O Deus de Israel, Deus Vivente, Rei do Universo, El Shaddai. Misericordioso e Cheio de Graça. Mais Alto e Exaltado Habitando na Eternidade. Cujo nome é Sagrado. E Ele criou Seu universo com três livros (Sepharim), com texto (Sepher), com número (Sephar) e com comunicação (Sippur).
Sepher Yetzirah 1:1
Kabbalah é o Verbo da Criação. É a raiz na qual se sustenta o tronco e os galhos de toda a Sabedoria Divina. É o caminho de retorno para o Ponto Central. Não há nada que a contenha (exceto o Criador), porém ela está em Tudo (a partir do Criador). O Senhor nos deu a possibilidade de sermos unos com Ele através da apreensão dos frutos da Árvore da Vida (Etz haChaim).
Foram 10 os Mandamentos recebidos por Mosher (Moisés) no pico do Monte Sinai. Seus nomessão: Kether, Hochmah, Binah, Chesed, Pechad, Tipheret, Netzah,Hod, Yesod e Malkuth. 32 são as Vias da Sabedoria. E 22 as letras do alfabeto hebreu. É sustentada por 3 pilares que são: Severidade, Misericórdia e Equilíbrio. Cujas bases se alicerçam em um mundo e seu teto em outro. Seu meio é como o de duas grandes águas. Seus mundos são em número de 4. E são: Olam ha Atziluth, Olam ha Beriyah, Olam ha Yetzirah e Olam ha Asiyah.
A Árvore da Vida aparece muitas vezes nos textos sagrados do mundo inteiro, mas na Bíblia e na Torah é que ela (para mim) tem o maior significado. Elohim, a potência criadora, cria o Universo e todas as suas maravilhas, e para coroar sua obra, cria o homem como legislador de tudo. Havia uma única condição: que ele não comesse o fruto proibido da Árvore. Este fruto era Daath, a não-sephira. Daath é o Conhecimento. Fruto do ego e da auto-exaltação. O homem (princípio ativo), sendo iludido pela mulher (princípio passivo), aceitou o fruto que lhe foi entregue pela Serpente. Samael (a cobra), na Árvore da Morte é o demônio correspondente à qlipah de Iauch, tem o poder sobre a heresia e a decepção. Ademais, a própria serpente é tida como símbolo de sabedoria. O problema é que tomaram o hábito pelo frade… Então, profundamente decepcionado com tudo isso, o Senhor expulsou-os do Paraíso.
E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada flamejante que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.
Gênesis 3:24
Bom, o homem não foi expulso do paraíso de verdade. No sentido literal, eu quero dizer. Esse, na verdade, foi o modo como os mestres da época usaram para revelar (re-velar) para as massas as suas doutrinas. Nós estamos em um ciclo evolutivo de éons. A descida na matéria foi necessária para que pudéssemos, como Deus, nos tornar no futuro, criadores de mundos. Tinhamos poderes divinos e nada sofríamos, pois vivíamos no seio do Pai. Mas o maior dos problemas era a inocência. Inocência não é sinal de defeito, porém também não é sinal de virtude. Para que tivéssemos a noção de indivíduo, de ação e de evolução, Ele nos conduziu, com as Hierarquias Criadoras, até o ponto onde estamos hoje: Malkuth – O Reino. Para que com o esforço necessário voltemos ao nosso ponto de origem com toda a bagagem que não tínhamos. Para isso temos a Kabbalah.
Cada um dos caminhos e cada uma das sephiroth (plural de sephirah) é como um mapa para nossa ascensão ao Princípio (Reschit). TODAS as energias da Criação estão na Árvore. E vale lembrar, são apenas dez sephiroth. Nem nove, nem onze. Não são nove porque Kether não é Deus. Nem onze pois Deus não é a Kabbalah.
Shalom!
Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/algumas-no%C3%A7%C3%B5es-de-cabal%C3%A1-judaica