Sanatórios no Além

Trechinho do livro Na Próxima Dimensão, de Carlos Baccelli e Inácio Ferreira. Inácio é espírita e foi diretor de um sanatório de Uberaba em vida. Ao desencarnar, aproveitaram o know-how dele pra tomar conta de um sanatório no plano espiritual. Uma turma de estudantes de espiritismo, que estão se preparando pra encarnar, vai visitar o local, ao que Inácio explica:

O número de internos é flutuante, cerca de dois mil, aproximadamente, mas temos vagas para mais – disse, com o propósito de aterrorizar aqueles novatos.

– Todos os dias entram, todos os dias saem pacientes…

– Entram e saem de onde e para onde? – perguntou Paulino Garcia, inteligentemente.

– Entram provenientes das trevas e saem para institutos de reeducação, como o Liceu, por exemplo, fortalecendo-se para uma nova experiência reencarnatória; em suma, saem para regressar às trevas do mundo…

– Por que – insistiu o jovem monitor de Odilon – a religião está sempre presente no desequilíbrio desses nossos irmãos? Espíritas, católicos, evangélicos…

– É uma boa pergunta, Paulino, pois raramente temos um ateu por aqui; quase todos tiveram práticas religiosas na Terra… Os céticos e os materialistas devem estar em outra parte; aqui estão os que se comprometeram mais diretamente com Deus; os que foram vítimas de seus delírios de grandeza espiritual: os que mercadejaram com os dons do espírito, aqueles que não se beneficiaram com o poder do dinheiro, mas com a moeda da influência moral… Pela minha experiência, que não é tanta assim, digo-lhes que a perturbação oriunda do fanatismo é mais danosa do que a que se origina do materialismo… Deste Outro Lado da Vida, o materialista não tem mais nada e não é difícil convencê-lo disto, mas não é fácil argumentar com aquele que, espiritualmente, se julga superior a você; a lógica dos católicos e protestantes atem-se ao que está escrito na Bíblia, mas a dos espíritas envolve questões mais delicadas: muitos conhecem de memória todo “O Livro dos Espíritos” e não abdicam de suas interpretações pessoais da Verdade… Os espíritas não se consideram doentes – começa por aí…

– E qual é o tipo de tratamento mais eficaz para eles? – tornou Paulino, interessado.

– O melhor remédio de que dispomos aqui é o tempo… O que é que vamos fazer? Conversamos, tentamos mostrar a realidade, organizamos atividades de laborterapia, auxiliamo-los a interpretarem as suas “visões” e as suas “vozes”; quando possível, ensaiamos algum tipo de regressão da memória; efetuamos periódicas excursões às regiões de maior sofrimento… Sim, porque em pior estado do que aqueles que aqui se encontram internados estão os nossos irmãos que ainda não demonstraram a mínima disposição de serem socorridos, presos às sensações da vida material que não querem deixar ou estão estacionados nas regiões fronteiriças do túmulo, ligados a grupos de espíritos rebelados…

#Espiritualidade

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/sanat%C3%B3rios-no-al%C3%A9m

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