É incrível ver o tempo passar, ver que tanto se fez e na verdade não aconteceu nada. Ou quase nada.
Dificil dar a cara a tapa, quando quem bate é seu espelho, refletindo as rugas incômodas, mas nunca inesperadas.
Já não sirvo para especular o que os atuais adolescentes pensam, meus 15 anos já passaram e mesmo lá eu já não os entendia. Triste o fim, quando o fim é o que sobra. Por que essa busca insensata em procurar um fim, algo que termine com o que se pensa, se faz, se sofre, quando não se aprendeu nem mesmo a começar? Nada do que se conquista é fixo, se quando o sucesso ocorre e já não é mais o suficiente. Essa eterna busca, essa velocidade em se mudar, em se sentir, em querer viver, burlar as regras, sem nem se importar com quais delas, apenas pelo prazer de “perverter a ordem e os bons costumes”. E no final essa birra, essa corrida pobre atrás de reconhecimento não passa de uma reação química em um corpo que nem desenvolvido está. A lei te coibe, afinal nem idade você tem. A biologia te reprime, afinal nem adulto você é. A psicologia te restringe, afinal nem maduro se é, ainda.
Por melhor ou pior, mais ou menos evoluido fisica, psiquica ou espiritualmente falando você ainda é o inicio de uma trajetória, depois não se sabe por que está tão longe da tranquilidade e da paz que os mais velhos e maduros em geral tem, já que de alguma forma já passaram por isso, e já conquistaram o que tinham que conquistar.
Não entendo por que tanto falatório, querem tudo tão rápido, e ignoram que tem tanto trabalho a fazer. Não que eu não goste de curtir, descansar ou seja o que for, mas não me sinto no direito disso ainda, tenho muito a fazer, por mais que eu já faça. Já fui acusado de não conseguir parar, de estar sempre em 220v, mas sou eu quem faço demais, ou os outros que fazem de menos? Essa pretença rebeldia é apenas uma máscara para esquecer os problemas, mas até entendo, quando não se sabe nem o que é, nem o que pode fazer. E no final a resposta está aí dentro, basta alguém te mostrar, ou que você diminua a velocidade, solte o freio e olhe pra si mesmo.
Essa busca por um grupo que te aceite, divida os problemas entre si e que se una para crescer juntos… Vê-se muito disso em redes sociais, sejam igrejas ou escolas, ou até orkutes e Twitter’s da vida, o problema não está justamente nos grupos, e sim na froma de se buscar. Por isso concordo em ordens como a Maçonaria, AMORC, OTO entre outras fazem uma análise, uma investigação mesmo, das qualidades e da sinceridade das palavras do candidato.Quem passa pela primeir aprovação tem acesso ao circulo interno, mas para isso é preciso mostrar competência.
Diz-se muito sobre buscar uma identidade, cultivar e blablabla…
Mas alguém ensina como se faz? Você busca tanto… Quando vê já formou uma para si, e não é o que queria.
Pensei em tantas coisas a respeito, e mesmo acreditando que já tinha uma opinião sólida a respeito me deparo com um problema, alguém que me pede conselhos. As vezes sou exigente demais, em todas as outras acredito que é o melhor que posso fazer. Redefini meus conceitos, mesmo não sendo os meus que precisavam de uma repaginada.
Não tenha vergonha ou medo de ser quem se é, não tenha medo de assumir uma postura, de se assumir. Como meu professor diz: “quem está em cima do muro leva chumbo dos dois lados, quem se define e escolhe um lado pelo menos sabe que só vai levar chumbo do outro”.
Na falta de uma identidade própria a fuga mais fácil é criar máscaras, e esconder-se nelas, para fugir dos próprios erros, das falhas e das cobranças. Infelizmente isso não resolve o problema, e sim acaba naquele eterno retorno ao nada, onde seus erros te esperam do outro lado para o acerto de contas.
A grande sacada é aprender a viver sem precisar de máscaras… Mas as pessoas que as usam tem medo de quem não precisa delas, de quem tem força pra admitir que é humano, que erra, mas que também acerta. Conseguir sozinho ou não é relativo, lguns conseguem, outros precisam de uma ajudinha, o fato é que não vivemos sozinhos, e nunca fazemos nada sem sermos vistos, ou sem vermos alguém.
Olhar-se no espelho pode ser dificil as vezes, mas é necessário. Encarar os proprios erros, ver-se como humano, digo com toda a certeza que vale a dor de enfrentar as verdades que se teimam em esconder. O impacto a primeira vista pode ser grande, mas o que se conquista não se perde jamais.
A verdadeira revolução começa de dentro, não de fora. Antes de salvar o mundo, salve a si mesmo. Os Deuses não farão por ti, o que não fizeres por si mesmo.
Máscaras são bonitas como enfeite, mas o melhor carnaval ainda é o de Veneza.
Obs: A postagem nasceu como um desabafo, sobre coisas que senti na época, sobre os problemas que estive imerso com o circulo social que eu frequentava, revi o texto e pensei ser totalmente pertinente com o caminho do Adepto, pois há a busca interna, as dúvidas e os riscos dos neófitos, a velocidade em querer se tornar mestre, ter a estabilidade e a sabedoria, mesmo sem ter muita noção de como ou do que fazer com aquilo. Creio que todo conhecimento deve ter uma razão ou uma utilidade prática na vida, se não tem deve-se repensar se vale realmente a pena gastar tempo com isso, seja lá o que for.
No final é apenas mais um processo, crescer não é fácil e acredito que todo grande mestre teve seu período de jovem e indeciso aprendiz.
Nem tudo está perdido, como já disse em outra postagem: basta paciência, e disciplina, mas isso não se ganha, se cria. Daí vai a persistência e a vontade real do estudante. Siga sua intuição, confie nos seus próprios atos e decisões, e vença o monstro que há dentro de cada um de nós.
Quando alguém descobrir como se faz, me avise.
Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/identidades-e-m%C3%A1scaras