A Magia de ARBATEL

Tradução, organização edição, comentários por
Robson Bélli [1]

Arbatel de magia veterum

A Magia de ARBATEL:

Ou ainda,

A Sabedoria Espiritual dos Antigos,
bem como Sábios do povo de Deus,
como magos dos gentios:
para a ilustração da glória de Deus e seu amor à humanidade.

Agora, antes de tudo, produzido das trevas para a luz, contra todos os feiticeiros malignos e desprezadores dos dons de Deus; para proveito e deleite de todos aqueles que amam verdadeira e piedosamente as criaturas de Deus e as usam com ações de graças, para honra de Deus e proveito de si mesmos e de seus próximos.

INDEX

Conteúdo

Contendo os nove volumes (tomos) e os sete ternários de aforismos.

O primeiro volume (tomo) chama-se ISAGOGE, ou o livro dos princípios (gerais) da magia, ou do (mundo) espiritual que em quarenta e os nove aforismos gerais que abarcam os ensinamentos da arte.

O segundo volume chama-se Magia Microcósmica: O que é o microcosmo e como realizar sua magia, que é a sabedoria espiritual, através de seu próprio espírito e do espírito guardião (SAG) ligado a ele desde o nascimento, isto é, com a sabedoria espiritual.

O terceiro volume é a MAGIA OLÍMPICA, como se pode pratica-la e submeter os espíritos do Olimpo.

O quarto volume é A MAGIA DE HESIODO E HOMERO, que ensina as operações por meio de espíritos chamados Eudaemons (bons daemons). Eles não são hostis à espécie humana.

O quinto volume  é a MAGIA ROMANA ou SIBILINA, que discute e trabalha com os espíritos guardiões e Senhores, a quem é distribuído o orbe da Terra. Esta magia é muito distinta. Aqui também são referidos os ensinamentos dos druidas.

O sexto volume é a MAGIA PITAGÓRICA, que os espíritos só atendem a quem é atribuído o ensino de artes como a cura, a medicina, a matemática, a alquimia e artes afins.

O sétimo volume é a MAGIA DE APOLÔNIO e similares, que se sobrepõe à magia romana e microcósmica. Tem apenas uma distinção, pois tem poder sobre os espíritos hostis à raça humana.

O oitavo volume é sobre MAGIA HERMETICA, que é EGÍPCIA, e não está muito longe da magia divina. Isso revela deuses de todos os tipos, que habitam os templos.

O nono volume é aquela SABEDORIA, que depende apenas da palavra de DEUS, e se chama profética.

O primeiro volume dos tomos do Arbatel Relativo à Magia chamada Isagoge.

No nome (YHWH) do criador do visível e do invisível, que revela seus mistérios e segredos de seus tesouros, quando chamado, e como um pai, e com clemência nos concede sem medida. Que ele nos dê, por meio de seu filho unigênito nosso Senhor Jesus ​​Cristo, seus espíritos ministradores que revelam os segredos, para que possamos nos comprometer a escrever o livro de ARBATEL (anjo) – sobre os maiores segredos que a lei divina permite que a humanidade conheça e use sem ofensa à Deus. Amém.

O PRIMEIRO DOS SETENÁRIOS.

Aforismo 01. Sobre segredos

Quem deseja saber os segredos, precisa saber guardar segredos, revelando o que pode ser revelado, selando o que pode ser selado, e não dando aos cães o que é sagrado; não jogue pérolas aos porcos (citando Mateus 7:6). Observe esta lei, e os olhos de sua mente se abrirão para você entenda os segredos, e você ouvirá divinamente revelado tudo o que sua mente desejar. Você também encontrará os anjos de Deus e os espíritos mais prontos e dispostos em sua natureza para ensinar a você, tanto quanto qualquer mente humana poderia desejar.

Aforismo 02. Invocar no nome do Senhor

Em todas as coisas invoque o nome do Senhor, e você não deve desejar empreender ou realizar nada sem a invocação de DEUS por meio de seu Filho unigênito.” Portanto, use os espíritos dados a você e designados como ministros, sem temeridade ou presunção, com o devido respeito para com o senhor dos espíritos, tanto quanto você dá a Deus. E termine o resto de sua vida pacificamente, para a honra de Deus e para o benefício de si mesmo e de seu próximo.

Aforismo 03. Modo de vida

Viva para si e para as Musas; evite a amizade das massas e multidões. Seja mesquinho com o seu tempo. Seja benéfico para todas as pessoas. Use seus dons. Seja diligente em sua vocação (verdadeira vontade). Nunca se permita que as palavras de Deus deixem seus lábios.

Aforismo 04. Sobre ser

Preste atenção àqueles com bons conselhos. Evite toda procrastinação.

Acostume-se a ser perseverante e sério, tanto em suas palavras quanto em suas ações. Resista às tentações do tentador (o diabo) através da palavra de Deus. Fuja do mundano; busque as coisas celestiais. Não confie em sua própria sabedoria, mas observe à Deus em tudo, seguindo a opinião das Escrituras: “Quando não sabemos o que fazer, levantamos nossos olhos para você, ó Deus, e de você esperamos ajuda”. Pois onde a ajuda humana nos abandona, ali resplandece a ajuda de Deus. O segundo ditado de Filo.

Aforismo 05. Cuidados

“Ame o Senhor seu Deus com todo o seu coração e com todas as suas forças o seu próximo como a si mesmo” e o Senhor cuidará de você como a pupila de seus olhos, e ele te livrará de todo mal, e ele te encherá novamente com toda a sua bondade, e não há nada que sua alma deseje que não será concedido no futuro, desde que sirva para a salvação do corpo e da alma.

Aforismo 06. Aprendizado

O que quer que você tenha aprendido, repita-o com frequência, e fixe em sua mente, e aprenda muito, mas não muitas coisas, porque a mente humana não pode ser igualmente capaz em todas as coisas, a menos que você seja capaz de ser divinamente renovado. Para ele não há nada que seja tão árduo ou complexo quanto o que ele é.

Aforismo 07. Ignorancia

“e clame a mim no dia da angústia; eu o livrarei, e você me honrará. ” Salmos 50:15, diz o Senhor. Toda ignorância é apenas a tribulação da mente; portanto, invoque o Senhor em sua ignorância, e ele o ouvirá claramente. E lembre-se de que você atribui a honra a Deus e diz com o salmista: “Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua fidelidade! Salmos 115:1”

O SEGUNDO DOS SETERNARIO

Aforismo 08. Nomes e atribuições

Bem como as Escrituras testificam que, Deus impõe nomes a coisas ou pessoas, e ao mesmo tempo dá a eles capacidades (poderes) e certas responsabilidades. Assim, os caracteres e nomes das estrelas não têm poder por causa de sua forma ou como eles são pronunciados, mas por causa do poder e responsabilidade divinamente atribuída em seus nomes e caracteres. De fato, não há poder, seja no céu, ou na terra, ou no inferno, que não provenha de Deus, tal que sem sua benção (ou ajuda) nada pode ser obtido, feito ou trazido à existência.

Aforismo 09. Sabedoria

A sabedoria suprema é a que está em Deus, depois nas criaturas espirituais, depois nas criaturas corpóreas, em quarto lugar a que está na natureza e nas coisas naturais. Os espíritos rebeldes seguem-nas depois de um longo intervalo, que é reservado ao juízo final. Seis são os agentes de punições no inferno, e os obedientes a Deus são sete, os gnomos ocupam o lugar mais baixo, daqueles que habitam entre elementos e são compostos por elementos. Convém ver e reconhecer todas as diferenças da sabedoria do Criador e da Criação, para que propósito devemos escolher cada um, para nosso uso, assim pois certamente (suas capacidades) estarão de acordo, e pode de fato descobrir exatamente como as coisas acontecem: Pois de fato toda criação existe para a utilidade da raça humana e para seu serviço, como atestado pelas escrituras, raciocínio e experimentação.

Aforismo 10. Obediencia

Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra, e de tudo o que é visível e invisível, a Sagrada Escritura relata que ele mesmo é vigilante: E como um pai que ama com ternura seus filhos, ele nos ensina o que pode ser útil, o que não, o que devemos nos afastar, o que abraçar. Então também ele gentilmente nos atrai à obediência com as mais altas perspectivas de benefícios físicos e eternos, e nos impede de coisas que não são benéficas com as perspectivas de punição. Portanto, continue revirando em suas mãos a sagrada escritura de noite e de dia, para que você seja feliz e abençoado, tanto no presente como por toda a eternidade. Faça isso e você viverá, como as páginas sagradas lhes ensinam.

Aforismo 11. Quaternario (elementos)

O número quaternário é o pitagórico, e o primeiro quadrado. Portanto, colocaremos aqui o fundamento de toda sabedoria, segundo a sabedoria de DEUS revelada nas Sagradas Escrituras, e examinando a natureza. “·Portanto, atribuirei apenas àquele que depende inteiramente de Deus, a sabedoria de todas as criaturas, para servir e obedecer, querendo ou não. E nisso a onipotência de Deus começa a brilhar. Nisto, portanto temos O LIMITE DAS COISAS que consiste em: que a criação cuide DAQUILO QUE NÓS DESEJAMOS. E devemos reconhecer aqueles que estão dispostos a nos servir e ver quais não estão dispostos e, portanto, aprender a adaptar a discrição e os deveres de cada um para nós mesmos. Isto não nos é dado senão divinamente, Há àqueles a quem Deus está disposto a revelar esses segredos; e há aqueles a quem ele não está disposto a conceder nada de seus tesouros, nada pode ser tomado à força.

Portanto, com razão, podemos pedir somente a Deus a ciência espiritual, que misericordiosamente nos concederá. De fato, já que ele nos deu seu Filho e nos ordenou orar por seu Espírito Santo, quanto mais ele nos sujeitará toda a criação, visível e invisível. VOCÊ RECEBERÁ TUDO O QUE PEDIR (parafraseando Mt 21:22, Jo 14:13). Cuide para não fazer mau uso dos dons de Deus, e tudo cooperará para sua preservação. E antes de tudo esteja sempre vigilante nisso, para que seus nomes sejam escritos no céu. É mais trivial que os espíritos lhe obedeçam, como Cristo nos lembra.

Aforismo 12. Ide e não duvide!

No Ato dos Apóstolos, o Espírito diz a Pedro após a Visão, “Vai, e não duvide que eu vos enviei”, quando ele foi intimado por Cornelius o Centurião. Desta maneira, em palavras ditas, todos os ensinos são entregues, pelos santos anjos de Deus, como é perceptível nos monumentos dos Egípcios. E posteriormente estas coisas foram corrompidas com as opiniões humanas; e por instigação dos Espíritos malignos, que semeiam o joio entre os filhos da desobediência, como demonstrado por São Paulo, e Hermes Trismegistus. Não há outra forma de restaurar estas Artes além da doutrina dos santos espíritos de Deus; pois a verdadeira fé vem pelo ouvir (Romanos, 10:17). Mas desde que voce possas estar certo da verdade, e não duvidar se os Espíritos que falam contigo declaram coisas verdadeiras ou falsas, apenas deixa que tua fé dependa de Deus; para que possas dizer como Paulo, Eu sei em quem confio (Romanos, 14:14). Se nenhum pardal pode cair no chão sem a vontade do Pai, que está no Céu, Quanto mais não sofrerá Deus em ti ver enganado, ó voce, homem de pouca fé, se voce dependes inteiramente de Deus, e prende-se a ele? (Mateus 10:29-31, Lucas 12:6-7)

Aforismo 13. Viver

O Senhor vive, e tudo o que vive, vive nele. E ele é verdadeiramente YHWH, que dá ao mundo inteiro para que eles sejam o que são, e somente com a sua Palavra falada, através do Filho, trouxe todas as coisas do nada, para que elas possam existir. Ele chama todas as estrelas, e todas as hostes do céu pelos seus nomes. A quem, portanto, Deus mostrou os NOMES DA CRIAÇÃO, ele conhecerá os verdadeiros poderes e natureza das coisas: a posição e administração de todas as criaturas visíveis e invisíveis. Também permanece que ele recebe de Deus o poder de tomar os poderes da natureza e toda a criação oculta, e produzir ação do poder: Das trevas para a luz. Seu OBJETIVO, portanto, deve ser que você domine os nomes dos espíritos, que é seu ofício e poderes, e como eles estão sujeitos ao seu ministério ou serviço por Deus. Então RAFAEL foi enviado a Tobias para que ele curasse seu pai “, e livrasse seu filho do perigo e persuadisse sua querida esposa. Assim MICHAEL, a “força de Deus”, governa o povo de Deus. GABRIEL, o “mensageiro de Deus”, foi enviado a Daniel, Maria e Zacarias, pai de João Batista, E se voce pedir por isto, a ti será dado, aquele te ensinará tudo aquilo que tua alma desejar, na natureza das coisas. Você deve usar o ministro com respeito e temor ao teu Criador, Redentor e Santificador, isto é, ao Pai, Filho e Espírito Santo: e não deixe escapar qualquer ocasião de aprendizado, e sê vigilante em teu chamado, e tu não desejarás nada além do que é necessário para ti.

Aforismo 14. Obrigações

Tua alma vive eternamente, por meio daquele que vos criou: portanto, clama ao Senhor, teu Deus, e só a ele tu servirás. Isto tu farás, se tu considerares cuidadosamente o fim para o qual Deus te preparou e quais tuas obrigações com Deus e com o teu próximo. Deus requer de ti uma mente sã, para que tu possas honrar o seu Filho, e manter as palavras deste mesmo Filho em teu coração: se tu honrá-lo, então faz a vontade de teu Pai que está no céu. Ao teu próximo você deve os ofícios de benevolência, e que você recebas todos os homens que vierem a ti, para honrar o Filho. Esta é a Lei e os Profetas (Mateus 7:12). E nos momentos apropriados voce deve invocar a Deus como um pai, para que ele dê a ti todas as coisas necessárias desta vida: e voce deves ainda ajudar o teu próximo com os dons que Deus conferiu a ti, sejam eles espirituais ou corporais.

Portanto, assim deves orar:

Ó Senhor do céu e da terra, Autor e Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; Eu, embora indigno, clamo por teu auxílio e te invoco, por meio de teu Filho unigênito, Jesus Cristo, nosso Senhor, para que tu possas conceder a mim o teu Espírito Santo, para que me guie em tua verdade para o bem. Amém.

Pois ardentemente desejo conhecer de forma perfeita as Artes  desta vida; e aquelas coisas que são necessárias para nós, e que estão sobrecarregadas em imensas trevas, e poluídas com infinitas opiniões humanas, pois eu percebo que em meu poder próprio, não sou capaz de alcançar qualquer conhecimento nelas, a menos que tu me ensines: Concede-me, portanto, um dos teus Espíritos, para que possa me ensinar tais coisas, quais anseio por aprender e conhecer, para teu louvor e glória, e o benefício do meu próximo. Concede-me também um coração apto e ensinável, a fim de facilmente eu possa entender as coisas que tu tens me ensinado, e possa escondê-las em meu entendimento, para que  eu possa levá-los adiante, como teus inesgotáveis tesouros, para todos os usos necessários. E concede-me graça, para que eu possa usar tais dons humildemente, com respeito e temor, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, com teu Espírito Santo. Amém.

O TERCEIRO DOS SETERNARIOS

Aforismo 15. Olímpicos

Os Espíritos chamados de Olímpicos são aqueles que habitam nos céus, e nas estrelas do céu: e as funções destes Espíritos é determinar destinos, e gerir casualidades do destino, na medida em que Deus consente e permite: pois nada, nem espírito do mal nem mau destino, será capaz de afligir aquele que possuí o Altíssimo como seu refúgio. Em verdade, qualquer um dos espíritos olímpicos pode ensinar ou afetar tudo o que é pressagiado ou adequado à sua estrela, porém, sem a permissão divina, nada pode ser feito. É somente Deus quem concede a eles o poder de realizar tais coisas. A Deus, o criador de todas as coisas, são obedientes todas as coisas celestiais, sublunares, e infernais. Portanto, apóia-te nisto: Que Deus seja teu guia em todas as coisas que tu fizerdes, e todas as coisas alcançarão um fim próspero e desejado; tal como a história do mundo inteiro atesta, e demonstra diariamente. Há paz para o devoto: não há para o os ímpios, diz o Senhor (Isaías, 42:22, 57:21)

Aforismo 16. As sete autoridades

Existem sete diferentes autoridades de espíritos do Olímpo, a quem Deus sabiamente determinou o governo de toda a estrutura do universo e deste mundo: e suas estrelas visíveis são Aratron, Bethor, Phaleg, Och, Hagith, Ophiel, Phul, de acordo com o discurso Olímpico. Cada um deles possui sob seu comando uma poderosa legião no firmamento.

Aratron senhoria 49 Províncias.

Bethor, 42.

Phaleg, 35.

Och, 28.

Hagith, 21.

Ophiel, 14.

Phul, 7.

Há portanto, 196 Províncias Olímpicas (este conhecimento foi perdido) em todo o Universo, no qual os sete governantes exercem sua influencia: os quais todos são elegantemente demonstrados na Astronomia da graça (obras perdidas de Ptolomeu). Porém, é neste espaço que deve ser explicado, de que maneira estes Príncipes e Poderes podem ser atraídos para comunicação. Aratron surge na primeira hora do Sábado, e de forma muito verdadeira concede respostas sobre suas Províncias e Partes. Do mesmo modo todos os outros aparecerão em ordem em seus dias e horas. Cada um deles também governa 490 anos. O primeiro ciclo iniciou 60 anos antes do Nascimento do Cristo, quando foi o início da regência de Bethor; e ela durou até o ano 430 de Nosso Senhor. Em seguida sucedeu Phaleg, até o 920º ano. Então começa a regência de Och, e continua até o ano de 1410, e desde então rege Hagith até o ano de 1900.

Tabela de regencias

60ac – 430dc Bethor
431dc – 920dc Phaeleg
921dc – 1410dc Och
1411dc – 1900dc Hadith
1901dc – 2390dc Ophiel
2391dc – 2880dc Phul
2881dc – 3370dc Aratron

Aforismo 17. Os principes regentes

Os sete príncipes regentes são evocados somente por meio da magia, no período, dia, e hora em que eles governam visível ou invisivelmente, pelos Nomes e atributos que Deus concedeu a eles; e expondo o simbolo deles, qual eles deram ou confirmaram.

O Regente Aratron possui em seu poder estas coisas, quais ele faz naturalmente, ou  seja, a respeito do mesmo modo e essência das coisas que na Astronomia são atribuídas ao poder de Saturno.

As coisas quais ele faz por sua própria vontade, são estas:

  1. Ele é capaz de converter qualquer coisa em pedra num instante, seja animal ou planta, mantendo o mesmo em sua aparência própria.
  2. Ele transforma tesouros em carvão, e carvão em
  3. Ele concede familiares com um poder
  4. Ele ensina Alquimia, Magia, e
  5. Ele reconcilia os espíritos subterrâneos aos homens; os homens
  6. Ele torna alguém invisível.
  7. O estéril ele torna fecundo, e concede vida

Ele possui 49 Reis sob seu comando, 42 Príncipes, 35 Presidentes, 28 Duques, 21 Ministros, diante dele; 14 familiares, sete Mensageiros: ele comanda 36000 legiões de Espíritos; o número de uma legião é 490.

Bethor governa as coisas que são atribuídas a Júpiter: ele virá rapidamente, ao ser chamado. Aquele que é dignificado com seu sigilo, ele elevará a dignidades muito elevadas, exporá tesouros e garantirá a cooperação dos espíritos aéreos para que eles concedam respostas verdadeiras: eles transportam pedras preciosas de um lugar a outro, e eles produzem remédios que operaram milagres em seus efeitos: ele também concede os familiares do firmamento, e prolonga a vida em 700 anos, se for da vontade de Deus.

Sob seu comando há 42 Reis, 35 Príncipes, 28 Duques, 21 Conselheiros, 14 Ministros, 7 Mensageiros, 29000 legiões de Espíritos.

Phaleg governa as coisas que são atribuídas a Marte, o Príncipe da Paz. Aquele que porta seu sigilo a ele, ele erguerá a grandes honras em questões marciais.

Och governa sobre questões solares; ele dá 600 anos, com saúde perfeita; ele defere grande sabedoria, concede os mais excelentes espíritos; ensina remédios perfeitos: ele converte todas as coisas no mais puro ouro e pedras preciosas: ele concede ouro, e uma bolsa que verte ouro. Aquele que é exaltado com seu sigilo, ele o fará adorado como uma deidade, pelos os Reis de todo o mundo.

Ele possui 36536 legiões sob seu comando: ele governa todas as coisas sozinho: e todos os seus Espíritos o servem há séculos.

Hagith governa as questões relativas a venûs. Aquele que é enobrecido com seu sigilo, ele o fará amável, e adornado com toda beleza. Ele converte cobre em ouro num instante, e ouro em cobre: ele dá espíritos que servem fielmente aqueles a quem eles são entregues.

Há 4000 legiões de Espíritos para ele, e sobre cada mil destes ele determina Reis para suas estações estabelecidas.

Ophiel é o senhor das coisas atribuídas a mercúrio: Seus espíritos constituem cem mil legiões: ele concede espíritos familiares facilmente: ele ensina todas as artes: e aquele que é exaltado com seu sigilo, ele o torna capaz de, num instante, de transformar o Mercúrio na Pedra dos Filósofos.

Phul governa as coisas Lunares; cura edema (hidropsia): Ele transforma todos os metais em prata, em palavra e ação; ele concede espíritos da água, que servem aos homens em forma corpórea e visível; e faz com que os homens vivam 300 anos.

  1. Cada governante age com todos os seus Espíritos, seja naturalmente, sempre da mesma maneira; ou, de outra forma, por seu próprio e livre arbítrio, se Deus os permitir.
  2. Cada governante é capaz de fazer todas as coisas que são feitas naturalmente em muito tempo (muito lentamente), a partir da matéria antes preparada; e também as fazem repentinamente, a partir da matéria nunca antes preparada. Och, como o Príncipe das coisas Solares, elabora ouro nas montanhas em períodos longos; em menos tempo, pela Arte Alquímica; e Magicamente, isto é feito num instante.
  3. O verdadeiro Mago divino pode utilizar todas as criaturas de Deus, e os atributos dos governantes do mundo, à sua própria vontade, pois os governantes do mundo são obedientes a ele, e vêm quando são chamados, e executam os comandos dele: mas Deus é o autor disso e isto não é feito sem a autoridade dele: tal como Josué fez o Sol ficar parado no céu (Josué, 10:12-13).
  4. Eles enviam alguns de seus espíritos aos magos medianos, aos quais eles obedecem apenas em alguns determinados assuntos: mas eles não ouvem os falsos magos, exceto os expondo aos enganos dos mordazes demônios, e os lançando para que mergulhem em perigos, segundo o comando de Deus; como o Profeta Jeremias testifica, em seu oitavo Capítulo.
  5. Em todos os elementos há os sete Governantes com suas hostes, que os movem com movimento igual do firmamento; e os inferiores sempre dependem dos superiores, como é ensinado na Filosofia.
  6. Um homem que é um verdadeiro Mago é gerado como um Mago desde o útero de sua mãe: os outros, que se dão a este ofício, são ineficientes. Eis o que João Batista fala sobre isto: Nenhum homem pode fazer qualquer coisa de si, exceto o que lhe é dado de cima (João, 3:27).
  7. Cada sigilo dado por um Espírito, para qualquer causa que seja, possui sua eficácia naquele assunto para o qual é dado, no tempo instituído: mas ele é para ser utilizado no mesmo dia e hora Planetária a qual ele pertence.
  8. Deus vive, e tua alma vive nele: mantenha a tua Aliança, e tu terás tudo o que o Espírito revelará a ti em Deus, pois todas as coisas que o Espírito te promete deverão ser feitas.

Aforismo 18. Outros espiritos

Há outros nomes dos Espíritos Olímpicos apresentado por outras pessoas; mas estes nomes somente são efetivos para aqueles quais foram entregues, pelo Espírito revelador, visível ou invisível: e eles são entregues a todos conforme estes sejam predestinados:

por essa razão eles são chamados por nomes estelares; e eles raramente possuem qualquer eficácia acima de 140 anos. Por isso, é mais seguro, para os praticantes mais novos na Arte, que eles trabalhem somente pelos atributos dos Espíritos, sem seus nomes; e se eles são predeterminados para alcançar a Arte da Magia, as outras partes da Arte serão oferecidas a eles de acordo com sua vontade. Rogai, pois, por uma fé constante, e Deus fará com que todas as coisas aconteçam no tempo devido.

Aforismo 19. Resguardo

O Olímpo e seus habitantes voluntariamente se apresentam na forma de espíritos, por vontade própria, aos homens, e estão prontos para realizar seus atributos a eles, segundo ou não a vontade deles: mas quantas vezes eles vos atenderão, se são eles apetecidos? Mas também aparecerão espíritos malignos, e destruidores, e isto é causado pela inveja e malícia do demônio; e devido aos homens se fascinarem e atraí-los para si através de seus pecados, como uma punição aos pecadores. Portanto, aquele que deseja familiarmente ter uma conversa com os espíritos, que ele se resguarde dos infames pecados, e implore diligentemente ao Altíssimo para que ele seja seu protetor, e ele romperá todos os laços e impedimentos do demônio: e que ele se dedique ao serviço de Deus, e ele receberá crescimento em sabedoria.

Aforismo 20. Tudo é possivel

 

Todas as coisas são possíveis para aqueles que nelas acreditam, e são desejosos por recebê-las; mas para o incrédulo e relutante, todas as coisas são impossíveis: não há maior obstáculo do que uma mente distraída, leviandade, inconstância, burburinho tolo, embriaguez, luxúrias, e desobediência à Palavra de Deus. Por conseguinte, um mago deve ser uma pessoa que é piedosa, honesta, constante em suas palavras e ações, tendo uma fé firme em direção a Deus, prudente, e ávida de sabedoria e coisas divinas.

Aforismo 21. (RITUAL A SER EXECUTADO)

Quando voce desejar chamar qualquer um dos espíritos Olímpicos, observa (saiba qual o horario) o nascer do sol neste dia (dia apropriado ao espirito), e qual a natureza do espírito que tu desejas; e dizendo a seguinte Oração, teus desejos serão aperfeiçoados.

Deus eterno e onipotente, que determina toda a criação ao teu louvor e glória, e para a salvação do homem, te peço que envie seu espírito (Nome do espirito), da ordem (Nome do planeta), para que me instrua e me ensine as coisas que eu pedir a ele; ou, que ele possa trazer a mim remédio contra a hidropisia, &c. No entanto, que não seja feita a minha vontade, mas a tua, através de Jesus Cristo, teu único Filho, nosso Senhor. Amém.

Mas tu não deves deter o Espírito por mais de uma hora, a menos que ele esteja familiarmente devotado a ti (Seja seu espirito familiar).

[Licença para partir]

Visto que voce veio em paz e quietamente, e respondeu aos meus pedidos; dou graças a Deus, por cujo nome voce veio: e agora voce pode partir em paz para teus comandos; e retornar novamente a mim quando eu chamar por teu nome, ou por tua ordem, ou por teu atributo, que é concedido a ti pelo Criador. Amém.

Eclesiastes, Capítulo 5. Não te precipites com tua boca, nem o teu coração se apresse em pronunciar palavra alguma diante de Deus; pois Deus está nos céus, e tu na terra: Portanto, que tuas palavras sejam poucas, pois um sonho vem de uma multidão de ações, e da multidão de palavras, a voz de um tolo.

O QUARTO DOS SETERNARIOS

 

Aforismo 22. Os segredos espirituais

Aquilo que nós chamamos de segredo, é o que nenhum homem pode alcançar por meio da habilidade humana, sem revelação; aquilo que para a ciência está obscurecido, ocultado por Deus na criação; que, no entanto, Ele permite que seja revelado pelos espíritos, para o devido uso. E estes segredos são relativos sejam a coisas divinas, naturais, ou humanas. Mas voce deve ponderar um pouco, e o mais seleto, que tu guardará com muitos outros segredos.

Aforismo 23. A natureza dos segredos

Primeiro, considera a natureza do que é secreto, quer seja ou não feito por meio de um espírito na forma de uma pessoa, ou por meio de forças distintas, ou por qualquer outra coisa. E isto sendo conhecido, pede a um espírito que conheça tal arte, para que ele brevemente declare a ti o que é secreto: e ora a Deus, para que ele possa te inspirar com sua graça, através da qual tu poderás conduzir o segredo ao fim que tu desejas, para glória e louvor de Deus, e para o benefício de teu próximo.

Aforismo 24. Três conjuntos de segredos

Os maiores segredos estão no número sete.

  1. A primeira coisa é a cura de todas as doenças no espaço de sete dias, seja pelos sigilos, ou pelas coisas naturais, ou pelos espíritos superiores com o auxílio
  2. A segunda é ser capaz de prolongar a vida de tudo o que envelhece, daquilo que nos agrada: ou seja, uma vida corpórea e
  3. A terceira é ter a obediência das criaturas nos elementos que estão nas formas dos espíritos pessoais; também dos gnomos, Fadas, Ninfas, Dríades e Espíritos dos Bosques.
  4. O quarto é ser capaz de dialogar com conhecimento e entendimento de todas as coisas visíveis e invisíveis, e entender o poder de cada coisa, e a que ela
  5. O quinto é que o homem seja capaz de governar a si mesmo de acordo com a finalidade que Deus determinou a
  6. O sexto é conhecer Deus, e Cristo, e seu Espírito Santo: esta é a perfeição do Microcosmo.
  7. O sétimo é ser regenerado, como Enoch o Rei do mundo

Estes sete segredos um homem honesto e com uma mente e coração constante pode aprender dos Espíritos, sem qualquer ofensa a Deus.

Os segredos médios também estão em número sete.

  1. O primeiro é a transmutação dos Metais, qual é vulgarmente chamada de Alquimia: que certamente é dada a muito poucos, e não senão por graça
  2. O segundo é a cura das doenças com Metais, seja pelas virtudes magnéticas das pedras preciosas, ou pelo o uso da Pedra dos Filósofos, e
  3. O terceiro é ser capaz de realizar milagres Astronômicos e Matemáticos, tais como os mecanismos hidráulicos, administrar negócios pela influência do Céu, e coisas similares.
  4. O quarto é realizar as obras da Magia natural, de qualquer tipo que elas
  5. O quinto é conhecer todas as visões proféticas.
  6. O sexto é conhecer a fundação de todas as artes que são exercitadas com as mãos e os ofícios do
  7. O sétimo é conhecer a fundação de todas as Artes que são exercidas pela natureza angelical do

 

Os segredos menores são sete.

  1. O primeiro é fazer algo de forma eficaz e energeticamente, e adquirir fortuna.
  2. O segundo é ascender de um estado médio de dignidades e honras, e estabelecer uma nova família, que possa ser ilustre e fazer grandes coisas.
  3. A terceira coisa é sobressair em questões militares, e alegremente alcançar grandes coisas, e ser um chefe do comando dos Reis e Príncipes.
  4. O quarto é ser um(a) bom(a) amo(a) de um lar, tanto no Interior quanto na Cidade.
  5. O quinto é ser um laborioso e afortunado Comerciante.
  6. O sexto é ser um Filósofo, Matemático, e Físico, de acordo com Aristóteles, Platão, Ptolomeu, Euclídes, Hipócrates e Galeno.
  7. Ser um bom teólogo ou estudioso bíblico e escolástico, educado em todos os escritos de teologia, antiga e moderna.

Aforismo 25. Conhecer o que desejamos

Nós já declaramos o que é o um segredo, e os tipos e espécies de tal: o que resta agora é mostrar como podemos chegar a conhecer as coisas que desejamos.

A verdade e único caminho a todos os segredos, é recorrer a Deus, Autor de todas as coisas boas; e como Cristo ensina:

  1. Em primeiro lugar, buscai o reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas. (Mateus, 6:33)
  2. Procurai também para que vossos corações não se sobrecarreguem com intemperança, e embriaguez, e dos cuidados desta vida. (Lucas, 21:34)
  3. E confia teus cuidados ao Senhor, e ele o fará. (Salmo 55:22)
  4. E eu, Senhor teu Deus te ensinarei quais coisas são proveitosas a ti, e te guiarei no caminho por onde deves seguir. (Isaías, 48:17)
  5. E eu te darei entendimento, e te ensinarei por onde deves ir, e eu te guiarei com meus olhos. (Salmo 32:8)
  6. Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? (Mateus 7:11)
  7. Se vós fizerdes a vontade de meu Pai que está no Céu, vós sois verdadeiramente meus discípulos, e viremos até vós, e faremos nossa morada convosco. (Comparar com João 14:23)

Se voce entender estas sete passagens das escrituras em seu sentido exato, e colocá-las em teu espírito, ou em ação, voce não será capaz de errar, e somente alcançará os teus desejos, e o teu objetivo não perderás o alvo, e o próprio Deus, através de seu Espírito Santo vos ensinará coisas úteis e verdadeiras. Ele também concederá os seus anjos auxiliares a ti, para que sejam teus companheiros, instrutores, e assistentes em todos os segredos deste mundo. Ele também comandará todas as criaturas para que te obedeçam, para que alegremente e jubilosamente voce possas dizer como os apóstolos:

 

“Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.”

(Lucas 10:20).

 

Aforismo 26. Sonhos espirituais

Há outra forma mais comum, na qual segredos podem ser revelados a voce, mesmo sem o teu conhecimento, vindos de Deus ou dos espíritos; que é através dos sonhos, ou através das poderosas imagens ou impressões mentais, ou das tuas constelações de nascença, através das inteligências celestiais. Da mesma forma surgem os heróis, bem como as pessoas mais sábias do mundo, Aristóteles, Hipócrates, Galeno, Euclides, Arquimedes, Hermes Trismegistus O Pai dos Segredos, juntamente com Theophrastus Paracelsus, e eles tinham dentro de si todos os poderes destes segredos. E dizem que também Homero, Hesíodo, Orfeu, e Pitágoras possuíram este mesmo segredo, mesmo que não na mesma medida que os listados anteriormente. Aqui são referidas as ninfas, tal como as filhas de Melusina, e os deuses criados, como Aquiles, Enéias, Hércules, bem como Ciro, Alexandre o Grande, Júlio César, Lúculo, Sylla e Marius.

É de um principio geral, que cada um possa identificar seu espírito guardião (SAG), e que ele o obedeça como se fosse a palavra de Deus: e ele deve acautelar-se das armadilhas do espírito do mal, e que ele evite as calamidades de Brutus e Marco Antônio.

A terceira forma é o trabalho árduo, pois sem a vontade divina nada grandioso ou maravilha pode ser alcançada, como diz o verso:

Nada tu podes dizer ou fazer se não for da vontade de Minerva.

Tu nihil invita dices facie sue Minerva

Nós abominamos todos os caco-magi (magos malignos) que, com superstições proibidas associam-se com demônios, e embora eles alcancem determinadas coisas permitidas por Deus, em troca eles sofrem a punição dos demônios. E assim o diabo também faz com que coisas más aconteçam, como testifica as escrituras sobre Judas. Aqui são referidas toda a idolomania dos tempos antigos e de nossa era, e o abuso da divinação, que foi tão comum entre os pagãos. Aqui também estão relacionadas a sombra dos mortos carônticas (pertencente ao Submundo), como no trabalho de Saul com a mulher, e a profecia de Lucan do soldado morto quanto ao resultado da batalha de Farsália, e coisas similares.

Aforismo 27 Circulo mnemônico

Fazei um círculo cujo centro seja A, qual é modelado por um quadrado BCDE, tal que o lado BC esteja em direção ao Leste, CD em direção ao Norte, DE em direção ao Oeste, e EB ao Sul. Divide cada um dos quatro quadrantes em sete partes, de modo que ao todo existam 28 partes. E cada setor é dividido em quatro, perfazendo um total de 112 partes para o círculo, e muitos são os verdadeiros segredos a serem revelados. E este círculo assim dividido é o Selo dos Segredos de todo o universo, qual emana do centro único A, ou seja, do Deus indivisível em toda a criação.

O príncipe dos segredos orientais reside no meio, e possui três governadores em cada lado. Há quatro [segredos] sob cada um destes governadores, além de quatro sob o próprio príncipe. De forma similar, os quadrantes restantes (Norte, Oeste, e Sul) possuem seus próprios príncipes e governadores, com quatro segredos cada.

Em cada um dos quatro quadrantes estão os seguintes assuntos a serem estudados ou buscados: Leste, toda a sabedoria; Oeste, força; Sul, zelo; Norte, uma vida mais rígida.

Os segredos do Leste são, assim, considerados como os maiores, os do Sul são médios, enquanto os do Oeste e Norte são os menores.

O uso deste selo dos segredos é a forma pela qual tu podes saber onde os espíritos ou anjos são revelados, que podem ensinar os segredos que foram entregues a eles por Deus. Mas os nomes deles são escolhidos a partir das funções e virtudes que Deus distribuiu a cada um deles. Assim, um destes anjos ou espíritos possui o poder da espada, outro possui o poder da peste, outro possui o poder de infligir a fome ao povo, como ordenado por Deus. Outros destroem cidades, como os dois mensageiros que foram enviados para destruir Sodoma e Gomorra, e a área ao redor. E as escrituras descrevem outros exemplos destes fatos. Alguns deles zelam pelos reinos, enquanto outros guardam cidadãos em particular.

Assim, tu poderás facilmente formar os nomes deles em tua própria língua. E conseqüentemente tu poderás pedir o Anjo da Cura, ou da Filosofia, ou Matemática, ou o Anjo da Orientação Legal, ou Sobrenatural ou da Sabedoria Natural, e assim por diante. Mas pede a eles com seriedade, com o maior dos sentimentos, com Fé e Perseverança, e sem dúvida de que aquilo que tu buscas tu receberás de Deus, o pai de todos os espíritos. Esta Fé supera todos os selos, e submete todos os anjos à vontade humana. O método característico de evocação dos anjos vem depois desta fé, qual depende unicamente da revelação divina. Mas sem que esta fé venha antes e preceda a evocação, o evocador permanecerá na obscuridade.

Se tu quiseres utilizar este desenho apenas como um dispositivo mnemônico, e assim somente como algo criado por Deus, ele terá a vantagem de estar ligado à essência espiritual, e pode ser utilizado sem a ofensa a Deus. Porém, que tu sejas cuidadoso para que não caias na idolatria e nas ciladas do demônio, que é um caçador intencionado e obstinado, e pode facilmente enganar os incautos. E tu não serás capturado, exceto pelo o dedo de Deus, e devotado ao serviço das pessoas, de modo que tu serás instigado a servir o justo. Porém, ainda haverá tentações e tribulações, pois certamente isto é ordenado àquele que ferirás o calcanhar do Cristo, a semente da mulher. Portanto, com temor e respeito devemos nos aproximar do espiritual, e com grande reverência a Deus, e nos harmonizar com as entidades espirituais com seriedade e justiça. Mas se tu tentares tal incumbência deve tomar cuidado de toda leviandade, arrogância, ganância, vaidade, inveja e impiedade, a menos que queiras uma morte miserável.

Aforismo 28. O que é bom vem de Deus

Visto que tudo o que é bom provém de Deus, aquele que é unicamente bom, aquilo que desejamos, devemos obter dele ao orar em espírito e verdade, e com um coração simples. A conclusão do segredo dos segredos é: aquele que incita oração fervorosa para aquilo que deseja não sofrerá rejeição. Ninguém deve desprezar suas preces, pois Deus, se a ele pedirmos, pode e irá nos dar aquilo que buscamos; devemos, portanto, reconhecê-lo como o autor, e humildemente pedir a ele aquilo que desejamos. Este bom e misericordioso pai ama os desejos dos filhos, como fez a Daniel, e ouve-nos mais rapidamente e com mais clareza, quando vencemos a dureza de nossos corações em oração. Mas ele não quer que nós “entreguemos aos cães aquilo que é sagrado”; ele não deseja que as jóias de seu tesouro sejam desprezadas, ou subestimadas. Portanto, lê e relê diligentemente o primeiro setenário dos segredos. E preparai e organizai tua vida e todos os teus pensamentos para estas instruções, e todos os teus desejos se sujeitarão ao Senhor, em quem tu confias.

O QUINTO DOS SETERNARIOS

 

Aforismo 29.  Avançando nos estudos

Para que possamos prosseguir nosso estudo da magia, passaremos agora dos preceitos gerais para as explicações mais específicas. Os Espíritos são tanto os atendentes divinos da Palavra e da Igreja e de seus membros, quanto os zeladores da criação física, e alguns deles são para o benefício do corpo e alma, e outros para a ruína destes. E nada de bom ou ruim acontece sem uma ordem específica e definida e uma determinação. Quem deseja um fim bom deve buscar o bem. E maus desejos conduzirão a um fim infeliz, e de forma muito rápida, devido à retribuição divina, pois aquele que escolheu isto se afastou da vontade divina. Portanto, todos devem unir seus objetivos com a Palavra de Deus, e usá- la como uma pedra lídia, ou um padrão-ouro, para decidir entre o bem e o mal. E eles devem decidir o que evitar, e o que aspirar. Quer seja o que tu decidas ou determines, energeticamente segue sem procrastinar, a fim de alcançar o objetivo determinado.

Aforismo 30. Riquezas terrenas

Aqueles que desejam obter riquezas, uma vida fascinante, honras, dignidades ou poderes políticos por meio da magia, se eles se esforçarem o suficiente, isto eles obterão, cada um segundo o seu destino, diligência, e conhecimento da magia. A história de Melusina testifica isto. Outro exemplo é o mago que decretou que nenhum italiano jamais reinaria em Nápoles. E assim ele sucedeu mesmo na época em que o governante foi destronado. Quão grande é o poder dos anjos guardiões dos reinos do mundo.

Aforismo 31. Desejos e autoridade

Evocai o anjo regente do Reino, pede o que tu desejas, e tenha certeza de que isto será feito, até a ocasião em que tal regente seja liberto por um mago subseqüente. Assim o Reino de Nápoles poderia novamente ser restituído a um italiano, se o mago que o convocou fosse obrigado a remover o vínculo. Ele também pode ser obrigado a restituir as jóias roubadas de um tesouro mágico, o livro, a gema, e o chifre mágico cuja propriedade poderia facilmente tornar alguém o monarca do mundo, se assim ele desejasse. Mas este mago judeu escolheu viver entre os deuses, até o dia do julgamento, em vez de viver neste mundo de coisas fugazes. E o coração dele está iludido e ainda não entende ou considera que eles também são do Deus do Céu e da Terra. Desta forma ele desfruta dos prazeres dos imortais para a sua própria ruína eterna. E ele pode ser evocado com mais facilidade do que o espírito guardião que Plotino chamou no templo de Ísis.

Aforismo 32. Tamanho é documento

De maneira similar, os romanos foram bem instruídos a partir dos livros das Sibilas, por meio de tais eles seriam capazes de se fazerem mestres do mundo, como a história testifica. Mas ofícios menores são concedidos aos subordinados do príncipe do reino. Portanto, se tu cobiças um cargo ou dignidade menor, convoca magicamente o subordinado do príncipe, e teu pedido será concedido.

Aforismo 33. As ferramentas certas

Entretanto, se tu desprezas dignidades, e anseia riqueza, convoca o príncipe da riqueza, ou um de seus regentes subordinados, e teu desejo será concedido, e tu ficarás rico da forma que tu desejas, seja através dos bens terrenos, ou através do comércio, ou através dos presentes dos príncipes, ou por meio da prática da metalurgia ou química, desde que tu faças o governador apropriado aparecer, e obtenha dele a autoridade necessária.

Aforismo 34. Evocação de espiritos

Toda evocação dos espíritos é de um tipo e forma, e este é o método utilizado nos tempos antigos pelas Sibilas e seus sumos sacerdotes. Em nossa época isso está totalmente perdido, devido à ignorância e impiedade. O que resta está distorcido com superstição e infinitas falsificações.

Aforismo 35. Prodígios

A alma humana é a única produtora de prodígios, à medida que ela está acompanhada com o espírito escolhido; uma vez acompanhada, ela revelará o que voce deseja. Portanto, devemos proceder cautelosamente nos atos de magia, para que não sejamos enganados pelas sereias e monstros, que também são atraídos em direção à alma humana. Por esta razão, te esconde sempre sob as asas do Altíssimo, a fim de que voce não te ofereças para ser devorado pelo leão que ruge. Pois aqueles que desejam as coisas do mundo são fortemente pressionados para fugir das armadilhas de Satanás.

O SEXTO DOS SETERNARIOS

Aforismo 36. Palavras

Cuidado deve ser tomado, para que os experimentos não sejam misturados com outros experimentos; todavia, que cada um seja simples e diferente: pois Deus e a Natureza ordenaram a todas as coisas um fim certo e determinado: deste modo, por causa dos exemplos, aqueles que realizam curas com as mais simples ervas e raízes, curam da forma mais feliz. E desta maneira, nas Constelações, Palavras e Caracteres, Pedras, e similares, jazem ocultas as maiores influências ou virtudes que, na verdade, fluem como milagres.

Assim também são as palavras, que sendo pronunciadas, imediatamente induzem que criaturas tanto visíveis e invisíveis se rendam em obediência, tanto as criaturas deste nosso mundo, como as do aquoso, aéreo, subterrâneo, e Olímpico, celestial e infernal, e também o divino.

Por conseguinte, a simplicidade deve ser especialmente estudada e buscada, e o conhecimento de tal simplicidade deve ser buscado a partir de Deus; caso contrário, por nenhum outro meio ou experiência eles poderão encontrá-la.

Aforismo 37. Três coisas importantes

E que todas as partes possuam seus lugares apropriadamente: a Ordem, Razão, e os Meios, que são as três coisas que conferem todo o aprendizado das criaturas visíveis, bem como das invisíveis. Este é o curso da Ordem, de modo que algumas criaturas são criaturas da luz; outras, da escuridão: estas estão sujeitas à vaidade, pois elas rumam impetuosamente para a escuridão, e sua rebelião contra a graça provocou a punição eterna delas. Parte do reino deles é muito bonito em coisas transitórias e corruptíveis por um lado, pois ele não poderia existir sem alguma virtude e muitos dos grandes presentes de Deus; e a outra parte é muito suja e horrível para que dela seja falado, pois desta parte transborda toda a maldade e pecado, idolatria, o desprezo de Deus, blasfêmias contra o verdadeiro Deus e suas obras, adoração de demônios, desobediência contra as autoridades, dissensões, homicídios, roubos, mentiras, perjúrios, orgulho, e um ávido desejo de poder; nesta mistura consiste o Reino da escuridão: mas as criaturas da luz são preenchidas com a luz eterna, e com a graça de Deus, e os Senhores de todo o mundo reinam sobre os Senhores da escuridão, e são como os membros de Cristo. Entre estes e aqueles, há uma guerra continua, até que Deus ponha um fim nesta contenda, em seu Julgamento Final.

Aforismo 38. Divisão da magia

Deste modo, a divisão da Magia é dupla; o primeiro aspecto é dado por Deus, que ele concede às criaturas de luz; o outro também é de Deus, mas este é o dom que ele concede às criaturas da escuridão: e este aspecto também é duplo:

A primeira divisao é para uma finalidade boa, como quando os príncipes da escuridão são compelidos a fazer algo bom para as criaturas, através do poder de Deus; o outro é para uma finalidade infeliz, quando Deus permite a punição de pessoas más, que magicamente ele permite que elas sejam iludidas e direcionadas para a destruição.

A segunda divisão da Magia é aquela que cumpre seus efeitos com  instrumentos visíveis através do visível. E ela afeta outras obras com instrumentos invisíveis através de coisas invisíveis; e age em outras coisas, com a mistura das técnicas, instrumentos e efeitos.

A terceira divisão são aquelas coisas que são realizadas por meio das invocações a Deus. Isto é parcialmente Profético, e Filosófico; bem como parcialmente Teosófico.

Alternativamente, em ignorância ao verdadeiro Deus, é isto o que é realizado por meio dos príncipes dos Espíritos, para que os desejos possam ser realizados; este é o trabalho dos Mercurialistas.

A quarta divisão é a que faz uso do exercício dos bons Anjos em vez de Deus, como se fosse uma prática descendida do Altíssimo: tal era a Magia dos Baalim, ou da Magia dos ídolos.

Outra Magia é aquela que realiza suas ações com os chefes dos espíritos do mal; esta foi a magia forjada pelos Deuses menores dos pagãos.

A quinta divisão é aquela em que agem abertamente alguns dos Espíritos, frente a frente; isto é dado a alguns: os outros fazem o trabalho através de sonhos e outros sinais; como o que os antigos alcançavam através de seus augúrios e sacrifícios.

A sexta divisão é aquela do trabalho com criaturas imortais, e com criaturas mortais, como Ninfas, Sátiros, e habitantes similares dos outros elementos, gnomos, etc.

A sétima divisão é aquela dos Espíritos que servem aos outros voluntariamente, sem qualquer tipo de arte; outras pessoas estes Espíritos dificilmente atenderão, mesmo sendo chamados pela arte.

Entre todas estas espécies de Magia, a mais excelente de todas é aquela que depende unicamente de Deus. A segunda é aquela a quem os Espíritos servem fielmente. A terceira é aquela que é propriedade dos cristãos, que dependem do poder de Cristo, tanto no céu quanto na terra.

Aforismo 39. Preparação para o aprendizado

Para se aprender a Arte da Magia há uma preparação sétupla.

A primeira parte é meditar dia e noite sobre como alcançar o verdadeiro conhecimento de Deus, tanto por sua palavra revelada a partir da criação do mundo; como também pelo o selo ou escada da criação, e das criaturas; e pelos maravilhosos efeitos que as criaturas visíveis e invisíveis de Deus manifestam.

O segundo requisito é de que desça em si, e principalmente estudar para se conhecer; quais as partes em si ele possui que são mortais e quais são as imortais; e quais são as partes pertencem a ele, e quais são as partes alheias.

Em terceiro lugar, ao contemplar a parte imortal de si, ele deve aprender a adorar, amar e temer ao Deus eterno, e a adorá-lo em Espírito e Verdade; a contemplação de sua mortalidade deve levá-lo a conhecer o que é aceitável por Deus, e o benefício de seu próximo.

Estes são os primeiros três e principais preceitos da Magia, e é com cada um destes que aquele que deseja alcançar a verdadeira Magia ou Sabedoria divina deve se preparar. E desta forma ele poderá se tornar digno de que as criaturas angelicais possam atendê-lo, não apenas invisivelmente, mas também visivelmente, frente a frente.

Em quarto lugar, a partir do útero materno, cada um é destinado a uma determinada posição na vida; e, portanto, que ele seja vigilante para discernir se ele nasceu para a Magia, e para qual tipo de Magia. Qualquer um pode perceber isto facilmente se ele cuidadosamente estudar nossos escritos, e com sucesso testar os experimentos por si próprio. Pois grandes coisas e dons são dados somente aos pequenos e humildes.

A quinta condição prévia é ele seja capaz de perceber os Espíritos que estão nos auxiliando, quando estamos realizando grandes obras; se ele perceber isto, é sinal que Deus ordenou que tal pessoa seja um Mago e que ele pode utilizar o poder dos espíritos para realizar grandes coisas. Aqui, muitos caem em pecado, por meio da desatenção, negligência, ignorância, desprezo, ou por muita superstição; eles também pecam por conta da ingratidão a Deus, motivo pelo qual muitos homens de grande fama atraem sua própria destruição. Eles também pecam pela imprudência e teimosia; e também quando eles não utilizam seus dons para a honra de Deus, que é necessária, e é preferido que seja feito em menores trabalhos.

O sexto requisito é que o Mago deve ter Fé e Discrição, especialmente para que ele não revele nenhum segredo que o espírito o proibiu, como ordenou para que Daniel selasse ou guardasse determinadas coisas, ou, para que ele não as declarasse em público; de modo semelhante, nem para Paulo era lícito falar abertamente sobre todas as coisas que lhe eram entregues em uma visão. homem algum acreditará o quanto está contido neste único preceito.

A sétima exigência para aquele que deseja ser um Mago é o maior nível de justiça, para que ele não empreenda coisa alguma que seja ímpia, perversa, ou injusta, nem permita que isso se passe em sua mente; e assim ele estará divinamente protegido de todo o mal.

Aforismo 40. As sete leis

Quando o Mago percebe agentes imateriais em torno dele, seja com a percepção externa ou interna, ele deve governar a si mesmo de acordo com as sete leis seguintes, para realizar o seu objetivo Mágico.

  1. A primeira Lei é, Que ele saiba que tal espírito é ordenado a ele por Deus; e que ele esteja atento de que Deus é o observador de todos os seus pensamentos e ações; Por esta razão, que ele direcione todo o andamento de sua vida de acordo com a Palavra de
  2. A segunda Lei é, Ore sempre como Davi:
    1. Não retireis de mim teu Espírito Santo; e fortalece-me com um Espírito livre; e não nos deixei cair em tentação, e livrai-nos do mal: eu te imploro, ó Pai celestial, que não entregues poder a qualquer Espírito mentiroso, como tu fizeste a Ahab para que ele perecesse; mas mantenha-me em tua verdade. Amém.
  3. Terceiro, Que ele acostume-se a testar os espíritos, como as escrituras admoestam; pois uvas não podem ser colhidas dos espinheiros (Mateus 7:16): Devemos testar todas as coisas, e reter aquilo que é bom e louvável, para que possamos evitar tudo aquilo que é repugnante para o poder divino.
  4. A quarta Lei é estar afastado, segregado e livre de toda forma de superstições; pois isto é superstição: atribuir divindade às coisas que não possuem relação alguma com a divindade; ou escolher ou tomarmos formas de adorar a Deus quais ele não ordenou: tais são as cerimônias mágicas de Satanás, através das quais ele se oferece descaradamente para ser adorado como
  5. A quinta coisa a ser evitada é a adoração dos Ídolos, que vinculam qualquer poder divino às imagens ou ídolos ou outras coisas próprias, onde estes poderes não foram colocados pelo Criador, ou pela ordem da Natureza: tais coisas muitos caco-magos dissimulam.
  6. Em sexto lugar, Todas as imitações fraudulentas e enganosas e afeições do diabo devem ser evitadas truques, e é através disto que ele imita o poder da Criação, e do Criador, para que ele possa produzir coisas com uma palavra, parecendo ser o que não são. Isto pertence somente à Onipotência de Deus, e não é comunicável para a criatura.
  7. A sétima Lei é que nos apeguemos firme aos dons de Deus, e de seu Espírito Santo, para que possamos conhecê-los, e diligentemente cingi-los plenamente com nosso coração, e toda a nossa força.

Aforismo 41. Algumas questões finais

Nós nos aproximamos agora dos últimos nove Aforismos com os quais finalizaremos este Tomo; no qual iremos, com a misericórdia divina nos assistindo, concluir todo este Isagoge (resumo) Mágico.

Portanto, em primeiro lugar, deve ser entendido, i.e. deve ser esclarecido, aquilo que entendemos pela palavra Mago/Magus neste trabalho.

Aquele que consideramos como sendo um Mago, é aquele que pela graça de Deus as essências espirituais servem para manifestar o conhecimento de todo o universo, e dos segredos da natureza nele contido, sejam eles visíveis ou invisíveis, por meio da graça divina. Esta descrição de um Mago é ampla e universal.

Um Caco-mago é aquele, que pela permissão divina os espíritos malignos servem, para a destruição temporal e eterna dele e também para a perdição, para atrair os homens, e afastá-los de Deus; tal como ocorreu a Simão, o Mago, a quem o Ato dos Apóstolos menciona, e em Clemente; a quem o Divino São Pedro ordenou que fosse lançado a terra, pois ele havia sido elevado ao ar por meio dos espíritos imundos.

A esta categoria pertence as referências das Duas Tábuas da Lei; onde são registradas as várias formas criminosas de magia.

As divisões e espécies de ambos os tipos de Magia, observaremos nos Tomos seguintes. Neste será suficiente, que façamos a distinção das Ciências, daquela que é boa, e daquela é que maligna: visto que quando o homem que busca o conhecimento de cada um destes, ele é conduzido para sua própria ruína e destruição, como Moisés e Hermes demonstram.

Aforismo 42. Predestinação

Em segunda instância, devemos saber: Um Mago é uma pessoa predestinada a este tipo de obra desde o útero de sua mãe; e que ele não assuma coisas grandes, a menos que ele seja divinamente designado para uma boa finalidade pela graça; ou para um fim infeliz, em cumprimento destas escrituras:

 

As coisas que induzem as pessoas ao pecado são obrigadas a virem, mas ai daquela pessoa por meio de quem o pecado vem.

Por esta razão, como muitas vezes admoestamos anteriormente, Devemos viver com temor e respeito neste mundo.

Não negarei que, alguns homens podem com o estudo e diligência obter algum sucesso em cada um dos tipos de Magia, se permitido. Mas eles nunca alcançarão os tipos mais elevados desta; pelo o contrário, se ele cobiça abordá-las, ele sem dúvida será injuriado tanto em corpo quanto em alma. Tais são aqueles, que pelas operações dos Caco-magos, às vezes são transportados para o Monte Horeb/Horch, ou em alguma selva, ou desertos; ou são mutilado ou desfigurado de alguma forma, ou são simplesmente rasgados em pedaços, ou são privados da razão; assim como muitas coisas que acontecem por uso disto, onde os homens são abandonados por Deus, e entregues ao poder de Satanás.

O SÉTIMO DOS SETERNARIOS

Aforismo 43. O poder de satanás

O Senhor vive, e as obras de Deus vivem nele por ordenação dele, nas condições em  que elas são almejadas; pois ele terá que usar a liberdade delas em obediência à sua ordem, ou desobediência de tal. Ao obediente, ele brinda com suas recompensas; ao desobediente ele propõe sua merecida punição. Portanto, estes Espíritos, pela livre vontade deles, através de seu orgulho e desprezo do Filho de Deus, se rebelaram contra Deus, seu Criador, e estão reservados ao dia da Ira (Jó 21:30); e embora eles tenham abandonado os maiores poderes na criação, eles ainda possuem poder limitado, que é mantido em restrição, confinados em seus limites com a rédea de Deus. Portanto, o Magus de Deus, que significa Um Homem Sábio de Deus, ou a Pessoa Instruída de Deus, é conduzido pela mão de Deus para o bem eterno, e também para os bens médios e pequenos, e também para as coisas físicas mais corpóreas.

Grande é o poder de Satanás por causa dos grandes pecados dos homens. Por essa razão também os Magus de Satanás realizam grandes coisas, coisas maiores do que qualquer homem possa acreditar: embora eles subsistam em seus próprios limites, eles possuem uma incompreensível influência, tanto para as coisas corpóreas quanto para as coisas transitórias desta vida; muitas antigas Histórias e exemplos diários disto são testificados. Ambos os tipos de Magia são diferentes um do outro em suas finalidades: um conduz às boas coisas eternas, e utiliza as coisas temporais com gratidão; o outro é pouco preocupado com as coisas eternas; mas deleita-se completamente em torno das coisas físicas, para que possa livremente aproveitar todas as suas luxúrias e deleites em desprezo e ira contra Deus.

Aforismo 44. Dialogo interno

A passagem da vida comum do homem para uma vida Mágica, não é tão diferente quanto à passagem do estado de sono para o estado de estar completamente acordado/desperto nesta vida; pois aquelas coisas que acontecem ao ignorante e ao homem desconhecedor em sua vida comum, as mesmas acontecem ao Magus disposto e instruído.

O Magus entende quando sua mente medita; ele pondera, raciocina, institui, e determina o que deve ser feito; ele observa quando suas cogitações são frutos de uma essência divina em separado, e ele prova de que forma tal essência divina é separada.

Porém, o homem que é ignorante da Magia ou inconsciente dela, é impulsionado para um lado e outro como um animal, como se estivesse em Guerra com suas afeições; ele não sabe quando estas afeições saem de sua própria mente, ou se está impressionada por uma essência auxiliar ou entidade; e ele não sabe como derrotar os conselhos de seus inimigos pela Palavra de Deus, ou se prevenir das ciladas e fraudes do tentador.

Aforismo 45. Os maiores ensinamentos

O maior dos ensinamentos da Magia é que cada homem entenda o que pode  ser recebido de um Espírito assistente, e o que deve ser rejeitado: Isto ele pode aprender a partir daquilo que o Salmista diz:

 

Com o que purificará um jovem homem o seu próprio caminho? Sendo fiel às vossas palavras, ó Senhor.

Acautelar-se para manter a Palavra de Deus, para que o demônio não arranque esta do teu coração, é o maior dos ensinamentos da sabedoria. É lícito admirar, e exercer outras sugestões que não sejam contrárias à glória de Deus, ou a caridade de nossos próximos, sem indagar de qual Espírito tais sugestões originam-se; mas devemos tomar cuidado, para que não estejamos muito ocupados com coisas desnecessárias, de acordo com a admoestação de Cristo:

Marta, Marta, tu que estais preocupada com tantas coisas; mas Maria escolheu a melhor parte, qual não será retirada dela.

(Lucas 10:41-42).

Assim, que sempre levemos em consideração o que diz Cristo:

 

Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua retidão, e todas as outras coisas vos serão acrescentadas.

Isto é, todas as coisas que são próprias ao Microcosmo mortal, como alimento, vestuário, e as artes necessárias desta vida.

Aforismo 46. Constância

Nada convém tanto a um homem quanto a constância em suas palavras e ações, e quando o semelhante regozija-se em seu semelhante; ninguém é mais feliz do que estes (aqueles que vivem em harmonia), pois os santos Anjos permanecem próximos a eles, e a eles protegem: ao contrário, os homens que são inconstantes são mais leves do que as folhas podres e o nada. A estes nós entregamos o Quadragésimo Sexto aforismo. Conforme cada pessoa escolhe conduzir sua vida, deste modo tal pessoa atrairá os tipos de espíritos que possuem uma natureza e qualidade semelhante: este, porém, é um bom conselho, para que não tentemos nos elevar acima daquele que nós chamamos, a fim de que não possamos atrair para nós mesmos algum Espírito maligno das regiões mais distantes da terra, por quem nos enamoraremos e nos iludiremos, ou seremos levados à destruição final.

Este ensinamento é amplamente conhecido: pois Midas, quando queria transformar todas as coisas em ouro, atraia para si um Espírito, que era capaz de realizar isto; e sendo iludido por tal espírito, ele poderia ter sido levado a morrer de fome, se sua loucura não tivesse sido corrigida pela misericórdia de Deus. A mesma coisa ocorreu a uma mulher próxima de Frankfurt em Odera, em nossos tempos, que apanhava e consumia qualquer tipo de dinheiro. Bom seria se os homens pesassem diligentemente este preceito, e não considerassem as Histórias de Midas como meras fábulas; eles seriam muito mais fervorosos em moderar seus pensamentos e afeições, nem que eles sejam, assim, perpetuamente vexados com os Espíritos das montanhas douradas da Utopia. Desta forma, devemos observar com atenção para expulsar estas presunções da mente, pela palavra, enquanto elas são novas; nem permitir que elas tenham qualquer hábito na mente ociosa, que está vazia da palavra divina.

Aforismo 47. Fidelidade

Aquele que é fiel e devotado a sua vocação, também terá constância devotosa da companhia dos espíritos, que suprirão as necessidades dele em todas as coisas. Mas se ele possui algum conhecimento em Magia, eles não serão relutantes em se mostrarem a ele, e de forma familiar conversarão com ele, para servi-lo nas formas que são adequadas aos ofícios e naturezas deles; os bons Espíritos em boas coisas, até a salvação, e os espíritos malignos em toda coisa infeliz, até a destruição. Exemplos não faltam nas Histórias de todo o mundo. Teodósio antes da vitória de Arbogasto, é um exemplo do bom uso; Brutus, antes de ser morto, foi um exemplo de ser usado pelos Espíritos malignos, quando ele foi perseguido pelo Espírito de César, e este espírito exigindo vingança, fez com que ele se matasse, aquele que matou seu próprio Pai, e o Pai de seu país.

Aforismo 48. Revelação

Toda Magia é a revelação de uma espécie de espírito desta natureza; de modo que as nove musas são chamadas em Hesíodo de a Nona Magia, como ele testifica claramente em Teogonia. Na obra de Homero, o gênio de Ulisses, em Psicogogia. Hermes, os Espíritos das partes mais sublimes da mente. O próprio Deus se revelou a Moisés em um arbusto. Os três homens sábios foram procurar Cristo em Jerusalém, sendo o Anjo do Senhor o líder deles. Os Anjos do Senhor direcionaram Daniel. Portanto, não devemos nos vangloriar; Pois não depende daquele que quer, nem daquele que corre; mas de Deus, que se compadece (Romanos, 9:16), ou de algum destino espiritual. A partir daí brota toda a Magia, e assim também ele penetrará, seja bom ou mau. Desta forma, Tages, o primeiro professor de Magia dos Romanos, brotou da terra. Diana dos Efésios apresentou sua adoração, como se fosse enviado do céu. Assim também Apolo. E toda a Religião dos Pagãos é retirada dos mesmos Espíritos; nem são as crenças dos saduceus, invenções humanas.

Aforismo 49. Conclusão

A conclusão deste Isagoge é, portanto, o mesmo qual apresentamos acima, Mesmo que exista um só Deus, de onde tudo o que é bom procede; e um pecado, a saber, desobediência, contra a vontade do comando de Deus, de onde procede todo o mal; por esta razão o temor a Deus é o início de toda sabedoria, e a graça de toda Magia; pois a obediência à vontade de Deus, resulta no temor a Deus; e após isto, sucede a presença de Deus e do Espírito Santo, e o ministério dos santos Anjos, todas as coisas boas dos tesouros inesgotáveis de Deus.

Mas a Magia inútil e condenável nasce disto: quando de nossos corações extinguimos o temor a Deus, e sofremos deixando que o pecado reine em nós, e eis que o Príncipe deste mundo, o Deus que originou este mundo, e estabeleceu seu reino em vez de coisas santas, tal como achou útil para seu próprio reino; assim, tal como a aranha que apanha a mosca que cai em sua rede, igualmente Satanás propaga suas armadilhas, e apanha os homens com os laços da cobiça, até que ele sugue-os, e arraste-os para o fogo eterno, a estes ele valoriza e nestes ele investe, para que a queda deles possa ser a maior.

Para que o Leitor Cortês e Atencioso, utilizando seus olhos próprios e sua mente para as Histórias sagradas e profanas, e para aquelas coisas que voce busca que sejam feitas diariamente no mundo, e para que voce possas encontrar todas as coisas repletas da Magia, de acordo com a Ciência dupla, boa e má; para que, elas possam ser melhor discernidas, aqui dispomos suas divisões e subdivisões, como a conclusão desta Isagoge; na qual todos possam considerar, o que deve ser seguido, e o que deve ser evitado, e o quão longe está a ser trabalhado por cada um, para um final de vida e uma vivência idônea.

Respostas para perguntas gerais sobre a prática

  1. Preciso de circulo de proteção, baqueta bola de cristal ou qualquer coisa para a pratica desse grimorio?

Resposta: sim, mas, apenas dos medalhoes de cada uma dessas entidades, nada mais ou alem é necessario, pois, usar estes amuletos vai lhe trazer contato com essas entidades, seja através da conjuração do aforismo 21 seja através de sonhos, onde voce poderá conversar com estas entidades diretamente, conforme o 26.

  1. Posso chamar as entidades fora dos seus dias e horarios estipulados para elas?

Resposta: poder chamar voce pode, o que virá no entando, cabe como ensina o proprio livro, ser julgado pelo seu entendimento do que são as forças demoniacas ou celestiais.

  1. Preciso fazer banimentos?

 

Resposta: não é obrigatorio, contudo sim é aconselhado fazer algum tipo de limpeza espiritual com regularidade, se voce souber como realizar o ritual de invocação das forças planetarias com o ritual maior do hexagrama poderia ser interessante, faça pesquisas e descubra qual ritual de banimento melhor se adequa para voce!

  1. Como posso saber quais os dias e horarios para usando os medalhoes dos espiritos olimpicos possa fazer o que ensina o aforismo 21 para fazer meus pedidos a estas forças olimpicas?

Resposta: olhe as tabelas a seguir:

Dia Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
Planeta Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat
Espirito Och Phul Phalec Ophiel Bethor Hadit Aratron

 

  Dom Seg Ter Qua Qui sex sab Hr
Horas do dia Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 1
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 2
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 3
Lua Mar Mer Júp Vên Sat Sol 4
Sat Sol Lua Mar Mer Júp Vên 5
Júp Vên Sat Sol Lua Mar Mer 6
Mar Mer Júp Vên Sat Sol Lua 7
Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 8
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 9
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 10
Lua Mar Mer Júp Vên Sat Sol 11
Sat Sol Lua Mar Mer Júp Vên 12

 

  Dom Seg Ter Qua Qui sex sab Hr
Horas da noite Júp Vên Sat Sol Lua Mar Mer 1
Mar Mer Júp Vên Sat Sol Lua 2
Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 3
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 4
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 5
Lua Mar Mer Júp Vên Sat Sol 6
Sat Sol Lua Mar Mer Júp Vên 7
Júp Vên Sat Sol Lua Mar Mer 8
Mar Mer Júp Vên Sat Sol Lua 9
Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 10
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 11
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 12
  1. Preciso de um circulo magico e um altar?

Resposta: Não para ambos, pois estes espiritos não são perigosos e não é necessario altar ou circulo para o ritual, mas caso se sinta confortavel em utilizar tais implemetos, fique a vontade, contudo não é canonico neste grimorio.

 

 Textos usados

  • Primeira Impressão Original, Basiléia, 1575 (Biblioteca Yale Beinecke)
  • Primeira Impressão Original, Basiléia, 1575 (Biblioteca Britânica)
  • C. Rooks, Londres, 1665 (Biblioteca Oxford Bodleian)
  • Publicação Desconhecida, Londres, Londres, 1655 (Biblioteca da Universidade de Harvard)
  • C. para J. Harrison, Londres, 1655 (Biblioteca do Congresso)
  • Leipzig Cod.Mag. 55

Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

Arbatel da Magia (pdf)

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/a-magia-de-arbatel/

As duas Tradições Místicas sobre Enoque, o Profeta

Aaron Leitch

No início, o Criador moldou o mundo através de uma série de palavras divinas. Estas palavras foram então escritas em letras de fogo sobre uma série de tábuas celestiais chamadas de Livro do Discurso de Deus. Esse Livro contém a linguagem celestial da criação, as chaves das portas do céu e todo o conhecimento e sabedoria do universo – passado, presente e futuro. Ele aparece em muitas formas diferentes nas religiões ao redor do mundo – chamadas, em várias ocasiões, de Tábuas Celestiais, Tábuas do Destino, Livro dos Segredos de Deus, Livro da Vida, Livro do Cordeiro, Livro do Toth, Registros Akáshicos e até mesmo Livro T (ou Tarô).

No Jardim do Paraíso, Adão falava fluentemente a linguagem celestial registrada no Livro. Com ela, ele manteve uma conversa familiar com Deus e anjos e também deu nomes verdadeiros a todas as coisas criadas. Entretanto, quando Adão perdeu seu lugar no Paraíso, ele também perdeu seu conhecimento da língua sagrada – ele não podia mais falar facilmente com os anjos. Entretanto, para poder se comunicar com sua família, ele criou uma linguagem humana primordial baseada em suas melhores (ainda que imperfeitas) memórias do discurso celestial.

Sete gerações mais tarde, o profeta Enoque estabeleceu um novo diálogo com os anjos. As criaturas sagradas o consideraram digno de visitar os céus, de ver os coros dos anjos, o Trono de Deus e as tábuas celestiais. Deles, Enoque transcreveu 366 livros terrenos de sabedoria, com os quais esperava restaurar a humanidade à sua antiga glória. Mas, infelizmente, a sabedoria de Enoque logo se perdeu no Grande Dilúvio que destruiu o mundo.

A linguagem reconstruída de Adão persistiu (através da linha de Noé) até a Confusão de Línguas na Torre de Babel. Lá, a língua humana primordial foi dividida em várias línguas diferentes para que os construtores da Torre não pudessem mais se comunicar uns com os outros ou completar o projeto. (Esta é a explicação bíblica para as várias línguas do mundo.) De todas as línguas antigas, a que permaneceu mais próxima da original de Adão foi a que conhecemos hoje como hebraico bíblico. Nenhum conhecimento ou memória da língua celestial dos anjos sobreviveu.

(Ao considerar este mito, observe que ele se concentra em cada ponto do Antigo Testamento onde a língua é o assunto central. Ainda mais importante, ele destaca aqueles casos em que a língua desempenha um papel direto na capacidade – ou inabilidade – do homem de se comunicar com Deus e com as criaturas celestes).

A Magia Enoquiana do Dr. John Dee – O Mito Encontra a História

O estado “bíblico” (ou seja, pós-Babel) da linguagem terrestre durou bem até o século XVI. Entretanto, muitos estudiosos haviam abordado o tema da linguagem celestial, e até mesmo algumas tentativas de reconstruí-la. No entanto, tais tentativas eram geralmente simples deduções do hebraico bíblico escrito com caracteres astrológicos. Foram dados nomes como “Celestial” e “Malachim” (que eram e ainda são usados em talismãs), mas eles eram apenas sombras fracas da linguagem divina da criação. (Para mais informações sobre este assunto, veja meu artigo anterior no Llewellyn Journal, “The Quest for the Divine Language, A Busca Pela Língua Divina”).

Então, no final dos anos 1500, um novo par de profetas – Dr. John Dee e seu “vidente” Edward Kelley- despertaram um grande interesse tanto nos anjos quanto em sua língua perdida. Trabalhando, a princípio, a partir de vários grimórios salomônicos, estes homens estabeleceram contato com os mesmos anjos com os quais Enoque havia falado uma vez. Eles revelaram muitos segredos mágicos aos dois homens, como convocar os anjos dos planetas e das estrelas, descobrir os segredos das nações estrangeiras e visitar espiritualmente os reinos celestiais, como Enoque.

Mais importante ainda, Dee também pediu aos anjos que revelassem o Livro perdido de Enoque, o qual ele quis dizer um texto bíblico apócrifo que preserva a história da vida e da obra de Enoque. (Hoje, este texto é chamado 1 Enoque ou o Livro Etíope de Enoque. Embora tenha sido perdido no tempo de Dee, foi redescoberto no século XVII. Agora você pode encontrá-lo online em muitos lugares e de graça). Os anjos concordaram com o pedido de Dee; no entanto, o que eles trouxeram não era de todo o texto bíblico. Em vez disso, eles revelaram as tábuas celestes – o Livro do Discurso de Deus – do qual Enoque uma vez tinha copiado. Para Edward Kelley o Livro apareceu como um grande livro de quarenta e nove folhas, escrito em sangue (assumimos o sangue do Cordeiro, como mencionado no Livro do Apocalipse) e contendo os quarenta e nove discursos que Deus havia usado para criar o mundo. Os anjos disseram a Dee e Kelley como usar o Livro para abrir as portas do céu, receber revelações diretamente de Deus e falar com os anjos em sua própria língua nativa.

Embora Dee nunca o tenha chamado assim, historiadores posteriores se referiam ao material de Dee como “Magia Enoquiana”, devido ao seu relacionamento com o profeta bíblico Enoque. Este complexo sistema de magia permaneceu em grande parte escondido nos periódicos de Dee por centenas de anos.

Magia Enoquiana da Golden Dawn (ou Neo-Enoquiana)

Quando a Ordem da Golden Dawn (Aurora Dourada) foi formada no final dos anos 1800, eles estavam interessados em incluir o material de Dee em seu currículo de nível superior. Entretanto, eles conheciam apenas alguns dos periódicos de Dee e, portanto, apenas uma parte do sistema mágico de Dee. Eles erroneamente assumiram que tinham encontrado um esboço rudimentar de um sistema incompleto de magia de anjos e, portanto, aplicaram o que tinham ao seu próprio sistema de magia Rosacruz ao estilo de alojamento. O resultado foi um sistema enoquiano  que parece semelhante, mas na verdade é muito diferente do sistema original de Dee. Chamei esta recensão do material da Dee de “Neo-Enoquiano”.

A Ordem não conhecia originalmente a magia planetária de Dee, nem tinha acesso ao aspecto mais importante de seu sistema – o Livro do Discurso de Deus. Eles tinham seus sistemas para espiar vários locais ao redor do mundo e para convocar os anjos das estrelas. Eles também tinham uma série de 48 invocações na linguagem angélica (muitas vezes chamadas de Chaves ou Chamados) que se destinavam a acessar os poderes do Livro celestial, mas não sabiam o verdadeiro propósito das 48 Chaves.

Entretanto, era o sistema de Dee para convocar os anjos das estrelas que formava a espinha dorsal da magia enoquiana da Golden Dawn. Isto foi derivado de um conjunto de quatro grandes quadrados de palavras (chamados “Sentinelas”) que continham os nomes de Deus e dezenas de anjos designados para os quatro quartos do universo. Entretanto, a Golden Dawn usou um arranjo diferente de torres de vigia nas quatro direções cardeais do que Dee havia usado, e eles conceberam um método diferente de decifrar nomes das quatro palavras-quadrado-quadrado – resultando em uma hierarquia de anjos muito maior do que Dee havia pretendido. (A maior parte disto foi esboçada em um documento intitulado Livro H, que provavelmente foi escrito por um dos primeiros fundadores da Ordem).

A Golden Dawn também interpretou os anjos das Torres de Vigia como criaturas dos quatro Elementos: Fogo, Água, Ar e Terra. (Dee nunca associou suas Sentinelas aos Elementos, em vez disso, atribuindo-os apenas às quatro direções cardeais e listando as funções dos anjos como sendo principalmente de natureza alquímica). Finalmente, porque eles não conheciam o Livro do Discurso de Deus e seu sistema mágico, a Golden Dawn assumiu que as Chaves Angélicas deveriam ser usadas para convocar os anjos listados nas Sentinelas. Portanto, eles dividiram as Chaves e as aplicaram aos vários grupos de anjos encontrados ao longo das praças.

Estas coisas – a diferente disposição das Sentinelas nos aposentos, a nova maneira de decifrar os nomes, a aplicação dos quatro Elementos às Sentinelas e o uso das Chaves Angélicas para convocar os anjos das Sentinelas – são as mesmas coisas que fazem da Golden Dawn Neo-Enoquiana uma tradição completamente diferente da original de Dee. Além disso, a Ordem concebeu um sistema profundamente complexo para aplicar suas próprias correspondências a cada praça da Torre de Vigia, juntamente com seus próprios rituais de trabalho com os anjos.

Durante os próximos cem anos, a Alvorada Dourada teria o maior impacto no renascimento do ocultismo moderno e, assim, seu sistema Neo-Enoquiano se tornaria o padrão comum. Cada pedaço deste sistema é exclusivo da tradição da Golden Dawn, embora muitos estudantes modernos acreditem erroneamente que parte dele se originou com Dee. Eles não sabem que existe um sistema de magia maior – e até mesmo completo – encontrado em toda a coleção de periódicos espirituais de Dee. Mesmo aqueles que estão conscientes de que existe mais material de Dee, muitas vezes não entendem as diferenças fundamentais entre a magia de Dee e o que foi posteriormente ensinado pela Golden Dawn.

O Renascimento de Dee

No final dos anos 90, o advento da Internet trouxe uma nova era de pesquisa e comunicação entre os estudiosos. Até aquele momento, o material de Dee tinha sido considerado muito obscuro e difícil de entender. Poucos tiveram a coragem de enfrentar o material sozinhos. Agora, porém, os estudiosos de Dee e praticantes do enoquiano de todo o mundo podiam finalmente reunir seus recursos. Ao longo de cerca de uma década, os diários de Dee foram totalmente examinados e seu obscuro sistema mágico finalmente se uniu novamente. Finalmente, o estudo purista de Dee do enoquiano veio a existir mais de cem anos após a recensão da Golden Dawn ter se tornado padrão.

Hoje, não é raro ver a Magia Enoquiana de Dee ser discutida ao lado da Magia Enoquiana da Golden Dawn como se fossem a mesma coisa. De fato, algumas misturas estão ocorrendo – quase sempre por parte dos magos da Golden Dawn – que tomam emprestados mais elementos dos diários de Dee (como suas ferramentas angélicas de convocação) e aplicando-os a seus rituais Neo-Enoquianos. Você provavelmente não encontrará tais magos mudando as direções ou associações dos Elementais das Torres de Vigia de volta aos originais de Dee, nem é provável que eles removam as Chaves Angélicas de suas invocações da Torre de Vigia. Tais mudanças removeriam o sistema enoquiano da cosmologia da Golden Dawn que tais praticantes adotaram.

Os puristas de Dee, por outro lado, são muito menos propensos a adotar qualquer aspecto do material Enoquiano da Golden Dawn em seu estudo ou prática da magia. Novamente, adotar tais mudanças seria remover o sistema da cosmologia renascentista que eles conhecem. Eles seguem o que está delineado nos diários de Dee, bem como o que está descrito nos grimórios que Dee consultou em seu trabalho (como o Arbatel da Magia, os Três Livros de Filosofia Oculta de Agrippa, o Lemegeton, etc.).

O erro habitual dos puristas de Dee não está em entender mal a magia (ou entendê-la apenas em parte), mas em assumir que a versão da Golden Dawn está de alguma forma “errada”. Embora seja verdade que o sistema Neo-Enoquiano foi criado a partir de uma visão incompleta do material de Dee, isso não o torna inerentemente incorreto. Pelo menos, não mais que o material egípcio da Golden Dawn está incorreto, ou sua Cabala, ou sua Alquimia, etc. Em todos estes casos, a Ordem adotou aspectos de sistemas mais antigos em sua própria estrutura única, criando algo novo no processo. Nenhum deles é puro exemplo dos originais, mas todos eles se encaixam no contexto maior da própria tradição Golden Dawn. O sistema Neo-Enoquiano é “correto” de dentro da Golden Dawn (e aqueles que seguiram seus passos, como Thelema, Wicca, e outros).

Mas, então, o sistema dos puristas de Dee também é correto, pois é um reflexo preciso do que o próprio homem registrou. Nos últimos vinte anos, muito trabalho tem sido feito para decifrar e restaurar o sistema de Dee. Muito esforço foi feito para compreender a linguagem angélica, o Livro do Discurso de Deus, as várias hierarquias de anjos e os métodos mágicos que Dee registrou.

Este novo material só está começando a chegar à comunidade ocultista através de fóruns, blogs e livros publicados. E os estudantes só agora estão começando a tomar consciência das diferenças entre as duas tradições da magia enoquiana (ou, na verdade, que existem de fato duas tradições diferentes). Pela primeira vez em mais de cem anos, material genuinamente novo (ainda mais antigo) enoquiano está se tornando disponível para os estudantes, com mais no horizonte. Sem dúvida, este é um momento emocionante no âmbito do estudo e da prática enoquiana.

Zorge, [Amigavelmente, na língua enoquiana]

Aaron Leitch.

***

Fonte: LEITCH, Aaron. What is Enochian Magick? (The Two Mystical Traditions of Enoch the Prophet). The Lllewellyn’s Journal, 2012. Disponível em: <https://www.llewellyn.com/journal/article/2321>. Acesso em 9 de março de 2022.

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.


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Postagem original feita no https://mortesubita.net/enoquiano/o-que-e-a-magia-enoquiana-as-duas-tradicoes-misticas-sobre-enoque-o-profeta/

Análise geoquímica do espelho de John Dee

Stuart Campbell, Elizabeth, Yaroslav Kuzmin & Michael D. Glascock

Um dos objetos mais conhecidos em exibição na Galeria do Iluminismo do Museu Britânico é o espelho de obsidiana associado a John Dee, o polímata renascentista, mago e confidente da rainha Elizabeth I. No entanto, outros aspectos do espelho também merecem atenção. Como o aspecto material, por exemplo, a obsidiana é muitas vezes considerada especial; embora amplamente utilizado na fabricação de ferramentas, seu uso para fazer espelhos muitas vezes aumentou seu fascínio e natureza simbólica. Espelhos de obsidiana foram feitos pela primeira vez no sétimo milênio aC no Oriente Próximo, embora espelhos como o associado a Dee provavelmente tenham sido de origem asteca. Como esse espelho em particular chegou a ele na Europa do século XVI não está totalmente claro. Dúvidas até
foram levantadas sobre o quão confiável é sua atribuição a Dee e se na verdade não pode ser uma cópia, feita com obsidiana de origem européia.

Aqui revisamos a história do espelho e sua associação com John Dee, juntamente com artefatos semelhantes no Museu Britânico. Isso inclui a determinação das origens geológicas desses objetos de obsidiana. A pesquisa de um corpus expandido de espelhos mexicanos e artefatos relacionados nos permite colocá-los dentro de uma perspectiva mais ampla, ajudando-nos a entender como os significados associados podem ter acumulado e mudado ao longo do tempo à medida que os objetos movido por diferentes contextos. Esse processo ocorreu em um período crítico da história, em que o espelho John Dee não está apenas associado ao crescente engajamento europeu com o Novo Mundo, mas também passou a simbolizar a relação emaranhada entre ciência e magia no final do Renascimento. A posição contestada do espelho entre culturas e entendimentos do mundo persiste em sua história de coleção mais recente.

John Dee: erudito e mago

John Dee viveu de 1527 a 1608/1609. Ele era um estudioso arquetípico do Renascimento, escrevendo sobre diversos assuntos, incluindo alquimia e astrologia. Dee inicialmente cruzou a linha tênue entre a “magia” natural, que era considerada uma ciência, e a magia demoníaca, que era considerada uma perversão da religião, mas que ele acabou cruzando. Dee acumulou uma vasta biblioteca e coletou uma variedade de equipamentos de navegação. Ele também tinha vários espelhos de vidro que usava para demonstrar ilusões de ótica. Ele estava bem relacionado com os intelectuais europeus e viajou extensivamente na Europa. Em 1558, tornou-se conselheiro científico e astrólogo da rainha Elizabeth I. Entre c. 1550 e 1570, que ele aconselhou em viagens inglesas de descoberta para o Novo Mundo e mostrou grande interesse em relatos dos primeiros encontros espanhóis na região. Na década de 1580, ele se envolveu cada vez mais com o sobrenatural e levou vários videntes ou médiuns para se comunicar com espíritos através do uso de espelhos ou cristais – mais notavelmente Edward Kelley – em seu serviço como intermediários entre ele e os anjos. É por este período de sua vida que ele é mais conhecido na imaginação do público, e provavelmente foi também o momento em que o espelho de obsidiana discutido aqui veio à tona.
Exatamente como e quando Dee obteve esse objeto é incerto. Os espelhos figuram em várias listas de remessas iniciais de artefatos para a Europa dos Habsburgos após a conquista do México (1519-1521), incluindo oito espelhos de vários tipos enviados aos cuidados de Diego de Soto (Martínez 1990: n. 37). Dee teria tido a oportunidade de adquirir um desses espelhos enquanto se misturava em tribunais e círculos diplomáticos durante suas visitas à Europa. Ele pode ter obtido “o espelho durante seus estudos em Louvain durante 1548-1550” . Uma data posterior, no entanto, pode estar mais de acordo com seu interesse crescente pelo ocultismo. Como manteve extensos contatos intelectuais e diplomáticos com o Império Habsburgo, é possível que tenha adquirido o espelho enquanto vivia na Boêmia no início da década de 1580, época em que os objetos do Novo Mundo estavam cada vez mais sendo exibidos no Kunstkammer da Europa.

Por volta de 1770, o espelho estava certamente na posse do político e antiquário Horace Walpole. Uma etiqueta escrita à mão na caixa, escrita pelo próprio Walpole, afirma: “A Pedra Negra na qual o Dr. Dee costumava chamar seus Espíritos”. Isso corresponde aos registros que documentam que a coleção dos Condes de Peterborough passou para Sir John Germain em 1705 e, posteriormente, para Lady Elizabeth Germaine (Ackermann & Devoy 2012: 542–43). Provavelmente fazia parte da coleção do segundo conde de Peterborough, Henry Mordaunt, pois possuía livros sobre ocultismo, e Tait argumentou que pode ter sido originalmente adquirido pelo primeiro conde de Peterborough.

Embora a associação entre o espelho e Dee tenha persistido, também existem dúvidas sobre a falta de documentação chave sobre a conexão. O link ganha forte apoio, no entanto, de uma fonte menos conhecida da década após a morte de Dee. Muitos dos livros e outras posses de Dee passaram para John Pontois, seguindo conselhos sobrenaturais em uma das tentativas finais de Dee de conversar com anjos. Em um processo de 1624 após a morte de Pontois, um depoimento feito por Thomas Hawes registra ter visto na casa de Pontois – antes da partida deste último para servir na Virginia Company no final de 1618 – “uma certa pedra redonda e plana como Cristall, que Pountis disse ser um pedra que um Angell trouxe ao médico para pintar onde ele trabalhava e sabia muitas coisas estranhas”. A coleção de Pontois só foi dispersa em 1625 e 1626, altura em que o primeiro conde de Peterborough pode tê-la adquirido.

O espelho mudou de mãos várias vezes após a dispersão da coleção de Walpole e foi leiloado pelo menos quatro vezes antes de sua aquisição pelo Museu Britânico em 1966, onde imediatamente se tornou uma exposição popular. Notavelmente, o Museu Britânico categoriza o espelho por sua associação com Dee, colocando-o no Departamento da Grã-Bretanha, Europa e Pré-história, e não por sua provável origem americana. Muitas vezes foi emprestado a outros museus para exposições sobre medicina, ciência e magia. Ao invés de focar exclusivamente na conexão com Dee, é útil considerar o espelho como um objeto com um contexto mais amplo e um conjunto de associações que mudaram ao longo de sua história. A associação com John Dee é importante, mas há uma história mais ampla por trás dele.

Espelhos de obsidiana no Museu Britânico

Examinamos o espelho John Dee, juntamente com um grupo de objetos relacionados no Museu Britânico, incluindo dois outros espelhos circulares de tipo semelhante e um espelho retangular. Os três últimos espelhos são mantidos no Departamento da África, Oceania e Américas. Como o espelho de Dee, os caminhos exatos pelos quais esses objetos se moveram de seus contextos originais para o Museu Britânico não são claros, mas todos têm biografias notáveis.
O espelho de John Dee é quase circurlar, medindo 195 × 185mm, com uma aba ou alça curta, quadrada e perfurada. As supefícies frontal e traseira foram finamente polidas e altamente polidas, sem corrosão visível sob baixa ampliação. O estado bem preservado do espelho pode ser porque ele foi mantido em um estojo – pelo menos, no momento em que estava na posse de Walpole. Lascas ao redor da perfuração podem ter sido causadas pela suspensão do espelho.

O segundo espelho é maior, medindo aproximadamente 260mm de diâmetro, e tem uma aba em forma de lágrima. Foi colecionado por William Bullock no México em 1823 e fez parte de sua exposição de material mexicano no Egyptian Hall em Piccadilly, uma exibição que influenciou muito a reintrodução da herança mexicana para a atenção britânica. O catálogo original descreve-o como “Um espelho asteca, composto por uma grande placa de obsidiana, polida em ambos os lados”. Foi adquirido pelo Museu Britânico em 1825, após o encerramento da exposição de Bullock, e atualmente está exposto com o espelho de John Dee na Galeria do Iluminismo, criando um novo contexto por associação. Anteriormente, também foi exibido em 2009/2010 na exposição Moctezuma do Museu Britânico.
O terceiro espelho circular tem uma aba quadrada, como o espelho de John Dee, e mede aproximadamente 240mm de diâmetro. Foi recolhido no século XIX por Sir Edgar Thornton enquanto era adido no México, antes de ser adquirido pelo museu em 1907. Atualmente não está em exibição, mas foi emprestado para exposições sobre Magical Consciousness (em Bristol) e Treasures of the World’s Cultures (em Abu Dhabi, Bonn e Cingapura).

Também examinamos uma laje retangular mantida nas coleções do Museu Britânico. O objeto mede 225 × 190 mm e tem 30 mm de espessura. Tem uma superfície polida, semelhante a um espelho, que parece idêntica às dos espelhos circulares, sua parte inferior é plana, mas áspera, e as bordas da laje form intencionalmente moldadas por descamação. O objeto foi adquirido de uma fonte desconhecida por Sir Cuthbert Edgar Peek, que presumivelmente o incluiu em seu museu em Rousden em Dorset; foi comprado pelo Museu Britânico em 1926.
Embora os espelhos circulares sejam um tipo bem conhecido de objeto asteca, nenhum exemplo foi confirmado anteriormente por proveniência analítica. Um espelho circular anteriormente incluído nesta categori foi recentemente mostrado como proveniente do depósito de obsidiana Mullumica no Equador e, portanto, foi excluído aqui. Sete lajes retangulares de obsidiana com superfícies polidas foram procedidas por emissão de raios X induzida por prótons, com a conclusão de que seis são provenientes da área de origem de Ucareo-Zinapecuaro (seguindo a nomenclatura de Healan (1997)) e uma de Pachuca (Calligaro et al. . 2007), ambos na região central do México. A fluorescência de raios-X (XRF) traça mais um exemplo para a área de origem de Ucareo-Zinapecuaro (Pixley 2013).

Procedência geológica dos espelhos do Museu Britânico

Para determinar a origem da obsidiana explorada para os artefatos no Museu Britânico, usamos um instrumento portátil de XRF (pXRF) (Niton XL3T 980 GOLDD+). O uso da análise de pXRF tem sido bem sucedido na determinação das fontes geológicas de artefatos em muitas partes do mundo. Nosso procedimento analítico seguiu uma metodologia bem estabelecida (Campbell & Healey 2016). Três leituras de 90 segundos foram feitas em dois locais em cada espelho. Embora as leituras consistentes de diferentes pontos – com um meio usado para interpretação posterior – sejam tranquilizadoras, não conseguimos limpar as superfícies desses objetos do museu. Assim, havia algum potencial para contaminação resultante de vários séculos de manuseio. Embora pareça improvável que isso seja uma fonte de grande erro, tal contaminação pode levar a alguma dispersão das leituras. As leituras do instrumento foram submetidas a uma calibração interna de parâmetros fundamentais e uma calibração linear adicional contra um conjunto de 16 padrões internacionais, para produzir concentrações elementares finais (Tabela S2). Os elementos aqui relatados têm uma boa relação com os valores publicados para nosso conjunto de padrões internacionais, com valores de R2 >0,95. A repetibilidade também é boa, com o padrão relativo percentual desvio abaixo de 10 por cento.
Para determinar a origem exata da obsidiana, analisamos uma série de amostras geológicas de potenciais fontes mexicanas, selecionadas da coleção da Universidade de Missouri após uma revisão inicial das leituras. Eles incluíam obsidiana de Otumba (três amostras), Pachuca (quatro amostras), Ucareo (duas amostras) e Zaragoza (quatro amostras) – todas originalmente coletadas durante o trabalho de campo de Robert H. Cobean. Cada amostra fonte foi analisada cinco vezes, sendo a média de cada amostra utilizada posteriormente. Uma comparação das leituras dessas fontes foi feita com resultados obtidos no Missouri usando um instrumento Bruker III-V pXRF. Isso mostra uma alta correspondência para manganês (R2 = 0,91), ferro (R2
= 0,98), zinco (R2 = 0,97), rubídio (R2 = 0,95), estrôncio (R2 = 1,0) e ítrio (R2 = 0,99).

A análise dos dados dos quatro espelhos indica que eles se enquadram em dois grupos geoquímicos que permanecem consistentes em vários elementos. Os gráficos bivariados sugerem que esses dois grupos correspondem de perto ao material de origem geológica de Pachuca e Ucareo. Enquanto a associação com as amostras da fonte Pachuca é um pouco mais frouxa, a fonte em si é mais variada (Lighthart Ponomarenko 2004).

O Artefato 1 (o espelho John Dee) combina muito com a obsidiana geológica de Pachuca, assim como o Artefato 3, o mais semelhante em forma ao espelho John Dee. Os artefatos 2 e 19 pertencem ao segundo grupo composicional, aproximando-se da obsidiana geológica de Ucareo. Que os espelhos sejam feitos de obsidiana de diferentes fontes não é particularmente surpreendente, pois várias fontes de obsidiana foram exploradas pelos astecas. A fonte Pachuca foi a mais explorada e estava localizada em território asteca. Esta obsidiana é descrita como sendo particularmente pura em qualidade e foi o material preferido para núcleos de lâminas prismáticas . A área de origem Ucareo-Zinapecuaro estava em território Tarascan e inclui várias sub-fontes, das quais Ucareo é a mais comumente atestada arqueologicamente (Healan 1997). Esta fonte às vezes aflora em lajes, o que a torna ideal para a fabricação de espelhos. É notável que oito das nove lajes retangulares que agora foram adquiridas vêm de Ucareo, sugerindo que este pode ter sido o local de fabricação especializada usando uma forma de obsidiana particularmente adequada para esta aplicação. Ambas as fontes foram exploradas no período pós-clássico tardio.
(1200-1521) e primeiros períodos coloniais (1521 em diante).

Os espelhos do Museu Britânico não são únicos. Smith (2014: tab. 1.1) identificou 16 espelhos circulares de origem asteca em coleções ao redor do mundo. Podemos agora excluir dois desses exemplos e adicionar mais quatro, para dar um total de 18. A maioria tem abas, presumivelmente usadas para prender o espelho ao corpo de um indivíduo ou a uma escultura. Em alguns casos, a aba está quebrada e em outros não tem aba. Smith (2014: 19) sugeriu que esses espelhos se enquadram em dois grupos de tamanhos, mas isso não parece mais claro: embora os diâmetros de 185 a 220 mm sejam mais comuns, ocorrem exemplos de até 300 mm de diâmetro. O espelho de John Dee está na extremidade menor do intervalo, mas os outros dois espelhos circulares que examinamos são maiores. Alguns podem ter molduras de madeira, e o exemplo agora no Museu Americano de História Natural tem uma moldura dourada decorada que pode ser original (Saville 1925: 87-88; Taube 1992: 184), ou talvez tenha sido uma adição posterior (Smith 2014: 17). Espelhos circulares são retratados em ilustrações de códices criadas por artistas indígenas na época da conquista espanhola, aparentemente com molduras. Faltam contextos arqueológicos seguros para esses objetos; enquanto a maioria dos exemplos provavelmente vem do final do período pós-clássico, a produção de espelhos circulares pode ter continuado no início da era colonial.

As lajes retangulares polidas também são bem conhecidas. Pelo menos 31 objetos desse tipo podem ser identificados em coleções de museus . Eles são frequentemente incluídos ao lado dos espelhos circulares, e a produção de suas superfícies superiores polidas parece se basear nas mesmas tecnologias. Eles podem, no entanto, ter um propósito diferente, pois nenhum possui abas ou orifícios de suspensão para permitir a fixação a um corpo ou escultura. Muitos foram certamente usados ​​no início do período colonial como altares portáteis, ou aras, por missionários cristãos (Saunders 2010), embora não tenhamos evidências de que estes últimos estivessem cientes do significado simbólico anterior dos espelhos de obsidiana. As lajes retangulares foram provavelmente fabricadas durante o século XVI. No segundo quartel do século XVI, Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés “tinha quatro aras de pedra negra mexicana em Santo Domingo […] Vice-rei Mendoza havia enviado ao imperador duas aras pretas com ‘uma veia no meio, de um vermelho vivo como um rubi’”. No final do século XVI, Zinapecuaro (incluindo sem dúvida a fonte de Ucareo) destacava-se pela presença de uma “pedreira de pedra preta de onde se retiravam muitas peças boas para as aras”, e no mercado encontravam-se “pedras que servem para espelhos, e são muito bons para fazer altares” . Uma pequena laje retangular tem uma data inscrita interpretada como 9 de dezembro de 1483, sugerindo que pode pertencer a uma tradição mais antiga. O fato de ser também o único exemplar conhecido feito de obsidiana de Pachuca, no entanto, também o marca como diferente . A concentração da produção de espelhos na área de origem Ucareo-Zinapecuaro sugere que houve continuidade no conhecimento dessas fontes, bem como em aspectos da técnica de fabricação. Quatro exemplos de lajes retangulares aparentemente vêm de contextos funerários, sugerindo que o papel desses artefatos pode ser mais variado – talvez carregando conotações de proteção, conforme observado abaixo. Nas mitologias astecas, há muitas associações de obsidiana com o submundo e com a morte.

Obsidiana era um recurso importante no Império Asteca e era usado para fins militares e equipamentos domésticos, bem como em atividades religiosas. Durante a fase final do Império Asteca, a produção de itens de obsidiana foi cada vez mais realizada por artesãos especializados controlados pela elite. Espelhos, feitos de obsidiana ou pirita, tinham simbolismo complexo e demoravam para serem fabricados. Grande parte da informação sobre espelhos de obsidiana no mundo asteca vem de Frei Bernardino de Sahagún (c. 1499-1590), o missionário e etnógrafo franciscano que compilou a história geral das coisas da Nova Espanha no início do período colonial. Espelhos foram feitos por especialistas (tezcachiuhqui):

O vendedor de pedras de espelho […] (é quem as faz), lapidário, polidor. Ele lixa [… com] areia abrasiva; ele corta; ele esculpe; ele usa cola […] dá polimento com uma bengala fina, dá brilho. Ele vende pedras-espelho — redondas, circulares; perfurado em ambos os lados [translúcidos]; duas faces, uma face, côncavas […] Os espelhos raramente são usados ​​hoje em dia (Pastrana Cruz et al. 2019: 22). Esses tipos de espelhos e suas origens também foram descritos: “um é redondo; um é longo: eles chamam de acaltezcul. [Esses espelhos pedras] podem ser escavadas em minas” (Dibble & Anderson 1963: 228).

Obter, trabalhar e usar obsidiana envolvia mito e ritual, além de ter aplicações práticas. A obsidiana era usada de várias maneiras, inclusive para fins medicinais e de proteção; a aparência reflexiva agia como um escudo contra os maus espíritos e capturava a imagem e alma de uma pessoa. Talvez sem surpresa, várias divindades foram associadas à obsidiana – mais notavelmente Tezcatlipoca, cujo nome significa “espelho fumegante”. Ele é comumente representado com espelhos circulares de obsidiana em sua cabeça, peito ou costas, e caracteristicamente substituindo seu pé perdido. Embora seja uma figura complexa e ambivalente, seus atributos mais relevantes nesse contexto incluem a previsão em um mundo caótico, com seu espelho de obsidiana atuando como meio e símbolo de revelação, premonição e poder (Olivier 2003).

De várias maneiras, esses espelhos estavam situados na fronteira entre os mundos pré-conquista e primeiros coloniais do México. No México pós-conquista, crenças e artefatos anteriores mantiveram o poder simbólico e os significados herdados. Saunders (2001: 227-28) chamou a atenção para a incorporação literal e sincrética de espelhos circulares de obsidiana em cruzes atriais do início do período colonial; alguns espelhos circulares agora em coleções de museus podem ter vindo dessas cruzes. Mesmo os primeiros artefatos enviados do México para a Europa incluíam muitos que foram encomendados e projetados pelo conquistador espanhol Hernán Cortés, potencialmente obscurecendo a transição entre os artefatos pré e pós-conquista (Russo 2011). Embora tecnologias anteriores tenham sido quase certamente usadas em sua fabricação, é inevitável que as complexas associações de espelhos de obsidiana tenham mantido relevância no México durante o século XVI.
e talvez mais distante na Europa, pois esses objetos foram importados da Mesoamérica.

Quando surgiu no contexto europeu, o espelho John Dee se encaixou em um padrão mais amplo, dentro do qual muitos desses artefatos têm biografias complexas, transitando entre proprietários e acumulando significados diferentes à medida que se transferem entre contextos culturais e continentes. Dado que eles foram frequentemente documentados pela primeira vez em coleções nos últimos 200 anos, a biografia do espelho de John Dee é extraordinariamente completa. Algumas dessas biografias podem se entrelaçar. Feest (1990: 32), por exemplo, sugeriu que a aquisição de um espelho retangular por Rudolf II (artefato 30, agora em Viena e provavelmente adquirido entre 1607 e 1635) talvez tenha sido inspirada pelo uso de seu próprio espelho por John Dee enquanto estava em Praga . Juntamente com outros artefatos de elite que passaram para coleções europeias durante e após a conquista do México, é difícil saber até que ponto os significados associados a esses objetos em seu contexto asteca original foram mantidos por seus novos proprietários.

Algumas lajes retangulares e um espelho circular foram usados ​​para fornecer um meio inovador como “telas” para pintar, por exemplo, Murrillo e Stella. A laje pintada de Stella é a mais antiga, datada de 1630. Os artistas podem ter tido pouco conhecimento dos propósitos originais desses espelhos, embora Murillo tenha trabalhado em Sevilha, que tinha conexões de longa data com a Nova Espanha. A aparência visual da obsidiana pode, portanto, ter tido grande influência. Embora esses exemplos pintados sejam um pouco posteriores ao uso de seu espelho por John Dee, eles também mostram o envolvimento criativo proporcionado por um novo material e tipo de artefato.

Quando John Dee adquiriu seu espelho, obteve um objeto desconhecido e estimulante, impregnado de conhecimento novo e exótico, que teria sido ainda mais único em um contexto inglês do que em um contexto continental (Yaya 2008). Dado o interesse de Dee no Novo Mundo, ele pode estar ciente do significado da obsidiana, e a onisciência dos espelhos de Tezcatlipoca teria uma atração óbvia. Na verdade, esta pode ter sido a principal razão para sua aquisição. Ele também, no entanto, viveu em uma época em que o uso de espelhos para fins mágicos na Europa – particularmente espelhos negros (Maillet 2004) – significava que o contexto era receptivo ao uso de um espelho de origem exótica (Forshaw 2015).

Conclusões

Nossa análise geoquímica nos permite demonstrar que todos os espelhos de obsidiana do Museu Britânico são de origem mexicana. O espelho de John Dee e um segundo espelho são semelhantes na forma e são ambos feitos de obsidiana da fonte Pachuca, o que pode vir a ser típico deste tipo de artefato. O outro espelho, com a aba em forma de lágrima e a laje retangular são feitos de dian de Ucareo.

Reforçámos a associação do espelho com John Dee e defendemos que o seu estudo beneficia de ser inserido num contexto mais amplo que considera tanto a história do objecto individual como do corpus de artefactos a que originalmente pertencia. Essa abordagem nos permite documentar como o significado e a compreensão de um objeto podem mudar com o contexto e como novos significados são acumulados. Neste caso, ele ilumina vários episódios diferentes, ajudando-nos a entender as fontes de obsidiana usadas para fazer artefatos de elite no México asteca, a dispersão de tais artefatos na Europa colonial e, finalmente, a apropriação de John Dee do que era então um novo artefato para práticas ocultas na Inglaterra do século XVI. Esses artefatos continuaram a adquirir novos significados à medida que percorriam diferentes coleções e exposições de museus. Contextos de exibição sempre criam significados, e os contextos em que esses objetos foram exibidos são excepcionalmente variados. A conexão com John Dee tem sido particularmente carismática, tornando seu espelho, e outros semelhantes, representativos no mundo moderno dos astecas, do renascimento elizabetano e das crenças ocultas europeias, em um constante ciclo de apropriação e redirecionamento.

© O(s) autor(es), 2021. Publicado pela Cambridge University Press em nome da Antiquity Publications Ltd.

Fonte: https://www.academia.edu/56764408/


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Postagem original feita no https://mortesubita.net/enoquiano/o-espelho-o-mago-e-mais-reflexoes-sobre-o-espelho-de-obsidiana-de-john-dee/

A Alta Magia e o Santuário do Silêncio

Por Lyam Thomas Christopher

“O propósito do silêncio”, diz o famoso Cabalista Z’ev ben Shimon Halevi, “é harmonizar todos os aspectos díspares da psique” (Halevi 94). Mas como isto é assim? Por que o adepto é notado tanto por sua calma quanto por sua magia? De fato, um dos símbolos mais marcantes e enigmáticos dos mistérios ocidentais é o gesto de trazer o dedo indicador para os lábios. Na superfície, esta postura comunica a necessidade do sigilo. E, num nível mais profundo e oculto, demonstra um segredo de verdadeiro poder.

A Nova Era é conhecida pelo poder mágico: cura energética, projeção astral, adivinhação, proteção psíquica, afirmações que mudam a vida. Estes temas surgem das lendas dos místicos e magos famosos pelos estranhos fenômenos que os rodeavam. O exame da vida destes homens e mulheres, no entanto, revelará que eles não desenvolveram intencionalmente tais poderes externos. Em vez disso, eles praticaram a disciplina de mergulhar em um lugar secreto dentro de si, na verdadeira natureza do Eu. Foi apenas por acaso que, ao penetrarem neste santuário oculto, várias habilidades se manifestaram. Eles começaram a se lembrar de vidas passadas. Eles podiam projetar seus corpos astrais. Seus ambientes começaram a cooperar com eles, cumprindo suas intenções sem nenhum esforço de sua parte. Eles podiam ver outros lugares nos olhos da mente e alegadamente faziam todo tipo de façanhas estranhas, como caminhar sobre a água, aparecer em dois lugares ao mesmo tempo, e viver por centenas de anos.

Muitos desses mestres alertaram seus alunos para não valorizar o trabalho espiritual por seus efeitos especiais, mas as pessoas ainda hoje perseguem poderes mágicos como tantos cachorros enamorados com suas próprias caudas. A ânsia por resultados de todos os seres humanos, infelizmente para eles, é contrária à disciplina espiritual que produz tais resultados. A preocupação com as manifestações de poder “ruidosas” para fora serve apenas para afastar o estudante de magia do próprio poder que ele procura, cuja fonte está escondida na quietude.

Quando o estudante começa a estudar magia na tradição Golden Dawn (Aurora Dourada), a primeira série em que entra ensina-lhe o mais poderoso de todos os gestos rituais: o Sinal do Silêncio. Para realizá-lo, o aluno se levanta de pé, leva seu dedo indicador esquerdo aos lábios e carimba seu pé esquerdo com suavidade e firmeza. Este ato ritual tem a tendência, mesmo em um estudante não acostumado a trabalhar com a aura, de recolher e assentar qualquer energia psíquica que possa estar vagando por aí.

A tendência natural da mente média movida pelo corpo é a de projetar sua preciosa energia para fora em direção a objetos em seu campo perceptual. Obedecendo aos instintos de sobrevivência do corpo, a mente típica é mantida cativa por uma obsessão em mostrar a si mesma um filme de seu próprio conteúdo. Este tipo de projeção é uma faculdade útil para os animais, pois condiciona a mente a ser atraída pela comida e a fugir dos predadores. No entanto, manter um mundo de fantasia povoado de qualidades atraentes e repulsivas desperdiça uma grande quantidade de energia mental que poderia ser usada para fins mais elevados. Ele mantém a pessoa comum fechada em um mundo de sonhos enervante, no qual objetos externos parecem possuir disposições boas e más. Por exemplo, ele pode guardar rancor para um colega de trabalho na medida em que, não importa o que o colega faça, as expressões faciais parecem demoníacas e maneirismos ameaçadores. Seu inimigo percebido pode até mesmo sorrir para ele, mas ele acaba percebendo o ato como lascivo ou sarcástico. Ou, um homem pode ter uma esposa cruel que o faz lembrar de sua mãe. Não importa o quanto ela o trate mal, ele projeta sobre ela imagens de segurança e de segurança. Ele fica preso em uma ilusão, apaixonado por alguém que ele não suporta. Neste cativeiro onírico, ele não reconhece mais o medo e o desejo como autogerados. Ele permite que eles emanem de objetos externos. Quando uma pessoa deixa de assumir a responsabilidade por suas próprias percepções, quando não se reconhece mais como sua fonte, ela se torna subserviente às circunstâncias e presa por seu ambiente.

O humano moderno, no entanto, evoluiu e está se libertando da necessidade do mecanismo de sobrevivência da projeção – isto apesar do fato de que o mecanismo ainda está ligado ao seu sistema nervoso. Projeções de medo e desejo ainda paira sobre ele, governando suas ações, mesmo quando ele se torna vagamente consciente da possibilidade de crescer além da necessidade desses fantasmas parentais desgastados. Diante do potencial para uma vida livre de ilusões externas, ele deve ter a coragem de seguir em frente. Tendo vislumbrado a irrealidade dos demônios que o impulsionam, ele não pode mais, em boa consciência, submeter-se a eles. É tarefa do estudante de alta magia, portanto, tornar-se consciente desta faculdade de projeção – aproveitá-la, chamá-la de lar, e eventualmente dedicá-la a um propósito superior. O silêncio é uma ferramenta que ajuda a este despertar.

A prática ritual do Sinal do Silêncio ajuda a retirar quaisquer correntes de projeção que você esteja jogando fora no momento. Ao executá-lo, imagine-se voltando ao seu lugar ou “fervilhando”. Pat Zalewski acrescenta uma visualização do Sinal do Silêncio em seu livro Z-5: Ensinamento Secreto da Golden Dawn: “Imagine um vapor aquoso que o rodeia. Este é o refluxo da corrente” (Zalewski 176).

Os estudantes que se tornam gradualmente mais hábeis em conter suas projeções notarão que seus ambientes deixam de ser intimidadores. O medo começa a dissolver-se. Eles crescem mais e mais seguros dentro de si mesmos e menos reativos. Estas experiências são bons sinais de progresso.

O oficial do templo conhecido como Kerux dá uma lição chave sobre o silêncio no ritual Neófito da Golden Dawn. Ele conduz o neófito a uma mesa e lhe mostra dois pratos de líquido transparente. Ele entrega um ao neófito e despeja o conteúdo do outro dentro dele. Os dois produtos químicos reagem e ficam vermelhos no sangue:

“Que isto te lembre, ó Neófito, quão facilmente por uma palavra descuidada ou impensada, você pode trair aquilo que jurou guardar em segredo e pode revelar o conhecimento oculto que te foi transmitido, e implantado em seu cérebro e em sua mente. E que o matiz do sangue te lembre que se falhares neste juramento de segredo, teu sangue poderá ser derramado e teu corpo quebrado…(Regardie 130)”

Anos mais tarde, quando o Neófito tiver alcançado uma nota mais alta, esta lição passará de um aviso sobre o sigilo para um bom conselho sobre a verdadeira natureza do poder mágico. A capacidade de manter um juramento de sigilo é simbólica de uma magia mais profunda que o estudante ainda não descobriu. Em algum momento, o estudante se tornará mais sensível às dimensões superiores e à energia bruta que anima seu corpo físico. Em algum momento, ele se tornará capaz de sentir o mal-estar energético da traição – a sensação de quebrar, romper ou derramar que surge em seu instinto quando ele acidentalmente revela algum detalhe íntimo de seu trabalho mágico a um estranho. Em algum momento, então, ele conhecerá a sensação de integridade danificada, o desequilíbrio e o vazamento de energia, como o sangue de uma ferida.

Por que este tipo de autocontenção é importante? O trabalho ritual diário de um estudante do Golden Dawn estabelece um recipiente selado, no qual pode ocorrer o Grande Trabalho de autotransformação. Este recipiente invisível deve ser cuidadosamente alimentado com silêncio e privacidade. Misturar os detalhes de suas duas vidas diferentes, sua persona pública e sua persona mágica, colocará em risco este ponto focal interno de poder potencial. As palavras faladas a outra pessoa devem ser cuidadosamente monitoradas, pois compreendem um ato ritual que pode sugar a energia de uma área da vida para outra. É melhor então empregar o silêncio como uma barreira, que mantém as delicadas energias formativas de seu trabalho mágico diário isoladas e nutridas das multidões ciumentas. Não seja como o sonhador brincalhão que perde tempo e energia falando de seus sonhos e deixando de agir sobre eles. Seja antes como o artista que não expõe seu trabalho enquanto ele está em meio à criação.

A ideia por trás disto é que a energia bruta generativa, cuidadosamente contida e concentrada, incubará e cultivará energia quintessencial para produzir esclarecimento. A centelha divina que caiu na matéria na criação do universo primordial só germinará quando ela for bem cuidada. E quando o trabalho diário do estudante tiver sucesso, essa centelha florescerá no mundo, expressando a divindade nas circunstâncias de sua vida.

Esta ideia não é realmente nada de novo para a disciplina espiritual. Outras tradições também a ensinam. Na yoga taoísta, o estudante usa a respiração, a visualização, várias posturas de equilíbrio e concentração para aproveitar a energia volátil generativa e acumulá-la para produzir um “embrião espiritual”. Cuidado adequadamente através do silêncio, autocontenção e reclusão, este embrião amadurece e se torna um corpo imortal de luz, capaz de explorar a natureza interior do universo e reencarnar em quaisquer circunstâncias que ele requeira para novas aventuras. O Mestre Zen Kuoan do século XII descreve um processo semelhante em uma série de poemas sobre a criação de bois (Loori xv). O boi que ele gosta da tendência volátil, errante e neurótica da mente. A tarefa do monge zen é domar o boi e montá-lo em casa – sendo “casa” a iluminação. Para realizar este processo ele pratica Zazen, uma espécie de meditação sentada na qual se requer total quietude e centralidade. Nas tradições ocidentais, a Alquimia propõe mais uma versão deste processo, afirmando que o Mercúrio volátil (mente inquieta), às vezes representado por uma serpente, deve ser crucificado (contido e domesticado), para que uma transmutação possa ocorrer. A aplicação de enxofre (concentração) a este Mercúrio fixo faz com que a pedra filosofal mágica se cristalize. Estas diferentes abordagens sugerem uma fórmula universal: Para que o poder mágico se manifeste, a mente deve ser contida, domada e concentrada, de modo que algum tipo de transformação possa ocorrer.

A pedra filosofal é vista simbolicamente como um diamante prismático ou esmeralda. Ela refrata e focaliza a luz. Isto sugere que a energia bruta do corpo pode ser contida e concentrada, criando algo análogo a uma lente. Há muitos magos por aí que se orgulham muito de sua capacidade de controlar essa energia generativa. Eles a empregam para “curar” outros, ou para manipulá-los hipnoticamente. Alguns até mostram sua capacidade de gerar uma carga estática quando entregam um aperto de mão. Mal sabem eles como desperdiçam este precioso recurso quando poderiam estar temperando-o e concentrando-o em silêncio para agir como uma lente para outro tipo de energia, a ilimitada luz espiritual dos Mundos superiores.

A disciplina humilde e alternativa da alta magia requer claramente autocontenção e foco, e isso significa que as filosofias estereotipadas da Nova Era não servirão. A Nova Era muitas vezes confunde moralidade com magia. Ela mistura a tolerância politicamente correta da diversidade com a disciplina espiritual. Consequentemente, isto produz um caldo caótico de técnicas conflitantes, misturando e combinando panteões incompatíveis de deuses e aplicando erroneamente símbolos divergentes de modelos mutuamente exclusivos do universo. Estudantes que vão do yoga ao espiritualismo e à Magia Enochiana acabam não chegando a lugar nenhum rapidamente. Alguns acabam desenvolvendo obsessões e neuroses que beiravam a esquizofrenia. Quando você está tentando alcançar a iluminação, você deve se concentrar em um sistema e uma prática particular, de preferência sob a orientação de um adepto. Para romper a crosta de ilusão do ego, é melhor cavar um todo profundo em vez de muitos outros superficiais.

Quando o estudante é capaz de se conter e centralizar de maneira consistente, o que ele descobre? Tem havido muitas tentativas para descrevê-lo. Alguns o chamam de porta de entrada. No budismo é chamado de “gateless gate” (porta sem porta). No cristianismo, Jesus se refere a ela como o “olho da agulha” pelo qual um homem rico não pode passar. A Golden Dawn representa este portão através dos dois pilares do templo.

Os pilares preto e branco, Jachin e Boaz, representam os opostos em manifestação, as forças contendas entre as quais o espectro de sensação do arco-íris é possível. A maioria das pessoas que olham para o mundo veem apenas a dualidade preto e branco dos dois pilares e o jogo do cabo de guerra entre eles. Elas acreditam que as coisas acontecem no mundo por causa de causa e efeito, porque um pilar inicia uma ação e o outro reage a ela. E assim por diante, para frente e para trás, preto e branco, o bem e o mal. Tais pessoas ludibriadas em seu carma, tipicamente gostam de declarações da Nova Era como “O que acontece, acontece” ou “O que você envia, você recebe três vezes para trás”. Embora haja uma certa realidade nestas declarações em um nível, o mago da alta magia alcança um estado além da causa e do efeito, além da roda da morte e do renascimento, e além das paredes do tempo e da morte.

O que a maioria das pessoas não vê é que, entre os pilares preto e branco, em meio a este espectro de ação e reação, o poder imerge de uma dimensão superior. Ela se manifesta dentro do drama das forças em confronto. Os pilares preto e branco não operam em um vácuo. Eles são dois atores em um drama presidido por uma força que é invisível, além e acima da arena de ação limitada pelo tempo. Há um poder que surge no mundo material que não vem de nada iniciado no próprio mundo material. Ele flui através deste portal invisível. O oficial do templo chamado de Hierofante representa este poder oculto. Ele vem simbolicamente em auxílio do Neófito vendado, passando entre os pilares preto e branco de ação e reação. Ele representa o Eu Superior do neófito e uma alternativa à vida que está enredada no refluxo e fluxo da natureza.

Este é um ponto muito importante, pois demonstra que a mudança é possível através de outros meios que não o esforço físico. Ele aponta a possibilidade do verdadeiro poder mágico que surge através do silêncio de nenhum esforço. Na alquimia, a simples presença da pedra filosofal é suficiente para transformar metais de base em ouro. A mera presença do adepto, da mesma forma, sem esforço, faz com que a mudança se manifeste independentemente das leis de causa e efeito.

O mago não manipula necessariamente o mundo. Ele meramente se transforma no meio da mudança, tornando-se uma fonte de transformação. Alguém observou cinicamente que, mais cedo ou mais tarde, todos os magos desistem da magia e se voltam para o misticismo. Mas, se esses estudantes de magia tivessem sido místicos devotados desde o início, eles se teriam encontrado, sem tentar, no papel de mago.

Obras Citadas:

Halevi, Z’ev ben Shimon. The Work of the Kabbalist. York Beach, ME: Samuel Weiser, 1985.

Zalewski, Pat. Z-5 Secret Teachings of the Golden Dawn/Book I: The Neophyte Ritual 0=0. St. Paul, MN: Llewellyn, 1991.

Regardie, Israel. The Golden Dawn. 6th ed. St. Paul, MN: Llewellyn, 1992.

Loori, John Daido. Riding the Ox Home. Boston: Shambhala, 1999.

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Fonte:

High Magic and the Sanctuary of Silence, by Lyam Thomas Christopher.

https://www.llewellyn.com/journal/article/1266

COPYRIGHT (2006) Llewellyn Worldwide, Ltd. All rights reserved.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/a-alta-magia-e-o-santuario-do-silencio/

A Heptarquia Mística: o livro da magia enochiana planetária

Por Robson Bélli, 21 de março de 2022

Este trabalho é o resultado das investigações e experimentações realizadas por John Dee no ano de 1582 no campo da magia, ao qual foi apresentado por Edward Kelley. Foi escrito em forma de diário e sobrevive até hoje em um Manuscrito (Sloane MS 3191) na Biblioteca Britânica em Londres. Ao longo da história foi impresso em poucas ocasiões e geralmente em edições muito pequenas ou privadas, por grupos ou seitas que seguem o Mago Elizabetano. Para muitos dos seguidores do trabalho de Dee, a Heptarquia é mais do que uma obra literária, é o Grimório pessoal de Dee, que ele possivelmente usou na invocação das Entidades Espirituais Governantes dos Sete Dias da Semana. Não há dúvida de que a Heptarquia é em si um grimório para uso prático, que o leitor pode usar em sua própria experimentação.
Parte Integrante do sistema da magia enochiana, muitos a consideram um sistema diferente contudo nesta obra o leitor perceberá que os anjos e a revelação é a mesma.

Sabemos que as versões online nem sempre são as melhores para uso ritualístico, assim convidamos o leitor a adquirir a obra Heptarquia Mística, aproveitando assim para prestigiar o autor que nos trouxe tamanho conteúdo relevante.

Aproveite também para se aprofundar na Magia Enochiana pelo site Enoquiano.com.br e pelos canais do Instagram , Telegram.

Sumário

MODELO OU EXEMPLODE LITURGIA RITUAL DA HEPTARQUIA MISTICA

  1. Preparação
    Configure o templo Enochiano da melhor maneira possível, moveis, altar disposições gerais dos objetos. Use o anel, a túnica e o Lamen Enochiano. Fique a oeste da Mesa Santa, voltado para o leste.
  2. Abrindo o Templo – Cerimonial (METODO NEO ENOCHIANO)
    a) Realize o ritual de banimento do pentagrama AOEVEAE.

Alternativamente, você pode abrir o templo com o Ritual Menor de Banimento do Pentagrama da Golden Dawn ou o Rubi Estelar de Aleister Crowley.
b) Se você pretende que seu ritual tenha um efeito macrocósmico que se estenda além do Reino psicológico, execute o ritual do hexagrama de invocação MADRIAX. Alternativamente, se você abriu com o LBRP, você deve executar o Ritual Menor de Invocação do Hexagrama, ou se você abriu com o Rubi Estrela, você deve executar o Safira Estrela. A combinação de um ritual de banimento de pentagrama e um ritual de invocação de hexagrama forma um campo adequado para as operações.

  1. Abrindo o Templo – Devocional (METODO PURISTA)
    Faça a Oração de Enoch. Esta oração pode ser realizada sozinha para abrir o templo, ou pode seguir a abertura cerimonial realizada como passo 2.
  2. A Invocação Preliminar
    a) Realize a Oração de John Dee a Deus original ou revisada.
  3. b) Para uma invocação, entoe a Segunda Chave em Enochiano seguida pela tradução.
    c) Para um ritual incluindo elementos evocatórios e invocatórios, execute a Primeira Chave seguida pela Segunda Chave. Se você estiver trabalhando com outra pessoa como Dee e Kelley fizeram, com uma pessoa atuando como mago e a outra como vidente, o mago deve ler a Primeira Chave seguido pelo vidente lendo a Segunda Chave.
  4. Timming
    a) Seu ritual deve ser programado para que seja realizado no dia apropriado e durante a hora planetária apropriada, conforme explicado na tabela dos dias e horas.
  5. A Conjuração
    Coloque o talismã apropriado para o Rei ou Príncipe no chão e fique em cima dele. Em seguida, entoe a conjuração apropriada com base na tabela a seguir.

 

Dias da semana Rei Conjuração Principe Conjuração
(qualquer) CARMARA Pag. 16 HAGONEL Pag. 20
Domingo BOBOGEL Pag. 16 BORNOGO Pag. 20
Segunda-feira BLUMAZA Pag. 17 BRALGES Pag. 21
Terça-feira BABALEL Pag. 17 BEFAFES Pag. 21
Quarta-feira BNASPOL Pag. 18 BLISDON Pag. 22
Quinta-feira BYNEPOR Pag. 18 BUTMONO Pag. 22
Sexta-feira BALIGON Pag. 19 BAGENOL Pag. 23
Sábado BNAPSEN Pag. 19 BROGES Pag. 23
  1. O Encargo do Espírito
    Entregue o Encargo que você compôs pessoalmente ao espírito ou espíritos.
  2. Fechando o Templo
    a) Execute a Licença para Partir.
  3. b) Para rituais abertos usando o método cerimonial (NEO-ENOCHIANO), conclua o MADRIAX e AOEVEAE.
    Alternativamente, se o ritual foi aberto com os Rituais Menores da Golden Dawn do Pentagrama e Hexagrama, execute o Ritual de Banimento Menor do Pentagrama para um ritual que tem apenas um alvo externo ou a Cruz Cabalística por si mesmo para um ritual que se destina a afetar o mago exclusivamente ou tanto o mago quanto um alvo externo. Para o Rubi Estrela / Safira Estrela as mesmas regras se aplicam – feche com o Rubi Estrela ou a forma do ritual da Cruz Cabalística, dependendo do alvo do ritual.
    c) Declare o templo fechado. O ritual agora está completo.

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RITUAL DE BANIMENTO AOEVEAE

Para substituir o Ritual Menor do Pentagrama da Golden Dawn, foi desenvolvido por Scott Michael Stenwick um ritual de pentagrama Enochiano que o mesmo chamava de  AOEVEAE (“estrelas” em enochiano). Vários escritores criaram rituais de pentagrama Enochianos desse tipo e todos eles compartilham certas semelhanças. É bastante claro que os nomes mais lógicos para usar ao traçar os pentagramas são os nomes triplos de Deus de Dee/Kelly e da Grande Tábela (ORO IBAH AOZPI, MPH ARSL GAIOL, OIP TEAA PDOCE e MOR DIAL HCTGA) e os equivalentes mais lógicos aos Arcanjos são os Reis das quatro direções (BATAIVAH, RAAGIOSL, EDLPRNAA e ICZHIHAL).

1. Com o dedo ou arma mágica, trace do quadril esquerdo até o ombro direito enquanto vibra NANTA (NANETA – Terra), de seu ombro direito para o ombro esquerdo enquanto vibra HCOMA (RRECOMA – Água), do ombro esquerdo ao quadril direito enquanto vibra EXARP (EXAREPE – Ar), do quadril direito à testa enquanto vibra BITOM (BITOME – Fogo), e, finalmente, da testa de volta ao quadril esquerdo enquanto vibra

EHNB (ERREMEBE – Espírito).

Em seguida, coloque as mãos sobre o coração e vibre JAIDA (JAIDA – “O Mais Alto”).

Visualize o pentagrama traçado sobre seu corpo em um tom lilás elétrico brilhante.

2. No leste, trace o Pentagrama de Banimento da Terra enquanto vibra ORO IBAH AOZPI.

Os pentagramas devem ser visualizados como formados de chamas ardentes e tão vividamente quanto possível.

3. Vire (ou vá) para o norte. No norte trace o Pentagrama de Banimento da Terra enquanto vibra MOR DIAL HCTGA.

4. Vire (ou vá) para o oeste. No oeste trace o Pentagrama de Banimento da Terra enquanto vibra OIP TEAA PDOCE .

5. Vire para o sul. No sul, trace o Pentagrama de Banimento da Terra enquanto vibra

MPH ARSL GAIOL.

6. Volte para enfrentar o leste. Estenda os braços para formar uma cruz e vibrar:

RAAS I BATAIVAH

(“No Oriente está BATAIVAH”,

SOBOLN I EDLPRNAA

(“No Ocidente está EDLPRNAA”),

BABAGE I RAAGIOSL

(“No Sul está RAAGIOSL”),

LUCAL I ICZHIHAL

(“No Norte está ICZHIHAL”).

7. Faça uma rotação completa no sentido anti-horário enquanto vibra:

MICMA AO COMSELH AOEVEAE

(“Eis o Círculo de Estrelas”)

Em seguida, coloque as mãos sobre o coração enquanto vibra:

OD OL, MALPRG, NOTHOA

(“E eu, um fogo que empurra através do meio”).

Se você estiver usando este ritual em conjunto com o ritual do hexagrama MADRIAX que se segue, ele deve ser inserido neste momento.

8. repita o passo 1

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RITUAL MANDRIAX

1. Com o dedo ou uma ferramenta como uma varinha, trace o Hexagrama Unicursal de Invocação da Terra sobre você enquanto vibra:

BOBOGEL

2. No leste, trace o hexagrama de invocação unicursal do Fogo em vermelho enquanto vibra:
BABALEL

3. No sul, trace o hexagrama unicursal de invocação do Ar em branco enquanto você vibra:

BNASPOL

4. No oeste, trace o hexagrama unicursal da Água em verde enquanto você vibra:
BYNEPOR

5. No norte, trace o hexagrama unicursal da Terra em preto enquanto você vibra:

BALIGON

6. Acima de você, trace o hexagrama invocador de Saturno em lilás brilhante enquanto você vibra:
BNAPSEN

7. Abaixo de você, trace o hexagrama de invocação da Lua em violeta profundo enquanto você vibra:
BLUMAZA

8. Estenda os braços e faça uma rotação completa no sentido horário (ou circunvolução do templo, se estiver usando a Mesa Santa) enquanto vibra:
TA CALZ I OROCHA
(“como acima do firmamento, então abaixo de você”)
(provavelmente a melhor tradução Enochiana de “como acima, é abaixo”.) Em seguida, coloque as mãos sobre o coração por um momento e mantenha a visualização completa do rito em sua mente.

9. Para a forma de invocação deste ritual, mantenha suas mãos na frente de você com as palmas voltadas para fora e, em seguida, separe-as como se abrisse uma cortina pesada enquanto você vibra:
MADRIAX CARMARA, YOLCAM LONSHI
(“ó céus de Carmara, trazei o poder”.)
Carmara é o oitavo Rei Heptarchial que governa os outros sete.

10. O trabalho ritual para o qual você abriu o campo entra aqui.

11. Na conclusão do trabalho ritual, coloque as mãos na sua frente e para os lados com as palmas voltadas para dentro e, em seguida, junte-as como se fechasse uma cortina pesada enquanto vibra:
MADRIAX CARMARA, ADRPAN LONSHI
(“ó céus de Carmara, encerre o poder”.)

Esta é a forma de invocação do ritual. Para a forma de banimento, você deve virar para cada direção indo no sentido antihorário (Leste -> Norte -> Oeste -> Sul -> Leste), seguir os hexagramas de banimento (além do hexagrama de abertura da Terra que deve ser sempre a invocação forma) e faça a rotação / circunvolução final no sentido anti-horário.

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ORAÇÃO DE ENOCH

Senhor Deus, a Fonte da verdadeira sabedoria, tu que abres os segredos de ti mesmo ao homem, tu conheces a minha imperfeição e minha escuridão interior: Como posso (portanto) falar àqueles que não falam segundo a voz do homem; ou dignamente invocar teu nome, considerando que minha imaginação é variável e frutífera, e desconhecida para mim? Será que as Areias parecem convidar as Montanhas: ou
podem os pequenos Rios entreter as ondas maravilhosas e desconhecidas? Pode o receptáculo do medo, da fragilidade, ou de determinada proporção, erguer-se, erguer as mãos ou recolher o Sol em seu seio?

Senhor não pode ser: Senhor minha imperfeição é grande: Senhor eu sou menor que areia: Senhor, teus bons Anjos e Criaturas me superam em muito: nossa proporção não é igual; nosso sentido não concorda: Apesar de tudo, estou consolado; Para que todos nós tenhamos um Deus, todos começando de ti, para que te respeitemos como Criador: Portanto, invocarei o teu nome, e em ti me tornarei poderoso.

Tu me iluminarás e eu me tornarei um vidente; eu verei tuas Criaturas e te magnificarei entre elas. Aqueles que vêm a ti têm a mesma porta e, através da mesma porta, descem, como tu enviaste. Eis que ofereço minha casa, meu trabalho, meu coração e alma, se for do agrado dos teus anjos morarem comigo e eu com eles; alegrar-me comigo, para que eu possa alegrar-me com eles; para me servir, para que eu engrandeça o teu nome. Então, eis que as Tábuas (que eu providenciei e de acordo com tua vontade, preparadas) eu ofereço a ti e a teus santos Anjos, desejando-as, em e por meio de teus santos nomes; que assim como tu és a luz deles e os confortas, assim eles estarão em ti a minha luz e conforto.

Senhor, eles não te prescrevem leis; portanto, não é adequado que lhes prescrevam leis; O que te agrada oferecer, eles recebem; Portanto, o que lhes agrada oferecerem, eu também receberei. Eis que eu digo (ó Senhor) se eu os invocar em teu nome, seja-me feito com misericórdia como ao servo do Altíssimo. Que eles também se manifestem a mim: Como, por quais palavras e em que horas os chamarei. Ó Senhor, há alguém que meça os céus, que seja mortal? Como, portanto, os céus podem entrar na imaginação do homem? Tuas criaturas são a glória de teu semblante; nisto tu glorificas todas as coisas, cuja glória excede e (ó Senhor) está muito acima do meu entendimento.

É grande sabedoria dizer e falar segundo o entendimento com os Reis; mas ordenar a Reis por um mandamento sujeito não é sabedoria, a menos que venha de ti. Eis, Senhor, como hei de subir aos céus? O ar não me carrega, mas resiste à minha loucura, eu caio, pois sou da terra. Portanto, ó tu, grande Luz e verdadeiro Conforto, que podes, e comandas os céus; eis que ofereço estas Tábuas a ti, ordena-as como te agrada; e ó vós, ministros, e verdadeiras luzes do entendimento, governando esta estrutura terrestre e na qual vivemos, fazei por mim como pelo servo do Senhor; e a quem aprouve ao Senhor falar de vocês.

Eis, Senhor, tu me designaste 50 vezes; Três vezes 50 vezes levantarei minhas mãos para ti. Seja feito para mim o que quiser, a ti e a teus santos ministros. Nada exijo senão de ti e por teu intermédio e para tua honra e glória; espero, porém, ficar satisfeito e não morrer (como prometeste) até que ajuntem as nuvens e julguem todas as coisas; quando em um momento serei transformado e habitarei contigo para sempre.
Amém.

ORAÇÃO DE JOHN DEE

Ó Todo-Poderoso, eterno, o Deus verdadeiro e vivo; Ó Rei da Glória, Ó Senhor dos Exércitos, Ó Tu, o Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas, visíveis e invisíveis; Agora, (mesmo agora, finalmente), entre outras Tuas múltiplas misericórdias usadas e para serem usadas para comigo, Teu servo simples, [John Dee] , eu humildemente imploro a Ti, nesta minha petição presente para ter misericórdia de mim, ter pena de mim, ter compaixão de mim. Eu, fiel e sinceramente, por muito tempo, tenho procurado entre os homens, na Terra, e também por meio da oração (muitas vezes e lamentavelmente) fiz o favor de Tua Divina Majestade para a obtenção de alguma porção conveniente do Verdadeiro Conhecimento e Entendimento de Tuas leis e ordenanças, estabelecidas nas naturezas e propriedades de Tuas criaturas; pelo qual Conhecimento, Tua Divina Sabedoria, Poder e Bondade, (em Tuas criaturas concedidas e a elas transmitidas), sendo feito para mim e me seduzindo, (pelo mesmo) incessantemente para pronunciar Teus louvores, para render a Ti, os mais sinceros agradecimentos , para promover Tua verdadeira honra, e ganhar por Teu Nome, um pouco de Tua devida Glória Majestosa, entre todas as pessoas, e para sempre. E, considerando que te agradou (ó Deus) de Tua Bondade Infinita, por Teus fiéis e santos Mensageiros Espirituais, entregar-me, há muito tempo (pelos olhos e ouvidos de EK)  uma forma ordenada de exercício Heptarchial ; Como, (para Tua Honra e Glória, e Conforto de minha própria pobre alma, e de outros, Teus servos fiéis), posso, em todos os momentos, usar muitos de Teus bons Anjos, seus conselhos e ajudas; de acordo com as propriedades de tais funções, e ofícios, como para eles, por Teu Divino Poder, Sabedoria e Bondade, é atribuído e limitado; (Em que forma ordenada e modo de exercício, até agora, nunca encontrei oportunidade e extrema necessidade para me aplicar.) Portanto, eu, teu pobre e simples servo, o mais humilde, de coração, fielmente rogo a Tua Divina Majestade, com muito amor e paternidade ao favor; e por Teu Divino Sinal para promover este meu presente intento e me esforçar para me exercitar, de acordo com a forma e maneira ordeira mencionadas; E, agora, (por fim, mas não tarde demais), por amor de Teu amado Filho Jesus Cristo (ó Pai Celestial), conceda-me também esta bênção e porção de Tuas Graças celestiais; que Tu queiras imediatamente, capacita-me, torna-me apto e aceitável, (em corpo, alma e espírito) para desfrutar sempre da conversa santa e amigável, com a ajuda sensível, simples, plena e perfeita, em palavras e ações, de Teus poderosos, sábios e bons mensageiros espirituais e ministros em geral; e, a saber, do Bem-aventurado Michael, do Bem aventurado Gabriel, do Bem-aventurado Rafael e do Bem aventurado Uriel; e também especialmente, de todos aqueles que pertencem ao Mistério Heptarchial, teurgicamente (por enquanto) e muito brevemente para mim declarado; sob o método dos Sete Reis Poderosos, e seus Sete Ministros Fiéis e Príncipes, com seus súditos e servos, a eles pertencentes. E nesta Tua Grande Misericórdia e Graça, concedida a mim, e confirmada a mim, (Ó Deus Todo-Poderoso) Tu deverás, (para o grande conforto de Teus servos fiéis), aprovar, para Teus próprios inimigos, e meus, a verdade e certeza de Tuas múltiplas e misericordiosas promessas, até agora, feitas a mim: E que Tu és o Deus Verdadeiro e TodoPoderoso, Criador do Céu e da Terra, (a quem invoco e em quem coloco toda a minha confiança) e Teu Ministros, para serem os verdadeiros e fiéis Anjos de Luz; que, até agora, principalmente, e de acordo com Tua Divina providência tratou conosco; E, também, eu, teu servo pobre e simples, então, em Ti e por Ti, serei melhor capaz de Te servir, de acordo com Tua bem agrado; para Tua Honra e Glória; Sim, mesmo nestes dias mais miseráveis e lamentáveis. Conceda, oh, conceda, ó nosso pai celestial, conceda isto, (eu oro a Ti), por Teu unigênito Filho Jesus Cristo por amor a Ele: Amém, amém, amém.

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TABELAS DOS DIAS E HORAS PLANETARIAS

É importante mencionar que os dias e horas planetários não tem exatamente uma hora, variando conforme a estação do ano, portanto saiba o horário do nascer do sol e o do por do sol e divida por doze e você descobrira quanto tem sua hora planetária naquele dia.

HORAS DO DIA – A PARTIR DO NASCER DO SOL

SOL LUA MARTE MERCURIO JUPITER VENUS SATURNO
DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB
1 Sol Lua Marte Mercúrio Jupiter Vênus Saturno
2 Vênus Saturno Sol Lua Marte Mercúrio Jupiter
3 Mercúrio Jupiter Vênus Saturno Sol Lua Marte
4 Lua Marte Mercúrio Jupiter Vênus Saturno Sol
5 Saturno Sol Lua Marte Mercúrio Jupiter Vênus
6 Jupiter Vênus Saturno Sol Lua Marte Mercúrio
7 Marte Mercurio Jupiter Vênus Saturno Sol Lua
8 Sol Lua Marte Mercúrio Jupiter Vênus Saturno
9 Vênus Saturno Sol Lua Marte Mercúrio Jupiter
10 Mercúrio Jupiter Vênus Saturno Sol Lua Marte
11 Lua Marte Mercúrio Jupiter Vênus Saturno Sol
12 Saturno Sol Lua Marte Mercúrio Jupiter Vênus

 

HORAS DA NOITE – A PARTIR DO POR DO SOL

SOL LUA MARTE MERCURIO JUPITER VENUS SATURNO
DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB
1 Jupiter Vênus Saturno Sol Lua Marte Mercúrio
2 Marte Vênus Jupiter Vênus Saturno Sol Lua
3 Sol Mercúrio Marte Mercúrio Jupiter Vênus Saturno
4 Vênus Lua Sol Lua Marte Mercúrio Jupiter
5 Mercúrio Saturno Vênus Saturno Sol Lua Marte
6 Lua Jupiter Mercúrio Jupiter Vênus Saturno Sol
7 Saturno Marte Lua Marte Mercúrio Jupiter Vênus
8 Jupiter Sol Saturno Sol Lua Marte Mercúrio
9 Marte Vênus Jupiter Vênus Saturno Sol Lua
10 Sol Mercúrio Marte Mercúrio Jupiter Vênus Saturno
11 Vênus Lua Sol Lua Marte Mercúrio Jupiter
12 Mercúrio Saturno Vênus Saturno Sol Lua Marte

INCENSOS

Domingo: Olíbano, Canela, todos os odores gloriosos.
Segunda-feira: Jasmim, Cânfora, Aloe, todos os odores virginais doces.
Terça-feira: Tabaco, Pimenta, Sangue de Dragão, todos os odores quentes e pungentes.
Quarta-feira: Mástique, Sândalo Branco, Noz-moscada, Moscadeira, Estoraque, todos os odores fugitivos.
Quinta-feira: cedro, açafrão, todos os odores generosos.
Sexta-feira: Benjoim, Rosa, Sândalo Vermelho, Sândalo, Murta, todos os odores voluptuosos suaves.
Sábado: Mirra, Civeta, Assa-fétida, Escamonéia, Índigo, Enxofre, todos os odores ruins.

VELAS

Domingo: amarelo
Segunda-feira: roxo
Terça-feira: vermelho
Quarta-feira: laranja
Quinta-feira: azul
Sexta-feira: verde
Sábado: preto

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ATRIBUIÇÕES E CONJURAÇÕES

Tabela das atribuições dos reis

Rei Poderes de Conjuração Poderes Tradicionais
Carmara Distribui e governa a doutrina heptárchica Visão da Maquinaria do Universo
Bobogel Distribui, dá e confere sabedoria e ciência Visão da Harmonia das Coisas, Mistérios
da Crucificação, Visão Beatífica
Blumaza Distribui e governa a doutrina heptárchica Visão da Maquinaria do Universo
Babalel Que é o Rei das Águas, Poderoso e Maravilhoso nas Águas Visão do Poder
Bnaspol Para Quem a Terra com suas
entranhas e segredos são entregues
Visão do Esplendor, como visto no Livro
de Ezequiel
Bynepor Cujo Poder exaltado, especial e glorificado, repousa apenas e depende da condição geral de todas as coisas Visão do Amor
Baligon Quem veio distribuir e doar com prazer, tudo e o que quer que seja, pode ser realizado em ações aéreas Visão da Beleza Triunfante
Bnaspen Expulsa os poderes de todos os espíritos iníquos, conhecendo os atos e práticas dos homens maus Visão do Pesar / Visão da Maravilha

 

Tabela das atribuições dos príncipes

Príncipe Poderes de Conjuração Poderes Tradicionais
Hagonel A quem o poder sobre o funcionamento da Terra está sujeito A Tintura Branca, Clarividência,
Divinação e Sonhos
Bornogo Alteração da Corrupção da Natureza em perfeição, Conhecimento de Metais Poder de Adquirir Riqueza
Bralges Que disse: As criaturas que vivem
em sua dominação estão sujeitas ao seu próprio poder
A Tintura Branca, Clarividência,
Divinação e Sonhos
Befafes Que é o Príncipe dos Mares. Teu
poder está sobre as águas
Trabalhos de Fúria e Vingança
Blisdon Que é a Vida e a Respiração nas
Criaturas Vivas
Milagres de Cura, Dom das Línguas e Conhecimento das
Ciências
Butmono Para quem as Chaves dos Mistérios da Terra são entregues Poder de Aquisição de Ascendência Política e
Outras
Bagenol A quem o poder sobre operações da Terra está sujeito Filtros do Amor
Brorges Que governa os “portões da morte” Trabalhos de
Maldição e Morte

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CONJURAÇÃO DE CARMARA (QUALQUER DIA DA SEMANA)

Ó pujante e correto Nobre Rei CARMARA e por qual nome você é chamado, ou pode ser verdadeira e devidamente chamado:

Quem na Doutrina Heptarquica, no Abençoado Uriel, sua mão, recebeu a vara de ouro do governo e medição, e a corrente de Dignidade e Doutrina: E não apareceu primeiro para nós, adornado com um Triplo Diadema em um longo manto roxo. Quem me disse em Mortlake: Eu ministro a força de Deus a ti. Da mesma forma, tu disseste: Estes Mistérios tem Deus por último, e de suas grandes Misericórdias, concedido a ti. Você se saciará, sim se fartará: sim, você se intensificará e se inflará, com o perfeito Conhecimento dos Mistérios de Deus, em Suas misericórdias. E disse: Esta Arte, é para a compreensão posterior de todas as Ciências, que são passadas, presentes ou ainda por vir. E imediatamente, disse-me: Reis existem na Natureza, com a Natureza e acima da Natureza. Tu és digno. E disse, a respeito do uso dessas Tábuas, Este é apenas o primeiro passo: Nem tu as praticarás em vão: E disse, assim geralmente das misericórdias e Graças de Deus sobre mim decretadas e concedidas. Tudo o que você falar, fazer ou trabalhar será lucrativo e aceitável. E o fim será bom.

Em Nome do Rei dos Reis, o Senhor dos Exércitos, o Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis: Ó Nobre Rei CARMARA, venha agora e apareça, com teu Príncipe e seus Ministros, e súditos, ao meu olho perfeito e sensível de Julgamento: de uma maneira bondosa e amigável, para meu conforto e ajuda, para o avanço da Honra e Glória de nosso Deus Todo-Poderoso pelo meu serviço. Tanto quanto por tua Sabedoria e Poder, em teu devido ofício real e governo, posso ser sustentado e inflamado: Amém.

Venha, ó Nobre Rei CARMARA, eu digo, Venha, Amém.

Cristão:

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto, Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amém.

Thelêmico:

Gloria Patri et Matri et Filio et Filiae et Spiritui Sancto externo et Spiritui Sancto interno ut erat est erit in saecula Saeculorum sex in uno per nomen Septem in uno Ararita. Amen.

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CONJURAÇÃO DE BOBOGEL (DOMINGOS)

Ó pujante e correto Nobre Rei BOBOGEL e por qual nome você é chamado, ou pode ser verdadeira e devidamente chamado:

A cujo governo peculiar, cargo, disposição e ofício real pertence a distribuição e doação de Sabedoria e Ciência. O Ensino da Verdadeira Filosofia, a verdadeira compreensão de todo o Aprendizado, baseado na sabedoria: Verdade e Excelências na Natureza: e de muitos outros grandes Mistérios, maravilhosamente disponíveis e necessários para o avanço da Glória de nosso Deus e Criador. E quem diz a mim (com respeito a esses Mistérios atingir) Dee, Dee, Dee, finalmente, mas não tarde demais.

Em Nome do Rei dos Reis, o Senhor dos Exércitos, o Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis: Ó Nobre Rei BOBOGEL, venha agora e apareça, com teu Príncipe e seus Ministros, e súditos, ao meu olho perfeito e sensível de Julgamento: de uma maneira bondosa e amigável, para meu conforto e ajuda, para o avanço da Honra e Glória de nosso Deus Todo-Poderoso pelo meu serviço. Tanto quanto por tua Sabedoria e Poder, em teu devido ofício real e Governo, posso ser sustentado e inflamado: Amém.

Venha, ó Nobre Rei. BOBOGEL Eu digo, Venha, Amém.

Cristão:

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto, Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

Thelêmico:

Gloria Patri et Matri et Filio et Filiae et Spiritui Sancto externo et Spiritui Sancto interno ut erat est erit in saecula Saeculorum sex in uno per nomen Septem in uno Ararita. Amen.

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BLUMAZA (SEGUNDAS FEIRA)

 

Ó pujante e justo Nobre Rei BLUMAZA e por que nome és tu, chamado, ou podes verdadeira e devidamente ser chamado: Quem na Doutrina Heptarquica, no Abençoado Uriel sua mão, recebeu a vara de ouro do governo e medição, e a corrente de Dignidade e Doutrina: E não apareceu primeiro para nós, adornado com um Triplo Diadema em um longo manto roxo. Quem me disse em Mortlake: Eu ministro a força de Deus a ti. Da mesma forma, tu disseste: Estes Mistérios tem Deus por último, e de suas grandes Misericórdias, concedido a ti. Você se saciará, sim se fartará: sim, você se intensificará e se inflará, com o perfeito Conhecimento dos Mistérios de Deus, em Suas misericórdias. E disse: Esta Arte, é para a compreensão posterior de todas as Ciências, que são passadas, presentes ou ainda por vir. E imediatamente, disse-me: Reis existem na Natureza, com a Natureza e acima da Natureza.

Tu és digno. E disse, a respeito do uso dessas Tábuas, Este é apenas o primeiro passo: Nem tu as praticarás em vão: E disse, assim geralmente das misericórdias e Graças de Deus sobre mim decretadas e concedidas. Tudo o que você falar, fazer ou trabalhar será lucrativo e aceitável. E o fim será bom.

Em Nome do Rei dos Reis, o Senhor dos Exércitos, o Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis: Ó Nobre Rei BLUMAZA, venha agora e apareça, com teu Príncipe e seus Ministros, e súditos, ao meu olho perfeito e sensível de Julgamento: de uma maneira bondosa e amigável, para meu conforto e ajuda, para o avanço da Honra e Glória de nosso Deus Todo-Poderoso pelo meu serviço. Tanto quanto por tua Sabedoria e Poder, em teu devido ofício real e Governo, posso ser sustentado e inflamado: Amém.

Venha, ó Nobre Rei BLUMAZA, eu digo, Venha, Amém.

 

Cristão:

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto, Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

 

Thelêmico:

Gloria Patri et Matri et Filio et Filiae et Spiritui Sancto externo et Spiritui Sancto interno ut erat est erit in saecula Saeculorum sex in uno per nomen Septem in uno Ararita. Amen.

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BABALEL (TERÇAS FEIRAS)

 

Ó pujante e correto Nobre Rei BABALEL e por qual nome você é chamado, ou pode ser verdadeira e devidamente chamado: Quem é o Rei das Águas: Poderoso e Maravilhoso nas Águas, cujo poder está nas entranhas das Águas. Cuja pessoa real com teu Nobre Príncipe BEFAFES e seus 42 Ministros, o Rei da Tríplice Coroa CARMARA me pediu que eu usasse para glória, louvor e honra dele, o que criou todos vocês para o louvor e glorificação de sua majestade.

Em Nome do Rei dos Reis, o Senhor dos Exércitos, o Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis: Ó Nobre Rei BABALEL, venha agora e apareça, com teu Príncipe e seus Ministros, e súditos, ao meu olho perfeito e sensível de Julgamento: de uma maneira bondosa e amigável, para meu conforto e ajuda, para o avanço da Honra e Glória de nosso Deus Todo-Poderoso pelo meu serviço. Tanto quanto por tua Sabedoria e Poder, em teu devido ofício real e Governo, possa eu ser sustentado e inflamado: Amém.

Venha, ó Nobre Rei BABALEL Eu digo, Venha, Amém.

 

Cristão:

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto, Sicut erat in principio, et nunc, et sempre, et in saecula saeculorum. Amém.

 

Thelêmico:

Gloria Patri e Matri e Filio e Filiae and Spiritui Sancto externo et Spiritui Sancto interno ut erat est erit in Saecula Saeculorum sex in uno per nomen Septem in uno Ararita. Amém.

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BNASPOL (QUARTAS FEIRAS)

 

Ó pujante e justo Nobre Rei BNASPOL e por que nome és tu chamado, ou podes verdadeira e devidamente ser chamado: A quem a Terra com suas entranhas, e segredos de qualquer natureza são entregues: e tu me disseste: aqui para frente O que tu é. Lá eu posso saber. Tu és grande, mas (como Tu, verdadeiramente confessaste). Aquele em quem estás é maior do que tu.

Em Nome do Rei dos Reis, o Senhor dos Exércitos, o Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis: Ó Nobre Rei BNASPOL, venha agora e apareça, com teu Príncipe e seus Ministros, e súditos, ao meu olho perfeito e sensível de Julgamento: de uma maneira bondosa e amigável, para meu conforto e ajuda, para o avanço da Honra e Glória de nosso Deus Todo-Poderoso pelo meu serviço. Tanto quanto por tua Sabedoria e Poder, em teu devido ofício real e Governo, posso ser sustentado e inflamado: Amém.

Venha, ó Nobre Rei BNASPOL, eu digo, Venha, Amém.

 

Cristão:

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto, Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

 

Thelêmico:

Gloria Patri et Matri et Filio et Filiae et Spiritui Sancto externo et Spiritui Sancto interno ut erat est erit in saecula Saeculorum sex in uno per nomen Septem in uno Ararita. Amen.

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BYNEPOR (QUINTAS FEIRAS)

 

Ó pujante e justo Nobre Rei BYNEPOR e por que nome és tu és chamado, ou podes verdadeira e devidamente ser chamado: A cujo governo peculiar, cargo, disposição e ofício real pertence a ti sobre a distribuição e participação de cujo exaltado, especial e O poder glorificado repousa apenas e depende da condição geral de todas as coisas. Cuja santificação, glória e renome, embora tivesse princípio, não pode nem terá fim. Aquele que mede disse, e tu és o fim de sua obra. Tu és como ele e dele: ainda não como participante ou aderente, mas diferente em um grau. De quem ele veio, tu foste magnificado por sua vinda e és Santificado, Mundo sem Fim.

Vita Suprema.

Vita Superior.

Vita Infina tuis sunt mensurata mambus.

No entanto, tu não és de ti mesmo: nem é teu próprio o teu poder: Magnificado seja o seu nome, tu estás em tudo: E tudo tem algum ser por ti: No entanto, o teu poder é nada, em relação ao poder que te enviou. Tu começasses novos mundos, novas pessoas, novos reis e novo conhecimento de um novo governo. E tu me disseste: Tu deverás trabalhar maravilhosamente, maravilhosamente por minha obra no Altíssimo.

Em Nome do Rei dos Reis, o Senhor dos Exércitos, o Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis: Ó certo Nobre Rei BYNEPOR, venha agora e apareça, com teu Príncipe e seus Ministros, e súditos, ao meu olho perfeito e sensível de Julgamento: de uma maneira bondosa e amigável, para meu conforto e ajuda, para o avanço da Honra e Glória de nosso Deus Todo-Poderoso pelo meu serviço. Tanto quanto por tua Sabedoria e Poder, em teu devido ofício real e Governo, posso ser sustentado e inflamado: Amém.

Venha, ó Nobre Rei. BYNEPOR Eu digo, Venha, Amém.

 

Cristão:

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto, Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

 

Thelêmico:

Gloria Patri et Matri et Filio et Filiae et Spiritui Sancto externo et Spiritui Sancto interno ut erat est erit in saecula Saeculorum sex in uno per nomen Septem in uno Ararita. Amen

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BALIGON (SEXTA FEIRA)

 

Ó pujante e correto Nobre Rei BALIGON e por que nome tu és chamado, ou pode ser verdadeira e devidamente chamado: Quem pode distribuir e doar com prazer, tudo e tudo o que pode ser executado em ações aéreas. Quem tem o governo de si mesmo perfeitamente, como um mistério conhecido apenas por você mesmo. Quem me fez anunciar esta pedra, e Santo Receptáculo: ambos necessários para serem tidos: e também me indicou que a levasse: sendo presentemente e em poucos minutos, trazido à minha vista (do Segredo das Profundezas onde estava escondida, na parte mais remota da possessão romana) Pedra essa que, Tu, me avisaste que nenhuma mão mortal senão a minha tocará; e disse-me: Tu prevalecerás com ela, com os reis, e com todas as criaturas do mundo. Cuja Beleza (em virtude) valerá mais, que os Reinos da Terra. Para os propósitos aqui ensaiados: e outros: em parte, agora para serem exercitados e desfrutados: e em parte a seguir mais abundantemente (como o Senhor Deus dos Exércitos deve dispor), E também porque tu mesmo és o governador dos 42 Ministros, teus poderosos fiéis e obedientes.

Em Nome do Rei dos Reis, o Senhor dos Exércitos, o Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis: Ó Nobre Rei BALIGON, Venha agora e apareça, com teu Príncipe e seus Ministros, e súditos, ao meu olho perfeito e sensível de Julgamento: de uma maneira bondosa e amigável, para meu conforto e ajuda, para o avanço da Honra e Glória de nosso Deus Todo-Poderoso pelo meu serviço. Tanto quanto por tua Sabedoria e Poder, em teu devido escritório real e Governo, posso ser sustentado e inflamado: Amém.

Venha, ó Nobre Rei BALIGON, eu digo, Venha, Amém.

 

Cristão:

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto, Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.

 

Thelêmico:

Gloria Patri et Matri et Filio et Filiae et Spiritui Sancto externo et Spiritui Sancto interno ut erat est erit in saecula Saeculorum sex in uno per nomen Septem in uno Ararita. Amen.

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BNAPSEN (SABADO)

 

Ó pujante e justo Nobre Rei BNAPSEN e por que nome és tu chamado, ou podes verdadeira e devidamente ser chamado: Quem me disseste que por ti expulsarei o poder de todos os espíritos iníquos: E que por ti o farei ou poderei saber as ações e práticas dos homens maus, e muito mais que pode ser falado ou dito ao homem.

Em Nome do Rei dos Reis, o Senhor dos Exércitos, o Deus Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis: Ó Nobre Rei BNAPSEN, venha agora e apareça, com teu Príncipe e seus Ministros, e súditos, ao meu olho perfeito e sensível de Julgamento: de uma maneira bondosa e amigável, para meu conforto e ajuda, para o avanço da Honra e Glória de nosso Deus Todo-Poderoso pelo meu serviço. Tanto quanto por tua Sabedoria e Poder, em teu devido ofício real e Governo, posso ser sustentado e inflamado: Amém.

Venha, ó Nobre Rei BNAPSEN, eu digo, Venha, Amém.

 

Cristão:

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto, Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen

 

Thelêmico:

Gloria Patri et Matri et Filio et Filiae et Spiritui Sancto externo et Spiritui Sancto interno ut erat est erit in saecula Saeculorum sex in uno per nomen Septem in uno Ararita. Amen.

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HAGONEL (QUALQUER DIA DA SEMANA)

 

Ó nobre Príncipe HAGONEL e por qualquer outro Nome que você seja chamado, ou possa verdadeiramente e devidamente ser chamado: A cujo mandamento os filhos dos homens e seus filhos estão sujeitos: e são teus servos a cujo Poder a Operação da Terra está sujeita . Quem és o Primeiro dos Doze: e cujo selo é chamado Barces e este é: Sob cujo comando estão os Reis, Homens Nobres e Príncipes da Natureza. Quem é o Primus et Quartus Hagonel.

Quem pelos Sete dos 7 (que são os Filhos dos Sempiternos) faz maravilhas entre os povos da Terra: e me disse que também eu, também teu Servo, deveria fazer maravilhas. Ó Nobre Hagonel, que é Ministro do Rei Tríplice Coroado – CARMARA: E não obstante, que é Príncipe sobre 42 Anjos, cujos Nomes e caracteres estão aqui apresentados.

Em Nome do Deus Todo-Poderoso, o Rei dos Reis, e possa sua honra e Glória ser promovida por meu serviço fiel. Eu exijo a ti, ó Nobre Príncipe HAGONEL, que venha imediatamente e se mostre ao meu olho perfeito e sensível do Julgamento, com teus ministros, servos e súditos, para meu conforto e ajuda, em sabedoria e poder de acordo com a propriedade de teu Nobre Ofício: Venha, ó Nobre Príncipe HAGONEL, digo Venha, Amém.

 

Cristão:

Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum.

Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.

Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen.

 

Thelêmico:

Agora eu começo a orar, filho, santo e imaculado seja teu nome. Teu reinado é chegado, tua vontade é feita, aqui está o pão, aqui está o sangue, leve-me até o sol durante a meia-noite. Salvame do mal e do bem, para que tua única coroa de todas as dez, agora e aqui seja minha. Amém.

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BORNOGO (DOMINGOS – VENUS[1])

[1] Sim eu sei que domingo é o dia do sol, contudo este principe deve ser chamado no dia do sol na hora de vênus, isso se repetira constantemente com os outros príncipes, a fonte para isso esta no livro Mastering  Mystical Heptarchy de Scott Michael Stenwick.

Ó nobre Príncipe BORNOGO e por qualquer outro Nome que você seja chamado, ou possa verdadeiramente, e devidamente ser chamado: A cujo governo peculiar, encargo e disposição, ofício e dignidade principesca pertence a alteração da corrupção da natureza em perfeição: o Conhecimento dos Metais. E, geralmente, o Príncipe Ministrando ao Nobre e Poderoso Rei BOBOGEL correto, em seu governo: Distribui, dá e concede Sabedoria, Ciência, Verdadeira Filosofia e verdadeira compreensão de todo o aprendizado baseado na sabedoria e de muitas outras propriedades reais peculiares. E quem me diz: O que tu desejas em mim será cumprido.

Em Nome do Deus Todo-Poderoso, o Rei dos Reis, E para que sua honra e Glória possa ser promovida por meu serviço fiel. Eu exijo a ti, ó Nobre Príncipe BORNOGO, que venha presentemente e se mostre ao meu olho perfeito e sensato do Julgamento, com teus ministros, servos e súditos, para meu conforto e ajuda, em sabedoria e poder de acordo com a propriedade de teu Nobre Ofício: Venha, ó Nobre Príncipe BORNOGO Eu digo Venha, Amém.

 

Cristão:

Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum.

Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.

Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen.

 

Thelêmico:

Agora eu começo a orar, filho, santo e imaculado seja teu nome. Teu reinado é chegado, tua vontade é feita, aqui está o pão, aqui está o sangue, leve-me até o sol durante a meia-noite. Salvame do mal e do bem, para que tua única coroa de todas as dez, agora e aqui seja minha. Amém.

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BRALGES (SEGUNDA FEIRA – SATURNO)

 

Ó nobre Príncipe BRALGES e por qualquer outro Nome que você seja chamado, ou possa verdadeiramente, e devidamente ser chamado: Quem disse: As Criaturas que vivem em seu Domínio estão sujeitas ao seu próprio poder. Cujos assuntos são invisíveis: E que (para meu Vidente) pareciam pequenas fumaças sem forma.

Cujo selo do governo é este: Quem disse: Eis que vim, ensinarei o Nome sem números. As Criaturas Sujeitas a mim serão conhecidas por você.

Em Nome do Deus Todo-Poderoso, o Rei dos Reis, E para que sua honra e Glória possa ser promovida por meu serviço fiel. Eu exijo a ti, ó Nobre Príncipe BRALGES, que venha presentemente e se mostre ao meu olho perfeito e sensato do Julgamento, com teus ministros, servos e súditos, para meu conforto e ajuda, em sabedoria e poder de acordo com a propriedade de teu Nobre Ofício: Venha, ó Nobre Príncipe BRALGES, digo Venha, Amém.

 

Cristão:

Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum.

Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.

Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen.

 

Thelêmico:

Agora eu começo a orar, filho, santo e imaculado seja teu nome. Teu reinado é chegado, tua vontade é feita, aqui está o pão, aqui está o sangue, leve-me até o sol durante a meia-noite. Salvame do mal e do bem, para que tua única coroa de todas as dez, agora e aqui seja minha. Amém.

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BEFAFES (TERÇA FEIRA – XXX)

 

Ó nobre Príncipe BEFAFES e por qualquer outro Nome que você seja chamado, ou possa ser verdadeiramente, e devidamente chamado: Quem é o Príncipe dos Mares. Teu poder está sobre as águas. Você afogou o Faraó e destruiu os ímpios. Teu nome era conhecido por Moisés. Tu habitaste em Israel; o qual mediste as águas, aquele que estava com o rei Salomão, e também muito depois com Scotus; mas não o conheceste pelo teu verdadeiro nome; porque te chamou Maris. E desde então, tu não estavas com ninguém: Exceto, quando tu me preservaste (embora a misericórdia de Deus), do poder dos ímpios: e estava comigo na extremidade. Estavas comigo por completo.35 Quem, dos egípcios, foi chamado OBELISON por causa da tua agradável libertação. E por esse nome a mim conhecido: e de mim anotado em registro, para ser nobre e cortês OBELISON. Cujos nobres 42 Ministros são de grande poder, dignidade e autoridade. Como alguns na medição dos movimentos das águas e salinidade dos mares, em dar bom sucesso em batalhas reduzindo navios e todos os tipos de embarcações que flutuam sobre os mares. Para alguns, todos os peixes e Monstros dos Mares, sim, tudo o que neles vive é bem conhecido: E geralmente são os Distribuidores dos Julgamentos de Deus sobre as Águas que cobrem a Terra. Outros embelezam a natureza em sua composição. O resto são doadores e Distribuidores das substâncias desconhecidas dos Mares. Tu, ó Nobre Príncipe BEFAFES, me usaste em Nome de Deus.

Em Nome do Deus Todo-Poderoso, o Rei dos Reis, E para sua honra e Glória ser promovida por meu serviço fiel. Eu exijo a ti, ó Nobre Príncipe BEFAFES, que venha presentemente e se mostre ao meu olho perfeito e sensato do Julgamento, com teus ministros, servos e súditos, para meu conforto e ajuda, em sabedoria e poder de acordo com a propriedade de teu Nobre Escritório: Venha, ó Nobre Príncipe BEFAFES Eu digo Venha, Amém.

 

Cristão:

Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum.

Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.

Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amém.

 

Thelêmico:

Agora eu começo a orar, filho, santo e imaculado seja teu nome. Teu reinado é chegado, tua vontade é feita, aqui está o pão, aqui está o sangue, leve-me até o sol durante a meia-noite. Salvame do mal e do bem, para que tua única coroa de todas as dez, agora e aqui seja minha. Amém.

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BLISDON (QUARTA FEIRA – JUPITER)

 

Ó nobre Príncipe BLISDON e por qualquer outro Nome que você seja chamado, ou possa ser verdadeiramente, e devidamente chamado: Que é Vida e Respiração nas Criaturas Vivas. Todas as coisas vivem por ti: a imagem de um exceto. Todos os tipos de bestas da Terra tu imbuíste de vida. O teu selo é a glória de Deus; tu és santificado; e tu te regozija. A vida, o fim e o começo de todos os animais, tu sabes e por meio do sofrimento os livras até que o teu tempo se esgote.

Em Nome do Deus Todo-Poderoso, o Rei dos Reis, E para que sua honra e Glória possa ser promovida por meu serviço fiel. Eu exijo a ti, ó Nobre Príncipe BLISDON, que venha presentemente e se mostre ao meu olho perfeito e sensato do Julgamento, com teus ministros, servos e súditos, para meu conforto e ajuda, em sabedoria e poder de acordo com a propriedade de teu Nobre Ofício: Venha, ó Nobre Príncipe BLISDON, eu digo Venha, Amém.

 

Cristão:

Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum.

Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.

Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Um homem.

 

Thelêmico:

Agora eu começo a orar, filho, santo e imaculado seja teu nome. Teu reinado é chegado, tua vontade é feita, aqui está o pão, aqui está o sangue, leve-me até o sol durante a meia-noite. Salvame do mal e do bem, para que tua única coroa de todas as dez, agora e aqui seja minha. Amém.

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BUTMONO (QUINTA FEIRA – MARTE)

 

Ó nobre Príncipe BUTMONO e por qualquer outro Nome que você seja chamado, ou possa verdadeiramente e devidamente ser chamado: Para quem, as Chaves dos Mistérios da Terra são entregues. Cujos 42 ministros são Anjos, que governam sob ti.

Tudo o que teu Poderoso Rei BYNEPOR me ordenou que usasse e afirmou que eles são e estarão sob minhas ordens.

Em Nome do Deus Todo-Poderoso, o Rei dos Reis, E para que sua honra e Glória possa ser promovida por meu serviço fiel. Eu exijo a ti, ó Nobre Príncipe BLISDON, que venha presentemente e se mostre ao meu olho perfeito e sensato do Julgamento, com teus ministros, servos e súditos, para meu conforto e ajuda, em sabedoria e poder de acordo com a propriedade de teu Nobre Ofício: Venha, ó Nobre Príncipe BLISDON, eu digo Venha, Amém.

 

Cristão:

Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum.

Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.

Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Um homem.

 

Thelêmico:

Agora eu começo a orar, filho, santo e imaculado seja teu nome. Teu reinado é chegado, tua vontade é feita, aqui está o pão, aqui está o sangue, leve-me até o sol durante a meia-noite. Salva-me do mal e do bem, para que tua única coroa de todas as dez, agora e aqui seja minha. Amém.

 

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BAGENOL (SEXTA FEIRA – LUA)

 

Ó nobre Príncipe BAGENOL e por qualquer outro Nome que você seja chamado, ou possa verdadeiramente, e devidamente ser chamado: A cujo mandamento os filhos dos homens e seus filhos estão sujeitos: e são teus servos A cujo Poder a Operação da Terra está sujeita . Quem és o Primeiro dos Doze: e cujo selo é chamado Barces e este é: Sob cujo comando estão os Reis, Homens Nobres e Príncipes da Natureza. Quem é o Primus et Quartus Hagonel.

Quem pelos Sete dos 7 (que são os Filhos dos Sempiternos) faz maravilhas entre os povos da Terra: e me disse que também eu, pelo mesmo teu Servo, deveria fazer maravilhas. Ó Nobre BAGENOL, que é Ministro do Rei Tríplice Coroado – BALIGON: E não obstante, é Príncipe destes 42 Anjos, cujos Nomes e caracteres são aqui apresentados.

Em Nome do Deus Todo-Poderoso, o Rei dos Reis, E para que sua honra e Glória possa ser promovida por meu serviço fiel. Eu exijo a ti, ó Nobre Príncipe BAGENOL, que venha presentemente e se mostre ao meu olho perfeito e sensato do Julgamento, com teus ministros, servos e súditos, para meu conforto e ajuda, em sabedoria e poder de acordo com a propriedade de teu Nobre Ofício: Venha, O Nobre Príncipe BAGENOL Eu digo Venha, Amém.

 

Cristão:

Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum.

Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.

Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Um homem.

 

Thelêmico:

Agora eu começo a orar, filho, santo e imaculado seja teu nome. Teu reinado é chegado, tua vontade é feita, aqui está o pão, aqui está o sangue, leve-me até o sol durante a meia-noite. Salvame do mal e do bem, para que tua única coroa de todas as dez, agora e aqui seja minha. Amém.

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BRORGES (SABADO – MERCURIO)

 

Ó nobre Príncipe BRORGES e por qualquer outro Nome que você seja chamado, ou possa verdadeiramente, e devidamente chamado: Quem, sendo o Príncipe: ministro-chefe e governador sob o direito Poderoso Rei BNAPSEN apareceu (para meu Vidente) de uma forma terrível com riachos de fogo flamejante, e disse: Noui Ianaum Mortis. Et per cussit Gloria Dei, Impiorum parietes.

Em Nome do Deus Todo-Poderoso, o Rei dos Reis, E para sua honra e Glória ser promovida por meu serviço fiel. Eu exijo a ti, ó Nobre Príncipe BRORGES, que venha presentemente e se mostre ao meu olho perfeito e sensato do Julgamento, com teus ministros, servos e súditos, para meu conforto e ajuda, em sabedoria e poder de acordo com a propriedade de ti Escritório Nobre: Venha, ó Nobre Príncipe BRORGES, eu digo Venha, Amém.

 

Cristão:

Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum.

Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.

Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Um homem.

 

Thelêmico:

Agora eu começo a orar, filho, santo e imaculado seja teu nome. Teu reinado é chegado, tua vontade é feita, aqui está o pão, aqui está o sangue, leve-me até o sol durante a meia-noite. Salva-me do mal e do bem, para que tua única coroa de todas as dez, agora e aqui seja minha. Amém.

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COMO FAZER O ENCARGO (PEDIDO)

Um encargo consiste em duas partes, uma série de injunções e uma série de limitações. O primeiro explica o que você quer que o espírito faça e o segundo explica o que você não quer que o espírito faça. Como um exemplo simples, digamos que você precise de dinheiro e invoque um espírito para lhe trazer cinco mil dólares.

Existem várias maneiras pelas quais essa demanda pode se manifestar, e algumas delas são coisas que você geralmente não deseja. Uma morte na família pode resultar em herança. Você ou um de seus filhos podem se ferir em um acidente de trânsito e receber um pagamento que cobre pouco mais do que suas contas médicas. Você pode ter um incêndio em uma casa que resulte em um acordo do seguro do seu proprietário no valor solicitado.

PORTANTO PEÇA COM CUIDADO E PENSE EM TUDO O QUE PODERIA DAR DE ERRADO E DIGA AO ESPIRITO DE FORMA CLARA E OBJETIVA O QUE VOCE QUER E O QUE VOCE NÃO QUER QUE ACONTEÇA!

Para obter os melhores resultados possíveis, você não deve especificar os meios pelos quais seu objetivo deve ser alcançado e confiar apenas nas limitações contidas como a segunda parte de seu Comando para excluir resultados indesejáveis específicos. Isso
ocorre porque você deseja ter certeza de que o objetivo do feitiço não seja alcançado de alguma forma que prejudique o resultado, mas ao mesmo tempo você deseja manter tantos caminhos abertos quanto possível para o efeito se manifestar. Frequentemente, a melhor maneira de algo se manifestar em sua vida não é óbvia, então é melhor se concentrar no resultado final ao construir sua intenção mágica.

Como na maioria dos grimórios medievais, os anjos da Heptarchia Mystica seguem uma hierarquia espiritual particular.
O Rei Carmara governa todos os Reis.
O Rei Carmara governa o Príncipe Hagonel.
O Príncipe Hagonel governa todos os Príncipes.
Cada Rei governa o Príncipe do dia correspondente.

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LICENÇA PARA PARTIR

Tu, Anjo de Luz, eu, [Seu Nome Mágico], pelo poder do Deus Verdadeiro, Onipotente e Vivo, por meio desta, convidoo a partir e cumprir suas tarefas designadas, a serviço de minha Verdadeira Vontade e para a Glória e Honra ao nosso Deus Verdadeiro acima mencionado, a quem tu deve lealdade e obediência. Eu, [Seu Nome Mágico], por meio deste libero as forças restringidas, focalizadas e dirigidas durante esta operação, para que elas possam ir adiante e trabalhar seus vários poderes sobre o universo manifesto, pois assim nasceu toda a Verdadeira Magia e o Poder Perfeito. Pelo poder de minha Verdadeira Vontade aqui incorporada pelo Nome Mágico [Seu Nome Mágico],

AMÉM.

Assim seja.

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Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

 

 

Postagem original feita no https://mortesubita.net/enoquiano/a-heptarquia-mistica-o-livro-da-magia-enochiana-planetaria/

A Evolução Enoquiana

Morbitvs Vividvs

Muitas pessoas encaram de maneira equivocada as artes ocultas. Elas querem descobrir receitas de bolo, coisas prontas para o uso e imaginam que os grimórios são como livros sagrados que contém tudo o que elas precisam saber. Nada contra querer usar aquilo que comprovadamente funciona, mas muitas vezes com esta postura se perde o experimentalismo original que foi o que permitiu a magia florescer em primeiro lugar. O sistema enoquiano é um caso típico. Trata-se de um sistema tão coeso e forte que muitas magistas esquecem que um dia, há alguns séculos, ele foi apenas dois caras que não sabiam oque esperar olhando para dentro de uma bola negra de cristal. O objetivo deste artigo é mostrar como o enoquiano cresceu e se desenvolveu baseado na exploração e como ele pode vir a morrer se permanecer estagnado.

Os Experimentos de John Dee

O sistema enoquiano foi usado pela primeira vez por John Dee, astrólogo oficial da corte da rainha Elizabeth I. Dee nasceu em 1527 na Inglaterra e foi educado na universidade e Cambridge tornando-se uma autoridade nos campos da matemática, astronomia e filosofia natual. Ele era amigo pessoal da rainha e trabalho diversas vezes para ela como espião do  Império. Sua biografia pode ser encontrado na seção própria para isso do portal da iniciativa Morte Súbita inc. O importante é saber que numa certa altura de sua vida John Dee tornou-se interessado em cristalomancia, que é a visão sobrenatural por meio de cristais. Dois dentre os muitos cristais que ele utilizou podem ser vistos hoje no museu britânico. De fato é creditado a Dee o primeiro uso registrado de um cristal polido para este fim, as famosas bolas de cristal.

Entretanto ele não se considerava um bom observador de cristais contratava outras pessoas para realizar as operações enquanto acompanhava. Este fato pode parecer trivial, mas é talvez a maior idéia que Dee teve em sua vida. O que acontece é que o processo psiquico da leitura dos cristais, também chamado de skrying envolve um certo transe muito semelhante por exemplo ao que Nostradamus usava para escrever suas centúrias. Neste estado o vidente não está com todas as suas ferramentas lógicas e abstratas ligadas de forma que muito se perde. Esta limitação se explica pois transceder a mente racional é essencial para a boa vidência, mas quanto menos racional se for por outro lado menos se aproveita aquilo que se atingiu. Dee resolveu este problema dividindo o trabalho entre duas pessoas. Uma delas (Kelly) pode se entregar totalmente ao processo psiquico transcedental e descreve tudo em voz alta enquanto que outra mantêm a lucidez normal e consegue fazer anotações, comparar resultados e documentar tudo de maneita organizada.

Com este processo Dee registrou uma série de tábuas divididas em grades formando quadrados. Cada um destes quadrados possuia uma letra em seu interior. Estas letras formavam o alfabeto de uma linguagem nunca antes vista. Essa linguagem era a chave para se entrar em contato com seres de regiões mais sutis da existência. Estas regiões estavam também representadas pelas tábuas, que continham ainda nas suas letras os nomes das entidades que as dominavam e habitavam. Em outras palavras estas tábuas seriam mapas dos mundos invisiveis que rodeiam o mundo cotidiano, com elas Kelly explorava um mundo completamente novo.  A linguagem e o sistema receberam o nome Enoquiano pois segundo as entidades contatadas tratavasse do mesmo conhecimento que o Enoch bíblico (também identificado com Hermes) recebeu em sua época antes de ser elevado aos céus em vida.

A expansão da Golden Dawn

O sistema enoquiano foi desde então usado por diversos ocultistas, com destaque para os adeptos da Hermetic Order of the Golden Dawn , a Ordem Hermética da Aurora Dourada, que floresceu no século XIX também na Inglaterra. A estes ocultistas devemos uma grande expansão do sistema enoquiano, pois náo apenas invocavam as entidades cujos nomes estão escritos nas tábuas como também viajaram no que chavam de Corpo de Luz pelas regiões mapeadas pelos quadrados e registraram suas experiências de uma maneira bastante precisa. Numa certa altura da existência da ordem estas viagens tornaram-se um problema entre os membros que literalmente se viciaram nelas como quem se vicia a alguma espécie de droga.

Sob a direção de MacGregor Mathers a Golden Dawn refinou o sistema descoberto por John Dee explorando campos que seu descobridor original não tinha imaginado. Provavelmente a maior conquista de MacGregor e cia foi encontrar uma organização  por trás dos quadrados. Ele ensinava um sistema no qual elementos eram designados aos quadrados (Terra, Água, Ar, Fogo e Espírito) e isso permitiu conectar o sistema enoquiano com correspondências cabalisticas e astrológicas. Cada letra enoquiana possui por exemplo uma letra hebraica equivalente, e portanto uma carta do Tarot:

Fonema   Zodiaco/Elemento               Tarot

A             Touro                                   Herofante
B             Aries                                     Estrela
C,K          Fogo                                     Julgamento
D             Espírito                                 Imperatriz
E             Virgem                                  Hermitão
F             Cauda Draconis                    Mago
G             Cancer                                 Carro
H             Ar                                         Louco
I,J,Y         Sagitário                              Temperança
L              Cancer                                 Carro
M            Aquário                                 Imperador
N            Escorpião                              Morte
O            Libra                                     Justiça
P             Leão                                     Força
Q             Água                                     Enforcado
R             Peixes                                   Lua
S             Gêmeos                                Amantes

Uma vez enxergados um padrão emana das tábuas revelando que uma ordem maior prevalece na estrutura de todos os planos de existência.

A exploração Crowleyana

Posteriormente outro avanço no sistema enoquiano ocorreu com Aleister Crowley, ex-membro da Golden Dawn e líder da Ordo Templi Orientis. Durante suas viagens pelo México e Argélia Crowley se dedicou a uma séria intensa de invocações e registrou suas viagens pelos 30 Aethrys e cuidadosamente documentou suas experiências em seu livro “The Vision and the Voice.” Este livro de caráter profético explica diversos pontos da magia ritual e da formação do mago.

A descrição feita por Crowley é impressionante pela beleza com que descreve estes planos paralelos. Apesar de sua leitura difícil nele encontramos não apenas um guia de viagens pelos mundos enoquianos, mas também detalhes da iniciação mágica, incluindo uma versão diferente do famoso ritual de Abramelim e uma explanação da estrutura aeonica thelemita.

Enoquiano Pós-Moderno

Diversos autores tem explorado o sistema enoquiano desde Crowley. Anton LaVey causou polêmica nos anos 1960 ao publicar uma versão satanicamente inspirada das chaves enoquianas e assumindo de vez que as entidades invocadas deviam ser vistas sob um ponto de vista sinistro. Nas décadas seguintes houve uma certa popularização do sistema no meio ocultista e o tema foi abordado por diversos autores. Dentre estes podemos recomendar a leitura das obras de Lon Milo DuQuette e Donald Tyson, ambos interessados em tornar o uso do sistema mais acessível aos praticantes de primeira viagem.

No campo da inovação o destaque deste período fica sem dúvida para o casal Gerald Schueler e Betty Schueler que dominaram as ferramentas tradicionais e exploraram campos novos como um tarot genuinamente enoquiano e uma série de posturas corporais enoquianas semelhantes a yoga.  Mais recentemente já no século XXI tivemos o Projeto EnoquiONA, trabalho ousado de Alektryon Christophoros relacionando as letras do alfabeto enoquiano com os deuses sombrios e os arcanos sinistros da organização satanista tradicional Order of Nine Angles.

Esta nova geração busca o desapego do sistema iniciado pela Golden Dawn que chegou ao seu apice com crowley e defendem o desenvolvimento da técnica enoquiana pura sem a “poeira qabalistica/astrologica”. Dentre estes outro pesquisador que merece destaque pelo seu trabalho é Benjamin Rowe, que produziu uma série de experimentos avançados com magia enochiana. Rowe estabeleceu alguns experimentos importantes, como o Comselha e a construção de templos enochianos baseada na visão espiritual.

Aqui no Brasil, o destaque fica para o Círculo Iniciático de Hermes e o Enoquiano.com.br como únicos grupos que colocam oficialmente o enoquiano como prática principal  incluindo uma série de rituais próprios, técnicas de scrying, iniciações, armas e rituais de proteção além dos tradicional ritual do pentagrama. Não apenas isso mas o

Conclusão

 As contribuições de todos estes ocultistas são importantes de se destacar. Num primeiro relance o estudante pode achar que o sistema enoquiano é algo pronto simplesmente para se usado. Mas a verdade é que o sistema está tão pronto quanto estão prontas a música e a medicina. Ele pode e deve ser expandido e suas fronteiras alargadas. As técnicas usadas por todos os ocultistas citados neste artigo para conseguir seus materiais inéditos foram muitas, mas em geral envolvem o uso do cristalomancia, da projeção do corpo de luz e da invocação das entidades para recebimento de conhecimento oculto. Todos estas são ótimas ferramentas de exploração para quem quiser ir além e ver com os próprios olhos até onde voam os anjos.  O sistema enoquiano é uma forma de exploração das realidade sutis e é portanto um universo em expansão com muito para ser explorado. Muitos caminhos realmente já foram descobertos pelos que vieram antes, mas muitos ainda aguardam seus descobridores. Quem sabe o próximo não pode ser você?


Saiba mais sobre Magia Enochiana em Enoquiano.com.brInstagram , Telegram

Gostei do conteúdo do texto, mas tive a sensação de que não houve revisão do autor ou de quem ia fazer a postagem. Alguns erros pequenos na digitação, única parte que faltou. O conteúdo é muito bom.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/enoquiano/a-evolucao-enoquiana/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/enoquiano/a-evolucao-enoquiana/

A arte de Kiotomi – 木偶厭魅の術

Por Robson Bélli

Kiyomi é uma magia negra comum que usa bonecas de madeira para amaldiçoar as pessoas, mas na China, o uso de madeira como material para bonecas era frequentemente destinado a indivíduos específicos. Mokugu Uenmi, que era usado principalmente para amaldiçoar um indivíduo específico.

Bonecos de madeira são parte integrante da magia negra chinesa, que usa bonecos de madeira para amaldiçoar as pessoas. Na China, como em outras partes do mundo, a magia das marionetes é praticada há muito tempo. Existem muitos materiais possíveis para estas bonecas, mas a tendência geral é que as bonecas de madeira sejam frequentemente usadas para amaldiçoar e matar certos indivíduos. Além disso, mas não podia ser de qualquer madeira deveria ser de paulownia (sim este é o nome mesmo!).

Os procedimentos e rituais detalhados da maldição variam de acordo com a região, mas a ideia básica era esculpir em madeira de paulownia em forma humana e enterrá-la no solo (sepultando a vitima). Além disso, se houvesse muito rancor envolvido, deveria se amarrar o boneco e pregar um prego nele (no lugar referente ao seu coração).

Agora, vamos dar uma olhada no método de fascinação com figuras de madeira descrito na literatura chinesa antiga. Kenko Koshu Esta é uma história no livro “Kankyo Hiroshu” de um escritor da dinastia Qing. De acordo com ele, a certa altura, uma pessoa chamada Han Zhuangyuan na província de Zhejiang invadiu a terra da casa do vizinho, e estes por sua vez queriam fazer algo a respeito, mas o estado não o apoiava. Então descobriram um feiticeiro que poderia ajuda-los a obter sua vingança de maneira secreta, imediatamente a família foi a este feiticeiro e pagaram uma enorme quantia de dinheiro. Este então por sua vez foi para fora e voltou com um pedaço de madeira e passou sete dias e sete noites cantando uma formula magica secreta enquanto esculpia o boneco de sete polegadas. Então, ele escreveu a data de nascimento de Zhuangyuan na boneca e a colocou no chão. Então, enquanto lançava um feitiço pediu que se desse marteladas de cima para baixo no boneco até que afunda-se uma polegada por noite, o ritual se seguiu por sete noites até que o boneco estivesse todo embaixo da terra, quando o boneco penetrou sua ultima polegada na terra a pessoa de Zhuangyuan morreu. Sem ar e com fortes dores de cabeça.


Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/asia-oculta/a-arte-de-kiotomi-%e6%9c%a8%e5%81%b6%e5%8e%ad%e9%ad%85%e3%81%ae%e8%a1%93/