amarela é praticar a manifestação de uma personalidade alternativa através de um gatilho mnemônico simples tal como a transferência de um dedo para outro.

Várias formas de deus são utilizadas para criar manifestações novas e fortes do ego e para experimentos com as outras três qualidades do poder amarelo. São exemplos: Rá, Helios, Mithras, Apolo e Baldur.

Carisma, a projeção de uma aura de autoconfiança, é baseado num truque simples. Após um curto espaço de tempo não há diferença nenhuma entre simulada e a verdadeira autoconfiança. Qualquer um que deseje remediar a falta de confiança e carisma e que esteja em dúvida sobre como começar a aparentar estas qualidades, poderá descobrir que um ou dois dias gastos aparentando um zero absoluto de autoconfiança irão revelar rapidamente: a eficácia da simulação e os pensamentos, palavras, gestos e posturas específicos requeridos para projetar qualquer simulação.

Parece que não se pode dizer nada a respeito da risada e da criatividade. Porém, o humor depende de uma súbita formação de uma nova conexão entre conceitos desconexos. Nós rimos da nossa própria criatividade em formar esta conexão. Exatamente a mesma forma de exaltação surge de outras formas de atividade criativa e, se o insight vem repentinamente, a risada é o resultado. Se não somos capazes de rir quando vemos uma peça realmente brilhante de matemática, então não somos capazes de entender isto. Também é necessário um certo grau de auto-estima e autoconfiança positivas para rir de algo criativamente divertido. As pessoas de baixa auto-estima tendem unicamente a rir do humor destrutivo e da desgraça dos outros; isso se rirem.

A risada é, freqüentemente, um fator importante nas invocações das formas de deus do poder amarelo. A solenidade não é um pré-requisito para o ritual. A risada é também uma tática comum para atrair a atenção da consciência para longe dos sigilos ou outras conjurações mágicas, uma vez terminados os trabalhos com eles. O forçar deliberado de uma risada histérica pode parecer um caminho absurdo para encerrar um encantamento ou uma invocação, porém isto tem se mostrado extraordinariamente eficiente na prática. Isto pode ser considerado como uma “destreza da mente” artificial que evita a deliberação consciente.

A “ordem da bicada” dentro de vários grupos de animais sociais é, normalmente, imediatamente evidente para nós e para os próprios animais. Dentro de nossa própria sociedade, tais hierarquias de domínio são igualmente comuns em todos os grupos sociais, embora possamos ir a extremos para disfarçar isto de nós mesmos. A situação humana ainda é mais complicada pela nossa tendência de pertencer a muitos grupos sociais, nos quais podemos ter diferentes níveis de status social, e o status social é, freqüentemente, parcialmente dependente de outras habilidades especializadas , diferentes da força bruta. Entretanto, assumindo que uma pessoa possa parecer competente na habilidade especializada que o grupo social requer, a posição pessoal no grupo depende quase inteiramente do grau de afirmação e domínio que a pessoa exibe. Estes são exibidos basicamente através do comportamento não-verbal que todos entendem intuitivamente ou subconscientemente, mas que muitos não entendem racionalmente. Como conseqüência, eles não podem manipulá-lo deliberadamente. O comportamento de domínio típico envolve o falar alto e lentamente, usando muito o contato visual, interromper a fala dos outros enquanto resiste à interrupção feita por estes, manter uma postura ereta de ameaça disfarçada, a invasão do espaço pessoal dos outros enquanto resiste à invasão de seu próprio espaço e colocar-se estrategicamente em algum lugar no foco de atenção. Em culturas onde o toque é freqüente, o dominador sempre o inicia ou, intencionalmente, o recusa. Em ambos os casos, ele domina o contato.

O comportamento submisso é, logicamente, o reverso de tudo acima e aparece muito espontaneamente em resposta ao domínio bem sucedido de outros. Há uma interação em mão dupla entre o comportamento de domínio e os níveis de hormônios. Se o nível muda, por razões médicas, então o comportamento tende a mudar; porém, mais importante do ponto de vista mágico, é que uma mudança deliberada do comportamento irá modificar os níveis de hormônio. “Finja isto até que você o faça”. Não há nada particularmente oculto com a maneira que algumas pessoas são capazes de controlar outras. Nós simplesmente não notamos como isto é feito porque quase todos os sinais comportamentais envolvidos são trocados subconscientemente. Os sinais de domínio tendem a não funcionar se os seus recebedores os percebem conscientemente. Deste modo, em muitas situações, eles devem ser liberados discretamente e com um aumento gradual na intensidade. Uma das poucas situações em que estes sinais são enviados deliberadamente é nas hierarquias militares, porém isto só é possível por causa da imensa capacidade de coerção física direta que tais sistemas exibem. Quebre as regras formais de comunicação não-verbal com um oficial e terá um sargento para inculcar-lhe alguma submissão por meios diretos. Eventualmente as regras formais são absorvidas e funcionam automaticamente, criando obediência suficiente para permitir o auto-sacrifício e a matança em massa. O poder amarelo é a raiz de muito do melhor e do pior que nós somos capazes.

Magia Verde

Há uma considerável superposição no que há de escrito nos livros populares de magia no que diz respeito aos assuntos do amor venusiano e a magia sexual lunar. Conseqüentemente, neste texto evitou-se ao máximo uma nomenclatura planetária. Embora a magia do amor seja realizada freqüentemente com objetivos sexuais, este capítulo irá se limitar às artes de fazer as pessoas amigáveis, fiéis e afetuosas para conosco.

Talvez sejam os amigos a nossa maior propriedade. Meu caderno de endereços é, facilmente, minha mais valiosa posse. Como com a atração erótica, primeiro é necessário gostarmos de nós próprios antes que os outros possam fazê-lo. Esta habilidade pode ser aumentada por invocações apropriadas do poder verde. Muitas pessoas acham fácil fazer vir à tona uma amizade de pessoas de quem eles gostam; porém, fazer amigáveis, pessoas que não estavam dispostas a isto, e pessoas a quem não estamos dispostos a dar nossa amizade, é uma habilidade valiosa. Uma amizade não correspondida é uma inabilidade somente da pessoa que a oferece.

As invocações do poder verde devem começar com o amor próprio, uma tentativa de ver o lado maravilhoso de todos os eus dos quais nós consistimos e, então, proceder a uma afirmação ritual da beleza e amabilidade de todas as coisas e pessoas. Formas de deus disponíveis para o “eu-amor” incluem Vênus, Afrodite e o mítico Narciso cujo mito reflete somente um certo preconceito machista contra este tipo de invocação.

De dentro da gnoses verde, os feitiços para fazer as pessoas amigáveis podem ser enviados por simples encantamentos ou pelo uso de entidades criadas com este objetivo. Entretanto, é nos encontros face-a-face que as habilidades de empatia estimuladas pela invocação trabalham de forma mais eficiente. Fora os artifícios óbvios de mostrar interesse em tudo o que o alvo tem a dizer, afirmar e simpatizar com a maior parte, há um outro fator crítico chamado “combinação de comportamento” que normalmente ocorre subconscientemente. Este fator consiste, basicamente, em tentar imitar o comportamento não-verbal do alvo, com a exceção das posturas que sejam claramente hostis. Sente-se ou fique de pé em idêntica posição corporal, faça os mesmos movimentos, use o mesmo grau de contato visual e fale com intervalos similares. Quando com comportamento de domínio, tais sinais só funcionam se não forem percebidos conscientemente por quem os está recebendo. Não se mexa imediatamente para igualar os movimentos e posturas do alvo. É essencial sondar e equiparar o comportamento verbal e comunicar com o mesmo nível de inteligência, status social e senso de humor que o alvo.

Antes de me tornar rico, eu praticava estas habilidades enquanto pegava carona. Logo, até mesmo pessoas que encontrei desfiguradas e cadavéricas estavam me pagando o lanche e me transportando para longe de seus próprios caminhos. A empatia irá levá-lo a qualquer lugar.

Magia Laranja

Charlatanismo, trapaça, viver de suas próprias habilidades e o pensar rápido são a essência do poder laranja. Estas qualidades mercuriais eram tradicionalmente associadas às formas de deus que atuavam como protetores dos médicos, magos, jogadores e ladrões. Entretanto, agora, desde o momento que os médicos descobriram que os antibióticos e as cirurgias higiênicas realmente funcionam, a medicina está parcialmente dissociada do charlatanismo. Todavia, por volta de oitenta por cento dos medicamentos ainda são basicamente placebos. Por isso o caduceu de mercúrio ainda é o emblema desta profissão. Da mesma forma, a profissão da magia tornou-se menos dependente do charlatanismo através da descoberta da natureza quântica-probabilística dos encantamentos e adivinhações e o total abandono da alquimia e astrologia clássica. No momento, a magia pura é melhor descrita como uma expressão do poder octarino, tendo um caráter uraniano. Porém, o charlatanismo ainda tem seu lugar na magia, assim como na medicina. Não nos esqueçamos que todos os truques de conjuração foram parte, em algum momento, do repertório xamânico de “aquecimento”. Nesta prática, alguma coisa perdida ou destruída é miraculosamente restaurada pelo mago com o intuito de colocar a audiência no estado de ânimo apropriado, antes do verdadeiro negócio de cura placebo começar. Em sua forma clássica, o mago coloca um coelho numa cartola antes de tirá-lo na frente da platéia.

Devemos acrescentar à lista das profissões fortemente influenciadas pelo poder laranja: o vendedor, o vigarista, o corretor e, ainda, todas as profissões com uma alta taxa de ataques cardíacos. A força motriz da gnoses laranja é o medo, basicamente. Porém, um tipo de medo que não inibe aquele que o tem, mas que gera uma velocidade nervosa extraordinária que produz movimentos e respostas rápidas em situações em que se está encurralado.

A apoteose do “eu-inteligência” é a habilidade de entrar naquele estado de sobremarcha mental, onde a resposta rápida está sempre pronta para chegar. Paradoxalmente, para desenvolver esta habilidade é suficiente não pensar sobre o pensar, mas, sim, permitir que a ansiedade paralise parcialmente os processos inibitórios dos pensamentos, de forma que o subconsciente possa liberar uma resposta rápida e inteligente sem a deliberação consciente.

As invocações do poder laranja são melhor realizadas em velocidade frenética, louca; sua gnoses pode ser aprofundada pela performance de tarefas que exijam a mente, tais como: fazer, de cabeça, o somatório de várias listas de números ou abrir envelopes que contenham difíceis questões e respondê-las instantaneamente. Deve-se insistir nessas atividades até penetrar na experiência de pensar sem deliberação. Várias formas de deus podem ser usadas para dar forma ao “eu-inteligência”: Hermes, Loki, o Coiote trapaceiro e o Mercúrio romano.

A magia laranja é normalmente restrita a invocações designadas para aumentar o “pensamento rápido” em atividades seculares, tais como: jogo, crime e objetivos intelectuais. A hipótese do Fiat Nox, por exemplo, veio para junto de mim numa semana após eu ter realizado uma eficiente invocação mercurial utilizando as técnicas acima. Na minha experiência, os encantamentos e as evocações realizadas depois de uma invocação da gnoses laranja raramente dão tanto resultado quanto a própria invocação. Talvez devêssemos falar algo a respeito do crime e do jogo em benefício daqueles que podem não estar entendendo o que pode ser feito com a magia laranja no suporte de tais atividades. É ridiculamente fácil roubar se o fizermos metodicamente. Porém, a maioria dos ladrões são pegos após um certo tempo. Isto ocorre porque eles se tornam afeitos à ansiedade que experimentam como excitação. Desta forma, começam a correr riscos para aumentar essa excitação. É óbvio que o ladrão noviço, que rouba algo em estado de extrema ansiedade e numa situação de risco zero, não será pego. O mesmo ocorre com o profissional cuidadoso. Entretanto, há muito poucos profissionais cuidadosos pois há muitos caminhos mais fáceis de ganhar dinheiro para pessoas com esta espécie de habilidade. A maioria dos ladrões sempre arranja uma forma de se incriminar. Isto ocorre porque, uma vez decaída a ansiedade do roubo, resta a ansiedade da punição. Aqueles que possuem a “inteligência rápida” e frieza exterior suficiente para fazer um roubo bem sucedido poderão ter mais resultado no ramo das vendas.

Existem três tipos de jogadores permanentes, dois dos quais são perdedores. Existem aqueles afeitos à sua própria arrogância que somente precisam provar que podem vencer a sorte ou as vantagens fixadas pelos organizadores do jogo. Há também aqueles afeitos à ansiedade de perder. Mesmo que ganhem, irão, logo em seguida, perder tudo novamente. Há, então, os vencedores. Não se pode dizer que estes últimos sejam, exatamente, jogadores porque ou estão organizando as disputas e apostas, possuem informações internas ou estão trapaceando. Esta é a verdadeira magia laranja. O pôquer não é um jogo de sorte se for jogado habilmente. Um jogo hábil inclui o não jogar contra pessoas de competência igual ou superior ou, ainda, pessoas em posse de uma Smith & Wesson contra seus quatro ases. Muitas formas convencionais de jogo são montadas de forma que qualquer coisa fará pouca diferença, excetuando as mais extremas formas de poder psíquico. Eu jamais perderia tempo com disputas onde minhas chances tenham sido reduzidas de cem para um para apenas seis para um. Entretanto, certos resultados obtidos usando-se presciência oculta em corridas de cavalo têm mostrado um potencial encorajador.

Magia Púrpura

A maior parte dos cultos que atravessaram a história tem uma característica em comum: eles foram conduzidos por homens carismáticos capazes de persuadir mulheres a dispensar livremente favores sexuais a outros homens. Quando começamos a observar, este fato torna-se claro em muitos cultos antigos, seitas monoteístas cismáticas e grupos esotéricos modernos. Muitos, se não a maioria, dos adeptos do passado e do presente foram, ou são, cafetões. O mecanismo é muito simples: pague a mulher com a moeda da espiritualidade para servir aos homens; estes, por sua vez, irão devolver-lhe o pagamento com adulação e a aceitação de seus ensinamentos será, para eles, um efeito colateral. A adulação dos homens irá aumentar seu carisma com as mulheres, criando um laço de realimentação muito positivo. Este processo pode ser um agradável “ganha-pão” até a velhice ou poderá sofrer um ataque da polícia. Outro perigo óbvio é que a mulher e, eventualmente, o homem pode sentir que as constantes mudanças de parceiros irão contra seus interesses emocionais e de reprodução a longo prazo. A circulação de pessoas em tais cultos pode ser muito grande, de forma que jovens adultos constantemente estejam substituindo aqueles que estão se aproximando da meia idade.

Poucas são as religiões ou cultos que não possuem um ensinamento religioso pois qualquer ensinamento provê um poderoso nível de controle. A maioria das mais estabilizadas e duradouras religiões estimulam a supressão do chamado sexo livre. Isso também traz muitos dividendos. A posição das mulheres se torna mais segura e os homens sabem quem são seus filhos. É natural que o adultério e a prostituição floresçam em tais condições porque algumas pessoas querem sempre um pouco mais que uma vida monogâmica pode oferecer. Assim, é muito correto afirmar que os bordéis são construídos com os tijolos da religião: indiretamente com as religiões convencionais, diretamente com muitos cultos.

Tudo o que foi dito nos faz perguntar porque é que as pessoas têm tal necessidade de querer que os outros lhes digam o que fazer com a sua sexualidade. Porque as pessoas têm que procurar justificativas esotéricas e metafísicas para aquilo que elas querem fazer? Porque é tão fácil “vender água para o rio”?

A resposta, ao que parece, é que a sexualidade humana possui uma constituição de insatisfação de origem evolutiva. Nosso comportamento sexual é parcialmente controlado pela genética. Os genes mais aptos a sobreviver e prosperar são aqueles que, nas fêmeas, encorajam a permanente captura do macho mais poderoso disponível e a ligação ocasional (clandestina) com algum macho mais poderoso que possa estar temporariamente disponível. Ao mesmo tempo, nos machos, os genes mais aptos a prosperar são aqueles que encorajam a impregnação do maior número de fêmeas que eles possam sustentar, além, talvez, de impregnar sorrateiramente outras poucas que sejam sustentadas por outros homens. É interessante notar que somente nas fêmeas humanas o cio está oculto. Em todos os outros mamíferos, o período fértil é muito óbvio. Parece que houve esta evolução para permitir, paradoxalmente, o adultério e o aumento das ligações sexuais nos momentos em que o ato não tem nenhuma utilidade reprodutiva. A base econômica de uma determinada sociedade irá exercer certa pressão em favor de um tipo particular de sexualidade, pressão esta que será codificada na forma de moralidade que irá, inevitavelmente, entrar em conflito com as pressões biológicas. Esta confusão reina pois nada é satisfatório continuamente. O celibato é insatisfatório, masturbação é insatisfatória, monogamia é insatisfatória, adultério é insatisfatório, poligamia e poliandria são insatisfatórios e, provavelmente, a homossexualidade também é insatisfatória se a alegre troca frenética de parceiros nesta disciplina for algo que continue.

Nada no espectro das possibilidades sexuais provê um solução a longo prazo, porém este é o preço que pagamos por ocupar o pináculo da evolução dos mamíferos. Muito de nossa arte, cultura, política e tecnologia surgem, precisamente, de nossas ânsias, medos, desejos e insatisfações sexuais. Uma sociedade sexualmente em paz iria, com certeza, oferecer um espetáculo insípido. É, normalmente, se não sempre, o caso da criatividade e realização pessoais serem diretamente proporcionais às suas inquietações sexuais. Esta é, realmente, uma das maiores técnicas da magia sexual, apesar de não ser reconhecida como tal. Inspire-se com o máximo de inquietações e confusões sexuais se você realmente quer descobrir o que você é capaz em outros campos. Uma vida sexual tempestuosa não é um efeito colateral de ser um grande artista, por exemplo. Porém, é a arte que é um efeito colateral de uma vida sexual tempestuosa. Uma religião fanática não cria as supressões do celibato. São as tensões do celibato que criam uma religião fanática. A homossexualidade não é um efeito colateral das vidas nos quartéis entre as tropas de choque de elite suicidas. A homossexualidade cria as tropas de choque de elite suicidas primeiro.

A Musa, a origem hipotética da inspiração, normalmente desenhada em termos sexuais, é a Musa somente quando seu relacionamento com ela é instável. Quaisquer pronunciamentos morais a respeito do comportamento sexual foram dados, sem dúvida, milhões de vezes antes e seria indecoroso para um caoísta reenfatizar algum deles. Porém uma coisa parece relativamente certa. Qualquer forma de sexualidade invoca eventualmente toda a gama de êxtase, auto-rejeição, medo, prazer, tédio, raiva, amor, ciúmes, despeito, auto-piedade, exaltação e confusão. São essas coisas que nos fazem humanos e, ocasionalmente, super-humanos. Tentar transcendê-las é fazer-se menos que humano, não mais. Intensidade de experiência é a chave para estar realmente vivo e, tendo escolha, eu preferiria ter estas experiências através do amor do que através da guerra.

Uma vida sexual insípida cria uma pessoa insípida. Poucas pessoas conseguiram obter grandiosidade em qualquer campo sem a propulsão que uma vida sexual-emocional turbulenta provê. Este é o maior segredo da magia sexual. Os dois segredos menores envolvem a função do orgasmo como gnoses e a projeção de um glamour sexual. Qualquer coisa que seja mantida na mente consciente durante o orgasmo tende a alcançar a subconsciência. Anomalias sexuais podem prontamente ser implantadas ou retiradas por este método. No orgasmo pode-se dar poder aos sigilos de encantamento ou de evocação. Isto pode ser feito, por exemplo, através da visualização pura ou através da contemplação do sigilo fixado na testa do parceiro. Entretanto, este tipo de trabalho é freqüentemente mais conveniente se realizado de forma auto-erótica. Embora a gnoses oferecida pelo orgasmo possa, em teoria, ser usada em suporte de qualquer objetivo mágico, normalmente é desaconselhável usá-lo para as magias entrópica e de combate. Nenhum encantamento é totalmente isolado no subconsciente e qualquer “escape” que ocorra pode implantar associações muito prejudiciais com a sexualidade.

Durante o orgasmo pode ser lançada uma invocação, sendo que esta operação será mais eficiente se cada parceiro assumir uma forma-deus. Os momentos seguintes ao orgasmo são muito úteis para visões de busca adivinatória. Atividades sexuais prolongadas podem, também, conduzir a estágios de transe úteis em adivinhação visual e oracular ou estados oraculares de possessão em invocação.

A projeção de um glamour sexual, com o objetivo de atrair os outros, depende de muito mais que a simples aparência física. Algumas das pessoas mais bonitas, no sentido convencional, carecem totalmente disso, enquanto que algumas das mais comuns desfrutam seus benefícios ao limite.

Para ser atraente para outra pessoa, você deve oferecer alguma coisa que seja a reflexão de alguma parte dela mesma. Se a oferta se torna recíproca, isso poderá conduzir a um senso de complementação que é mais prontamente celebrada pela intimidade física. Em muitas culturas, é convencionado para o macho exibir uma vigor público exterior e para a fêmea exibir uma personalidade mais tenra, ainda que nos encontros sexuais cada um irá procurar revelar seus fatores ocultos. O macho irá procurar mostrar que ele pode ser tão compassivo e vulnerável quanto poderoso, enquanto que a fêmea procurará mostrar uma força interna por trás dos signos e sinais de receptividade passiva. Personalidades incompletas, tais como aquelas que são profundamente machistas ou que consistem do oposto polar disso, não são nunca atraentes sexualmente a ninguém, exceto no sentido mais transitório.

Assim, os filósofos do amor têm identificado uma certa androginia em ambos os sexos como um importante componente da atração. Alguns têm usado de licença poética para expressar o belo ideal de o homem ter uma alma fêmea e a mulher uma alma masculina. Isso reflete o chavão que para ser atraente para os outros, você deve, primeiro, ser atraente para você mesmo. Algumas horas gastas praticando o ser atraente em frente a um espelho é um exercício valioso. Se você não consegue ficar nenhum pouco excitado com você mesmo, não espere que ninguém fique.

A técnica do “olhar da Lua” é freqüentemente eficiente. Você fecha os olhos rapidamente. Visualiza momentaneamente um crescente lunar de prata por trás de seus olhos, com os chifres da lua se projetando de cada lado de sua cabeça, atrás de seus olhos. Então, olhe nos olhos de um amante potencial enquanto visualiza uma radiação prata sendo emitida de seus olhos para os dele, ou dela. Esta manobra também tem o efeito de dilatar as pupilas e, normalmente, causa um sorriso involuntário. Ambos são sinais sexuais universais, sendo que o primeiro atua subconscientemente. Não se deve lançar encantamentos para parceiros específicos. É preferível conjurar para parceiros adequados em geral, para você ou para outros. Seu subconsciente possui uma apreciação muito mais penetrante de quem realmente é adequado.

A magia sexual é tradicionalmente associada com as cores púrpura (da paixão) e prata (da Lua). Entretanto, a eficiência das roupas pretas tanto como sinal sexual quanto anti-sexual, dependendo do estilo e corte, mostra que o preto é, num certo sentido, a cor secreta do sexo, refletindo o relacionamento biológico e psicológico entre o sexo e a morte.

Ritos de Natureza Mista

O poder amarelo combina bem, na invocação, com qualquer uma das outras forças, exceto a negra. Tais trabalhos têm o efeito de atrair a força aliada ao poder amarelo mais completamente para o reino da auto-imagem. Invocações negro-amarelas são realizadas convencionalmente em duas metades como experiências de morte e renascimento, em que o mago procura recriar vigorosamente sua auto-imagem após seu ritual de sacrifício. Invocações e encantamentos de natureza mista verde-púrpura funcionam bem, apesar de estas forças serem melhor utilizadas de forma isolada. Ainda assim, ritos púrpura-negros possuem efeitos incomuns e não são necessariamente perigosos para aquele que os realiza se construídos de forma cuidadosa.

Traduzido por Lucifer 149

[…] ou fortunas modestas e necessárias ou para grandes e inesperados ganhos. A magia do dinheiro, ( ou Magia Azul como colocaria Peter Carroll) é tão antiga quanto as maldições e os feitiçosd e amor, e muitas […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-do-caos/as-oito-cores-da-magia/

Adoração Solar-Fálica: como e porquê adorar o deus único

Anarco-Thelemita

Você pode mudar de roupa, você pode mudar de penteado. Você pode mudar de opinião política e pode até mudar de religião. Mas algumas coisas você não pode mudar. Uma delas é que o o Sol é a verdadeira fonte de vida no planeta Terra. Toda sua abundância de beleza e esplendor da natureza são apenas uma pequena poça de vida, uma “breve pétala solta na Rosa do Céu” do astro rei. É o Sol que fecunda nosso globo, e é ele que quando chegar a hora nos consumirá. Não é a toa que ele foi adorado de uma forma ou de outra por virtualmente todos os povos sob nosso céu. Allah é invisível, Athenas é fugidia, mas o Sol está lá. E só colocar a cabeça para fora da janela que você verá seu corpo luminoso ardendo em milhões de megatons de divindade inescapável. Assim, é inegável que no Macrocosmo o Sol seja Deus.

No Microcosmo, ou seja no indivíduo, o equivalente ao Sol é o o Phallus. Note que o Phallus não é a mesma coisa que um pênis. Um Phallus é um pênis ereto, que precisa e depende portanto do seu objeto de desejo. Sem a contraparte feminina não há ereção, não há Phallus. E podemos dizer que o Phallus é, assim como o Sol, é o doador de Luz e Vida, e assim podemos insinuar que é também Liberdade e Amor. (Light, Life, Liberty, Love)

Teólogos e sacerdotes tem garantido seus empregos discutindo os deuses e os anjos. Mas é fácil provar para qualquer um que o Sol é efetivamente a Fonte de Vida e Luz, que o Phallus é realmente PANGENETOR. Entender isso é importante poque está é a verdade velada por trás de todas as religiões e todos os mistérios da antiguidade. O Phallus-Sol está por trás de toda tradição, fábula e mitologia. Está nas catedrais góticas e nos ritos da Maçonaria. Esta na missa católica e nos escritos alquímicos.  Com esse entendimento, os rituais caldeus se tornam inteligíveis e a cabala passa a fazer sentido. Sem ela, tudo é apenas o mistério que justifica a zombaria dos ignorantes.

Tirando a roupa dos deuses

 

Neste nosso glossário não teremos espaço para deuses tribais e divindades regionais de pouca importância como Jeová. Trataremos apenas do alto escalão. Num artigo anterior tornei claro parte deste mistério relacionada aos Fluídos Sexuais, o A, B e C. Neste novo artigo, esclarecerei o restante do alfabeto. Eu poderia escrever um texto didático, mas vou fazer melhor do que isso. Aqui está, dicionário final para que você possa entender toda simbologia alquímica de uma vez por todas. Prepare seu charuto Dr. Freud. Eis os seus deuses:

  • 1. Fogo – Sol: Phallus
  • 2. Água – Lua: Kteis (Vagina)
  • 3. Montanha, Lar dos Deuses – ‘Olimpo’: local onde nasce o Sol. Também sua morada e complemento (Casa do Caralho)
  • 4. Ancestrais: Encarnações do Phallus.
  • 5. Serpente: Espermatozóide – Sêmem
  • 6. Leão, animais poderosos: indica o forte poder do Esperma e raios de sol.
  • 7. Ovo, Águia ou criaturas aladas: veículos da energia Fálica.
  • 8. Árvore, Frutas: Phallus florescendo, crescendo.
  • 9. Estrelas: Estrelas são também Sois.

Com este pequeno breviário você será capaz agora de descortinar a morada dos deuses. Em Thelema por exemplo Nuit é a o céu estrelado, portanto a mais sagrada de todas as coisas existentes. Hadit é a energia da vida, cujas vestes é o Phallus. O filho de Hadit e Nuit é Ra-Hoor-Khuit, o Sol-Phallus da terra. Se você não entendeu tudo, não se preocupe, medite. Na Figura de Baphomet e Babalon há uma Porção do Céu e Terra.

Mas além da Thelema, todos os outros deuses podem ser despidos pela lista acima pois são uma síntese do Sol Microcósmico. Por exemplo, as Deuses do Milho do México são referências a germinação (item 8), assim como os deuses do vinho como o romano Baco, que remetem a uva. A Sarsa ardente de Moisés é a manifestação do “fogo” solar (item 1). A pomba durante o batismo de Jesus (item 2 e 7). O nascimento miraculoso do Imam Ali dentro da Caaba (item3), etc…

Há assim realmente um só Deus. No Macrocosmos Seu nome é o Sol, e no Microcosmos o Phallus. Há quem remova as dificuldades a não ser Deus? Louvado seja Deus! Ele é Deus! Todos são Seus servos e todos aquiescem ao Seu mandamento! Deus é suficiente para todas as coisas, acima de todas as coisas, e nada nos céus ou na terra, a não ser Deus, é suficiente. Ele é verdadeiramente Onipotente, Onisciênte e Onipresente, Luz, Amor, Vida e Liberdade, Primeiro e ùltimo, Eterno Uno. A mais breve ilusão de ausência tanto do Sol quando do Phalus é o bastante para levar ao suicídio. Mas aqueles que tiveram sua consciência iluminada por eles entenderão também que esta Verdade que não deve, de modo algum, ser compartilhada por aqueles que não a querem. Esta é a razão dos mitos e simbolos. Toda tentativa de revelar isso ao profano resultará em mais profanação.

Deuses de barro

Há algo mais adorável que um Deus que faz os homens? Há algo mais abominavel do que um homem que faz deuses? Ou seja que criam falsos deuses e ídolos segundo sua própria vã imaginação? Estes deuses de barro servem apenas para confundir o povo e prosperar sociedades que onde os sacerdotes exploram a todos.  Compare por exemplo o Cristo das igrejas evangélicas o Cristo dos pais do gnosticismo. O primeiro é como um robô de fraude e opressão enquanto o segundo é uma síntese em estado de arte dos principais deuses guerreiros da Síria, Grécia, Caldéia, Roma e Egito como Mitras, Adonis, Attis, Osíris, Dionísio, Isis, Astarte, Vênus e possívelmente muitos outros. O Cristo dos evangélicos é um pobre garoto propaganda enquanto que o Cristo Gnóstico é uma obra prima em termos de design divinal.

Esta grande síntese ocorreu em um momento em que o Império Romano tornou viável o intercâmbio entre diversas expressões religiosas por todo seu território. Enquanto o Deus Sol-Fálico foi arquitetado na magestosa forma de Cristo, os deuses locais foram substituídos por santos, virgens, mártires ou anjos,  em geral sempre com as mesmas características principais.  O resultado final é uma grande síntese realmente admirável, mas alguns séculos depois, dentro do contexto da Franco-Maçonaria essa síntese foi feita com uma precisão e habilidade ainda maior. Ocorreu que os Templários e Cruzados encontraram-se com os exércitos de Saladino e com isso obtiveram um segredo chamado Baphomet, que é uma síntese ainda mais poderosa do que Cristo.

Sendo que todas as formas de culto ou são símbolos ou deturpações da adoração Solar. Seguem agora três formas pelas quais essa adoração pode ser feita explicitamente para aqueles que sentem-se chamados a uma vida verdadeiramente religiosa:

 

Adoração Solar

A Adoração Solar é feita quatrro vezes ao dia, acompanhado a viajem de Deus sobre os céus. Uma mesma invocação pode ser usada nestas quatro vezes:

  • Nascer do Sol. Voltado para o leste dizemos: “Saudações a Ti que és Ra em Tua ascensão, sempre a Ti que és Ra em Tua força, que viajaste sobre os Céus em Teu barco ao alvorecer do Sol. Tahuti erguido em Seu esplendor na proa, e Ra-Hoor permanece no leme. Saudações à Ti, da Morada do Noite! “
  • Meio Dia. Voltado para o sul dizemos: “Saudações a Ti que és Ahathoor em Teu triunfo, sempre a Ti que és Ahathoor em Tua beleza, que viajaste sobre os Céus em Teu barco ao meio-curso do Sol. Tahuti erguido em Seu esplendor na proa, e Ra-Hoor permanece no leme. Saudações à Ti, da Morada da Manhã! “
  • Pôr do Sol. Voltado para o oeste dizemos: “Saudações a Ti que és Tum em Teu crepúsculo, sempre a Ti que és Tum em Tua alegria, que viajaste sobre os Céus em Teu barco a Meia-Noite do Sol. Tahuti erguido em Seu esplendor na proa, e Ra-Hoor permanece no leme. Saudações à Ti, da Morada do Dia! “
  • Meia Noite. Voltado para o norte dizemos: “Saudações a Ti que és Khephra em Teu refúgio, sempre a Ti que és Khephra  em Teu silêncio, que viajaste sobre os Céus em Teu barco ao Por do Sol. Tahuti erguido em Seu esplendor na proa, e Ra-Hoor permanece no leme. Saudações à Ti, da Morada do Tarde! “

Altar Solar

Outra forma de culto ao Deus inescapável é designação de um espaço onde repousará uma vela ou lâmpada sempre acessa iluminando a imagem do Sol-Phallus esculpida ou modada em ouro, prata, platina ou bronze por um artista habilidoso. Periodicamente presta-se culto mantendo vigília diante deste Senhor da Vida proferindo de todo seu coração hinos e invocações a Deus. Com isso a Imagem será consagrada por sua Vontade e será assim um repositório de força, um foco ou imã que atrairá essa força e lhe será uma ligação direta com esta terrível fonte de poder. Ele mantêm esta devoção em segredo e desfruta em silêncio de seus frutos.

Consagração Solar

O templário também realiza uma veneração interior que o torna ainda mais próximo do coração de Deus. Para isso, escolhe um “altar secreto” em seu próprio corpo, no cérebro, coração garganta ou plexo solar ou qualquer outro centro de força. Lá ele estabelece uma imagem mental do Phallus ou do Sol e fechando as portas de todos os sentidos adore e valorize essa imagem com incansável reverência.  Isso é feito de maneira periódica, como faria se tivesse um altar e de modo tão dedicado que sua Memória e Imaginação dancem ao seu redor como mulheres fazendo poledance. E então, tento o pensamento sido concentrado, ele volte sua mente para a contemplação daquela imagem e considere todos os demais pensamentos como intrusos e espiões.

Se você se dedicar ao Altar ou Consagração Solar, com coragem e empenho certamente verá Deus em toda sua Glória. Isso fará com que seja despertada uma consciência não segundo esta ou aquela religião, mas segundo a força por trás de todas elas. Não os dogmas dos sacerdotes, mas o contato direto desfrutado pelos fundadores das religiões.  Então as bençãos do Deus Verdadeiro, e o Favor e Fervor do Senhor ΙΘΦΑΛΛΟΣ estarão convosco, e mudarão seu cérebro, coração e você terá realmente um novo corpo. A Sabedoria, a Beleza e o Poder estarão dentro de você.

 

Postagem original feita no https://mortesubita.net/thelema/adoracao-solar-falica-como-e-porque-adorar-o-deus-unico/

Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens

“Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens” é um estudo de teoremas básicos da Magia Sexual. Foi originalmente publicado sob o juramento de segredo dentro do 8º grau da OTO e é de autoria de Mestre Therion em seu papel como Baphomet, o décimo grau, administrador chefe da ordem na Irlanda, Iona e todo Reino Unido.

O documento usa simbolismo maçônico tradicional e hermético e portanto deve ser estudado alinhado com as tradições ocidentais, embora o assunto ocasionalmente extraia algo das fontes tântricas orientais. Sabendo disto, certas reinterpretações de terminologia são imperativas. Os termos Caminho da Mão Esquerda/Direita, por exemplo, são usados neste documento de acordo com os ditames do pensamento Hermetista e maçônico ao invés de seus significados tântricos originais. Portanto, eles são aqui usados para representar aqueles que dissolvem o ego sob a revelação da Vontade Verdadeira (CMD) e aqueles que usam de meios ocultos para sustentar a substância egóica abaixo do Abismo (CME). Esta segunda classe é vista como aqueles que evitam o Eu Verdadeiro e criam um estado de desequilíbrio e destruição internos. Além destas definições devemos entender que o termo Castidade especificamente refere-se àqueles que usam sua sexualidade alinhada com a meta de atingir a Vontade Verdadeira e não no sentido de abstinência. Mantendo estas definições na mente e examinando o documento em conjunto com seus comentários, o mago descobrirá uma riqueza de informações a respeito da teoria e prática da Magia Sexual, O texto em si está escrito em itálico, com os comentários em fonte normal.

SOBRE OS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES COM OS HOMENS

DE NEUPRIIS SECRETIS DEORUM CUM HOMINIBUS

Baphomet Xº OTO do trono da Irlanda, Iona e todo o Reino Unido, que estão no Santuário da Gnosis para os Adeptos Perfeitamente Iluminados do Areopagus Secreto do Oitavo Grau, Pontífice e Epópeta dos Iluminatti, Saudações e Paz.

Sob o selo de obrigação do VIII.

Sobre a Castidade

Queridos amados, na guerra da casta do Caminho da Mão Esquerda contra a Gnosis, cuja primeira fase terminou no estabelecimento daquela tirania e superstição que é chamada de Cristianismo. Muitas verdades foram roubadas pela Loja Negra e pervertidas por seus usos vis. E o mais nocivo em sua corrupção é a castração do homem chamada de Castidade. A atrofia das partes mais nobres do corpo que são os órgãos de redenção adequados, ambos Gaian e Ouranian (terra e céu). Nós que então no sétimo grau juramos solenemente castidade, tanto interna quanto externamente,, que observamos com nossos olhos agora como Epópetas dos Iluminatti e como perfeitos Pontífices de nossa nobre ordem administrada com nossos membros, a iniciação cujo nome é Ressurreição na luz. Logo, nós somos aptos a iluminar os locais mais escuros da terra e considerar sabiamente o que jaz no império dos Maus. Leia, portanto, estas passagens na falsificação chamada a Epístola de Paulo aos Romanos…

‘Não deixe, por esse motivo, nenhum pecado reinar em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões. Nem ofereçais vossos membros ao pecado como instrumentos da iniqüidade, mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos da retidão. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne, assim como vós oferecestes vossos membros como servos da impureza e de iniqüidade a iniqüidade. Mesmo agora oferecei vossos membros como servos da retidão para a santificação. Pois quando éreis escravos do pecado, vós estivéreis livres a respeito da retidão. Que frutos tivéreis então ainda naquele tempo a não ser as coisas das quais agora vos envergonhais. O fim daquelas coisas é a morte. Mas agora estando livres do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação e, por fim, vida eterna.’

Romanos VI : 12 e 13, 19-22

Considere também estas passagens do Velho Testamento :

‘E o Senhor disse-me : Tome uma grande tábua e escreve nela de maneira inteligível Maher-Shalal-Hash-Baz. E eu tomarei comigo testemunhas fidedignas para testemunhar a Uriah, o sacerdote, e Zacariah, o filho de Jeberequiah. E eu fui à profetisa e ela concebeu e deu à luz um filho. Então o Senhor me disse : Põe-lhe o nome de Maher-Shalal-Hash-Baz.’

Isaías VIII : 1-4

‘Quando o Senhor pela primeira vez falou por meio de Oséias, então o Senhor lhe disse : Vai, tomai uma mulher de prostituição e crianças de prostituição, pois a terra cometeu grande prostituição, desviando-se do Senhor. Ele então se foi e tomou Goher, filha de Diblaim e ela lhe concebeu e deu à luz um filho.’

Oséias I : 2 e 3

‘E disse-me o Senhor : Vai outra vez, ama uma mulher amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos e uva-passa. Então comprei-a por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada e lhe disse : Tu me suportarás por muitos dias, tu não deves te prostituir, nem serás de outro homem, assim eu também te suportarei.’

Oséias III : 1-3

O primeiro aspecto deste documento discute como os irmãos do CME são aqueles que corrompem os Mistérios, eles são primariamente vistos como aqueles da fé cristã. Dois aspectos específicos de sua corrupção são a remoção dos ensinamentos dos verdadeiros Mistérios no qual todos os magos são Pontífices, não simplesmente um tolo no Vaticano e a destruição dos Mistérios da Magia Sexual.

O cristianismo é claramente identificado como a pior corrupção da Gnosis, sendo que originalmente detinha os Mistérios mas os deformou e traiu os segredos que estavam em sua possessão. A Igreja desembasou o conceito de sexualidade religiosa e o substituiu com genitais atrofiados e ‘castidade’ como abstinência.

A natureza das iniciações da OTO e em qualquer ordem thelêmica focaliza-se na ressurreição na luz ou, em termos menos religiosos, a invocação da Vontade Verdadeira. Este conhecimento inclui a crença de que todos os corpos devem ser usados como veículos para a manifestação do Eu Verdadeiro, mas mais especialmente o corpo instintivo que reforça o organismo através do sistema Chakras-Kundalini.

Os versos bíblicos sugerem uma interpretação gnóstica da escritura a respeito da Magia Sexual. O primeiro verso descreve a natureza real das forças sexuais. O estado de ‘pecado’ é aquele de não estar em contato com o Verdadeiro Eu. O homem mundanoestá neste estado por não ter entendimento de seu ser interior, o uso de seus instintos pouco lhe importa pois ele não tem tal consciência. Contudo, o mago deve perceber sua posição em relação ao seus instintos, pois estes são uma expressão de seu Eu Verdadeiro e portanto devem ser usados APENAS dentro deste processo de santificação (purificação dos corpos) e retidão (estar ligado ao Universo). Qualquer outro uso está fora de contexto com seu estado de iniciação.

Para o mago, a sexualidade é um foco do status de sua Vontade Verdadeira e portanto é usado de acordo com essas condições, este é o significado real da Castidade e Brahmacharya.

Os versos do Velho Testamento sugerem a fórmula esotérica de Babalon. Por meio da qual o papel real da Sacerdotisa é sexual tanto no papel da Magia Reprodutiva (Gamaísmo) e atos gerais da Magia Sexual. No último verso está óbvio que ela não é uma esposa, mas uma Sacerdotisa dos Mistérios consagrada, usando um arcano sexual. Em todos estes versos vemos uma descrição velada das bases da Magia Sexual como ensinada na Gnosis atemporal e ainda escondida dentro dos ensinamentos do Cristianismo ainda muito tempo após ter perdido a custódia dos Mistérios.

UMA NOTA IMPORTANTÍSSIMA

Nos últimos anos, reclamações ridículas têm sido feitas contra a comunidade ocultista em relação a sacrifícios humanos, particularmente, sacrifícios infantis. Deve ficar claro que nenhum mago, ocultista ou magista que tenha qualquer poder real (ou cérebro) acredita ou usa sacrifícios humanos de qualquer forma. Mesmo o sacrifício animal é abominado pela comunidade ocultista moderna.

O sacrifício é uma virtude primariamente cristã tendo se desenvolvido do conceito judeu de expiação. Nos tempos do Velho Testamento os judeus sacrificavam suas crianças (especialmente seu primeiro filho nascido) e quando isto se tornou inaceitável, substituíram-no por sacrifício animal e circuncisão. Esta ética sacrificial se arrastou até a expiação substitutiva de Jesus através de seu sacrifício de sangue pela humanidade.

As seções seguintes do “De Neupriis Secretis Deorum cum Hominibus” foram escritas sarcásticamente por Mestre Therion. Sendo que a Igreja Católica acredita que ‘derramar a semente’, isto é, masturbar-se, era um desperdício de potencial para as crianças e um pecado contra Deus, Crowley viu isso como uma grande diversão ridicularizar sua ignorância e estupidez; ele assim o fez usando a imagem do sacrifício. Ele afirmou, por exemplo, no ‘Magia em Teoria e Prática’, que ele matava uma criança por dia. O que ele queria dizer ? É óbvio que isto significa que ele se masturbava bastante todos os dias, nada mais, nada menos ! As seções seguintes são obviamente sarcásticas e comentários velados sobre práticas sexuais usando imagens de Igreja Católica contra a mesma.

No jargão da Magia Sexual de Crowley uma criança era um código para os fluidos sexuais masculinos e femininos combinados, enquanto que um adulto representava fluidos de apenas um sexo. Copiamos estas seções com esta consideração em mente. Crowley, nós mesmos e todos os thelemitas modernos ficam desgostosos com sacrifício e deixam isto para qualquer cristão que possa pegar este livro e tentar usá-lo contra nós, para seriamente considerar a virtude de sua própria fé pois eles adoram um humano sacrificado, mutilado e torturado e pendurado numa cruz.

Sobre os Ritos de Sangue

Diz-se que há uma seita judaica chamada Chassidim, cuja prática é o sacrifício do homem. Embora de preferência uma criança, mas também um adulto, é tomado entre os gentios e cerimonialmente imolada, para que nenhuma gota de sangue seja perdida, para que o espírito da vítima não escape ao exorcista, refugiando-se na gota. Seu sangue é então consumido como um sacramento ou empregado para propósitos talismânicos. Pois o espírito do imolado está selado no sangue derramado e reunido,daí é multiplicado em cada parte, como na missa do Corpo de Cristo,onde é dito que esteja igualmente em todas as miríades de hóstias consagradas, e seu sangue em cada gota de vinho consagrado, em qualquer lugar e por sua eficácia.

Considere isto.

Novamente, está bem claro que Crowley está atacando as crenças sacrificiais das comunidades judaica e cristã. Ele tomou a velha lenda de judeus sacrificando crianças e a virou de ponta-cabeça para explicar um conceito esotérico. Para Crowley o código é claro : sangue = fluidos sexuais. Não há sugestão do uso real de sacrifício mas uma clara e precisa análise da lenda judaica e cristã. A mensagem básica é a de que em cada gota de fluido sexual há uma grande concentração de força psíquica (alma) e que este fluido pode ser usado como sacramento afim ao rito da comunidade cristã.

O uso deliberado da imagem sacrificial e o conceito de comunidade nesta seção novamente mostra o forte sarcasmo de Crowley e seu desgosto (se essa for uma palavra suficientemente forte) pela ética sacrificial judaico-cristã.

Sobre Certos Ritos Secretamente Praticados na Rússia

Há um corpo dentro da Igreja Grega que mantém uma doutrina esotérica e pratica um rito secreto. Nos encontros deste corpo, as luzes são extinguidas, os adoradores, liderados por um sacerdote e uma sacerdotisa escolhida e consagrada procuram um pelo outro através do toque e por atração sutil, então eles consumam a caridade pura de seus corações em zelo sagrado. Se pela graça e habitação do Espírito Santo a sacerdotisa deste rito despose, e também virgem conceba e dê a luz, então a criança é batizada por seu pai, o sacerdote para a purificação de água e para a consagração de fogo,assada e dividida entre os adoradores para seu uso como sacramento, como um talismã e como remédio contra todas as doenças.Isto também é dito dos Cavaleiros de nossa própria ordem sagrada do Templo, esta descendência de qualquer um deles através de uma virgem, era assada e um ungüento era feito de sua gordura com o qual o mago untava uma figura inefável de Baphomet.

Considere isto.

Mais uma vez, o sarcasmo flui. Com suficiente conhecimento de Thelema podemos novamente ver a referência codificada. Crowley usava fluidos sexuais combinados como um remédio e acreditava que era usado como agente de unção pelos Cavaleiros Templários. O verdadeiro ungüento era como uma bateria, armazenava o frenesi orgásmico combinado dos Cavaleiros (disparado pelo sexo com uma virgem) numa espécie de ‘acumulador orgônico’. Mais uma vez, torna-se abundantemente claro no texto que sangue = fluidos sexuais, criança = fluidos sexuais combinados, expelidos de maneira ocultista. A consagração do fogo ou Shin no hebraico relaciona diretamente à luxúria ou poder instintivo. Qualquer Mago que acredite que estas referências na verdade condenam o sacrifício ritual devem pôr este livro de lado imediatamente e retornar para seus estudos ocultistas básicos !

Sobre a Missa Negra

Dentro da Igreja Romana têm sido encontrados desde o começo até hoje pessoas e sociedades conformadas na aparência com este culto materialista, internamente revoltadas contra ele, ainda tão freqüentemente ignorantes de nossa Luz e na verdade para eles o alcance da Vida, Liberdade e Amor, parece possível apenas através da profanação de seus próprios Mistérios. Pois eles não sabiam que estes Mistérios eram eles mesmos mas profanação e corrupção dos verdadeiros e perfeitos Mistérios dos Adeptos. Eles estabeleceram portanto um culto cuja fórmula fundamental era o definhamento da hóstia consagrada. O sacerdote portanto tendo feito o pão em Corpo de Cristo (como ele teoricamente poderia fazer pela virtude de seu poder apostólico), como ele pensava, definhava este corpo usando-o como o objeto e veículo da luxúria. Crianças heróicas da liberdade, mas triplamente cegos ! Sanções que perecem com os Filisteus. Pois se a teoria eclesiástica é verdadeira, de fato eles incorrem em danação, se falsa, eles verdadeiramente perdem seu trabalho. Mas pelo menos eles colocam o Homem contra o falso demônio do Cristão, e leva-se em conta para a sua retidão. Mas veja, vós Irmãos, adeptos perfeitamente iluminados, quão grande é o erro deles que por sua revolta devem ser reis. Pois não são na verdade as excentricidades simiescas do sacerdote que consagram o pão mas seu poder masculino que deve tornar sagrada todas as suas ações. Considere isto.

Esta descrição magnificente explica, até mesmo justifica as seções anteriores estranhas e sarcásticas. Aqui, Crowley torna claro que o uso de qualquer forma de profanação (incluindo o sacrifício) é uma tentativa estúpida e vazia de se revoltar contra o cristianismo e portanto é simplesmente uma corrupção de uma corrupção. Esta passagem claramente rejeita não apenas o sacrifício mas a estupidez de ambos o profanador da Igreja ( nas excentricidades da Missa Negra) e a ignorância banal dos próprios sacerdotes. Esta seção mostra como a Missa Negra, embora possa ser uma revolta significante contra a Igreja, termina tornando-se tão bárbara e idiota quanto os ritos do inimigo que objetivou vencer.

A sugestão está no fato de que o poder da Igreja está em sua sexualidade sublimada, o poder do sacerdote está em seu falo, não em suas palavras inconscientes pelas quais ele clama transformar o pão em ‘jantar judeu’. A essência desta seção é a de que todo sacrifício é uma reação a ou produto da ética Cristã e Judaica e da mesma maneira aqueles que praticam a Missa Negra, etc. estão reagindo contra a Igreja e são simplesmente um produto dela. Eles certamente não são dos Mistérios, nem de nós.

Do Sabbath dos Adeptos

Nas horas negras da terra quando a superstição cristã com malogro caído secou malignamente a maioria dos povos da Europa, quando nossa ordem sagrada foi dispersada e a santidade de seus preceitos jazia violada, havia ainda certeza em manter a Verdade em seus corações e amar a luz para guardar a lamparina da virtude sob um manto de sigilo. E estes em certas estações por caminhos abertos ou escondidos, em charnecas ou montanhas, eles dançavam juntos e com estranhas iguarias e feitiços, chamavam ele, cuja energia chamaram ignorantemente de ‘Satã’, que era na verdade o grande deus Pan, Baco, ou até mesmo Baphomet que os Templários adoravam secretamente, e ainda adoram pois no VI todos Cavaleiros ilustres da sagrada ordem do Kodosh, todas as damas de companhia do Santo Graal são ensinados a adorarem; ou BABALON a bela ou até mesmo Zeus, o Apolo dos gregos. E cada um quando primeiramente induzido para a festa era feito parceiro daquele encarnado pela consumação do rito de casamento. Considere isto.

O Sabbath como entendido dentro da tradição tântrica do Santuário é o sobrevivente das formas primordiais de Magia Sexual Gnóstica, quando a Igreja degradou os Mistérios, as formas primevas foram ressuscitadas pelos Magos e ensinadas em florestas e montanhas. A chave para o ensinamento estava no direito divino de casamento através do qual o mago dedicava-se à força criativa do universo e identificava sua sexualidade com aquela dos Mistérios, ao invés de degradá-la na vida rotineira. Este processo é afim ao ensinado dentro do arcano Gama, técnica Qodosh.

Sobre Fábulas Clássicas

Os antigos de qualquer nação relatavam seus heróis como sendo nascidos do casamento dos Deuses com homens mortais. Como Rômulo e Remo nasceram de uma vestal virgem inseminada pelo Deus Marte, Hércules de Zeus, Buddha de Vishnu, na forma de um elefante com seis trombas, Jesus de Jeová com uma virgem e muitos outros. Mesmo Deuses verdadeiros nasciam de mães mortais, como Dionisos de Sêmele. Também eles contam muitos amores do céu pela terra, Diana por Endymion, Zeus por Leda, Dana, Europa e o resto. Mesmo Hades saiu de seu reino de penumbra para desposar a donzela Perséfone. Há também amores de Deuses por ninfas, Baco por Ariadne, Zeus por Io, Pan por Syrinx. Não há limite. E sátiros, faunos, centauros, dríades, milhares de graciosas tribos, brilhante e luxuriosamente pelas lendas. De novo temos os amores de fadas pela humanidade e o comércio dos Beni-Elohim pelas filhas dos homens, e novamente o casamento de Orfeus com Euridice, uma ninfa,e as redes fidedignas que as Laura Melusina, as sereias,, Lilith e muitas outras jogaram para os homens. É até mesmo dito que para cada iniciado da ordem da Astrum Argum podem aparecer na forma de um demônio ou uma mulher para pervertê-lo. Dentro de nosso próprio conhecimento temos que não menos que nove irmãos que foram absolutamente jogados para fora desse modo. Há também amores fúteis como o de Ixion por Hera, de Actaeon por Artemís.

Considere isto.

A primeira mensagem dentro desta seção é a descrição da idéia do uso de congresso sexual com formas astrais. Nesta ilustração, Deuses e Deusas. O propósito chave desse congresso sendo tanto a produção de uma manifestação desta força (crianças espirituais) ou a criação do elixir. Isto é ilustrado de acordo com os diferentes métodos que podem ser usados, Deuses e Ninfas, Fadas e Homens, Deuses e Mortais e por aí vai, cada ilustração oferecendo um tipo levemente diferente de fórmula.

Além dessas fórmulas, há as que as sereias e afins oferecem , a fórmula do aprisionamento através da magia sexual. Uma fórmula que deve ser usada com extremo cuidado, para detalhes desta fórmula, a fórmula de Vampiro de Alhim é encontrada no “De Ars Magica”. Nos últimos versos é dado o aviso de que a criação de uma forma astral não deve ser confundida com um homem ou mulher físicos, embora ele/ela possa tomar o lugar do sacerdote/isa dentro do rito, esta confusão pode levar a obsessão e a perda da vontade mágika.

Sobre Certos Ritos Gregos

Entre os povos da península dos Balcãs e especialmente os gregos, por trás do disfarce de falso cristianismo, está escondido o trigo de Deméter. E como o muçulmano confia estar unido pela morte ao Hur al Ayn do paraíso, também estes outros ainda pensam que casamento mundano não é mais do que fornicação, pois a morte é nupcial posto que a alma está unida àquele Deus ou Deusa para quem na terra sua paixão aspirava. Portanto, mesmo no abraço de seus amantes, seus corações estavam fixos em Artemís ou em Afrodite, ou em Ares ou em Apolo, conforme a tendência interna incita e daí a intuição.

Considere isto.

Esta seção continua com a idéia do uso de imagens astrais em conjunto com as várias formas de magia sexual. A diferença, entretanto, sendo que aqui o processo é moldado numa forma de Bhakti ou yôga devocional. Esta forma de prática yôguica usa o orgasmo sexual (a ‘pequena’ morte) para realizar um estado de união extática com a imagem escolhida. Um extensão natural desta técnica pode ser feita na feitiçaria comum, onde os trabalhos nos caminhos e sephiroth podem ser expandidos através do congresso sexual com os vários habitantes destes locais.

Obviamente isto garante mais sucesso do que as técnicas mais tradicionais de trabalho dos caminhos.

Sobre Súcubos e Íncubos

De todos os tempos a vida do homem agora e novamente caiu no sono, sem vontade e apenas reflete-se vagamente e fantasticamente pelos sonhos e seu conhecimento. Agora sendo que nada pode ser perdido em qualquer plano, mas apenas mudado na aparência, a substância interna dessa forma de vida de fato cria monstros, em parte materiais, que os doutores da Idade Média chamavam íncubos ou súcubos de acordo com suas funções masculina e feminina. Estes também, criaram crianças em mulheres, mas não o contrário, para o súcubo, pois todas suas funções femininas são tão masculinas quanto as de seu irmão. Destes amantes monstruosos alguns até se tornaram famosos na terra como aquele que tentou Santo Antônio, e o anjo que brigou com Jacó num lugar chamado Paniel. Também Merlin era a criança de um íncubo, e assim foram criados muitos heróis da antiguidade.

Considere isto.

As primeiras linhas desta seção descrevem a teoria básica por trás da emissão sexual, também as emissões sexuais ejetam tanto para o reino físico quanto astral um grau de força de vida ou Ojas. Esta força, quando não controlada pela vontade, tende a operar de uma maneira descontrolada, criando uma variedade ampla de formas baseadas no estado de sonho que é associado com o orgasmo sexual. Uma das criações resultantes é o íncubo, que representa uma forma de estímulo sexualque é criado pelos sonhos associados com as emissões sexuais, isto pode ser formado durante o sono ou estados despertos. Se propriamente controladas, tais criações são de grande valor para realizar trabalhos Gama e Epsilon dentro das esferas astrais sem intervenção física bem como outras possibilidades mágikas.

Sobre o Trabalho dos Adeptos

Não é apenas uma provação e como uma preparação para, a maior chave que é dada ao iniciado do Santuário da Gnosis é o IX OTO, mas por sua própria graça e o valor prático e permanente de seus efeitos como um trabalho menor para ser realizado por Epópetas – e muito mais por Pontífices – dos Iluminatti. E este trabalho é triplo …

1. Devoção ao mais alto intensificada em todos os planos até que se acumule em união conjugal ratificada por todos Deuses tão firmemente que a própria morte é o portal para seu mais pleno e permanente desfrute. E a alma é para criar-se como uma criança para a nova encarnação sobre o corpo da grande Deusa. Como está escrito, assim deve ser falado sobre ti!

“Ó Tu tens formado teu pai e feito fértil tua mãe.”

2. Aceitação da devoção de um ser inferior ou parcial tal como uma ninfa ou um elemental de tal maneira que por meio desta seja redimida e feita uma perfeita alma através da morte que deve ser paga como preço pela união com o homem.

3. A creação deliberada e bem considerada de novas ordens de seres.

Esta seção, descrevendo o trabalho do adepto, resume os trabalhos básicos que devem ser completados com sucesso como parte das aplicações práticas primordiais da Magia Sexual. A primeira seção descreve o procedimento por meio do qual, através de congresso sexual com formas astrais, relacionados aos caminhos e às Sephiroth, uma nova forma é criada, um novo eu; o Eu Verdadeiro é criado e moldado e nasce através da consciência do velho eu. A seguir, o mago usando as técnicas de íncubos e súcubos toma um elemental ou ser parcial para atingir certas tarefas, reforçar sua vontade e explorar os mundos inferiores. O resultado final deste processo sendo a aceleração do crescimento do elemental e sua graduação, na morte, aos rincões inferiores da corrente de vida humana.

A seção final sugere todo o trabalho realizado pelo mago durante os estágios primários de seu treinamento tântrico, mesmo o processo inteiro, a criação de novas ordens de seres.

Casamentos Maiores

1. O meio supremo está plenamente declarado nas publicações da fraternidade augusta mais sagrada Astrum Argum – Liber XI e Liber DLV.

2. Seu outro método é sugerido a cada ocasião antes do sono : que o adepto imagine sua Deusa diante dele, mantendo-a ardentemente na imaginação e exaltando-se com toda a intensidade em direção a ela. E que ele considere todos movimentos involuntários da mente como adultério, vil e criminal. Logo, com ou sem assistente, que ele purifique-se livre e plenamente, ao final do comedimento treinado e ordenado até a exaustão, concentrando-se sempre ardentemente sobre o corpo de sua grande Deusa e que a oferenda seja preservada em seu templo consagrado ou num talismã especialmente preparado para essa prática. E não deixe o desejo por qualquer outro entrar em seu coração. Então será no final que a Grande Deusa descerá e vestirá sua beleza em véus de carne rodeando sua fortaleza casta do Olimpo para teu assalto, Ó Titã, filho da terra ! Ou pelo menos isto sendo negado a ti, ainda que toda tua vida em coração e espírito sendo Dela tua morte será a consumação desses noivados, uma entrada no palácio fechado de tua dama. E de tais desposamentos deves tu ler no Liber CCCXVIII, mais especificamente no nono e segundo Aethyres. É de se notar de tudo isso que tanto Deus quanto a Alma são macho ou fêmea conforme a conveniência requerer. Veja, por um curioso exemplo, o tratrado místico chamado Bagh I Muattar.

Os métodos básicos de magia devocional estão descritos no Liber Nu e no Liber Had, eles são a base para todos os trabalhos devocionais dentro da Astrum Argum como sugere a seção acima. O segundo método de magia devocional está então descrito para estudantes mais avançados, sendo baseado no uso de técnicas Beta ou magia masturbatória. Por meio da qual a imagem formada é a do Deus(a) para o qual o iniciado aspira, como sugere o último verso esta figura pode, na realidade, ser de qualquer sexo ou forma que a preferência ditar. (O Bagh I Muattar é um texto místico homossexual). Este método é apenas bem sucedido se todos os pensamentos forem focalizados na imagem da devoção e se o orgasmo for disparado apenas quando a mente estiver totalmente consumida pela forma divina. Embora uma ampla variedade de formas divinas possa ser usada, sendo que o treino é o aspecto devocional de Hadit e Nuit, todas imagens usadas devem refletir a relação entre Ain e Kether, de acordo com o entendimento pessoal de sua interação.

No Liber CCCXVIII : A Visão e A Voz, a matéria de devoção às supernais através de meios sexuais e místicos é discutida no segundo e nono Aethyres.

Casamentos Menores

Esta matéria é fácil, pois as almas dos elementos constantemente desejam esta salvação. Mas que o adepto esteja alerta.

1. Que ele escolha sabiamente uma alma razoável, dócil, apta, bela e de todas as formas merecedora de amor.

2. Que ele nunca caia do amor para com a Grande Deusa em amor a esse inferior, mas dê apenas como mestre e de sua compaixão, sabendo que isso também é serviço a sua alta Dama acima.

3. Que de tais espíritos familiares, ele tenha apenas quatro. E que ele regule seu serviço, apontando horas para cada um.

4. Que ele os trate com gentileza e firmeza, estando de guarda contra seus truques.

Estando dito isto, é suficiente, ou tê-los é, mas as dores de chamá-los de seus lares. E os espíritos das tábuas elementais dadas pelo Dr. Dee e Sir Edward Kelley são os melhores, sendo muito perfeitos em sua natureza e fiéis, afetivos (sic) pela raça humana. E se não tão poderosos, eles são menos perigosos do que os espíritos planetários, pois estes são tempestuosos e distraindo-se as estrelas são facilmente perturbáveis e afligíveis. Logo, chame-os pelas chaves de Enoch como estão escritas no livro que conhecemos e que seja após as chamadas e evocação pela varinha e que a essência da varinha seja preservada dentro da pirâmide de letras que fazem o nome do espírito. Agora a menos que seja bem experiente na arte mágika, tu não deves ousar convocar os três grandes Deuses da grande tábua ou o rei serpente, ou os seis senhores majestosos, ou até mesmo os Deuses das cruzes do calvário nos ângulos menores. Mas o governantes Querúbicos, tu na verdade e amen, há teus parceiros, e tu podes mais seguramente convocar os assistentes dos ângulos menores. E aqueles que forem noviços nesta arte devem mais sabiamente convocar apenas o trigrammaton ou os sub-elementos.

Aqui temos uma clara descrição para o trabalho com elmentais, quer entendamos eles como forças externas ou facetas internas da consciência externalizadas, devemos tratar com cuidado e compreensão. Pois em troca por seus serviços eles atingirão uma medida de consciência humana através de sua experiência com nossas naturezas. Associado a isto os quatro requisitos são listados claramente acima bem como um lembrete de que estes são seres inferiores e eles nunca devem ser colocados numa posição que obstrua nossas metas e ganhos espirituais.

Para o tipo de elemental ou espírito que é melhor usado, é sugerido o sistema de trabalho Enochiano de John Dee , este sistema está descrito em muitos textos derivados da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn) com outras versões preferidas no quinto volume de “Filosofia Mágika” (Magickal Philosophy), de Denning e Phillips e num estilo mais teatral e menos preciso, na Bíblia Satânica de Anton LaVey. Sistemas planetários tais como o de Franz Bardon (Practical Evocational Magic) também são úteis mas devem ser usados com extremo cuidado, pois como mencionado acima, os espíritos são mais tempestuosos e facilmente perturbadas e aflitas estrelas no preparo.

Sobre o Novo Santo Reino

Está escrito no papiro de Nes Min que o sol falou em seu nome Tum e disse: ‘Eu copulei com meu punho, eu emiti sêmen na sombra, eu ejaculei na minha boca, eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut. Shu e Tefnut revelaram a meu olho…eu chorei sobre eles, a humanidade veio à existência das lágrimas que corriam de meu olho. Shu e Tefnut revelaram Keb e Nut, Keb e Nut revelaram Osíris e o cego Hórus e Set e Ísis e Nephthys da barriga, um após o outro, e eles revelaram suas multidões nesta terra.’ e novamente ‘Eu copulei com meu punho, meu coração veio a minha mão, o sêmen caiu em minha boca. Eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut, de um deus eu era três deuses…’

Portanto o sol formou macho e fêmea, cujas crianças são a terra e o céu, cujas crianças são os cinco elementos ou Tattvas, dos quais todas as coisas visíveis são feitas, que os adeptos façam dois talismãs, puro masculino e feminino, sem mistura de qualquer dos princípios inferiores que eles consagrem-se como o sol, e vertam vida sobre eles vivificando eles desta maneira, então eles devem se unir, fazendo sobre eles um novo céu e uma nova terra, cuja união deve originar elementos e multidões de seres para viverem e amarem em liberdade debaixo de sua luz, como um grupo de vrigens cantando louvores entre as chamas da glória pelas quais o Senhor abriu sua boca, cujos trabalhos devem ser uma canção de honra e o louvor de seus Deuses em sua creação.

O trabalho do adepto como descrito nesta seção é baseado na simples formação de dois talismãs, nos quais são isolados os arquétipos masculino e feminino pelo uso de Alfaísmo estes são ativados e trazidos à vida. Portanto quando eles são unidos uma união dos arquétipos masculino e feminino é experimentada na consciência. Esta união realiza a união de várias faculdades dos lados esquerdo e direito do cérebro que até agora estiveram separadas devido às limitações sexuais da fórmula de Osíris. Esse processo pode levar um longo período de trabalho mágiko mas o resultado é a androginização da consciência, o despertar interno de Baphomet.

Sobre a Danação

Lembrem-se, queridos amados, adeptos perfeitamente iluminados do Aeropagus Secreto, que do começo dos votos de sua iniciação têm invocado sobre vocês a mais amedrontadora de todas as penalidades de desobediência. Pois tão logo vós tenheis erigido qualquer coisa natural e comum numa fórmula de magia, tão logo vós excitais a corrente contrária. Portanto, enquanto cada criança lê e fala livremente dos pilares do templo do rei Salomão pelo nome, os maçons ousam não mais do que letrá-los sem precaução. E enquanto o homem privado possa falar mal do rei blasfêmia de Deus sem risco, ainda o servo do rei, e o ministro de Deus, podem agasalhar-se com reverência mesmo que esta possa não estar em seu coração, por esta razão que eles invocaram o rei e Deus como espada e escudo de sua própria autoridade.

“Ó você, então,se ousou usar essa força do falo sagrado, seu abuso é fidedigno e mortal. Para o homem da terra pouco importa se ele sofre polução noturna ou entrega-se a indolências, para vocês que são adeptos é ruína absoluta ou toda aquela força que passa sob seu controle, a menos que tão dirigida e fortificada pela sua vontade é como um soldado leal, fiel até a morte é como artilharia abandonada que é capturada pelo inimigo e jogada contra vocês, um tiro certeiro sobre vocês e toda a fortaleza que sua herança de Deus, e sua própria arte sagrada que a construiu sobre vocês, não tem força para resistir este assalto traiçoeiro. Estejam alerta portanto, por obsessão, desperdício corpóreo e doença, loucura e mesmo assassinato sobre vocês pode ser inflingido pelos motores que vocês forjaram para o serviço da humanidade e para a glória do Senhor, deixados à malignidade do demônio que pode voltá-los para sua própria destruição.”

Esta seção é clara, qualquer mago que pisa no caminho da Magia Sexual e então abusa de sua sexualidade planta a semente de sua própria destruição. Dois dos abusos mais comuns são o uso da sexualidade por desejos mundanos ao invés de finalidades espirituais e permitir ocorrerem emissões noturnas que poderiam ser controladas através de técnicas Alfa.

Uma reprovação

Escuta então, queridos amados, esta reprovação, primeiro, reforça o máximo poder de comedimento pela prática diária como é ensinado pelos hindus e árabes, mestres desta ciência, em seus livros.

Shiva Sanhita

Hatha Yoga Pradipika

Kama Sutra

Anaga Ranga

O Jardim Perfumado do Sheik Nefzzawi e muitos outros.

Segundo, evite os perigos da inadvertência pela prática constante e regular dos trabalhos maior e menor do Epópeta e Pontífice dos Iluminatti e do Mistério do Reino Novo e Santo.

Terceiro, durma sempre num círculo consagrado ou numa sala cheia de imagens sagradas diante de cuja glória os poderes da escuridão tremem todos os dias. Tais imagens são :

1. O Sol

2. O Falo Sagrado

3. O Grande Selo de Babalon

4. A Estéla da Revelação

5. O Grande Selo da OTO

6. O Grande Selo de Baphomet

7. A Imagem de Babalon

8. O Olho com o Triângulo

9. A Rosa Cruz

10. As Imagens de Harpócrates sobre a lótus ou de pé sobre crocodilos

11. A Imagem de Babalon com a referência fálica ‘Om Mani Padme Hum’

12. A Figura de Ísis com Hórus

13. O Crucifixo, mas apenas se seu significado solar-fálico esteja firmemente aparente e seja um escudo sigiloso contra o vulgar.

14. Talismãs apropriados para a questão.

15. Uma chama viva

16. Os símbolos e insígnias da OTO que seu grau intitula-te a usar. Anéis mágikos e colares também podem ser vestidos noite e dia.

Os rituais de defesa e proteção devem ser praticados com perfeição. Todos as excreções corporais, como unhas e cabelos cortados devem ser queimados, a saliva deve ser destruída ou exposta ao sol, a urina e fezes devem ser descartadas de maneira que nenhuma outra pessoa obtenha a posse delas. também é desejável, na teoria, que o linho não deve ser lavado por estranhos e que roupas velhas não devem ser dadas aos pobres até algum tempo após seu último uso. Mas muitas vezes estas precauções não são necessárias, apenas se estiver engajado em operações de maior importância é indispensável observá-las.

Esta seção descreve, em síntese, as facetas básicas do mestre da Magia Sexual dentro das tradições tântricas do Santuário, no começo sugere-se que um conhecimento mais forte da teoria e prática da Magia Sexual é imperativo, os textos esquematizados ainda são alguns dos melhores livros disponíveis, alguns outros incluem os de Sir John Woodroffe (Arthur Avalon) e os trabalhos de Kenneth Grant (exemplos de seus trabalhos incluem o Culto das Sombras, Aleister Crowley e o Deus Oculto, O Lado Noturno do Éden, A Revivência Mágika, Imagens e Oráculos de Austin Spare, Os Círculos do Tempo e a Fonte de Hecate) estes últimos textos devem ser estudados com uma visão crítica, embora eles tenham grande valor, eles tendem a abundar com cegueiras e, por assim dizer, erros deliberados. Além do conhecimento destes assuntos o mago deve estar em trabalho constante, especialmente a respeito da magia sexual devocional (Bhakti Yôga ou Casamento Maior), trabalhos com elementais (Casamento Menor) e androginização (Reino Sagrado).

A respeito de seu modo de vida, o mago deve saturar sua vida com estudos e imagens relacionadas ao seu trabalho para programar sua consciência com a carga correta de informação esotérica. Listadas acima estão as imagens que são melhor usadas em tal processo, seria notado o fato de que nenhum dos sigilos da Astrum Argum são listados, isto é porque este documento foi publicado pela OTO e não pela Estrela de Prata. Contudo, quaisquer sigilos da OTO/AA ou ordens correlatas podem ser incluidos na lista acima.

Seguindo-se disto, autodefesa psíquica é uma boa idéia, mas como sugerido, medidas extremas apenas são úteis durante trabalhos de maior importância. A paranóia não é uma boa companheira da prática mágika.

Sobre a Dissimulação desta Instrução

Agora a respeito desta investida, pode ser que certos julgamentos aqui contidos tenham coisas monstruosas ou extravagantes, deixe-os considerar isso como um deleite de sua própria intuição e apreensão e mais ainda, como a grossura do véu que ainda está entre este aerópago e o Santuário da Gnosis. Pois perfeitamente iluminados vós sois, amada irmandade, pense nisso, que possa haver mais escuridão do que toda vossa luz. Amen. E amen. E amen de amen. Vós sois grandes pelo sinal, eu troco com vocês o símbolo, eu sussurro a palavra como eu a recebi e não de outra maneira, eu invoco sobre vós a luz de nosso Senhor, o Sol, eu confiro sobre vós a benção de nosso Senhor Therion, pelo nome de ON e pelo nome de AMEN, eu convoco os poderes da Vida, do Amor e da Liberdade sobre vós. E possa a glória do Santuário da Gnosis brilhar através do véu e a ostentação do banquete Graal passar novamente diante de vossos olhos ! Ave, Irmandade, amados do mais alto, Ave, Adeptos perfeitos e iluminados do nosso aerópago secreto, triplo Ave, Pontífices e Epópetas dos Iluminatti, Ave e adeus ! Pelo nome de Babalon e da Besta unidos, do salvador secreto e de IAO.

Apêndice

Nos livros sagrados de Thelema constantemente aparecem as núpcias de Deus e do homem.

Veja o Liber LX (1): 20, 22-28, 47-48, 64-65; (2) : 4-16, 30-31,45-46, 50-54, 57-61; (3) : 31-36, 40-54, 60, 63-65; (4) : 1-5, 7-9, 24, 30-40, 42-56, 61-65 e (5) : 8-12, 21-24.

Conclusão

O documento ‘Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens’ foi originalmente publicado como um documento do 8º grau da OTO e deve ser entendido neste contexto. Originalmente a Astrum Argum era uma ordem de treinamento em Magia, a OTO ensinava um sistema religioso de Magia Sexual e a Igreja Gnóstica Católica era uma aplicação religiosa dos ensinamentos de ambas estas ordens em conjunto. Após o óbito de Aleister Crowley e várias mudanças antes de sua morte, a Astrum Argentum tornou-se uma ordem astral e vários clamaram seguir com a tradição da OTO. Não temos nenhum interesse de entrar num debate a respeito de linhagem exceto dizer que a experiência é mais importante do que qualquer clamor histórico de fama. O vórtice astral da Astrum Argum ensina Magia Sexual, que é um sistema científico do Tantrismo, enquanto que o Tantrismo religioso é deixado para aplicação pessoal.

Este novo sistema permite a plena aplicação da injunção “O Método da Ciência, a Meta da Religião” e uma completa exposição da Magia Sexual era encontrada dentro deste grau. Os títulos religiosos tais como Casamentos Maior e Menor, o Novo Reino e tal são usados dentro da ordem mais por prática simbólica do que verdadeiramente religiosa. Portanto, o Casamento Maior é mais aplicável dentro dos Libri Nu e Had, o Casamento Menor com as instruções do Betaísmo e o Novo Reino como uma combinação de Gama e Epsilon de acordo com a interpretação talismânica. O material de fonte dentro deste documento deve ser estudado diligentemente, não menos, pois oferece um resumo excelente da teoria tântrica bem como algumas novas instrospecções interessantes sobre os procedimentos da Magia Sexual. Todo mago deve mergulhar profundamente em todas fontes disponíveis bem como realizar um estudo dos vários textos disponíveis sobre Tantrismo, usando as chaves do Santuário providas dentro deste estudo, para que todos os magos possam sentir a luz da Verdadeira Vontade e verdadeiramente tornarem-se adeptos perfeitamente iluminados.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-sexual/dos-casamentos-secretos-dos-deuses-com-os-homens/

Os Templários e o Baphomet

Baphomet (do grego), o andrógeno bode-cabra de Mendes. Segundo os cabalistas ocidentais, especialmente os franceses, os Templários foram acusados por adorar Baphomet. Jacques de Molay, Grão-Mestre da Ordem do Templo, com todos os seus irmãos, morreram por causa disso. Porém, esotérica e filosoficamente falando, tal palavra nunca significou “bode” nem qualquer outra coisa tão objetiva como um ídolo. O termo em questão quer dizer, segundo Von Hammer, “batismo” ou iniciação na sabedoria, das palavras gregas Baph e Metis, significando “Batismo de Sabedoria”, e da relação de Baphometus com Pã.

Von Hammer deve estar certo, Baphomet era um símbolo hermético-cabalístico, mas a história, tal como foi inventada pelo clero, é falsa. Pã é o deus grego da Natureza, do qual deriva a palavra Panteísmo; o deus dos pastores, caçadores, lavradores e habitantes das campinas.

Segundo Homero, é filho de Hermes e Dríope; seu nome significa “Todo”. Foi inventor da chamada flauta do deus Pã, e uma ninfa que ouvisse o som desse instrumento não resistia ao fascínio do grande Pã, apesar de sua figura grotesca. Pã tem certa relação com o bode de Mendes, no que este representa, como um talismã de grande potência oculta, a força criadora da Natureza.

Toda a filosofia hermética se baseia nos segredos ocultos da Natureza e, assim como Baphomet, era inegavelmente um talismã cabalístico. O nome de Pã era de grande virtude mágica naquilo que Eliphas Levi chamava de “Conjuração dos Elementais”. Outra teoria nos leva a uma composição do nome de três deuses: “Baph”, que seria ligado ao deus Baal; “Pho”, que derivaria do deus Moloc; e “Met”, advindo de um deus dos egípcios, Set. Para conhecê-los, sugiro a leitura do livro Maçonaria – Escola de Mistérios – Seus Símbolos e Tradições, de Wagner Veneziani Costa, lançamento da Madras Editora.

A palavra “Baphomet” em hebraico é como segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf. Aplicando-se a cifra Atbash (método de codificação usado pelos cabalistas judeus), obtem-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph, que se soletra Sophia, palavra grega para Sabedoria.

O símbolo do Baphomet é fálico, haja vista que em uma de suas representações há a presença literal do falo, devidamente inserido em um vaso (símbolo claro da vulva). O Baphomet de Levi possui mamas de mulher, e o pênis é metaforicamente representado por um caduceu (símbolo de Mercúrio, usado hoje na Medicina). Esse tipo de simbologia sexual aparece com freqüência na alquimia (o coito do rei e da rainha), com a qual o ocultismo tem relação. O Sol e a Lua ou, até mesmo, o Sol e Vênus, a Estrela matutina e vespertina, Phosforus, Lúcifer, o Portador da Luz…

Pode ser interpretado em seu aspecto metafísico, no qual pode representar o espírito divino que “ligou o céu e a terra”, tema recorrente na literatura esotérica. Isso pode ser visto no Baphomet de Eliphas Levi, que aponta com um braço para cima e com o outro para baixo (em uma posição muito semelhante a representações de Shiva na Índia). No ocultismo, isso representaria o conceito que diz: “Assim é em cima, como é embaixo”.

Antes, porém, quero apresentar um personagem muito importante: Eliphas Levi Zahed é tradução hebraica de Alphonse Louis Constant, abade francês, nascido no dia 8 de fevereiro de 1810 em Paris. O maior ocultista do século XIX, como muitos o consideram, era filho do modesto sapateiro Jean Joseph Constant e da dona de casa Jeanne-Agnès Beaupurt. Tinha uma irmã, Paulina-Louise, quatro anos mais velha que ele. Apesar de mostrar desde menino aptidão para o desenho, seus pais o encaminharam para o ensino religioso.

Foi assim que, aos 10 anos de idade, ingressou na comunidade do presbitério da Igreja de Saint-Louis em L´lle, onde aprendeu o catecismo sob a direção do abade Hubault, que selecionava os garotos mais inteligentes que demonstravam alguma inclinação para a carreira eclesiástica. Desse modo, Eliphas foi encaminhado por ele ao seminário de Saint-Nicolas du Chardonnet, para concluir seus estudos preparatórios. A vida familiar cessou para ele a partir desse momento. No seminário, teve a oportunidade de se aprofundar nos estudos lingüísticos e, aos 18 anos, já era capaz de ler a bíblia em seu texto original.

Após 15 anos de estudos, Eliphas Levi deixou o grande seminário para ingressar no mundo; tinha então 26 anos de idade. Sua mãe, ao saber disso, suicidou-se. Abalado e sem nenhuma experiência do mundo, teve muitas dificuldades para encontrar um emprego. Essa barreira aumentava ainda mais pelo boato que correu, segundo o qual ele teria sido expulso do seminário. Após ter percorrido o interior da França, trabalhando em um circo, Eliphas encontrou em Paris alguns trabalhos como pintor e jornalista. Fundou, com seu amigo Henri-Alphonse Esquirros, uma revista intitulada As Belas Mulheres de Paris, na qual se aplicava como desenhista e pintor, e Esquirros atuava como redator.

Eliphas Levi passou por vários empregos, sempre perseguido pelo clero que via nele um apóstata. Foi então que escreveu sua Bíblia da liberdade, desejando dividir com seus irmãos as alegrias de suas descobertas (1841). Essa publicação lhe custou oito meses de prisão e 300 francos de multa! Foi acusado de profanar o santuário da religião, de atentar contra as bases da sociedade, de propagar o ódio e a insubordinação.

Ao sair da prisão, realizou pequenos trabalhos, principalmente pintura de quadros e murais de igrejas, e fez colaborações jornalísticas. Apesar dos contratempos materiais, não deixou jamais de aperfeiçoar seus conhecimentos e enriquecer sua erudição. Foi após Emanuel Swedenborg que encontrou os grandes magos da Idade Média, os quais o lançaram definitivamente no Adeptado: Guillaume Postel, Raymond Lulle, Henry Corneille Agrippa. Assim, em 1845, aos 35 anos de idade, escreveu sua primeira obra ocultista, intitulada O Livro das Lágrimas ou o Cristo Consolador.

Em 1855, fundou a Revista Filosófica e Religiosa (cujos artigos principais se encontram em seu livro A Chave dos Grandes Mistérios. Nesse mesmo ano, publicou seu Dogma e Ritual da Alta Magia e o poema Calígula, identificando no personagem o imperador Napoleão III. Por causa disso, foi preso imediatamente. No fundo da prisão escreveu uma réplica, o Anti-Calígula, retratando-se. Foi então posto em liberdade.

No dia 31 de maio de 1875, faleceu Eliphas Levi. Aqueles que o acompanharam até o último momento testemunharam sua grande coragem e resignação. No momento de expirar, estava bastante calmo. Sua vida tinha sido plena de realizações espirituais. Havia cumprido a missão de iniciado e de iniciador.

“Toda intenção que não se manifesta por atos é uma intenção vã,

e a palavra que a exprime é uma palavra ociosa. É a ação que prova a vida, e é também a ação que prova e demonstra a vontade.

Por isso está escrito nos livros simbólicos e sagrados que os homens serão julgados, não conforme seus pensamentos e suas idéias, mas segundo suas obras.

Para ser é preciso fazer…”

A ilustração mais famosa de Eliphas Levi sobre Baphomet, que muitos conhecem, seja de cartas de Tarot, como o demônio, seja como símbolo ocultista, é esta: “Figura panteística e mágica do absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados corporais. As mãos são humanas, para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do bem e do mal, da misericórdia e da justiça. A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente pelo símbolo do caduceu. O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito, devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim, só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana que, colocado assim, embaixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina”.

Esse panteu deve ter por assento um cubo e, para estrado, uma bola e um escabelo triangular. É uma boa representação; no entanto, peca historicamente e não deve ser tomado como “verdadeiro” Baphomet, pois essa figura é muito parecida com a curiosa representação do Diabo, esculpida alguns anos antes da sua “tese”, em 1842, no pórtico da igreja de Saint-Merri, em Paris.

Em relação aos Templários, encontramos uma gárgula que poderia ter servido de inspiração a Levi na comendoria de Saint Bris le Vineux que pertencia à Ordem.

Spectrum nos dá alguns esclarecimentos: “…Em meio às diversas polêmicas que compõem o tema do satanismo, alguns pontos não ficam totalmente esclarecidos. Por exemplo, a representação de uma cabra com corpo humano encontrada nos cultos do satanismo religioso é denominada Baphomet, que já era conhecida desde os tempos pré-cristãos. Portanto, não possui nenhuma relação com o demônio conhecido no cristianismo. Para os satanistas, Baphomet é uma energia da natureza que os motiva a conseguir nossos objetivos. Nesse caso, a cabra com corpo humano e asas simboliza força, fertilidade e liberdade, características muito valorizadas pelos povos pagãos.

O pentagrama é um símbolo encontrado originalmente nas culturas pré-cristãs com diversos significados. No caso do satanismo religioso, é utilizado com duas pontas voltadas para cima, representando a face de Baphomet.

A origem da cruz invertida nos remete a São Pedro, que não se julgava digno de morrer como Jesus e pediu para ser crucificado de cabeça para baixo. Esse símbolo é encontrado na Basílica do Vaticano, no trono ocupado pelo Papa. Porém, a cruz invertida também foi adotada por grupos que se intitulam satanistas ou anticristãos”.

Na época dos celtas, o homem reconhecia o espírito animador dos seres vivos. Ele era geralmente descrito como o Deus Cornudo, um homem com chifres. Era uma força sem moralidade, que não podia ser aplacada e com ela não se podia barganhar. Era simbolizada como o Deus Cornudo porque conferia certos poderes sobre os animais, e um homem com chifres porque representava algo extra que o homem poderia conquistar. Os chifres duplos simbolizavam a natureza bipolar da força que era tanto boa quanto má, luz e escuridão, beleza e terror, positivo e negativo. Ainda mais, a imagem do Deus Cornudo dava uma impressão da espantosa e temível natureza desse tipo de poder.

Blavatsky relaciona Baphomet a Azazel, o bode expiatório do deserto, de acordo com a Bíblia Cristã, cujo sentido original – segundo a célebre ocultista russa – foi deploravelmente deturpado pelos tradutores das Sagradas Escrituras. Ela ainda explica que Azazel vem da união das palavras Azaz e El, cujo significado assume a forma de um interessante “Deus da Vitória”. Não obstante a essa definição, Blavatsky vai além em seus preceitos, quando equipara Baphomet – O Bode Andrógino de Mendes – ao puro Akasha, a Primeira Matéria da Obra Magna.

O Akasha é o princípio original, o espaço cósmico, o éter dos antigos, o quinto elemento cósmico. Ele é o substrato espiritual do Prakriti diferenciado. Segundo a Teosofia, ele está relacionado a uma força chamada Kundalini. Eliphas Levi o chamou de Luz Astral. Na Filosofia Hindu é um lugar, o elemento éter. Também significa ar, atmosfera, luz. Designa o espaço sutil onde estão armazenados todos os conhecimentos e feitos humanos, desde os primórdios. É a memória da humanidade. Corresponde ao Inconsciente Coletivo de Carl Jung.

O deus Pã, antiqüíssima divindade pelágica especial para Arcádia, é o guarda dos rebanhos que ele tem por missão fazer multiplicar. Deus dos bosques e dos pastos, protetor dos pastores, veio ao mundo com chifres e pernas de bode. Pã é filho de Mercúrio. Era muito natural que o mensageiro dos deuses, sempre considerado intermediário, estabelecesse a transição entre os deuses de forma humana e os de forma animal. Parece, contudo, que o nascimento de Pã provocou certa emoção em sua mãe, ela ficou assustadíssima com tão esquisita formação. As más línguas diziam que, quando Mercúrio apresentou o filho aos demais deuses, todo o Olimpo desatou a rir. Mas como é provável que haja nisso um pouco de exagero, convém restabelecer os fatos na sua verdade, e eis o que diz o hino homérico sobre a estranha aventura: “Mercúrio chegou a Arcádia, que era fecunda em rebanhos; ali se estende o campo sagrado de Cilene. Nesses páramos, ele, deus poderoso, guardou as alvas orelhas de um simples mortal, pois concebera o mais vivo desejo de se unir a uma bela ninfa, filha de Dríops. Realizou-se então o doce enlace matrimonial. Por fim, a jovem ninfa deu à luz o filho de Mercúrio, menino esquisito, de pés de bode e testa armada de dois chifres. Ao vê-lo, a nutriz abandona-o e foge. Espantam-na aquele olhar terrível e aquela barba tão espessa. Mas o benévolo Mercúrio, recebendo-o imediatamente, colocou-o no colo, cheio de júbilos. Chega assim à morada dos imortais ocultando o filho, cuidadosamente, na pele aveludada de uma lebre. Depois, apresenta-lhes o menino. Todos os imortais se alegram, sobretudo Baco, e dão-lhe o nome de Pã, visto que para todos foi considerado um objeto de diversão”.

Conta-se que as ninfas zombavam incessantemente do pobre Pã em virtude do seu rosto repulsivo, e o infeliz deus, ao que se diz, tomou a resolução de nunca amar. Mas Cupido é cruel, e afirma uma tradição que Pã, desejando um dia lutar corpo a corpo com ele, foi vencido e abatido diante das ninfas que se riam.

O deus Pã, entidade silvestre extremamente lúbrica (por isso é metade homem, metade bode), assedia a deusa Afrodite, personificação do amor carnal, com um sorriso maroto; Eros, que personifica o impulso amoroso, empurra com ar brincalhão e malicioso os chifres de Pã, ocultando-os. Eros era considerado filho de Afrodite e de Ares, deus da guerra. Sua forma também me faz lembrar de outro deus, um deus Egípcio, AMON, que muitas vezes é representado também como um bode, com chifres grandes. Amon era o deus do oculto, do escuro… da noite… do invisível…

No século XX, o controvertido ocultista inglês Aleister Crowley desenvolveu um culto e uma religião que têm como um de seus principais fundamentos exatamente o referido ídolo templário, segundo sua própria e peculiar concepção de Baphomet. O entendimento de Crowley por certo lançará mais matérias à reflexão sobre este discutível tema, bem como ajudará a avaliar o modo polêmico de abordagem desse mistério, modo este que é típico de uma crescente vertente de ocultistas contemporâneos.

Ao longo das obras de Crowley, são fartas as referências a Baphomet, chamado por ele de “Mistério dos Mistérios”, no cânone central de sua religião, composto na forma de um missal denominado Liber XV – A Missa Gnóstica. Tal era sua identificação com Baphomet, que esse nome foi adotado como um de seus mais importantes pseudônimos, ou motes mágicos.

O assunto é tão relevante que nos Rituais de Iniciação da Ordo Templi Orientis, uma das Ordens lideradas por Crowley, praticamente todas as consagrações são feitas em nome de Baphomet, não importando se os consagrados estejam conscientes ou não a respeito do sentido de tal ato e muito menos de suas implicações futuras. Tamanha é a proeminência do conceito implícito ao termo que no VI Grau da referida Ordem, a título de ilustração, numa clara referência a suas supostas raízes orientais, a palavra Baphomet é declarada como aquela que comporta os Oito Pilares (as oito letras que formam a palavra) que sustentam o Céu dos Céus, a Abóbada do Templo Sagrado dos Mistérios, no qual está o Trono do Rei Salomão.

Ainda em sua Missa Gnóstica, Crowley identifica Baphomet com um símbolo chamado “Leão-Serpente”, que, assim como Baphomet, é a representação do andrógino ou hermafrodita. Mais especificamente, ele é um composto que possui em si mesmo o equilíbrio das forças masculinas e femininas transmu-tadas num só elemento.

O Leão-Serpente, na verdade, é uma forma cifrada de mencionar a concepção humana, a união dos princípios masculinos (Leão) com os femininos (Serpente), ou do espermatozóide com o óvulo, formando o zigoto. Há, seguindo com os preceitos de Crowley, diversos modos de mencionar essa dualidade: Sol e Lua, Fogo e Água, Ponto e Círculo, Baqueta e Taça, Sacerdote e Sacerdotisa, Pênis e Vagina, além de várias outras duplas de eternos polares. E eu tomo a liberdade de acrescentar A Espada e o Graal.

Originalmente, o símbolo representado pelo Leão-Serpente consta em alguns dos mais antigos documentos gnósticos, os quais remontam ao começo do século II d.C. Apresentado sob a forma de uma figura arcôntica com cabeça de leão e corpo de serpente, o Leontocéfalo era a própria imagem do Demiurgo do Mundo, sendo a versão gnóstica para o Jeová mosaico. Crowley, ao se utilizar desse mesmo simbolismo, pretendia resgatar os cultos de um cristianismo hoje considerado primitivo.

Crowley e seus adeptos, entretanto, não se detêm apenas em demonstrar o Mistério de uma forma puramente alegórica. A “Luz da Gnose”, como é chamada, é celebrada de modo literal. Assim, o ponto máximo da encenação de seu missal consiste na celebração do Supremo Mistério, ou seja, durante a realização das Missas Gnósticas ocorre a comunhão, por parte de todos os partícipes da cerimônia, das hóstias, também chamadas de hóstias dos céus, ou bolos de luz, preparadas com sêmen e fluido menstrual. De acordo com Crowley, Baphomet, sob o nome Leão-Serpente, surge desse composto, da matéria primeva, oriunda da grande obra, ou seja, do ato sexual entre Sacerdote e Sacerdotisa.

Por meio dos poderes mágicos dos operantes do rito da grande obra, a matéria primeva é transmutada em “Elixir”, ou “Amrita”. A grande obra, contudo, por meio das propriedades mágicas da fórmula de Baphomet, ainda teria a capacidade de transmutar os operantes do rito e não apenas as substâncias que o compõem. Baphomet, assim como concebido por Crowley, é então o Elixir ou tintura da sabedoria, o veículo da Luz da Gnose, a qual compõe o Mistério Místico Maior, também chamado segredo central de sua Ordo Templi Orientis.

Crowley considerava Baphomet como o supremo Mistério Mágico dos Templários, segredo este que estaria concentrado nos graus superiores de sua Ordem. Da mesma forma, ele clamava que esse era o mesmo mistério oculto nos graus superiores da Maçonaria. Será que ele se enganou? Ou conhecia um outro rito na Maçonaria?

Por Frater WLUX 11

Bibliografia:

BANZHAF, Hajo e THELER, Brigitte. O Tarô de Crowley – Palavras-Chave. São Paulo: Madras Editora, 2006.

BORGES, Jorge Luis. O Livro dos Seres Imaginários. Rio de Janeiro: Editora Globo, sd.

CARROLL, Peter James, texto traduzido por Pássaro da Noite.

CROWLEY, Aleister. O Livro de Thelema. São Paulo: Madras Editora, 2000.

KING, Francis. Sexuality, Magic & Pervesion, p. 98. Los Angeles: Feral House, 2002.

–. The Secrets Rituals of the O.T.O., p. 164. Nova York: Samuel Weiser, 1973.

LEVI, Eliphas. Dogma e Ritual de Alta Magia. São Paulo: Madras Editora, 2004.

–. A Chave dos Grandes Mistérios. São Paulo: Madras Editora, 2005.

RAPOSO, Carlos. In: “Baphomet”, Revista Sexto Sentido.

STANLEY, Michael (coordenação). Emanuel Swedenborg. São Paulo: Madras Editora, 2006.

#Maçonaria #Ocultismo #Templários

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/os-templ%C3%A1rios-e-o-baphomet

Aromagick: Aplicação Mágica da Aromatica

Pouco foi escrito sobre a prática ritual da aromatica. Os poucos itens que apareceram impressos sobre o tema são dogmáticos e terrivelmente imprecisos. As poucas pessoas envolvidas com  magick e habilitadas em aromática apenas plagiaram fontes duvidosas anteriores ao invez de pesquisar e testar o que ensinam. O sentido do olfato é grosseiramente subestimado por qualquer um que não tenha se dedicado a deliberadamente considerar seus efeitos. Para estas pessoas a habilidade de sentir cheiros é meramente um acessório para o que são consideradas os mais importantes portas da percepção – os outros quatro sentidos. Nenhum magista deve se permitir cair nesta armadilha. O sentido do olfato pode ser uma fonte sutil de condicionamento, intencional ou acidental e o uso magico ritual de incensos e óleos não pode ser ignorado, o sentido do olfato pode ser mais evocativo do que qualquer outro, por exemplo:

Ferormônios conseguem acionar funções hormonais pelo sistema olfativo sem nem ao menos notarmos a existência do seu odor… Cheio de hospital espalhado em um recinto em pouquíssimas quantidades de modo a sequer ser notado pode mensuravelmente aumentar o nível de ansiedade dos indivíduos ali presentes… alguns anos atrás um profissional do meu distrito trabalhando com almiscares sintéticos descobriu uma substância capaz de aprimorar o sentido do olfato em cem vezes. O governo do meu pais (EUA) confiscou seu trabalho, fechou seu laboratório e censurou-o para não repetir a experiência. Este episódio sinistro claramente demonstra a seriedade que o olfato tem para o ‘establishment’, provavelmente com propósitos de controle das massas. Em um nível mais cotidiano, anos de trabalho com óleos essenciais demonstrou para mim que certas vibrações do espectro dos perfumes têm repetidamente, quase universalmente sido reconhecidos pelos mesmos efeitos. Por exemplo, sândalo, não importa quem o cheire experimenta um efeito sedativo. Capim-Limão sempre acorda as pessoas. Aromas possuem ainda o poder de sugestionar  e em sistemas mágicos pragmáticos é a combinação destes dois princípios – natureza e associação é sempre usada em magia individual ou coletiva.

A construção de um “Olfabeto”… um sistema artificial de atribuições olfativas é algo que só pode ser feito a nível individual – nunca é a função do grupo. Esse sistema deveria ser constituído a partir de tantos cheiros evocativos de experiências passadas quanto for possível ao indivíduo recriar.

Por exemplo, quando criança o magista brigou com outro menino em seu caminho para a escola. A luta ocorreu em um lugar repleto de alho selvagem, e desde então sempre que ele sente o cheiro de alho a emoção da ocasião retorna a sua mente. Ele interpreta esta emoção como um aspecto da energia de Marte e consequentemente usa alho nos incensos do tipo marcial. O mesmo magista busca em si o mesmo para todas as suas emoções. Cocô de cavalo é usado para Vênus, porque lembra-lhe do estábulo onde ele perdeu a virgindade. Incenso de olíbano é usado apenas quando não deseja produzir emoções violentas porque ele sempre o considerou calmante.

Magos tradicionais ou cabalistas desaprovam este tipo de sistema, não percebendo que eles gastam uma grande quantidade de tempo para convencer suas mentes da validade destes sistemas arbitrários ao invés de criar sistemas que se adequem a eles próprios.

Na confecção de incensos para trabalhos em grupo há alguns elementos de consenso que devem ser lembrados.
É claro que aromas como o do sândalo são apreciados por quase todas as pessoas como prazeroso ao passo que Assa-fétida e Cauchu são sem exceção considerados detestáveis. Um incenso de Hathor é um bom exemplo; ele deve ser doce e pesado e criar o ambiente necessário para o ritual sem usar substâncias que eram desconhecidas pelos antigos egípcios. O Chamado incenso de outono é outro exemplo e deve ser composto de elementos coletados do lugar onde o trabalho será feito, originalmente sendo composto de resina de pinha, folhas, flores e frutos do campo e cabeças de camomila. Ele produz um perfume abundante e doce e sem duvida carrega a mensagem da colheita bem feita.

Alguém sem nenhuma experiência com incensos faria muito bem a si mesmo se comprasse alguns incensos prontos nas lojas.

Adquira alguns de vários lugares diferentes, compare-os e identifique seus ingredientes. Se o vendedor não está preparado para lhe dizer os ingredientes do incenso não compre mais nada deste lugar. Certamente não se trata se segredo, mas sim ignorância ou no pior dos casos quer dizer que a pessoa está cobrando muito mais do que o incenso realmente vale. Enquanto isso comece a coletar matérias primas que você ache útil. Isso inclui as gomas, resinas, mas você também achara úteis algumas ervas aromáticas, madeiras e raízes.

Sequer pense em começar a fazer seus próprios incensos se você não tem em estoque e não sabe diferenciar estes elementos básicos:

Olibano
Dammar
Mirra
Louro
Musgo do Carvalho
Raiz Galanga
Benjoim
Colofônia
Sândalo
Goma copal
Lavanda
Pinha

Queime cada um destes separadamente para se familiarizar com a natureza de cada um.

Alguns líquidos são importantes para se adaptar a fragrância de sólidos misturados. Estes vêm na forma de resinas ou óleos essenciais e devem ser comprados de comerciantes respeitáveis já que podem ser facilmente adulterados. Eu ficaria relutante em começar com menos do que os seguintes itens:

Benjoim
Cássia
Ylang Ylang
Cedro
Copiaba
Gerânio
Rosa
Jasmi

Incensos podem ser secos ou pegajosos de acordo com o gosto pessoal. Para um produto seco, não adicione mais de 1ml de óleo para cada 25mg da essência do incenso. Para resina basta adicionar um pouco mais de óleo essencial e ter certeza que a gomas e resinas foram, pelo menos em parte, finamente moídas. Os líquidos adicionado irão ligar o pó gomas e resinas, juntamente com os materiais de ervas e flores. Se a fragrância está certa, mas o produto não esta suficientemente resinosa, adicione amêndoa doce ou azeite para obter a textura desejada. Estes são inodoras e muito menos caro do que os óleos essenciais.

Uma mistura de incenso precisa de tempo para amadurecer. Fórmulas não devem ser descartadas antes de pelo menos, dois meses, pois é somente quando a mistura está madura que o Turiferário (pessoa encarregada de fazer incenso) pode decidir se ele é apropriado para o seu fim ou se é necessária uma nova adaptação. A fórmula final deve ser mantida seguro. Não há turiferário no mundo que não tenha alguma vez criado o melhor incenso do mundo para logo deopis extraviar a fórmula e, em seguida, esquecer de como ela era originalmente.

Para o trabalho coletivo de um templo é necessário um especialista turiferário. Muito pouca fumaça ou incenso não serão fortes o suficiente para causar qualquer efeito – fumaça e incenso demais tornará o ritual impossível de ser completado por alguns dos celebrantes que tentarão sair do templo o mais rápido que puderem. Infelizmente é impossível passar orientações sobre isso,  pois é uma questão de experiência. Como alternativa para as essências de incenso, óleos podem ser evaporados em um prato de metal sobre uma fonte de calor suave, como uma vela, mas é necessário um cuidado ainda maior ao medi-los pois são bem mais caros.

Óleos de Unção são bem mais simples. Para fazer, simplesmente misturamos óleos essenciais e os diluímos em um óleo fixo, como a amêndoa ou azeite doce. Algumas das velhas fórmulas tinctures2 estipulam que devem ser usados, mas estes são inferiores aos óleos essenciais e sua preparação é extremamente demorado.  Algumas das fórmulas tradicionais estipulam que algum tipo de tintura deva ser usados, mas isto torna o trabalho inferiores aos óleos essenciais e torna sua preparação extremamente demorada.

Vinhos aromáticos possuem uma vantagem sobre um simples bordeaux ou claret pois possuem sabores distintos que não são encontrados facilmente fora do ritual. Há duas formas com a qual eles podem ser preparados. A mais fácil é macerar as ervas no vinho a ser usado de sua própria adega. Este não é um método totalmente satisfatório já que os únicos elementos sobre os quais você tem controle são as propriedades e, em certa medida, o sabor. O segundo método envolve a fermentação de leveduras e açúcar com ervas adicionadas no início, e é muito superior. O controle pode ser exercido sobre suas propriedades, teor de álcool, corpo e sabor. A única desvantagem desse método é que o processo precisa ser iniciado no mínimo três meses antes do vinho ser consumido.

Algumas fórmulas de exemplo:

VINHOS:

O álcool nos vinhos é um produto da ação de leveduras (Saccharomyces elipsoidius) de algum tipo de açúcar. Quanto mais açúcar você adicionar mais álcool o vinho terá (dentro da tolerância da levedura utilizada). Fermentos de uso geral genéricos podem ser encontrados em qualquer loja de bebida, este possui uma tolerância relativamente elevada ao álcool e é adequado para qualquer vinho de ervas. Ervas devem ser escolhidas por suas propriedades, em vez de seu sabor tão pouca fruta pode ser necessária em alguns casos, assim é normal a inclusão de alguma fruta no processo para fazer a bebida saborosa. Como regra geral, 100g de erva para 4 litros de vinho, é a proporção certa. O exemplo a seguir é de um vinho afrodisíaco.

Equipamento:
2 garrafões, um com uma câmara
Um tubo de plástico para ser usado como um sifão
1 funil
1 ou 2 papéis de filtro

Ingredientes:
2k de açúcar ou mel
75 gramas de Damiana
25g de folhas de Louro
Fermento de uso geral
1 limão
1 saquinho de chá

Metodo:

Ferver as ervas em 2 litros de água por aproximadamente 45 minutos e tenha a água no garrafão. Derreta o açúcar em uma panela de água e adicionar à água da erva. Esprema o limão no garrafão e adicione o saquinho de chá. (Estes são adicionados para fornecer o ácido cítrico e tanino, respectivamente). Outros commodities poderiam ser usados, por exemplo, casca de laranja para o ácido cítrico e folhas da erva do salgueiro para tanino, estes ingredientes auxiliam a ação do fermento no açúcar.

Deixar o conteúdo do garrafão esfriar. Prepare uma garrafa colocando uma colher de sopa de fermento em um frasco contendo ¼ litro de água quente.  A mistura inicial estará pronta para ser adicionada no conteúdo no garrafão quando se estiver à temperatura ambiente. O processo levará algumas horas e desde que não esteja muito frio a fermentação continuará sozinha. Quando a câmara parar de borbulhar teste a força e o sabor do vinho. Quando pronto leve o garrafão par algum lugar fresco e deixe descansar por duas ou três semanas para permitir que as partículas finas se dissolvam e depois filtre o líquido para o garrafão final. Quanto mais tempo o vinho for guardado melhor será. Uma alternativa a esse processo é curtir as ervas em álcool e diluir a substância resultante se necessário.

UNGUENTOS:

Existem dois tipos de óleos de unção: um trabalha por associação de cheiro, o outro, faz a pele formigar ou “queimar” de leve. A inclusão de uma pequena porcentagem do óleo de folha de canela fará com que o último efeito se manifeste – a primeira é mais difícil pois é a síntese de todos os aspectos da fragrância até agora discutidos. A fórmula seguinte é retirado da tradução de  S.L. Mathers’  da Magia Sagrada de AbraMelin O Mago:

Você deve preparar o óleo sagrado desta maneira: Tome da mirra em lágrimas, uma parte; da canela fina, duas partes; de galanga meia parte e metade do peso total destas drogas do melhor azeite.

Essas referências são, evidentemente, para uma receita feita de sólidos, mas é mais conveniente que produto seja feito de óleos essenciais. O azeite pode ser substituído por amêndoa doce e, como gosto pessoal, eu gosto de utilizar o incenso olíbano, em vez de canela, que é levemente tóxica.

Um dos óleos de unção favoritos frequentemente usado para  atração sexual é o que foi favorecido por Aleister Crowley. Eu suspeito que o seu nome – Ruthvah – é uma corruptela de ruh hiyat, árabe que significa “sopro de vida”e seu nome alternativo,”O Perfume da Imortalidade” em certa medida, corrobora isso. Um verdadeiro ruthvah seria composto de almíscares e âmbar, mas o produto dessas secreções animais seriam injustificadamente caro. Passei alguns anos trabalhando neste problema e acabei por decidir usar a fórmula a seguir como o fornecimento de um perfume quase exatamente igual ao original mas por uma fração do custo:

2g de almíscar
3g algália.
3g gálbano.
6g de óleo mineral.

Estes são batidos juntos em um pilão até que uma consistência uniforme seja obtida, (isso pode levar dois ou três dias). Se um líquido claro é necessário a mistura pode ser filtrada, mas a fragrância é mais forte se o todo é mantido.

ÓLEO DE EVAPORAÇÃO:

Os dois óleos acima podem ser usados como evaporação assim como para unção. O exemplo dado aqui é de um óleo criado para aprimorar momentos de meditação. Quando evaporado ele também eliminará bactérias e esporos de fungo que estejam, suspensos no ar.

2 ml Lavanda
2 ml Geranium
1 ml Laranja Doce (Israeli)

INCENSOS

As fórmulas dadas a seguir são para os incensos de Hathor e Baphomet que são os mais eficaz para um bom ritual. Como preâmbulo devo dar também a fórmula dada por Deus a Moisés tal como registrado em Êxodo 30:34.

Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas: estoraque, e ônica, e gálbano, especiarias aromáticas com incenso puro; de cada uma delas tomarás peso igual; e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo; e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti; coisa santíssimá vos será.

HATHOR

25g de mirra
25g Incenso (Olibano)
25g de Benjoim
25g Copal
25g Filipêndula
25g Colofônia
25g Dammar
3g Benjoim resinoide (líquido)
3g Óleo de Amêndoas Doces

Moer e misturar as gomas e ervas e em seguida, adicionar os líquidos. Deixe guardado pelo menos, um mês antes de usar.

BAPHOMET

25g de flores dos cactos
25g de pinho
25g de Filipêndula
50g de Mirra
12g de Goma-laca
25g de Bagas de zimbro
25g de Sândalo
50g Colofônia
25g de Benjoim
10g Óleo do Patchouli
5g Óleo de Amêndoas Doces

Use o mesmo método do incenso de Hathor.

Excerto de The Book Of Results por Ray Sherwin

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-do-caos/aromagick-aplicacao-magica-da-aromatica/

De Ars Magica

Secundum Ritum Gradus Nonum O.T.O.

Epistola Anno Belli Universalis (1914) Ne Perdat Arcanum Scripta

Baphomet X Rex Summus Sanctissimus O.T.O. Grão Mestre Nacional e vitalício da Irlanda, Ion e toda a Bretanha, pelo nome do mestre secreto AUMN.

Saudações e paz para nossos mais sagrados, mais iluminados, mais ilustres e mais queridos irmãos, sua excelência Sir James Thomas Windram X grau OTO nosso vice-rei na união da África do Sul e envias estas para seu prazer e instrução e para comunicação da Gnosis IX que já:

A. Mostrou pelo poder sua aptidão para o grau ou

B. Mostrou por sua sabedoria sua adequabilidade ao Arcano.

Também para outros confiáveis irmãos do VIII, VII e VI escolhidos para este momento de perigo. Pois nesta hora as nuvens se encontram novamente sobre a face do sol, nosso pai, todos aqueles que sabem podem perecer na guerra mundial, como está escrito no ritual do quinto grau.

“É a hora quando o véu do templo foi rasgado em tiras. Quando a escuridão começou a se espalhar por sobre a terra, quando o altar foi jogado ao chão, a estrela chamada absinto caiu sobre a terra, quando a estrela resplandecente foi eclipsada, o tau sagrado foi definhado com sangue e água, desespero e tribulação visitaram-nos e o mundo estava perdido.”

Agora que as inundações ameaçam a terra, o inverno da civilização é geral, é adequado que um arco do Santuário seja construído onde o falo sagrado possa ser escondido, um campo semeado onde o gérmen da vida possa ser preservado pois embora a tradição seja destruída com a destruição dos cérebros que a contém, será possível para aqueles vindos depois de nós e que possam ser merecedores de recobrarem a palavra perdida.

Esta introdução descreve a natureza de De Art Magica, preservando os aspectos esotéricos dos ensinamentos da Magia Sexual para que, mesmo se as tradições forem perdidas em períodos de guerra e tribulação, a palavra perdida, isto é, a tradição esotérica, possa ser redescoberta por aqueles que a perseguirem.

No grau da OTO estas instruções eram para aqueles adeptos que atingiram o nono grau, que está absorvido pelo arcano Gamma da Tradição Tântrica do Santuário. Também algumas vezes era dado àqueles de graus mais baixos, dependendo de seu merecimento inerente, em nosso sistema é dado como um aspecto do Arcano Gamma, alinhado com a necessidade de treinamento tântrico do Homem Superior, preparando-se para o perigo vindouro (como sugere o verso do ritual do quinto grau da OTO). O documento foi originalmente uma sequencia do Liber Agape (veja seção Um abaixo), contudo, sendo que o Liber Agape era simplesmente um documento maçônico, com indicações sobre o segredo íntimo da Feitiçaria Sexual e o uso das secreções corporais, há pouca necessidade de copiá-lo como parte de nosso estudo. Portanto, continuaremos diretamente com De Art Magica.

O texto original está em letra normal enquanto o comentário que segue cada seção está claramente em itálico.

Sobre Ararat

O segredo supremo da OTO está escrito em detalhes no livro chamado Agape e também está escrito claramente no Liber CCCXXXIII, capítulo XXXVI. Mas agora também achamos adequado adicionarmos nosso comentário a este livro Agape que escrevemos com nossas próprias palavras para a adequada propagação deste segredo que nos foi ensinado em nossa iniciação no grau IX da OTO. E este livro recebeu sua aprovação oficial em cada palavra. Mas neste comentário não propagamos o segredo em si, mas apenas nossas próprias idéias como uso correto, com outras matérias pertinentes, pensando que aquelas em cujas mãos possam chegar possam entender plenamente a importância ulterior deste segredo que tem sido o pivô do nosso trabalho por tão longo período e que possa ajudar tais pessoas a atingir a maestria perfeita desta arte sagrada e imperial.

Como sugerido no começo, este documento segue os passos do Liber Agape que simplesmente descreve o arcano da Magia Sexual em termos maçônicos e portanto não foi reproduzido. Enquanto que o Liber CCCXXXIII (Livro das Mentiras) também sugere esta fórmula em seu trigésimo sexto capítulo, onde afirma-se “Que o adepto esteja armado com sua vara mágika e munido de sua rosa mística.”, o capítulo sessenta e nove do mesmo texto também segue a mesma linha. De Art Magica é um documento descrevendo os vários aspectos da Magia Sexual de acordo com a experiência dos magos da OTO em seu período primevo, embora tendo sido na verdade escrito pelo Mestre Therion.

Sobre a Importância do Segredo

Este segredo é a verdadeira chave da Magia, isto é, pelo uso correto deste segredo, o homem pode impor sua vontade sobre a própria natureza, como aparecerá mais tarde neste comentário. Desta maneira, embora todo conhecimento registrado seja destruído, seria possível para um adepto do segredo restaurá-lo.

A chave para a Magia está na manifestação da Verdadeira Vontade, consegue-se isto, em parte, pelo uso da chave secreta da Magia Sexual. Através desta chave, a Mágika é entendida pela experiência de tal modo que mesmo que todos registros escritos dela fossem destruídos os adeptos ainda seriam capazes de recriá-la, pois existe como um estado de espírito ao invés de uma fórmula intelectual. O conceito de impor-se a vontade sobre a natureza é imperativo para nosso entendimento do processo de superação da onda de recorrência eterna e alcançar um estado de Vontade Verdadeira. A Vontade pode apenas existir por um ato de força, este ato é atingido através dos processos da Magia. Entretanto, além destes procedimentos a Vontade deve moldar a realidade e trazer a campo seu direito de dominar a natureza que se perdeu através dos tempos por causa da ignorância.

Sobre a Mente do Adepto

Em nossa ilha mais sagrada encontra-se um ser chamado Leprechaun. Esta criatura, uma vez vista, é fácil de pegar e uma vez pega ela leva à captura de seu grande tesouro, contanto que nunca por uma piscadela ele relaxe sua vigilância e o Leprechaun por todo tipo de truque procura distrair a atenção dele que o fez prisioneiro. Isto é um simulacro mágiko ou fábula do máximo abismo de verdade. Pois na preparação do Sacramento, e também em seu consumo, a mente do iniciado deve ser consumida absolutamente em uma chama impetuosa de vontade sobre o determinado objeto de sua operação. Pois não há ato mais fácil e natural para o homem do que sua preparação, nenhum que requeira menos auxiliário. E ainda de longe a maior parte da humanidade é ignorante e incapaz de sua performance adequada pois é dito que a perfeição nela é tanto uma ciência quanto uma arte, requerendo não menos estudo do que a mais obtusa das filosofias e não menos prática do que a mais difícil das destrezas. Mas é inteiramente vã a menos que a primeira condição seja preenchida e tão difícil é isto, não apenas pela superação do transe corporal mas por causa da natureza errante da própria mente. E portanto apenas por treino preliminar longo e duro na arte da meditação e por constante prática e experiência pode este ato tornar-se frutífero na magia.

Esta seção é direta e é imperativa para qualquer sucesso na Magia Sexual. Leia e aplique.

Sobre Momentos e Estações

Embora nenhuma instrução tenha sido dada sobre esta matéria, ainda é evidente, não apenas pelas considerações da natureza das coisas, mas de nossas próprias experiências destes dois anos, que a produtividade de seu sacramento varia constantemente, como parece sem causa racional, nem nós entendemos plenamente as melhores condições. Mas é nossa opinião que o adepto deva sofrer premonição interna de quando a hora seja propícia ou não. Ainda foi observado freqüentemente que através de violência extrema para com a natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente o ato por entusiasmo. Mas estados medíocres de corpo e mente devem ser evitados. Como está escrito “Se tu estivesses frio ou quente eu manteria, mas porque tu estás tépido, vomitá-lo-ei de minha boca.”

Nem é necessário ser menosprezado como superstição para determinar que certas horas do dia e certos aspectos das estrelas são mais favoráveis do que outros, ao invés, devem ser criticados e investigados de acordo com os métodos da ciência verdadeira.

Ao examinarmos esta seção sobre tempo e estações a primeira coisa que é necessário notar é que “por extrema violência à natureza resultados são obtidos iguais àqueles acumulados quando a natureza urge veementemente “, isto é, o humano poderá sempre sobrepujar os fluxos das estações climáticas se a necessidade surgir. Este fator é a chave para o uso correto dos métodos astrológicos em combinação com a Magia Sexual, mesmo se os aspectos estiverem contra um trabalho. Se necessário, o poder da pura Vontade pode superar a interferência, isto deve ser contrabalanceado com o fato de que os aspectos positivos irão obviamente permitir ao trabalho um sucesso facilitado do que aspectos a ele opostos. Ao considerar os três tipos de Kalas também encontramos uma possível base astrológica, o Néctar Frio é mais forte na lua cheia e a Lava Negra na lua nova, outras correlações incluem os quadrados planetários, especialmente Vênus, Marte, Netuno e a Lua são especialmente importantes nos trabalhos sexuais quando o objetivo está centrado na criação de portais para outras dimensões. Um quadrado de Marte é potentíssimo em magia homossexual masculina, e o quadrado da Lua e a Lua, na feminina. Tais matérias devem ser exploradas individualmente não esquecendo o uso dos dias e horas planetários para planejar um trabalho para coincidir com os fluxos e refluxos corretos dentro e fora do organismo.

Sobre Estados Corporais

Aqui há uma certa dificuldade no fato de que o corpo estando cheio de carne e vinho está mais apto para a preparação, como se diz “Sine cereri et Baccho, Venus friget.” (Sem comida e sem Baco, Venus esfria-se), enquanto que para a consumação o corpo deve estar esvaziado de todo nutriente grosso, assim o elixir pode ser sugado avidamente e correr nobremente para toda parte, retificando a unidade. Será melhor, em nossa opinião, se uma refeição completa seja feita não menos do que três horas antes do início da cerimônia após a qual nenhuma comida, embora estimulantes da mente ou de agentes mais sutis pode ser continuado pois assim o corpo vai de excitação em excitação e então está apto para a exaltação adequada encaixável no trabalho. Mas em tudo isto os homens podem diferir e não há regra a não ser entalhar sobre sua mesa através da chama da experiência.

Sobre Operações desta Arte, sejam elas individuais ou múltiplas

Temos dúvida também nesta matéria caso uma operação falhe, se é sábio reiterar. Um único ato implica perfeição e fé total no adepto, se ele a repetir, isso é medo e argüe imperfeição na primeira tentativa, ainda possivelmente em grandes operações cósmicas será melhor realizar uma série de sacramentos, mas neste caso a série deve ser arranjada de antemão e realizada regularmente. Por exemplo, as dezesseis operações de Júpiter feitas na cidade de Paris durante a passagem do Sol de 10 graus de Capricórnio para 22 graus de Aquário um IX em nossa experiência, repetições tomadas por causa de aparente falha algumas vezes pareceram fatais, na verdade. Parando o que pode razoavelmente ter ocorrido, e que algumas vezes ocorreu após cessarmos com tais tentativas. Mas também notamos que em tais casos o resultado foi grande e favorável como se as operações repetidas tivessem construído uma barragem restringindo a corrente natural das forças favoráveis. Então mantendo-as retraídas para torná-las mais eficazes no final. Mas isto pode ser uma falsa interpretação dos fenômenos observados. E, novamente, uma série de tais sacramentos foi fútil até que um último trabalho atingiu sucesso. Ainda, novamente, isto pode ter sido coincidência, resultado do primeiro trabalho mas atrasado. O adepto desenvolverá a intuição em todas estas questões, sendo provável que a avaliação pessoal é importantíssima e que nenhuma regra universal absoluta, sempre em todo lugar, e por todos os homens a serem observados, existe.

A chave para a questão de trabalhos individuais ou múltiplos é inerente à idéia da intenção. Se você pretende um trabalho ou uma série de trabalhos, esta intenção ou vontade deve estar concernente, de outra maneira o trabalho falhará em muitos casos. Trabalhos múltiplos são melhores em operações de grande importância, contudo, isto deve ser pretendido de antemão, mudanças de última hora refletem um estado mental disperso e portanto não poderá inserir um fluxo forte de vontade ordenada. Se um rito pareça falhar, pode ser por um grande número de razões, a mais provável sendo a falta de intenção concentrada. Repetir este rito é inútil pois esta vontade novamente refletirá menos intenção do que o primeiro ritual e a descrença no sucesso da força de Vontade aplicada no primeiro rito. Contudo, se um mago pode reunir um pleno sentido de Vontade e repetir o rito, então um resultado mais forte é possível e provável. A chave aqui está na intenção e concentração da pura vontade, não na questão de operações únicas ou múltiplas, que na verdade, é apenas um reflexo da intenção posta em ação.

Sobre Certas Inibições Desconhecidas e Seu Efeito

Temos marcado sutil e regularmente as condições e resultados de diversos trabalhos desta Arte, e esta é a maravilha, agora os resultados seguem suaves e perfeitos, novamente um grupo de resultados menores relacionados ao resultado desejado, agora apenas movimentos leves sugestivos do resultado, e não apenas falha perfeita, mas a repentina reviravolta de todas as esperanças, desespero e ruína. Mais claramente, se X é o objeto do trabalho, o resultado às vezes é X mas outras é XXXX, algumas vezes é A(X), outras é -(X) ou -XXXX ou -X. Concretamente, suponha que alguém trabalhe esta Arte para obter grande fortuna. Então a fortuna chegará de uma vez, ou dentro de oito horas após ou ocorrerá um evento envolvendo o ganho daquela soma. Em outro momento meramente ocorrerão um grupo de circunstâncias favoráveis, em outro momento um quantia menor chegará mas também estas poderão ser revertidas. Na pior hipótese ocorre a perda da soma proposta ou a ocorrência de um evento que poderá envolver a perda ou pelo menos desapontar alguma expectativa razoável daquele ganho. Se o caso é de emprego do sacramento para o elixir da vida, seu mau uso pode causar envelhecimento prematuro, doenças, ou até mesmo a morte, como é dito, mas nós não concordamos que estes resultados possam se seguir a uma falha em em qualquer outra operação. Achamos que a retribuição é para ser o reflexo mau e invertido da recompensa e em seu plano. Adeptos mostrarão então prudência através da experiência com operações menores, onde a falha não implica em desastre irreparável até que eles tenham o conhecimento e experiência que lhes dará uma confiança razoável.

A primeira coisa tornada clara nesta seção é que qualquer variação nas metodologias usando a Magia Sexual pode mudar a forma do resultado, como ilustrado no exemplo uma pequena variação pode mudar X para -X. Sendo que estamos trabalhando com campos de energia esta variação pode não parecer muito medonha no que diz respeito às forças envolvidas, mas as manifestações no mundo material (Assiah) poderiam ser totalmente transformadas. Portanto, é imperativo refinar as técnicas usando os trabalhos tântricos e experimentar com os componentes de seu sistema pessoal, certificando-se de resultados palpáveis. Um fator proeminente nesta seção é o de que um trabalho pode resultar de um pedido interno para desenvolvimento espiritual ao invés de desejos externos vindos do ego. Portanto, se um mago distanciou-se de um conhecimento objetivo da Vontade Verdadeira para ganhar dinheiro, pode resultar numa falência pois é isto que é requerido para despertar novamente sua objetividade, embora não sendo o que esperava seu ego consciente !

Sobre a Teoria desta Mágika Arte

A teoria desta arte parece envolver certas hipóteses cósmicas para as quais talvez não sejam impossíveis dar provas pelo menos por tentativas, mas que não são ainda provadas. A idéia de Prana de alguma forma mais mística do que aquela que a identifica com as idéias dos médicos é talvez inerente. Na mera consumação do sacramento para saúde e vitalidade não há violação da razão, mas no máximo um exagero de antecipação, pois o assunto do sacramento é indubitavelmente microcósmico, mas uma extensão deste sacramento para sua validade na mágika é um hiato comparável àquele que existe na teoria da astrologia, mesmo garantindo que um ângulo de 120 subentende que o olho do observador na terra entre Sol e Saturno (exempli gratia) é acompanhado de certas previsões, isto pode ser casual ou não. Contudo, neste assunto não temos dúvida da eficiência do processo e são entretanto válidos os jogos com hipóteses, investigando como a probabilidade pode determinar o modo de agir. Então podemos assumir como Aethyr ou Akasa, insuflado ou retraído por um prana específico. E todas as retrações em seu Akasa sendo um tipo finalmente, embora intermediariamente diverso, pode ser tão fácil interromper o curso da terra como destruir um verme. Pois o trabalho tem lugar num mundo de causas fluidas e não sólidas, em Yetzirah (ou mesmo Briah) ao invés de Assiah. Será impossível ou dificílimo mover a infantaria de uma asa da linha engajada para a outra, mas nos quartéis dos auxiliares é indiferente para aquele corpo, estando na base, ser empurrado para qualquer um deles. Não se pode facilmente oxidar o ouro precipitado do Cloreto, mas tendo o cloreto, é fácil preparar o óxido ao invés do metal. E em todos assuntos a razão deve ser a guia e a experiência o professor, assim o adepto não procura realizar coisas impossíveis na natureza, e então blasfema o sacramento e o traz a contento. Ainda deve ser dito, para o iniciado consumado e sublime pode parecer que sobre ele foi escrito “com Deus todas as coisas são possíveis”. Contudo, o próprio Deus não interfere arbitrariamente com o curso da natureza, mas trabalha dentro de suas leia. Que o adepto não aja de outra maneira.

Esta seção tende a falar por si mesma, mas adicionemos, entretanto, que qualquer que seja o mecanismo do processo tântrico, e com nosso conhecimento de sua fisiologia (Kalas), temos uma sugestão clara de como deve operar. Ainda é imperativo notar que o núcleo do processo encontra-se na Vontade Verdadeira e sua órbita, a Magia Sexual só é útil quando cria um veículo inteiro para a manifestação e expressão do Eu. Não é um fim em si mesma e apenas opera de verdade dentro dos confins da natureza interna ou a “Órbita Mágika Pessoal da Estrela”.

Sobre o Curso da Lua e sua Influência

Diz-se que a segunda parte é inútil, até mesmo perigosa, quando a influência da lua mostra-se (Ainda assim o movimento da terra implicando grande causas em Briah e Yetzirah deve ser difícil de se checar, a menos que por forças Briáticas de muita intensidade) mas no segundo dia e após talvez não no último dia, o sacramento seja mais eficaz do que em outros momentos, como figurado por nossos antepassados, os Alquimistas, em su preferência pela tintura vermelha ao invés da branca. Isso também acreditamos, embora queiramos deixar claro que não é provado.

A consideração a respeito da Sacerdotisa está aberta para investigação pessoal, especialmente sendo notado nos parênteses que a influência da lua na terra seria de grandes proporções em Briah para efetuar os Kalas e isto é considerado improvável. Todavia os alquimistas preferiam a tintura vermelha coletada algum tempo após a lua nova ao invés da tintura branca, que possui apenas o início do fluxo de Kalas e portanto é de menor valor do que o Néctar Frio da lua cheia, a Lava Negra da lua nova e a Poeira Vermelha ou tintura misturada. Aqui novamente prevalece a investigação pessoal.

Sobre a Segunda Parte desta Arte, Quer a Iniciação Seja Desejável ou Não

Se o outro parceiro do sacramento seja também do nono grau e iniciado no Santuário da Gnosis, parece-nos urgente que o objeto de ambos seja um só, que também o interesse geral e natureza deles seja uma só, vem a divisão, o inimigo da vontade e falha total segue-se. E, o ser todo considerado cuidadosamente, opinamos que é melhor e mais fácil que o outro parceiro deva ser ignorante do sagrado caráter do ofício. É suficiente se o assistente seja formado pela natureza unicamente para a tarefa física, robusto e vigoroso, ávido, sensual, quente e saudável, os nervos e o sangue estando tensos, rápida e facilmente inflamados e não extinguível.

Aqui encontramos que os avanços no estudo da Magia Sexual têm feito algumas mudanças nos requerimentos de um parceiro no trabalho de ritos tântricos. Sendo que os Kalas estão presentes em ambos os sexos qualquer combinação é possível, dependendo do objetivo, contudo, ambos devem ser iniciados para que um pleno espectro (16 + 16) seja formado. Em certos trabalhos um espectro menor pode ser suficiente (16 + 14). Entretanto, os resultados são provavelmente de muito menor “voltagem” e de nenhum valor nos trabalhos de grande intensidade. As características físicas genéricas ainda são um bom guia para o que deve ser observado num parceiro, contudo, como sempre, a Vontade Verdadeira e aspiração pura podem facilmente superar limitações físicas.

Sobre Certos Ritos e Análogos Àqueles do Nono Grau

É dito por certos iniciados que para se obter dons espirituais e ajudar a natureza o sacramento deve ser, como era, uma núpcia do povo da terra, mas que a magia é do veneno e que por uma certa perversão do ofício, podem ser criados elementais adequados para realizar a vontade do mago. Aqui neste ponto há uma dificuldade, sendo que neste caso, o assunto do sacramento não pode existir, pois não há águia branca para gerar glúten. Como seja, afirmamos que neste rito há grande eficácia, pode ser que por certas operações seja igual ou superior àquele explicado para os iniciados do nono grau. Mas afirmamos que neste caso o Sacerdote precisa ser um iniciado, pois é sua vontade que determina o caráter mágiko de seu leão, e portanto se ele não tiver nenhum propósito a não ser o da Deusa Adonai, ele não poderá ascender Agape ao seu senhor Thelema, nem irá a intenção da Sacerdotisa, embora um alto iniciado, repor o poder essencial do Sacerdote sobre o qual ele é apenas um veículo e guardião. Por esta razão, o nono grau não é tão fácil de tornar-se efetivo por mulheres iniciadas. Seja qual for o resultado do desenvolvimento paralelo àquele indicado entre as nobres e castas damas da Ordem, no presente é impossível declarar uso, mas antes parece que embora o leão e a águia sejam a melhor combinação, o Leão é mais provável de estar apto a dispensar a a assistência da águia, do que a águia substituir a ausência do leão. Pois o glúten é um menstruo ou solvente e nada contém em si mesmo. A tradição também de certas iniciações menores confirma isto. Ainda que considerações de divindade e filosofia até mesmo da física assegurem que nosso modo destaca-se de outros mesmo como a primavera destaca-se do calor. A Água não queima a pele mesmo, e o óleo de VITROL apenas vagarosamente, mas adicione uma gota de água à gota de óleo e instantaneamente advêm o calor e uma dor intensa e aguda. Isto é apenas uma analogia, ainda que justa e agradável ao filósofo.

Esta seção é bem obscura e contém um conceito básico errado que deve ser corrigido sob a luz da ciência e tantrismo modernos. O glúten feminino não é apenas veículo para a semente masculina como ensinado no arcano original da OTO, mas tem poder inerente, afim ao do macho, em seus Kalas. Ambas as secreções podem trabalhar isoladas bem como combinadas. Além disto, o resto desta seção está correta e o simbolismo usado deriva de fonte alquímica ao invés de tântrica e portanto a Águia Branca é uma fêmea e o Leão é o macho. Descreve uso de secreções “em núpcias do povo da terra”, isto é, fora do corpo na aplicação específica do décimo primeiro grau da OTO ou Arcano Epsilon. Sugere que é mais difícil para a fêmea do que para o macho nestes graus, pois o macho pode mais prontamente produzir uma secreção coletável, novamente, isto é muito variável e depende dos indivíduos envolvidos. Nos primeiros anos deste século esta afirmação era obviamente correta, hoje, com o surgimento do papel sexual da fêmea é deixada em aberto para investigação pessoal de acordo com a habilidade dos magos feminino e masculino dentro do Santuário. O termo VITROL refere-se ao processo da procura e/ou do encontro da pedra filosofal nas bacias da terra – A aplicação sexual a respeito do intercurso anal e a manifestação da secreção fora do organismo é obviamente inerente à fórmula. Se a Kundalini é ativada analmente e as secreções coletadas fora do corpo, tem grande aplicação nos trabalhos Epsilon.

Sobre a Escolha de Um Assistente

A respeito da escolha de alguém para servir o sacramento, o homem é tão confuso mentalmente, e tão facilmente iludido neste assunto, que parece-nos razoável permitir os caprichos do momento se expandirem. Pois este assim chamado capricho é na verdade talvez a voz do subconsciente, que a escolha deliberada do próprio falo sagrado.

“O falo é a base fisiológica da Alma Superior.”

Por esta razão estes muitos homens desencaminham-se, perdem a castidade e arruínam-se. Mas deixe a Vontade consciente ser inteiramente devota à Grande Obra então o subconsciente escolherá inevitavelmente o veículo apontado do trabalho. É por esta razão que já no sétimo grau os Sires Cavaleiros juram castidade e esta castidade é a abstinência de todos atos sexuais mundanos de qualquer tipo. Além do mais, isto deve ser observado na escolha, que a segunda parte deve consentir entusiasticamente a cooperar fisicamente com o Sacerdote, para que o leão dissolva-se perfeitamente numa porção de Glúten. E sendo este preparo feito de verdade e impecavelmente é conhecido pela aparência da Matéria do sacramento, e também por seu gosto. Pois não está escrito inutilmente no Livro dos Juízes.

“O que é mais doce do que mel e mais forte do que um leão.”

E que este segredo é aqui manifesto pelo Espírito Santo é claro pelo esquartejador de Sansão:

“Se vós não tiveréis arado com minha bezerra, ainda não encontrastes minha charada.”

A escolha de um assistente é um estudo claro e preciso. É óbvio que sendo a consciência o “olho” do inconsciente, a intuição espontânea é o melhor guia. Como também se nota, o juramento do sétimo grau obriga os iniciados usarem todos os atos sexuais como atos divinos de Magia, não como paixões mundanas ou sentimentalismos baratos. As considerações a respeito do envolvimento do assistente devem ser levadas um passo adiante, em todos os trabalhos o assistente deve ter a mente unida com o(a) Sacerdote/isa, de outra maneira o fluido não será programado de acordo com o desejo do rito. Isto é especificamente importante em trabalhos de técnicas sexuais mais complexas como a Missa Gnóstica e os Rituais Maatianos.

Sobre Certas Teorias Judaicas

Entre os judeus estão certos iniciados instruídos na sua Qabbalah, que mantém, como entendemos, a visão de que no Zraa ou o próprio sêmen jaz uma força criativa inerente que não pode ser impedida. Então eles dizem que antes de que Eva fosse feita, os sonhos de Adão produziram Lilith, um demônio, e deste intercurso com ela espalharam-se raças de demônios. Agora, para explorar as estradas da enseada do amor conjugal com muitas restrições como estas …..

1. Deve ser um ato sagrado, precedido de abluções e orações.

2. Todos pensamentos luxuriosos devem ser rigidamente excluídos.

3. O propósito deve ser somente o de procriação.

4. A benção de Deus deve ser sinceramente invocada, para que a criança esteja sob sua proteção especial.

Em outra linguagem, esta é sua teoria, o ato de amor causa uma perturbação mágika no Éter ou Akasha de tal natureza a atrair ou criar um espírito humano desencarnado. Todos os outros atos sexuais envolvendo emissão de sêmen portanto atraem ou excitam outros espíritos, incompletos e portanto, maus. Logo, a polução noturna traz Succubi, que são capazes de existência separada e de vampirizar o seu criador. Mas atos voluntários e estéreis criam demônios e (se feito com concentração e intenção mágika) tais demônios podem subordinar-se à intenção. Logo, como Levi testifica, para enxertar uma árvore com sucesso a graduação é fixada por uma mulher enquanto que o homem copula com ela per ver nefandum. Também narramos pela graça da completude seu método – de atingir o êxtase espiritual por meios sexuais e este método chamamos de “lucidez na eroto-comatose.”

Sob analogia vamos aqui entender a potência mágika do sêmen, que se usado de maneira a estar sob a vontade concentrada é capaz de criar e sustentar toda matéria de vida elemental e artificial. A chave aqui é “sob vontade concentrada” pois sem vontade estas criações podem drenar o criador e vampirizar seu campo de energia. As restrições judaicas no amor conjugal (’emprestada’ dos antigos egípcios) são instruções excelentes a respeito de trabalhos Gamma e Epsilon, salvo que a terceira deve ser mudado para real “todos os atos devem estar somente sob a vontade do mago e entendido como tendo existência separada.” A existência separada refere-se à sua potência como um campo de energia parafísica e astral gerado pela luxúria. A Luxúria é útil apenas quando usada como veículo para estimular o organismo alinhando-o com o rito, portanto, a seção 2 acima entendemos neste conteúdo. Está portanto claro que o ponto focal de qualquer rito deve estar no propósito mágiko, não no parceiro ou o ato físico em si mesmo.

Sobre a Consumação do Elemento Diuno, Seja a Quantidade tão Importante quanto a Qualidade e Seja seu Desperdício um Sacrilégio

É dito pela OHO que deste remédio perfeito apenas uma gota de orvalho é suficiente, e isto pode ser verdade. Ainda que humildemente toda nossa deferência e adoração na nossa opinião é de que cada gota gerada (tanto quanto possível) deve ser consumida.

Primeiramente, que este presente da natureza mais precioso que todos não se perca ou seja profanado – de fato os Romanos tenham apontado instruções excelentíssimas para o tratamento em todos aspectos da Hóstia consagrada. Que os adeptos deste grau estudem ‘Missale Romanum-Ritus Servandus In Celebrationa Missae’ e ‘De Defectibus In Celebrationa Missirum Ocurrentibus’ – e encontrem a partir daí os adjuntos cerimoniais, a atitude mental e por aí vai, como guia para seu próprio trabalho neste alto sacramento.

E também achamos que a consumação deva ser completa nesta consideração, se de fato seja o Prana contido que opera o milagre, então a quantidade é tão importante quanto a qualidade, como se trabalhando com eletricidade a amperagem é tão importante quanto a voltagem. E isto acreditamos especificamente ser verdade no caso de milagres reais, ou a tocaia do espírito de David contra o Golias da matéria. E embora esta proporção seja pequena, não é indefinidamente pequena, mas pode ser que a ação desta substância divina seja catalítica e capaz de transmutar uma quantidade ilimitada de matéria base sem forma na imagem plástica e dócil da vontade. E esta teoria está mais de acordo com a tradição da Pedra e do Remédio.

A chave para entender a relação entre a quantidade e a qualidade a respeito do sacramento Amrita encontra-se no conceito de “verter toda a vida no Cálice de Babalon”, ambos parceiros devem dedicar-se integralmente ao trabalho e serem totalmente inflamados em intoxicação divina. Apenas neste estado está a plena quantidade do sacramento vertido, portanto a quantidade não é medida em porções mas no grau de intoxicação divina experienciado pelos participantes, isto obviamente também relaciona-se à qualidade de maneira que apenas um sacerdote/isa totalmente ativado(a) irá emitir o pelno espectro dos Kalas ao invés apenas dos mundanos encontrados em todas as espécies humanas.

Sobre a Lucidez na Eroto-comatose

O candidato apronta-se para a ordália através de treino atlético geral e banquetes. No dia designado ele é atendido por um ou mais assistentes escolhidos e experientes cujo dever é :

A. Levá-lo à exaustão sexual por todos os meios conhecidos.

B. Elevá-lo sexualmente por todos os meios conhecidos, todo artifício e aparelho do cortesão é para ser empregado e todo estimulante conhecido do médico. Nem os assistentes devem medir o perigo, mas caçar impiedosamente sua presa determinada. Finalmente, o candidato irá mergulhar num sono de exaustão ulterior, parecendo o coma, e é agora que a delicadeza e a perícia devem ser primorosas.Que ele seja despertado deste sono pelo estímulo definitivo e exclusivo de um tipo sexual. Ainda, se conveniente, música sabiamente regulada ajudará. Os assistentes olharão com assiduidade por sinais de despertar e no momento que esses ocorrerem, todo estímulo deve cessar instantaneamente e que o candidato caia novamente no sono.Mas não tão cedo isto tenha ocorrido que a primeira prática é retomada. Esta alternativa é para continuar indefinidamente até que o candidato esteja num estado que não seja nem sono nem vigília e no qual seu espírito, libertado por perfeita exaustão do corpo, e prevenido de adentrar na cidade do sono, comunga com o Altíssimo e Mais Sagrado Senhor Deus de seus seres, feitor do céu e da terra. A ordália termina através de falha – a ocorrência do sono invencível – ou de sucesso, no qual a vigília é seguida por uma performance final de ato sexual. O iniciado pode então dormir ou a prática pode ser renovada e persistida até que a morte termine tudo. A morte mais favorável é a que ocorre durante o orgasmo, chamada de Mors Justi. Como está escrito “Deixe-me morrer a morte dos justos, e que meu final seja como esse !”

Esta seção descreve uma técnica que tem muitos usos nas tradições da Magia Sexual. Ela cria um estado onde a alma não está em comunhão nem com o mundo desperto nem com o mundo do sono e logo está apta a realizar o que poderia ser chamado de “Sonho Controlado”. Esta ocorrência, portanto, tem grande uso nos vários aspectos do controle onírico como descrito no Arcano Alfa bem como em viagem interdimensional. O estado resultante de consciência é afim ao da “Postura da Morte” de Austin O. Spare, onde todo estímulo como natureza externa é detido e um estado temporário de total controle sensorial é atingido com a focalização da psique no estado interno solitário. Nesta programação de informação bem como a exploração do inconsciente é extremamente bem sucedida, logo, seu uso é encontrado em muitas iniciações rituais dentro das lojas mágikas de muitas tradições.

Sobre Certas Teorias Hindus

Como os judeus, os sábios da Índia têm uma crença que um certo Prana (ou força) específico, reside no Bindu ou sêmen. Mas toda sua teoria de Magia e meditação reverbatória, portanto sua ‘comunhão com Deus’ é apenas uma ‘comunhão com o Eu’ e todos seus artifícios para o desenvolvimento de poderes nos seus próprios corpos e mentes, oposto à idéia ocidental de estender estes poderes para influenciar os outros; achamos natural que assim como eles procuram restringir a respiração, ou evitar sua violenta expulsão pelas narinas, perdendo o Prana, e como eles praticam a sucção de água no retorno, para que na defecação eles estejam aptos a reter o Apana, ou virtude específica, e recolocá-la no Svadisthana Chakra, assim eles também realizam seu labor extravagante para reter o Prana primal da vida, ou Bindu. Logo, eles estimulam ao máximo sua produção fazendo uma prostituta consagrada excitar seus órgãos e ao mesmo tempo vigorosamente segurá-lo pela vontade. Após um pouco de exercício eles clamam poder deflorar até oito virgens numa noite sem perder uma única gota de Bindu, este nunca deve ser perdido, mas absorvido através dos tecidos do corpo. os órgãos então agem com um sifão para drenar constantemente suprimentos frescos de vida do reservatório cósmico, e inundar o corpo com sua virtude frutificante. O iniciado é convidado a comparar e contrastar este capítulo com o capítulo XIV, observando em particular, sublinhando ambos sistemas, esse é um postulado. No próprio sêmen existe uma força física que pode ser dirigida para as finalidades mágikas e místicas do adepto. Iniciados notarão também que os filósofos pagãos deram um passo adiante em direção à verdade quando eles dizem que o Sol e a Lua devem ser unidos antes da reabsorção (veja também qualquer Tantra, em particular, Shiva Sanhita). Mas a glória plena do Sol, o simples e mais eficaz e mais sagrado sacramento, é reservado para os eleitos, os iluminados, os iniciados do Santuário da Gnosis.

Esta descrição mostra o uso do sacramento de um modo interno, complementando o uso do Amrita dentro da Eucaristia e demonstra a possível Eucaristia de um elemento dentro do corpo. Quando comparado com o capítulo XIV, o poder inerente das secreções sexuais é óbvio, mas como notado antes este assunto realmente aplica-se a ambos os sexos, não simplesmente ao sêmen. Os Kalas estão presentes tanto nas secreções sexuais do macho quanto nas da fêmea e isto não pode ser ignorado. Há uma tendência no oriente de adorar Shakti, fêmea sobre macho, enquanto no ocidente isto é ao contrário. Contudo, nenhuma destas perspectivas é completa. Sendo que ambos os sexos são sagrados, suas secreções são sagradas e devem ser todas reverenciadas como sagradas e usadas de acordo.

Sobre um Curso de Experimento Sugerido

Aqui está uma série de operações desta Mágika Arte do IX sugerida para o uso de um iniciado conforme ele começa seu trabalho.

1. Força sexual e atração sexual (para assegurar o curso regular destas operações).

2. Compreensão dos Mistérios do IX e sabedoria no seu uso (para assegurar a performance correta destas operações).

3. Aumento da O.T.O. (Como um dever e para assegurar herdeiros adequados para o segredo. Isto é especialmente importante se o iniciado é X).

4. [Se necessário] Facilitação das circunstâncias. (Para assegurar lazer para estas operações e aumentar o campo de escolha de um segundo parceiro.)

5. Estabelecimento de um corpo de guarda-costas formado de guerreiros invisíveis (Para assegurar a liberdade de não ser interrompido no curso destas operações. Isto pode incluir a preservação da saúde.)

6. Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guerdião.

7. Desenvolvimento espiritual, isto é, devoção a Nuit-Babalon-Baphomet.

8. Introspecção avançada sobre a Natureza e suas leis.

9. A fundação de uma abadia da OTO.

10. O estabelecimento do reino de Ra Hoor Khuit sobre a terra.

Também diversos assuntos como o rejuvenescimento do corpo de alguém, se desejado, o poder de cura e tal.

Parecerá que estas poucas operações preenchem cada lótus do universo com seus Buddhas. Mas pode ser que cada operação deva ser trabalhada em detalhe com provas digitais ao invés de compreendidas num toque, para que cada ato prático do iniciado possa precisar de uma consagração em separado. Ou para que grandes operações, como a X na lista acima, possam ser arranjadas para fazer sacramento especialmente elaborado cada Domingo (por exemplo) no ano, os dias de interregno sendo devotados a detalhes da construção. Mas o iniciado logo irá desenvolver um método próprio para extrair o mais eficiente mel de seu favo.

Esta série de operações são um ponto inicial excelente para explorar os potenciais da Magia Sexual, elas são autoexplicativas, salvo em duas considerações específicas. Sendo que, na minha mente, as estruturas gerais da OTO (em todas as denominações) são de molde maçônico jurássico, seria melhor dar energia para o reservatório geral de energia no astral que alimenta todas as ordens ocultas ao invés de focalizar na OTO. A respeito do SAG, sinto que a maioria dos magos trabalhando com Tantra devem já ter alguma medida de conhecimento e conversação com seu ser interior, logo, isto deve ser usado para explorar e expandir esta intimidade.

A respeito das verdadeiras técnicas sexuais para esta operação, podem variar de mago para mago. Por exemplo, uma técnica Beta usando uma forma astral projetada seria provavelmente útil para a operação SAG, enquanto que um rito Gama elaborado seria melhor para X e numa base regular.

Sobre um Certo Outro Método de Magia, Não Incluído na Instrução da OTO

Pode não ser de todo inapropriado aludir a um método de vampirismo, normalmente praticado. O vampiro seleciona a vítima, robusta e vigorosa, como deve ser e com a intenção mágika de transferir toda aquela força para si, exaure a caça através de uso apropriado do corpo, mais comumente a boca, sem que ele próprio entre de qualquer outro modo no assunto. Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra. A exaustão deve ser completa, se o trabalho for executado com perícia, uns poucos minutos serão suficientes para produzir um estado que lembra, e que não está longe de ser, coma. Os experientes podem levar esta prática até o ponto da morte da vítima logo não meramente obtendo a força física mas aprisionando e escravizando a alma. A alma então serve como um espírito familiar. Esta prática é tida como perigosa, e era usada por Oscar Wilde em seus anos finais, pelo Sr. e Sra. Horos, também de uma forma modificada por S.L. Mathers e sua esposa e por E.W. Berridge. A inaptidão dos últimos três salvou-os do destino dos três primeiros.

A questão central desta técnica de Feitiçaria é encontrada na última afirmação do segundo parágrafo “Alguns pensam que isto é de natureza de magia negra.” Está óbvio neste estranho comentário que esta técnica não é Negra na definição do De Art Magica, mas dependendo de seu uso pode ser de grande valia em muitos trabalhos, mas a natureza perigosa da fórmula deve ser observada. Por exemplo, tem grande uso na extração do Ojas da secreção para usos talismânicos e tal. A chave aqui é que deve ser usada apenas com o consentimento dos envolvidos e de tal maneira que apenas uma quantia específica de energia seja removida. Obviamente, usando-a para disparar o coma ou a morte não é afim ao espírito dos Mistérios, a única exceção sendo o coma extático da Lucidez na Eroto-Comatose.

Sobre o Adepto desta Arte

Em armadura de chamas fulgurosas que o adepto vocifere pelo universo, majestoso e irresistível como o Sol.

Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.

Que ele seja uma poderosa luz de conforto e o pai de toda a fertilidade.

Que ele envie chuva na devida estação, e a terra cresça verde em sua chegada.

Que seus planetas girem sobre sua roda, que ele envie seus cometas como anjos a sua raça, e que ele dê luz a todo seu reino.

Que nenhum olho o contemple sem exaltação, que ele golpeie os pescoços dos profanos.

Sobre o Léxico da O.T.O.

Lembre-se destes tesouros a serem preservados :

1. O Segredo do IX.

2. O Segredo do VIII.

A respeito da irmandade universal, no macrocosmo, o Sol senhor de toda vida, no microcosmo, o Falo senhor de toda vida, indubitável, inegável, uma base para a fé de todos homens.

3. O Segredo do VII.

Nosso método particular de instrução, seleção, governo e iniciação.

4. O Segredo do VI.

A história do templo, o mistério de Baphomet, nossa guerra contra aqueles nunca completamente subjugados inimigos da humanidade, a tirania e a superstição.

5. O Segredo do V.

O Mistério da Rosa e da Cruz e da Lei Única, “Do what thou wilt.”

6. Os Segredos dos Graus Menores.

Ex Nihil, Nihil Fiat.

7. O Segredo destas coisas reverenciadas, o Sol, a Lua, o Falo, a Árvore, o Ancestral, o Fogo, o Leão, a Cobra e a Montanha.

Se fosse para reescrever estes sete segredos como entendidos no século vinte dentro da tradição tântrica do Santuário, eles seriam designados como :

1. Os trabalhos do Gamaísmo.

2. A Filosofia do Betaísmo.

3. Os métodos de treino do Alfaísmo.

4. A Filosofia da Corrente do Novo Aeon.

5. O Mistério da Vontade Verdadeira.

6. Os Segredos da Feitiçaria Geral.

7. Os Símbolos Sagrados.

Esses tesouros a serem preservados não são segredos para serem mantidos longe daqueles que querem aprender, mas princípios que devem ser ensinados no contexto e compreensão corretos. O uso que tradição do Santuário faz destas sete classificações inclui modificações especiais, tais como a importância do entendimento da Imortalidade Condicional e a Vontade para o Poder como no item 5 e a psicologia das imagens e símbolos sexuais no item 7. Será notado que os graus sétimo e décimo primeiro (Delta e Epsilon) não aparecem, embora o Epsilonismo tenha sido referido no texto. Isto é porque ambos os graus são considerados os aspectos secretos dos ensinamentos e só podem ser ensinados aos qualificados, enquanto os outros graus podem ser ensinados para quem quer que seja, sendo adequada a sua revelação, embora com muita discrição e cuidado para sustentar sua pureza.

Despedida

Agora que tudo está dito, mais sagrado, mais iluminado, mais ilustre e mais querido irmão.

Pelo nome do Mestre Secreto, Salve e Adeus.

Dado pelo trono da Irlanda, Iona e toda Bretanha.

Neste Dia de Júpiter. An X.
Sol in 0º Libra 35 21
Lua em Sagitário 28 6
Vale de Londres

Conclusões

Ao se estudar um documento como ‘De Art Magica’, o contexto é excepcionalmente importante, a OTO historicamente é considerada a primeira emanação da Astrum Argum, por assim dizer, a AA ensinou o sistema tradicional de Magia Cerimonial e Thelema, enquanto a OTO ensinou o sistema sexual de magia. O Tantrismo ensinado pela OTO era misturado com um sistema desenvolvido de simbolismo maçônico e religioso e coincidiu com a Igreja Católica Gnóstica, que ensinava o simbolismo religioso dos Mistérios, bem como a Missa Gnóstica.

Este sistema provou-se ineficiente e acreditamos que pouco antes da morte de Mestre Therion, ele deu instruções para debandar com a OTO totalmente e criar um novo sistema de iniciação, contudo, ele não foi capaz de completar o mesmo antes de sua passagem. Acreditamos que após sua morte a Astrum Argentinum tornou-se o vórtice espiritual para o ensino da Magia Sexual e a Magia do Novo Aeon, este vórtice pode ser acessado por qualquer um, em qualquer lugar e não tem sequer uma manifestação física. Nós somos simplesmente uma manifestação das forças que canaliza. O sistema usa códigos de Alfa a Epsilon para afastar ligações maçônicas desnecessárias e ensinar os Mistérios de uma maneira precisa e científica.

Tendo dito isto, nós apreciamos qualquer clamor de ordem consolidando a Astrum Argum, OTO ou, para este assunto, qualquer corrente do Novo Aeon e esperamos que este texto se prove de uso prático para todos os indivíduos, grupos e ordens procurando usar o poder da Magia Sexual.

Ganesha, 1991.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-sexual/de-ars-magica/

O Manifesto Pós-Thelêmico

Por Tau Meithras, tradução do Mago Implacável

Faça o que tu queres há de ser o todo da  Lei.

Já faz 117 anos desde a recepção do Liber Al vel Legis por Aleister Crowley, e o início do Novo Aeon para toda a humanidade.

Assim o é, claro, se nós quisermos acreditar na história da recepção do Livro da Lei no Cairo. Nos últimos anos, diversas críticas sobre esta história apareceram- algumas com mais validade do que outras.

Todavia, nós estamos convencidos veementemente que magick existe para além dos limites do tempo e espaço, no espaço liminal entre a realidade consentida e a poesia mítica. E então é altamente irrelevante se a história do Cairo é “verdadeira” ou “falsa”: o que importa é o que ela inspirou. Há pouquíssimas dúvidas que o Século XX e as primeiras duas décadas do século XXI foram testemunhas das mudanças profetizadas em AL.

Nós estamos de novo em uma conjuntura crítica e crucial da evolução espiritual.

Este é o momento em que devemos integrar finalmente as lições de Força e Fogo do Aeon de Hórus, e nos movermos em direção à plena abertura e estabelecimento do Aeon de Maat, a Era de Ajustamento e de Justiça, o sonho de Aquário.

A ideia da Sucessão dos Aeons foi amplamente criticada nos últimos tempos também, novamente em vários graus de relevância. Independente se esta ideia tem validade ontológica ou não, não se pode negar que ela é instrumental para o pensamento mítico por de trás da magia.

O Aeon de Horus foi conduzido pelo Mestre Therion, em sua encarnação mortal como o homem Aleister Crowley. Ele fez isso falando sua Palavra como Magus 9 ° = 2 □ A∴A∴ – essa Palavra era θέλημα.

O Aeon de Hórus foi introduzida pelo Master Therion, e nessa encarnação mortal que foi conhecida pelo Nome de Aleister Crowley. Ele fez isso ao dizer sua palavra como Magus 9=2 da A∴A∴ – Essa Palavra é θέλημα.

É notável que a ideia de Thelema como uma Corrente espiritual não é nova nem original: o homem Crowley era realmente um mestre em encontrar os conceitos antigos e adaptá-los ao mundo em que vivia e para aquele que ele vislumbrava.

No entanto, ao elevar Thelema como uma Fórmula Aeônica, o Mestre Therion deu a ela um significado completamente novo, adjunto com o poder alquímico de transmutação deste nome.

Essa promessa foi cumprida.

No intervalo de 117 anos desde sua recepção, as Fórmulas de Thelema forçaram a alma da humanidade através da Força e Fogo do atanor de Hórus.

Agora é hora de ir além.

Não fazer isso apenas trará o processo de volta a um estágio de putrefação e dissolução, e já estamos vendo alguns vislumbres disso.

Da atitude servil a imagem do homem Crowley, este que não era isento de falhas, ao desespero de pertencer a organizações em decadência, os Thelemitas estão espalhados pelos quatro ventos, vagando sem rumo enquanto se perdem nas garras de Choronzon.

“Post CXX annos patebo” fora escrito em cima da porta da Cripta dos Adeptos Rosa Cruzes do Colégio Invisível – “Eu irei me revelar em 120 anos”. Isso nos demonstra que o tempo de fazer a Ordem ser conhecida no mundo chegou.

Nós agora estamos nos aproximando de um novo centésimo vigésimo aniversário, em 2024 que marcará 120 anos desde a inauguração do Aeon de horus. Entre o Equinócio de Verão de 2021 e o Equinócio de Verão de 2024 nós iremos trabalhar incansavelmente para estabelecer um mundo pós-thelêmico.

Nós não iremos destruir tudo que surgiu anteriormente, e começar do zero de novo, ao invés disso nós nos concentraremos nas leis˜øes e ensinamentos de Nuit, Hadit, Ra-Hoor-Kuit, Hoor-Paar-Kraat, Therion, Chaos, Pan, Baphomet, and a maioria quiçá todas as palavras da Nossa Donzela do Abismo, Babalon.

E ao fazê-lo, nós nos livramos dos grilhões e do legado inaceitável do homem aleister Crowley.

Denunciamos todos seus erros, sua misoginia, seu racismo, e deixando pra tras todas as regras e limitações que constringem que ele colocou.

Nós iremos negar a autoridade de qualquer Ordem que queria estabelecer um cannon ou uma ortodoxia: a Lei é para Todos, e a era da organização hierárquica acabou.

Estes três anos, como a fase da jornada Alquimica, serão desafiadora mas sem dúvida nenhuma será recompensadora

Já é hora de ir para além

It is now time to move beyond.

Tετέλεσται

Amor é a Lei, Amor sob vontade.

Tau Meithras

Zenite de Glastonbury

#Thelema

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-manifesto-p%C3%B3s-thel%C3%AAmico

O Triângulo Draconiano

Por Adriano Camargo Monteiro

O triângulo é a primeira forma geométrica completa, uma forma geométrica primitiva cujo simbolismo sintetiza o mundo superior, o plano da Criação, pois envolve três forças primárias que são a origem de Tudo em seu ciclo infinito de criação, preservação e destruição no tempo contínuo (passado, presente e futuro). Isso pode ser ilustrado por diversos símbolos, de diversas culturas e religiões ao redor do mundo. Como exemplos, podemos citar a Trimurti ou Trindade hindu (muito anterior ao cristianismo) composta pelos deuses Brahma (Criação), Vishnu (Preservação) e Shiva (Destruição). Outros exemplos são o Tridente de Shiva; o Tridente de Netuno; o Caduceu de Mercúrio com duas serpentes e um bastão; as três Nornas, deusas escandinavas do Destino (Moiras gregas, Parcas romanas), etc.

Na Clavicula Salomonis, conhecida também como Goetia, um grimório tradicionalmente atribuído a Salomão, mas possivelmente escrito na Idade Média, o triângulo simboliza a manifestação da vida e é usado na prática de evocação em que certas entidades deveriam aparecer. Esse Triângulo da Arte, não só na Goetia, mas também em diversas outras evocações, simboliza a Visão, a Força e a Ação (Visio, Vires, Actio).

Os três pontos representam também o triângulo filosófico, ou seja, o Enxofre, o Mercúrio e o Sal, os três principais elementos alquímicos. O Enxofre é o fogo luminoso, o verdadeiro Ser espiritual autoconsciente, o Eu Superior individual, o Fogo de Prometeus, o Fogo do Dragão e a Tocha de Baphomet (a união dos aspectos mercurianos/luminosos e tifonianos/sombrios), sendo esse Enxofre/Fogo a chispa imortal que vivifica cada ser. O Mercúrio é a alma ou veículo astromental que expressa emoções e pensamentos, que manifesta a inteligência e a imaginação no indivíduo encarnado; é o mediador entre o espírito e o corpo físico. O Sal simboliza o próprio corpo material denso com suas sensações e sentidos físicos, animado pelo Enxofre (o fogo vivificante, o espírito); é o receptáculo das influências espirituais (Enxofre) e das inquietudes da alma (Mercúrio).

Na Cabala Hermética e Tifoniana, os três pontos representam o triângulo superior da Árvore da Vida e da Morte, formado pelas três Sephiroth/Qliphoth, ou esferas (pontos), chamadas Kether/Thaumiel, Chokmah/Ghogiel e Binah/Satariel. Sinteticamente, pode-se dizer que Kether (Coroa) é a força neutra potencial, a centelha original e primordial da vida e do universo, e seu lado sombrio, Thaumiel, expressa as “Forças Combatentes” que “combatem” Kether e abrem um buraco para outro universo, o Universo B, em que o indivíduo expande a consciência para os planos transplutonianos (além dos limites do universo conhecido). Chokmah (Sabedoria) é a força positiva, masculina, ativa, em ação, e seu aspecto sinistro, Ghogiel, é o “Estorvador” que impede a continuidade do velho mundo, que destrói o antigo estado de coisas para dar lugar ao novo, à evolução para além do comum e corrente. Binah (Compreensão) é a força negativa, feminina, passiva, gestadora, da Criação, e seu lado obscuro, Satariel, é o “Ocultador” que oculta a luz nas profundezas, a luz de que faz o indivíduo ver (derkein = drakon), ou seja que possibilita a aquisição do conhecimento secreto. Porém, Satariel vela o acesso àqueles que não possuem as chaves, ou seja, que não estão preparados o suficiente.

Na música, os três pontos representam a tríade ou tricorde, as três notas do acorde considerado perfeito. Esse acorde primordial e básico, de três notas, é formado por intervalos de terças (tríades), por exemplo: tônica (nota dó, primeira), mais a terça (nota mi, terceira da nota dó), mais a quinta (nota sol, terceira da nota mi). Metafisicamente, o acorde perfeito, formado pela tríade, simboliza a Criação incipiente, prestes a desdobrar-se infinitamente no universo, como os muitos acordes e escalas musicais existentes para expressar os muitos aspectos do espírito humano.

No corpo humano, representado pelo Caduceu de Mercúrio, temos o ternário bioenergético, os etéricos condutos nervosos da coluna espinhal, chamados de Idá, Pingalá e Sushumná. Idá é a “serpente”, negativa; Pingalá, a “serpente”, positiva; e Sushumná é o bastão neutro com o globo Aour (Luz). Assim, temos nos três pontos a representação de três forças primárias e fundamentais, a positiva, a negativa e a neutra, que são essenciais para gerar ou criar qualquer coisa no universo manifestado. Aliás, esse princípio pode ser visto na própria Física e na estrutura básica do átomo composto por prótons, elétrons e nêutrons. Ainda no corpo humano, temos as três funções respiratórias (inspiração, retenção e expiração), e na genética e na fisiologia temos as forças manifestadas no pai, na mãe e no filho(a). O período de gestação da vida humana no útero da mulher (o triângulo invertido) é de 9 meses, ou 3×3 (um triângulo duplo entrelaçado formando o hexagrama).

Como analogia, o triângulo, formado pelos três pontos, é também o símbolo alquímico do Fogo e do Enxofre (o triângulo sobre uma cruz equilátera). Sua forma alude ao fogo e sua chama ascendente que termina em ponta triangular. A própria manifestação física do fogo essencialmente requer a combinação de três elementos: combustível (material de combustão), comburente (oxigênio) e calor (princípio de ignição), formando assim o triângulo do fogo, ou, maçonicamente, o delta luminoso do espírito e o plano espiritual do universo.

Símbolo do Enxofre

Mas, acima de tudo, o triângulo, para a Via Draconiana, é invertido, representando o feminino primordial, o útero do qual provém o universo. O triângulo invertido é um dos principais símbolos estilizados do Sagrado Feminino e de tudo o que isso envolve, sendo, consequentemente, um dos símbolos da Via Esquerda. Representa as deusas sinistras (ou seja, esquerdas, um pleonasmo para o próprio feminino), e seus aspectos tríplices, tais como Hécate, por exemplo. Algumas outras deusas arquetípicas correspondentes são: Hel, Hikhet, Nephtis, Crone, Lilith, Kali, Po, Mama Pacha, Tlaltecuhtli e o dragão fêmeo Tiamat. É importante compreender que a palavra “sinistra” significa “esquerda”, e que seu significado original grego, desde os tempos dos gnósticos, indica sempre o gênero feminino (a Iniciatrix), sem qualquer conotação maligna, tendenciosa, dogmática ou pejorativa.

O triângulo invertido, na alquimia, representa o elemento Água, o princípio ou elemento feminino; a taça; o caldeirão; o poço escuro; o útero; a caverna para os reinos subterrâneos, metafisicamente o Sitra Ahra, o “outro lado”, reino essencialmente feminino e primordial onde jaz a sabedoria (Sophia) oculta.

O triângulo invertido também representa os três chacras secretos (Golata, Lalata e Lalana) na parte de trás da cabeça e que são despertados graças ao poder (shakti) da deusa Kali e de Kundalini, a draco-serpentina Mãe Primordial.

Aqueles que sabem ler nas entrelinhas, sabem também como proceder em questões práticas…

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Adriano C. Monteiro é escritor de Filosofia Oculta, articulista em diversas mídias e autor da Tetralogia Draconiana.

#LHP

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-tri%C3%A2ngulo-draconiano

Símbolos do Ocultismo na Música Pop

Por Donald Tyson.

Tem havido muita conversa nas mídias sociais recentemente sobre o uso de símbolos ocultos por artistas proeminentes em grandes locais, como o Superbowl Halftime Show e o MTV’s Video Music Awards. Madonna era notória por usar tal simbolismo. Mais recentemente, Lady Gaga tirou a coroa de Madonna e superou a Material Girl em seu próprio jogo. Outros artistas, como Beyoncé, Marilyn Manson, Lil’ Wayne, Ke$ha, Miley Cyrus, Jay-Z, Kanye West e Eminem, para citar apenas alguns deles, entraram na onda e incorporaram simbolismo esotérico em seus apresentações de palco.

O que tudo isso significa? Devemos nos preocupar com isso? Esses artistas são membros de uma organização secreta conhecida como os Illuminati, como afirmam seus críticos? Eles são satanistas? Ou eles são apenas buscadores de atenção, usando e abusando de símbolos que não entendem por seu valor de choque? Você pode pensar que já leu o suficiente sobre esse assunto sobrecarregado, mas deixe-me dar algumas ideias da perspectiva de um mago que trabalha nas tradições ocidentais.

A primeira coisa que noto, quando estudo as fotografias e videoclipes desses artistas populares, é o pequeno conjunto de símbolos ocultos que eles realmente usam. Existem menos de duas dúzias de símbolos que aparecem regularmente. Isso não é muito, considerando que a magia ocidental tem centenas de símbolos potentes com significado esotérico. A limitação do número de símbolos distintos utilizados deve-se provavelmente à necessidade de reconhecimento por parte dos fãs.

Quais são os símbolos? O mais comum entre eles é o sinal da mão dos chifres, com o indicador e o dedo mínimo estendidos; o olho no triângulo; o olho de Odin (um olho coberto por uma mão), o sinal da mão do número 6, com o polegar e o dedo indicador fazendo um círculo e os outros dedos estendidos; a cruz invertida; a chamada cruz satânica ou símbolo alquímico do enxofre; os pentagramas sejam eles “normais” ou invertidos; o olho egípcio de Hórus; um olho na palma da mão; crânio e ossos; o bode; a serpente; o relâmpago; a figura de Baphomet.

Se você considerar esses símbolos, verá que eles se dividem em duas categorias: símbolos de uso geral na magia e símbolos considerados caóticos ou satânicos. Não há nenhuma tentativa dos artistas de diferenciar entre essas duas categorias. Muitas pessoas consideram qualquer símbolo ligado ao ocultismo como inerentemente mau. Aqueles de nós que estudam magia sabem que isso é incorreto. Exatamente o oposto é verdadeiro: nenhum símbolo é inerentemente mau – mas o público geral desses artistas não sabe disso. Para eles, os símbolos ocultos são misteriosos, intrigantes, poderosos e perigosos – tudo que pode fascinar a mente de um adolescente.

Cantores populares voltaram-se para símbolos ocultos como valor de choque porque esgotaram as possibilidades do sexo. Eles não podem ir mais longe com a sugestão sexual, a menos que tenham sexo real no palco. A maioria procura em outro lugar por algo que vai gerar controvérsia, e o encontra no ocultismo. Isso é lamentável, já que os símbolos ocultos têm um significado mais profundo que é rebaixado por sua exploração. Mas ninguém deve supor que os artistas que abusam desses símbolos sabem o que estão fazendo, ou que esses indivíduos pertencem aos Illuminati ou a qualquer outra corrente oculta séria.

Nossos agradecimentos a Donald por seu artigo de convidado! Visite a página do autor de Donald Tyson para obter mais informações, incluindo artigos e seus livros.

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Fonte:Occult Symbols in Pop Music, by Donald Tyson.

COPYRIGHT (2014) Llewellyn Worldwide, Ltd. All rights reserved.

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/simbolos-do-ocultismo-na-musica-pop/