Enquanto viveu Siddhartha Gautama (o Buda Sakyamuni), sua doutrina era oralmente transmitida. Com a sua morte, foi preciso reunir na cidade de Rajagriha o primeiro concílio budista. Este teve o fim de fixar em língua Pali os fundamentos da sabedoria do Senhor Buda. Assim, foram compostos os Tripitaka (Coleção de Três Livros). No primeiro ficaram reunidos os sermões de Sakyamuni. No segundo, as regras disciplinares da comunidade de monges. E no último, uma coletânea de comentários adicionais.
Cem anos mais tarde, idéias reformistas reuniram em Vesali o segundo concílio budista. A partir daí ficou o Budismo dividido em duas grandes correntes:
A corrente ortodoxa Theravada (Escola dos Antigos) caracteriza-se por seguir literalmente aos Tripitaka e por acreditar que a Iluminação Budista é somente alcançada mediante a observância dos preceitos monásticos. Daí vir ser conhecida como a corrente Hinayana (Pequeno Veículo) do Budismo.
A segunda corrente, a reformadora, diz que todos os seres originalmente possuem a Semente da Iluminação Budista, estando esta ao alcance de todos, mesmo os sem compromisso monástico. Portanto, é a corrente Mahayana (Grande Veículo) do Budismo.
No Mahayana, o esforço individualista na conquista no Nirvana (Iluminação Búdica) cede lugar à compaixão do Bodhisattva (aquele que renuncia à sua iluminação para que possa orientar os seres à compreensão do Caminho de Buda).
A corrente Theravada difundiu-se para o Ceilão, Birmânia, Camboja, Vietnã, Indonésia e Tailândia. O Mahayana multiplicou-se em inúmeras escolas surgidas da miscigenação com diversas seitas da Índia. Ramificou-se para o Tibet, China, Coréia e Japão.
Adaptado de Shingon Shu – Budismo Esotérico
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Aoi Kuwan é autora do blog Magia Oriental, dedicado à divulgação das tradições e sistemas de magias orientais, especialmente aqueles ligados ao Japão.
Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/as-correntes-do-budismo