As 3 Colunas ou Pilares [Update]

Esta divisão tradicional em três colunas, está em estreita vinculação com o expressado anteriormente acerca dos Princípios alquímicos. Como se pode observar, uma das colunas é ativa (+) –ou positiva, ou masculina–, e a outra é receptiva (–) –ou passiva, ou feminina–, enquanto a terceira, ou eixo central, eqüidistante de ambas, é neutra e permanentemente as conjuga. À energia passiva corresponde a Coluna da Beleza, composta, como podemos ver, pelas sefiroth Hochmah (2), Chesed (4) e Netzach (7). À energia ativa, a Coluna da Força, que está composta pelas sefiroth Binah (3), Gueburah (5) e Hod (8). A coluna ou pilar central ou axial, constituída pelas sefiroth Kether (1), Tiferet (6), Yesod (9) e Malkuth (10), é neutra, e perenemente realiza a assimilação dos contrários, dando lugar a novas possibilidades de desenvolvimentos indefinidos. É chamada pilar ou Coluna do Equilíbrio. Esta é a imagem da ordem permanente da Criação, segundo a Cabala.

@MDD – estava invertido!!! agora está certo.

#hermetismo #Kabbalah

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/as-3-colunas-ou-pilares-update

Os Livros Essenciais da Cabalá – Pré-venda

Esta semana os Livros Essenciais de Cabalá entram na gráfica e nestes 15 dias de impressão, abriremos a pré-venda para quem não teve oportunidade de comprar os livros poder adquiri-los, bem como o Qametz (Talismã da Sorte), presente a todos que apoiaram o Projeto nas primeiras 48hs.

– O Sepher Yetzirah (O Livro da Formação)
– O Sepher Ha-Zohar (o Livro do Esplendor) – Prólogo & Bereshet A
– O Livro da Reencarnação das Almas
– O Livro do Anjo Raziel

E todos que apoiarem com a compra dos 4 livros receberão também, como metas batidas no Financiamento:

– 5 marcadores de página, estilizados para cada um dos livros
– Livro Magia Tradicional – Ensaios em Filosofia Oculta.

Apoie já
Livros Essenciais da Cabalá

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/os-livros-essenciais-da-cabal%C3%A1-pr%C3%A9-venda

Afrodite e Anquises

Olá crianças,

Na Palestra sobre Deuses e a Kabbalah, eu mencionei a respeito das concepções divinas que sempre eram retratadas como um pai-deus e uma mãe-mortal, gerando um herói solar (Hércules, Hórus, Mithra, Perseus, Ulisses, Jesus, etc) e disse que não haviam heróis resultantes da união de um mortal com uma deusa… mas o leitor Carlos eduardo me lembrou de uma exceção: Anchises. De qualquer forma, é curioso notar que ele não é resultado de uma “conquista”, mas sim de um “castigo/humilhação” a que Zeus submete Afrodite: apaixonar-se por um mortal.

Como diz o texto a seguir, extraído da obra de Karl Kerényi “Os Deuses Gregos”, Cultrix, 2000:

As histórias sobre a grande deusa do amor que até agora tenho contado tinham o seu cenário no extremo sudeste do nosso mundo grego – em Chipre e na Síria. A cena da história seguinte é a região de Tróia, na Ásia Menor. Afrodite ali aparece acompanhada de animais selvagens: isso a liga à “Mãe dos Deuses”, concluindo assim minha narrativa a respeito das divindades pré-olimpianas ou, pelo menos, alheias ao 0limpo. A história nos foi contada num hino atribuído a Homero.

Havia três deusas sobre as quais Afrodite não tinha poder algum: Atena, Ártemis e Héstia. Todos os outros deuses e deusas cediam às suas injunções, e ela chegou a compelir o próprio Zeus a apaixonar-se por mulheres mortais e a descurar da sua irmã-esposa Hera, filha de Crono e Réia. Foi por isso que Zeus, por seu turno, compeliu Afrodite a apaixonar-se pelo pastor Anquises, que apascentava o gado nas alturas do monte Ida e era tão belo quanto os imortais. Afrodite avistou-o, e o amor senhoreou-se dela. Ela dirigiu-se à pressa a Chipre, ao seu templo em Pafo. Fechou as portas do templo atrás de si, as Graças banharam-na e ungiram a grande deusa com o óleo dos imortais, cuja fragrância adere aos deuses eternos. Envergando um belo vestido e adornada de ouro, ela voltou, célere, a Tróia, ao monte Ida, à mãe dos animais selvagens.

Afrodite caminhou através das montanhas, para os rebanhos de gado. Atrás dela, sacudindo a cauda, iam lobos cinzentos, leões de olhares ferozes, ursos e rápidos leopardos, insaciáveis em sua fome de gazelas. A deusa regozijou-se com a vista deles e encheu de amor o coração das feras, de modo que todas se deitaram, aos pares, à sombra das florestas. Afrodite entrou na tenda do pastor e encontrou Anquises a sós. Ele andava de um lado para outro tocando um alaúde. Afrodite postou-se diante dele na forma de uma bela e delicada donzela mortal. Anquises contemplou-a e maravilhou-se da sua beleza, da sua estatura e das suas roupas esplêndidas. Ela vestia uma túnica cuja vermelhidão ofuscava mais do que o fogo; brilhavam-lhe os seios maravilhosamente, como se fossem banhados de luar. O amor apoderou-se de Anquises, e ele dirigiu-se à deusa. Saudou-a como uma imortal, prometeu-lhe um altar e sacrifícios, e suplicou-lhe a bênção para ele e sua posteridade. Diante disso, a deusa mentiu-lhe, dizendo-se uma donzela mortal, uma princesa frígia que também sabia falar a língua dos troianos. Hermes a arrebatara, assim explicou ela, do coro de Ártemis, em que estivera dançando com suas companheiras de folguedos e com as ninfas, e a transportara para o monte Ida, através do ar, desde a Frígia. Pois ela fora convocada – assim falara o mensageiro divino – para tornar-se esposa de Anquises. Mas desejava que o pastor não a tocasse enquanto não a tivesse apresentado a seus pais e irmãos, cuja nora e cunhada viria a ser; e desejava também, antes de celebrar-se o casamento, mandar uma mensagem aos pais dela a respeito do dote. Essas palavras da deusa encheram Anquises de um amor ainda maior. “Se és donzela mortal, e estás destinada a ser minha esposa, nem deus nem homem poderá privar-me de ti. Ainda que Apolo deva matar-me depois, quero amar-te agora, imediatamente, e depois morrer!” Isso bradou o pastor, e segurou a mão de Afrodite. Ela o seguiu até a cama dele, virando-se repetidamente para trás, como se quisesse retroceder, e pousando no chão os lindos olhos. Sobre lençóis macios jaziam peles de ursos e leões, que o próprio Anquises matara. Ele retirou os adornos da noiva, afrouxou-lhe o cinto e descobriu-a. De acordo com a vontade dos deuses, o mortal deitou-se com a deusa imortal, sem saber o que estava fazendo. Somente à hora em que os outros pastores deviam voltar, Afrodite despertou o amante adormecido e mostrou-se a ele em sua verdadeira forma e beleza. Anquises ficou assustado quando lhe viu os lindos olhos. Virou-se para o outro lado, cobriu o rosto e implorou-lhe que o salvasse. Pois nenhum homem mortal continua gozando de boa saúde pelo resto da vida depois de haver dormido com uma deusa.

Conta-se ainda que Afrodite profetizou o máximo bem para o filho que concebeu de Anquises, e para seus descendentes. O filho era Enéias, que seria famoso mais tarde, entre os nossos vizinhos italianos, como fundador da nação latina. De sua parte, a deusa lamentou haver-se entregue a um mortal. Anquises não deveria revelar a ninguém que ela era mãe de seu filho; as ninfas lhe trariam, como se a criança pertencesse a uma delas. Se ele o fizesse, o raio de Zeus o atingiria. Afirma-se que Anquises, mais tarde, foi estropiado por um raio. Mas havia também a história de que ele foi punido com a cegueira por ter visto a deusa nua. Abelhas, com os ferrões, arrancaram-lhe os olhos.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/afrodite-e-anquises

A Raposa e as Uvas – Uma Fábula Moderna

Passeando por grupos do facebook, uma raposa, morta de fome de conhecimentos, viu, ao passar diante de um pomar, penduradas nas ramas de uma viçosa videira, alguns cachos de exuberantes uvas negras, e o mais importante, maduras. Eram quase 700 paginas coloridas e 800 mil palavras de conhecimento vinífero penduradas ali na sua frente.

Não pensou duas vezes, depois de certificar-se que o caminho estava livre de intrusos, resolveu colher o seu alimento.

– Alguém conhece este livro? Fiquei muito interessada…

Usou de todos os seus dotes, conhecimentos e artifícios para apanhá-las, mas como estavam fora do seu alcance, acabou cansando-se em vão, e nada conseguiu.

– Alguém tem um PDF para me mandar?

Desolada, cansada, faminta, frustrada com o insucesso de sua empreitada, suspirando, encolheu de ombros e deu-se por vencida. Outras raposas chegaram junto, mas nada conseguiram.

Deu meia volta e foi-se embora, desapontada foi dizendo:

– Está muito caro!

Outras disseram:

– Parece um trabalho superficial, o livreto de 100 paginas da Dion Fortune que pegamos de graça pirata é bem mais profundo.

– Não gosto do autor, autores nacionais nunca se aprofundam nos temas

– A parte gráfica deixa a desejar…

– Não recomendo o autor para ninguém que queira estudar Magia(k), ele é muito pop, só fala de Kabbalah e Harry Potter, Matrix e Senhor dos Aneis

– Com todo respeito aos meus amigos ocultistas, mas se quer aprender cabala “de verdade”, estude Hebraico e pegue livros como Tikunei Zohar, Zohar Hakadosh, Likutei Amarim, Likutei Moharam, Shney Luchot Habrit…

– Um amigo de um primo meu da capital disse que o autor colocou círculos cabalísticos reais em um RPG e faz com que o primo de um conhecido meu invocasse demônios em uma sessão de RPG, por isso não podemos comprar nada deste autor.

Quando já estavam indo, um pouco mais à frente, escutaram um barulho como se alguma coisa tivesse caído no chão… Voltaram correndo pensando ser um pdf…

Mas quando chegaram lá, para sua decepção, era apenas uma folha que havia caído da parreira. As raposas, decepcionadas, viraram as costas e foram-se embora de novo.

Fábula de Esopo, baseada em fatos reais.

#Arte #Fábulas

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-raposa-e-as-uvas-uma-f%C3%A1bula-moderna

O Monte Hermon

A ligação entre o povo judeu e as Colinas do Golã remonta aos tempos bíblicos. Diz a tradição judaica que foi no Monte Havtarim, na região do Monte Hermon, a 1.296m acima do nível do mar, nos declives de Katef Sion, que D’us prometeu a Abrão que lhe daria a terra para seus descendentes. Um antigo túmulo marca o local e um robusto carvalho ergue-se, ao lado.

“Os olhos de Israel”. Assim é carinhosamente chamado o Monte Hermon, ponto culminante do país, localizado no topo da Cordilheira do mesmo nome, entre a fronteira de Israel e a Síria. Assim denominado por causa de seus picos, é um dos principais centros de prática de esportes de inverno. Com 2.224m, foi o local escolhido para a implantação de um centro de lazer para turistas e amantes do esqui, pois a neve faz parte da paisagem natural da área de novembro a março, cobrindo de branco os picos do Hermon. De suas encostas, que degelam após o inverno, nasce o rio Jordão. Nos dias claros de verão, do alto das montanhas, tem-se uma das vistas mais belas da Galiléia. A região é apreciada também por outro tipo de turistas, além dos esquiadores: os observadores de pássaros. Por sua altura e a existente fauna e flora, é considerada uma das melhores áreas da região.

Fundamentalmente estratégicas para a defesa do país, somente após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, as Colinas do Golã e o Monte Hermon passaram do controle sírio para o de Israel, inaugurando uma era de tranqüilidade como não conhecia, há décadas, a população israelense do norte do país.

Vestígios da antigüidade

Dizem os historiadores que a região sempre foi disputada pelos povos que lá viveram. Os amoritas a dominaram do 3º ao 2º milênio antes da nossa era, quando foram derrotados pelos arameus. Posteriormente denominada Bashan, foi uma área disputada pelo reino de Israel e o dos arameus, a partir do ano 800 a.E.C. A partir daí, se seguiram constantes trocas de poder: assírios, babilônios, persas. No século V a.E.C, a região volta a ser povoada pelos judeus que retornavam do exílio da Babilônia.

Alexandre, o Grande, conquistou as montanhas no século IV antes desta era, mantendo-as sob controle helenístico até sua captura pelos romanos. É quando passa a ser chamada de Golã. Os gregos costumavam referir-se às redondezas como “Gaulanistis”, termo usado pelos romanos, daí o nome Golã. A 1ª. Revolta Judaica contra as forças de Roma aconteceu de 66 a 73 da Era Comum, quando um grupo de judeus ocupou a colina de Gamla. Estes foram derrotados e a cidade, destruída. O local tornou-se conhecido como “A Massada do Golã”.

Durante o reinado dos romanos, chegaram os gassânidas, em 250 da E.C. e construíram sua capital em Jabiyah. Dividido o Império Romano, em 391, as Colinas do Golã ficaram sob influência bizantina e controle dos gassânidas. Depois vieram os sassânidas e mais tarde os árabes muçulmanos, sob domínio omíada, iniciando um novo capítulo na história local.

Os druzos começaram a chegar ao norte do Golã e arredores do Monte Hermon a partir do século XV, seguidos um século depois pelos turcos otomanos, que lá permaneceram até o final da 1ª Guerra Mundial. Em 1880, um grupo de pioneiros sionistas fundou um núcleo judaico denominado Ramataniya, que desapareceria em apenas um ano. Finda a 1ª. Guerra, em 1920 o destino do Golã é definido por um acordo entre França e Grã-Bretanha, que concedia aos primeiros o controle sobre a maior parte do território. Isto ocorreu somente em 1924, um ano após os ingleses assumirem o mandato sobre a então Palestina. Ainda pelo mesmo tratado, uma pequena parcela do território passou da Síria para a Palestina. Assim, a França estendia seu mandato sobre a Síria. Ao término deste, em 1944, este último país fica com o controle da área.

Logo após a Independência de Israel, em 1948, Damasco aumenta sua presença militar nas colinas, de onde atacava constantemente a população civil israelense do norte do país. Depois de assinado o armistício em 1949, entre israelenses e sírios, parte da área foi desmilitarizada, mas as violações destes últimos continuaram até 1967, quando Israel ocupa a região, pondo fim a 18 anos de bombardeios sobre seus cidadãos. Atualmente, 18 mil pessoas moram na região do Golã, em 35 povoados

Trilha das sinagogas

Um dos símbolos mais conhecidos do legado judaico na região é o povoado de Gamla, destruído durante o ano 67 da E.C., durante a 1ª Revolta Judaica. A escavação da cidade e sua identificação só foram possíveis após 1967. Para os visitantes, transformou-se em interessante ponto turístico. Para os estudiosos, a mais importante evidência da vida judaica no Golã, durante a Antigüidade, e da política destrutiva dos Césares contra os povoados judaicos.

Tal perspectiva, no entanto, só voltou a ser estudada quando o arqueólogo Haim Ben-David aprofundou suas pesquisas sobre as ruínas das comunidades judaicas, no Golã, do período mishnaico e talmúdico. Como parte de sua investigação, analisou artefatos encontrados em mais de 50 sítios, habitados entre o século I a.E.C. e o século VI. Ben-David datou cuidadosamente cada um dos fragmentos, ressaltando que, diferentemente de outros sítios arqueológicos do período romano-bizantino, os mínimos detalhes encontrados na região do Golã eram cruciais para uma compreensão da história local.

Após estudar cerca de 6 mil fragmentos, chegou a uma conclusão surpreendente: “Gamla foi o único povoado destruído durante a 1ª. Revolta Judaica…. As evidências indicam que pelo menos 25 continuaram a existir… e suas ruínas estão no que hoje se conhece como Ein Nashut, Yehudiya Dir Aziz”. O arqueólogo concluiu, também, que, nessa região central encontra-se um padrão contínuo de vilarejos judaicos desde o período do Segundo Templo até o final do domínio bizantino; e que alguns ainda se estenderam pelo início do período islâmico, em meados do século VIII.

No entanto, Ben David faz questão de ressaltar que sua conclusão não significa que todos os povoados judaicos sobreviveram até o domínio bizantino; demonstra apenas que aqueles cujos vestígios foram encontrados não foram destruídos nos confrontos. O estudioso encontrou sinais de 15 assentamentos judaicos abandonados no século IV, final do período romano. Segundo suas pesquisas, os povoados iam sendo abandonados à medida que os bizantinos ocupavam as terras mais férteis do Golã. Os judeus, por sua vez, foram-se concentrando em áreas cada vez mais remotas, distanciando-se, gradativamente, do poder central. As análises do arqueólogo também levaram à conclusão de mais uma característica comum entre tais povoados: a presença de edifícios públicos elaborados, incluindo-se sinagogas bem decoradas, geralmente nos pontos mais altos das montanhas.

Outra forte marca da presença judaica nas regiões mais remotas do Golã foi a descoberta de uma sinagoga nas ruínas do vilarejo sírio de Dir Aziz, próximo ao Moshav Kanaf. Era parte de um assentamento judaico, datado do século I desta Era. Foi justamente na área em que começaram a se delinear as primeiras teorias de Ben-David sobre as antigas comunidades do Golã. Antes dele, no entanto, o explorador Laurence Oliphant, em suas andanças pela Terra Santa, em 1885, já mencionara a existência de uma sinagoga no local. Descreveu a fachada ocidental do edifício, com 3m de altura, então intacta. Somente após 1970 iniciaram-se trabalhos arqueológicos mais intensos.

Mas os primeiros pesquisadores não encontraram a sinagoga, provavelmente em virtude de um terremoto na área, em 1920, que a teria posto abaixo. Zvi Ilan foi o primeiro a coordenar as pesquisas, seguido, décadas depois por Zvi Maoz, do órgão responsável pelo patrimônio de Antiguidades, em Israel. As informações iniciais de Oliphant foram confirmadas: em Dir Aziz, de fato existira uma sinagoga. Por insistência de Ben-David e Maoz, as escavações foram retomadas em 1998, quando finalmente se encontrou a estrutura da sinagoga. Bem conservada, mantinha quatro colunas ao longo do muro norte e o piso de pedras artisticamente talhadas. Além de surpresos pelo bom estado da construção, Ben-David e Maoz entusiasmaram-se com algumas de suas singularidades.

Por exemplo, a escada para o saguão principal e sua construção, voltada ao Oriente. A maioria das sinagogas do Golã e da Galiléia aponta para o sul, em direção a Jerusalém. A bimá, por sua vez, ergue-se ao longo do muro sul do edifício. Em artigo publicado no Haaretz, em 2003, Ben-David dizia que a estrutura da sinagoga de Dir Aziz era muito parecida com as construídas na região sul de Hebron, o mesmo acontecendo com o local do Aron Hakodesh.

Mas a maior surpresa dos pesquisadores foi depararem-se com um pequeno jarro de barro, sob o piso da sinagoga, contendo catorze moedas de ouro do reinado do imperador Justiniano, de Bizâncio. “Sabíamos que, na época, era costume enterrarem-se moedas, mas, quase sempre, as de bronze. Os achados de Dir Aziz constituem um verdadeiro tesouro”.

Ao longo das escavações, foram-se sucedendo as surpresas. Quando desmontaram um muro divisório construído no vilarejo durante o período sírio, encontraram uma inscrição em grego em uma pedra antiga, reutilizada, do período bizantino. Havia apenas uma palavra: “Azizo”. Sobre a palavra, os arqueólogos observam que havia na região de Hebron um povoado chamado Kfar Aziz. Há, também, outras explicações para a semelhança entre os termos Azizo e Aziz – ambos usados como prenomes entre os semitas. É possível que os fundadores da sinagoga tenham gravado o nome do doador da obra. Apesar das escavações não terem sido ainda encerradas, os estudiosos acreditam que a sinagoga foi utilizada até o início do domínio islâmico, durante as dinastias omíada e abássida.

Durante o período romano, a região denominada Golã incluía principalmente a parte central do planalto, entre Nahal Jalabun, ao norte, e Nahal Kanaf, ao sul. Aí floresceram os povoados judaicos. O atual “sul do Golã” era genericamente descrito como Hippos, provavelmente pela influência grega dominante. Ao redor da cidade foram construídos também alguns vilarejos judaicos. Na literatura rabínica é também conhecida como Susita.

Se durante a dominação romana os judeus se dedicavam quase que exclusivamente ao cultivo de vinhedos, com o domínio bizantino e seu contínuo deslocamento para áreas mais distantes e menos férteis passaram a produzir azeite de olivas. Segundo Ben-David, restos de prensas encontrados na região comprovam a florescente indústria desenvolvida pelos judeus, que chegavam a exportar a produção.

Todo povoado construído no período bizantino possuía sua sinagoga, tendo-se provas da existência de no mínimo 25, em comunidades vizinhas. Para o arqueólogo, há uma relação inegável entre o êxito na indústria de azeite do povoado e o porte de sua sinagoga. Quanto mais bem sucedida a comunidade, mais monumental a construção. Tal pujança, no entanto, desapareceu no início da Idade Média. Foram abandonados todos os assentamentos da região central do Golã, inclusive os ishuvim judaicos. A localização exata de locais como Nov, Hispin, Afik e Kfar Haruv – mencionados em fontes históricas e na literatura rabínica – se perdeu.

Para Ben-David, no entanto, Dir Aziz pode-se vangloriar de ser o único povoado do Golã onde se encontrou uma evidência de seu nome hebraico, preservada por mais de vinte séculos.

Inúmeras atrações

Palco de tantos eventos da história antiga, a região norte do Golã traz, em sua paisagem, marcas de vários períodos. Entre as colinas foi construída Ka’alat Namrud, uma das melhor preservadas fortalezas mamelucas, do período dos cruzados. De suas muralhas é possível se ter uma visão panorâmica das Cachoeiras de Banias, recanto dos mais procurados pelos israelenses que fogem das altas temperaturas que assolam o país, no verão. O vilarejo de Ein Kinya, por sua vez, permite aos visitantes aprender um pouco sobre o estilo de vida e a cultura drusa.

A capital do Golã é Katzrin, cidade com várias opções turísticas. Com mais de 5 mil habitantes, situa-se entre os rios Zavitan e Meshushim. O Museu Arqueológico do Golã é parada obrigatória para os visitantes. Abriga uma coleção de artefatos que é uma verdadeira retrospectiva da história do homem e da cultura na região, dos tempos pré-históricos até o período talmúdico. Nesse museu estão expostos, entre outros, armas usadas nos embates entre os habitantes de Gamla e as legiões romanas.

O próximo passo do roteiro dos visitantes é o antigo Parque de Katzrin, nas proximidades da zona industrial da cidade. Lá se vêem reconstituições de construções do período talmúdico, inclusive a magnífica sinagoga e duas residências.

Ainda na zona industrial estão as vinícolas, que hoje fazem a fama dos vinhos israelenses, no mundo, com uvas cultivadas nos vinhedos locais. Algumas horas de visita bastam para provar que se está no coração dos famosos Vinhos do Golã. Sua região central se caracteriza pela presença de cachoeiras e rios que se estendem por quase toda a área – uma paisagem bem diferente do semi-árido que marca o sul de Israel. O verde é uma constante mais ao sul do Golã, no inverno e na primavera. De lá se tem uma vista panorâmica do lago Kineret, também chamado do Mar da Galiléia. Em suas águas, é muito refrescante um mergulho, no verão. Na área corre o Nahal El-Al, o mais perene dos rios do Golã, com duas famosas quedas de água – a Cachoeira Negra, cujas águas correm sob rochas negras de basalto; e a Cachoeira Branca, que deságua em um solo de calcário.

Ainda na área, não importa a época do ano, é sempre bom passear pela região termal de Hammat Gader, famosa por suas propriedades luxuosas, da primeira fase do período romano. Outro ponto obrigatório é a cidade greco-romana de Susita, com igrejas bizantinas e ruas de colunas monumentais.

Também conhecida como Ba’al Hermom, Mt. Líbano, Jabel A-talg, ‘Arqub, Hermon Massif, Pistas de Hermon, Jebel esh-Sheikh, Senir, Shenir, Sion, Sirion

A ligação entre o povo judeu e as Colinas do Golã remonta aos tempos bíblicos. Diz a tradição judaica que foi no Monte Havtarim, na região do Monte Hermon, a 1.296m acima do nível do mar, nos declives de Katef Sion, que D’us prometeu a Abrão que lhe daria a terra para seus descendentes. Um antigo túmulo marca o local e um robusto carvalho ergue-se, ao lado.

“Os olhos de Israel”. Assim é carinhosamente chamado o Monte Hermon, ponto culminante do país, localizado no topo da Cordilheira do mesmo nome, entre a fronteira de Israel e a Síria. Assim denominado por causa de seus picos, é um dos principais centros de prática dos desportos de inverno. Com 2.224m, foi o local escolhido para a implantação de um centro de lazer para turistas e amantes do esqui, pois a neve faz parte da paisagem natural da área de novembro a março, coberto de branco os picos do Hermon. Das suas encostas, que degelam depois do inverno, nasce o rio Jordão

Vista de Hazor

Mt. Hermon é o extremo sul da cordilheira Anti-Líbano. Seu pico mais elevado é 9230 pés e o ponto mais alto dentro das fronteiras de Israel hoje é Mizpe Shelagim em 7295 pés.

A montanha é o único lugar com esqui na neve no país.

Fronteira com a Síria

A montanha tem sido conhecida como Ba’al Hermom, Senir, Sirion, Sião, e por Josefo como Mt. Líbano. Hoje, os árabes chamam de “Jabel A-talg” que se traduz como “a montanha de neve.” Mais de vinte templos antigos foram encontrados na montanha ou na sua proximidade.

Mt. Hérmom

Sl 133:3 (NVI) “É como se o orvalho de Hérmon estavam caindo sobre o monte Sião”.

Cântico dos Cânticos 4:8 (NIV) “Vem comigo do Líbano, minha noiva …. descer do cume do Amana, do alto de Senir, o cume do Hermon, das cavernas dos leões e das principais atracções da montanha dos leopardos . “

Bibliografia:

Duby, Tal & Haramati, Moni. Golan. Skyline , Ministry of Defense Publishing House,2001

Ya’acov Shkolnik, “Secrets from the Golan’s Ancient Synagogues”, The Book – 1985-2005.

A selection of articles from ERETZ Magazine

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-monte-hermon

Equivalência da Forma: O Decodificador Cabalístico

A sabedoria da Cabala é algo que hoje, mais do que nunca, exerce um enorme interesse sobre as pessoas, o que pode chocar à primeira vista, mas que já era previsto por nossos sábios. No século XXI, onde as mídias democratizaram tanta coisa., uma informação se espalha como rastilho de pólvora e a facilidade de se correlacionar sabedorias diferentes, comparando duas páginas de internet acabou por simplificar o processo. Com certeza, exige-se muito menos tempo do que no passado, quando pesquisas duravam uma infinidade de tempo.

O lado negativo disso, chama-se “autodidatismo”. A pessoa acha-se capaz de apreender TODA E QUALQUER forma de conhecimento simplesmente porque fez uma pesquisa de internet ou leu alguns pares de livros. Por isso, canso de receber pedidos para traduzir livros em hebraico (o que de fato estou fazendo, mas com fins de aprendizado verdadeiro no CCI), ou ver pessoas que ao invés de dedicar-se a aprender DE FATO à ciência cabalística, preferem unicamente consultar uma ou outra fonte, acreditando piamente que podem revelar o que nossos sábios demoram tempos razoáveis para adquirir, até que pudessem transmitir aos seus alunos.

Certa vez eu ministrava uma palestra, na qual abordava a bibliografia cabalística de importância primária, tendo levado alguns livros, simplesmente para fazer uma demonstração. Neste evento havia um rapaz muito inteligente, que volta e meia me interrompia com alguma pergunta interessante, sendo que a última pergunta que ele me fez, foi se não poderia passar à ele a lista bibliográfica para que ele pudesse estudar a cabala sozinho, em casa. Rindo, eu peguei dois volumes do Zohar e falei, enquanto passava os livros às suas mãos: “por que não começa então estudando agora?”. Ele pegou os livros e começou a ler, deixando com que eu conduzisse a palestra, sem mais me perguntar.

Ao final da palestra, antes de liberar as perguntas para os participantes, indaguei: “o que o meu amigo achou?” E ele disse: “Nossa, é humanamente impossível aprender isso aqui sem orientação!” Após ele dizer àquilo, eu afirmei que não só era humanamente impossível para ele, como seria também para qualquer pessoa, ainda que falássemos de mentes inteligentíssimas. Isto porque em cabala, há um conceito, que nossos sábios nos transmitem há milhares de anos, que hoje é chamado cientificamente de EQUIVALÊNCIA DE FORMA.

Isto significa, que escritos cabalísticos profundos como a Torá, o Talmud, O Zohar, O Sêfer Yetzirá, o Bahir e outros, foram escritos por pessoas que estavam sob efeito de forte Ruach Hakodesh (Inspiração Divina), o que nos leva simplesmente à conclusão que existem códigos em seus escritos. É verdade que todo código pode ser quebrado, mas trata-se de algo tão engenhoso, que os mistérios para a revelação e entendimento da sabedoria ocultos nestes livros, não são algo que estão fora e sim, dentro do “decodificador”.

Vamos por um exemplo: imagine que você ama uma mulher, e que ela não sabe nada disso. Você a admira pela cultura que ela tem, porque é inteligente, se comunica bem e aprecia música clássica. Sabe falar sobre várias coisas, em especial cinema, literatura e teatro. É muito correta com os assuntos do trabalho e em todas as ocasiões possíveis está folheando um livro. Você então se olha e constata que odeia ler, não é interessado em cinema, música, assim como acha teatro um saco. Está num trabalho por falta de opção melhor, o que o torna extremamente desleixado com os assuntos dele. Não estou dizendo que você precisa ser idêntico com uma pessoa para que se apaixonem, mas é preciso ter uma proximidade e questões internas afins, isto é o caminho para a equivalência de forma.

Então você aprende, que se realmente quiser se aproximar da mulher de seus sonhos, você só tem uma opção. Buscar as qualidades que lhe faltam e que podiam causar interesse nela, e nas qualidades que você já possui, você precisa refiná-las, até que levem automaticamente á uma proximidade. Com certeza as suas chances sairão de 0%, para algo mais elevado. Pode ser que você não conquista ESTA MULHER, mas com certeza abrirá as portas para alguém semelhante na sua vida.

A verdade é que usei um exemplo cotidiano para explicar algo profundamente espiritual. Em Cabala para que possamos desvendar certos códigos, é necessário que nos aproximemos do alvo a ser desvendado. Se pegarmos um livro como o Zohar, para entendê-lo não se trata somente de uma questão de leitura, mas sim uma aproximação espiritual com o autor daquele livro. Isto significa que é preciso que eu tenha uma aproximação com as qualidades daquele autor, para que possa de fato vir a compreendê-lo.

Mas como posso compreender ou provocar um estado que vai me levar até a equivalência de forma com os autores dos livros cabalísticos, se eu nem ao menos conheço as características espirituais que eles cultivavam? Aí entra o papel do Rav (Mestre). Tendo ele percorrido tal caminho, ele será capaz de evocar no estudo da Cabala, situações, através das quais estes estados serão atingidos, até que você vai ler o livro ou partes dele, uma, duas, três vezes, sentindo que em cada lida, um novo véu está sendo revelado. Aí, a equivalência de forma vai acontecendo e quanto mais eu cultivo em mim as características daqueles sábios, mais eu os compreendo e mais o conteúdo transmitido por eles fica claro.

No final das contas, nossos antigos sábios dizem, que tudo no universo nos “empurra” para a equivalência de forma, já que o objetivo final do ser humano é a similaridade com D´us. Até que sejamos tão parecidos com ele em qualidades espirituais, até o ponto em que não aja eu ou D´us e sim nós. Como na matemática cabalística: 1+1= 1.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/equival%C3%AAncia-da-forma-o-decodificador-cabal%C3%ADstico

A Cabala do Gênero

A Cabalá ensina que o masculino vê de cima para baixo – o feminino de baixo para cima.

Por Rabi Yitzchak Luria (dos Escritos de Isaac Luria, o Ari, conforme registrado pelo Rabi Chaim Vital); adaptado por Tzvi Freeman.

Quando a Luz Infinita emanou um mundo, fê-lo com duas mentes, dois estados de consciência. Uma mente vê de Cima para Baixo – e assim, tudo é insignificante diante dela. De Cima para Baixo, não há mundo, apenas Um.

A outra mente vê de baixo para cima – e assim toda a criação é divina para ela. De baixo para cima, há um mundo – um mundo para apontar para a Unidade acima.

No nexo dessas duas mentes, no fio da navalha de seu paradoxo, brilha a própria Essência da Luz Infinita. A primeira mente desceu ao homem; o segundo em mulher. É por isso que o homem tem o poder de conquistar e subjugar, mas lhe falta o sentido do outro. É por isso que a mulher sente o outro. Ela não conquista, ela nutre. Mas sua luz é fortemente restringida e, portanto, ela pode ficar cheia de julgamentos severos.

À medida que se unem, o homem adoça o julgamento da mulher e a mulher ensina o homem a sentir o outro. E na união brilha a própria Essência do Infinito.

[Sefer Halikutim, Shmot, de acordo com Chabad Chasidut]

* * * * *

Há três parceiros na concepção de cada criança: a mãe, o pai e Aquele que está acima.

O Aquele que está acima fornece o sopro da vida. Mas essa respiração não pode entrar neste mundo sem roupa. Se esse sopro é uma alma “nova”, é delicado demais para sobreviver aqui sem proteção. Se já esteve aqui muitas vezes antes (como acontece com a maioria de nós), então sua memória do passado, seu fracasso e suas contusões o impedirão muito de lidar com um novo corpo e uma nova vida. E assim ele entra com um “traje”, adaptado para respirar a vida de Cima enquanto manipula o corpo que é dado aqui Abaixo.

Cada pensamento, palavra e ato que a alma faz em sua vida deve se relacionar através desse naipe. Até mesmo a corrente de bênçãos e vida do Alto deve passar por seu canal. A própria alma pode ser pura e luminosa, mas se seu traje não combinar, essa luz terá grande dificuldade em penetrar.

Como esse terno é formado? É moldado pelos pensamentos e conduta da mãe e do pai no momento da concepção. Pensamentos egoístas, pensamentos distraídos, pensamentos grosseiros – estes fornecerão grandes desafios para a criança ao longo da vida. Unidade de mente, pensamentos elevados e pensamentos carinhosos – isso permitirá que a alma da criança brilhe.

Mesmo quando nenhuma criança nasce de relacionamentos, há almas nascidas acima em reinos mais elevados. E tudo o que uma pessoa faz por essas almas retornará a ela.

[Extraído de “Men, Women & Kabala (Homens, Mulheres e a Cabala)” (Class One Press; ClassOne@theRebbe.com); baseado em Likutei Torá, Vayera]

***

Fonte: The Kabbalah of Gender.

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/a-cabala-do-genero/

Os Livros Essenciais da Cabalá

Dia 12/Agosto (em stellium de Sol, Vênus e Marte em Leão e Stellium de Lua, Saturno e Plutão em Capricórnio, jupiter e Ascendente em Sagitario e Netuno em peixes como a cereja do bolo, como se a data tivesse sido escolhida de propósito pelo Divino para este projeto) começa o Financiamento Coletivo dos primeiros livros da Coleção dos Livros Essenciais da Cabalá Judaica.

– O Sepher Yetzirah (O Livro da Formação)
– O Sepher Ha-Zohar (o Livro do Esplendor) – Prólogo & Bereshet A
– O Livro da Reencarnação das Almas
– O Livro do Anjo Raziel

Como sempre, quem apoiar nas primeiras 48hs receberá um presente especial surpresa.

Livros Essenciais da Cabalá

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/os-livros-essenciais-da-cabal%C3%A1

O Tarot, a Kabbalah e a Alquimia

O sistema do Tarot, no seu sentido mais profundo, mais amplo e mais variado, está para a metafísica e o misticismo na mesma relação que um sistema de notação decimal ou outra qualquer está para a matemática. O Tarot poderá ser apenas uma tentativa para criar tal sistema, mas mesmo assim é interessante.

Para conhecer o Tarot, é necessário estar familiarizado com a idéia da Cabala, da Alquimia, da Magia e da Astrologia.

De acordo com a opinião muito plausível de vários comentadores do Tarot, ele é uma sinopse das ciências herméticas com as suas diversas subdivisões, ou uma tentativa de tal sinopse.

Todas essas ciências constituem um único sistema de estudo psicológico do homem nas suas relações com o mundo dos númenos (com Deus, com o mundo espiritual) e com o mundo dos fenômenos (com o mundo físico visível).

As letras do alfabeto hebraico e as várias alegorias da Cabala, os nomes dos metais, dos ácidos e sais na Alquimia, os nomes dos planetas e constelações na Astrologia, os nomes dos espíritos bons e maus na Magia, tudo isso nada mais era do que uma linguagem oculta convencional para as idéias psicológicas.

O estudo aberto da Psicologia, sobretudo no seu sentido mais amplo, era impossível. A tortura e a fogueira estavam reservadas aos investigadores.

Se nos aprofundarmos ainda mais nas épocas passadas, veremos ainda mais te­mor em todas as tentativas de estudo do homem. Como era possível em meio a toda escuridão, ignorância e superstição daqueles tempos falar e agir abertamente? O estudo livre da Psicologia está sob suspeita mesmo em nossa época, que é considerada esclarecida.

A verdadeira essência das ciências herméticas estava, por isso, oculta por trás dos símbolos da Alquimia, da Astrologia e da Cabala. Entre estas, a Alquimia adotou como meta exterior a preparação de ouro ou a descoberta do elixir da vida; a Astrologia e a Cabala, a adivinhação; e a Magia, a subjugação dos espíritos. Mas, quando o alquimista autêntico falava da busca do ouro, falava da busca do ouro na alma do homem. E, ao falar do elixir da vida, falava da busca da vida eterna e dos caminhos da imortalidade. Nesses casos, dava o nome de “ouro” ao que nos Evangelhos é chamado Reino do Céu e, no Budismo, Nirvana. Quando o astrólogo verdadeiro falava das constelações e planetas, se referia a constelações e planetas na alma do homem, isto é, a propriedades da alma humana e suas relações com Deus e o mundo. Quando o cabalista legítimo falava do Nome de Deus, ele buscava esse Nome na alma do homem e da Natureza, e não nos livros mortos, não nos textos bíblicos, como os cabalistas escolásticos. Quando o verdadeiro mago falava da subjugação dos “espíritos”, elementais e outros à vontade do homem, compreendia isso como a submissão a uma única vontade dos diferentes “eus” do homem, de seus diversos desejos e tendências. A Cabala, a Alquimia, a Astrologia e a Magia são sistemas simbólicos paralelos de Psicologia e Metafísica.

Oswald Wirth, num de seus livros (L’Imposition des mains et la médecine philosophale. Paris. Chamuel Editor, 1897), fala de modo muito interessante da Alquimia:

“A Alquimia estuda, na verdade, a metalurgia e a metafísica, isto é, as operações que a Natureza opera nos seres vivos; a mais profunda ciência da vida estava oculta aqui sob estranhos símbolos…

“Mas essas idéias imensas teriam queimado cérebros que eram demasiadamente limitados. Nem todos os alquimistas eram autênticos. A ganância atraiu para a Alquimia homens que visavam o ouro, alheios a qualquer esoterismo; eles compreendiam tudo literalmente e suas loucuras muitas vezes não conheciam limites.

“Dessa fantástica cozinha de charlatães vulgares resultou a química moderna. Mas os filósofos verdadeiros, dignos desse nome, amantes ou amigos da sabedoria, cuidadosamente separaram o sutil do grosseiro, com cuidado e previsão, como exigia a Tábua de Esmeralda, de Hermes Trismegistos, isto é, rejeitavam o significado pertencente à letra morta e conservavam apenas o espírito secreto da doutrina.

“Nos nossos dias, confundimos o sábio com o insensato e rejeitamos completamente tudo que não tem o selo oficial.”

Por P.D. Ouspensk

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-tarot-a-kabbalah-e-a-alquimia